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COVID-19 Entidades do setor florestal realizam mobilizações em todo o país para reverter impactos econômicos<br />
FOREST CLEARING<br />
EFFICIENCYE<br />
FORESTRY MULCHERS GRIND DOWN<br />
STUMPS AND REDUCE WASTE AS<br />
PREPARATION FOR<br />
MECHANIZED REPLANTING<br />
EFICIÊNCIA NA LIMPEZA<br />
TRITURADORES FLORESTAIS REBAIXAM<br />
TOCOS E REDUZEM RESÍDUOS COMO<br />
PREPARAÇÃO PARA O REPLANTIO MECANIZADO
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Abril <strong>2020</strong><br />
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SUMÁRIO<br />
34<br />
PÓS-COLHEITA<br />
EFICAZ A CURTO<br />
E LONGO PRAZO<br />
ABRIL <strong>2020</strong><br />
10 Editorial<br />
12 Cartas<br />
14 Bastidores<br />
16 Coluna Ivan Tomaselli<br />
18 Notas<br />
28 Frases<br />
30 Entrevista<br />
34 Principal<br />
40 Economia<br />
44 Espécie<br />
48 Produção<br />
52 Sustentabilidade<br />
58 Tecnologia<br />
62 Internacional<br />
66 Pesquisa<br />
72 Agenda<br />
74 Espaço Aberto<br />
44<br />
52<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
11 Agroceres<br />
13 BKT<br />
21 Carrocerias Bachiega<br />
73 D’Antonio Equipamentos<br />
28 Denis Cimaf<br />
76 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
04 Emex<br />
29 Engeforest<br />
75 Envimat<br />
27 Fex Ferro e Aço<br />
06 Grupo AIZ<br />
09 Komatsu Forest<br />
15 Liebherr Brasil<br />
61 Lion Equipamentos<br />
17 Log Max<br />
65 Mill Indústrias<br />
71 Mill Indústrias<br />
33 Pacajá<br />
57 Potenza<br />
43 Prêmio REFERÊNCIA <strong>2020</strong><br />
47 Rotor Equipamentos<br />
23 Sergomel<br />
25 Vantec<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
®<br />
EDITORIAL<br />
Novos desafios<br />
para <strong>2020</strong><br />
A Covid-19 pegou o mundo de surpresa e se tornou o maior<br />
desafio para <strong>2020</strong>. Mas os momentos críticos também se revelam<br />
ótimas oportunidades de amadurecimento e inovação. O setor<br />
florestal brasileiro não recuou e se apresenta, como demonstram<br />
várias entidades, disposto a seguir em frente. Trazemos um panorama<br />
disso, assim como a reação dos governos internacionais.<br />
Complementamos o tema com um artigo que traz uma ferramenta<br />
eficaz para os momentos de adversidade. A edição apresenta, ainda,<br />
como o setor é fundamental para gerar emprego e renda em um país<br />
que as florestas compõem suas características naturais. E, por isso<br />
mesmo, preservar as florestas também é essencial para as futuras gerações.<br />
Uma alternativa sustentável são as Rppns (Reserva Particular<br />
do Patrimônio Natural), tema de outra reportagem desta publicação.<br />
Vamos com força e na expectativa de dias melhores, que com certeza<br />
virão. Ótima leitura!<br />
NEW CHALLENGES FOR <strong>2020</strong><br />
Covid-19 took the world by surprise and became the biggest<br />
challenge for <strong>2020</strong>. But these critical moments have also proven to<br />
be great opportunities for maturity and innovation. The Brazilian<br />
Forest Sector has not retreated and has presented itself as willing to<br />
move forward, as several entities have demonstrated. We provide an<br />
overview of this, as well as the reaction of international governments.<br />
We complement the theme with an article that suggests a useful tool<br />
for times of adversity. This issue also presents how the Sector is fundamental<br />
in generating employment and income in a country where<br />
forests make up its natural characteristics. And for that reason,<br />
preserving forests is also essential for future generations. A sustainable<br />
alternative is the Private Natural Heritage Reserve (Rppns),<br />
the subject of another story in this publication. Let’s keep going and<br />
hoping for better days. Pleasant reading!<br />
DENIS CIMAF<br />
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2<br />
Entrevista com<br />
Saulo Karvart,<br />
da Apef<br />
1<br />
DENISCIMAF.COM<br />
Capa da edição apresenta a<br />
tecnologia Denis Cimaf<br />
Covid 19: Madeira é essencial<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXII • N°<strong>217</strong> • Abril <strong>2020</strong><br />
COVID-19 Entidades do setor florestal realizam mobilizações em todo o país para reverter impactos econômicos<br />
FOREST CLEARING<br />
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TOCOS E REDUZEM RESÍDUOS COMO<br />
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3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXII - EDIÇÃO <strong>217</strong> - ABRIL <strong>2020</strong><br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Lídia Ferreira<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Ivan Tomaselli<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Fabiano Mendes<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
Gabriel Santos Ferreira<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Cartunista / Cartunist<br />
Francis Ortolan<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial<br />
Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />
Knop<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
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Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
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Ano XXII • N°216 • Março <strong>2020</strong><br />
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THE CLEANING OF FOREST AREAS<br />
PERSPECTIVAS<br />
Por Damasceno Rodrigues, silvicultor - Cuiabá (MT)<br />
Começar o ano com um bom panorama das perspectivas do<br />
setor direciona nossas ações. Parabéns pela última edição.<br />
CONTEÚDO<br />
Por Mariana Raggen, universitária - Porto Alegre (RS)<br />
Conheci a Revista via redes sociais e agora estou lendo a<br />
versão digital, gostei muito por ser um conteúdo de qualidade<br />
para quem é estudante. Já fico sabendo sobre o mercado<br />
ENTREVISTAS<br />
Por Juscelino Albuquerque, empresário - Monte Claro (MG)<br />
O que mais gosto da Revista são as entrevistas onde podemos aprofundar um<br />
tema com pessoas que são destaque no setor e entendem do que estão falando.<br />
Foto: divulgação Foto: divulgacão<br />
SELFIE<br />
ENVIE SUA FOTO COM A REFERÊNCIA FLORESTAL OU<br />
LENDO A REVISTA PARA A NOVA SEÇÃO SELFIE<br />
Mário Sérgio,<br />
aposentado<br />
de Curitiba (PR)<br />
Patrícia de Soares,<br />
dona de casa de<br />
Curitiba (PR)<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
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Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong><br />
@referenciaflorestal<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
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Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
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Charge<br />
Charge: Francis Ortolan<br />
Revista<br />
NÓS, DA EQUIPE DA REFERÊNCIA FLORESTAL, SUSPENDEMOS AS VIAGENS E A PRODUÇÃO<br />
DE MATÉRIAS REALIZADAS PRESENCIALMENTE FORA DA NOSSA SEDE PARA SEGUIR AS<br />
RECOMENDAÇÕES OFICIAIS DE COMBATE AO COVID-19. POR ISSO, NOSSOS BASTIDORES DESTA<br />
EDIÇÃO RESGATAM MOMENTOS DE REPORTAGENS REALIZADAS ANTES DA PANDEMIA<br />
Nosso fotógrafo Fabiano Mendes em<br />
ação na empresa CBI Madeira, em<br />
Capelinha (MG)<br />
Foto: Cesar Paranhos<br />
Equipe de reportagem no aeroporto Canarana,<br />
em Mato Grosso, (sim, apenas essa área e a pista<br />
compõem o aeroporto), rumo à Água Boa (MT) para<br />
reportagem na Companhia do Vale do Araguaia<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
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COLUNA<br />
O IMPACTO DA PANDEMIA<br />
NO COMÉRCIO MUNDIAL DE<br />
PRODUTOS FLORESTAIS<br />
O Covid 19, inicialmente detectado na China,<br />
gera consequências no comércio mundial de<br />
produtos florestais<br />
Ivan Tomaselli<br />
Diretor-presidente da Stcp<br />
Engenharia de Projetos Ltda<br />
Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
O setor<br />
florestal será<br />
afetado pela<br />
redução da<br />
demanda<br />
doméstica<br />
e das<br />
exportações<br />
de produtos<br />
florestais<br />
N<br />
as últimas semanas as notícias<br />
e análises tem se concentrado<br />
no avanço e no impacto da<br />
nova pandemia. O Covid 19, inicialmente<br />
detectado na China,<br />
chegou à Europa e se alastrou pelo restante do<br />
planeta, colocando em risco a saúde da população<br />
de todos os países. Quase dois milhões de<br />
pessoas já foram infectadas, e o número deverá<br />
crescer ainda mais, mesmo com isolamento e<br />
outras medidas adotadas. Além do problema<br />
de saúde pública é projetado um forte impacto<br />
na economia mundial, e a maioria dos países<br />
entrará em recessão.<br />
Com base na experiência de outros países,<br />
que já estavam sendo afetados pela pandemia,<br />
o governo nacional e dos estados adotaram, a<br />
partir de meados de março, diversas medidas<br />
para mitigar o impacto na saúde dos brasileiros.<br />
São medidas de isolamento, prevenção,<br />
organização da estrutura de saúde e outras para<br />
enfrentar o problema. Além disto o governo<br />
nacional tem adotado medidas para mitigar o<br />
impacto na economia.<br />
Independente das medidas adotadas pelo<br />
governo nacional o impacto econômico será<br />
sentido por todos, afetando pessoas, empresas<br />
e governos. A desaceleração da economia será<br />
brusca e não existem previsões claras da intensidade<br />
e amplitude da crise.<br />
O setor florestal será afetado pela redução<br />
da demanda doméstica e das exportações de<br />
produtos florestais. Alguns segmentos poderão<br />
ser menos impactados, como o de celulose e<br />
papel, mas o consumo global de produtos de<br />
madeira sólida certamente terá um grande<br />
declínio ao longo dos meses remanescentes de<br />
<strong>2020</strong>, e que poderá continuar ao longo de 2021.<br />
Embora o Brasil exporte compensados fenólicos<br />
para mais de 90 países, cinco importadores<br />
altamente afetados pela pandemia (EUA - Estados<br />
Unidos da América -, Reino Unido, Bélgica,<br />
México e Alemanha), representam quase 80%.<br />
Os EUA são responsáveis pela importação de<br />
quase 70% do nosso compensado tropical e<br />
mais de 30% do pinus serrado.<br />
As exportações de produtos florestais de<br />
valor agregado são ainda mais concentradas. Os<br />
cinco maiores importadores de pisos engenheirados<br />
representam 96% do total, 90% no caso<br />
de portas e 87% no caso de pisos acabados de<br />
madeira maciça. Somente os EUA são o destino<br />
de 78% de nossas portas de madeira, 73% dos<br />
pisos engenheirados e 60% dos pisos acabados<br />
de madeira maciça.<br />
Como já mencionado, o impacto da crise<br />
deverá ser menor para o segmento de celulose<br />
e papel (a demanda de “tissue paper” deverá<br />
continuar forte). Deverão ser menos afetadas as<br />
exportações de toras, de coníferas e folhosas,<br />
uma vez que mais de 90% destes produtos são<br />
vendidos no mercado asiático, cuja recuperação<br />
econômica será mais rápida.<br />
O quadro atual indica que em <strong>2020</strong> as exportações<br />
brasileiras de produtos de madeira<br />
sólida, muito provavelmente serão reduzidas<br />
entre 30 e 40% (em relação a 2019). Além disto<br />
deverá ocorrer uma queda na demanda doméstica<br />
e dos preços, especialmente no mercado<br />
internacional. Isto terá um forte impacto no<br />
setor florestal e a indústria nacional deverá se<br />
ajustar para uma nova realidade. Um retorno à<br />
normalidade é esperado somente para o segundo<br />
semestre do próximo ano.<br />
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Curso secagem de<br />
madeira<br />
Uma dos principais desafios para indústria da<br />
madeira continua ser a melhora nos processos de<br />
secagem e para aprimorar as técnicas a Marrari em<br />
parceria com a CPM Suporte e Battistella realizaram,<br />
durante o mês de março, o Curso de Secagem<br />
de Madeira. Com foco na questão operacional, o<br />
treinamento foi realizado durante quatro dias em<br />
Rio Negrinho (SC). Com a proposta de enfatizar<br />
a experiência, informações práticas e exemplos<br />
cotidianos e suas resoluções, o treinamento apresentou<br />
instruções detalhadas de todas as etapas<br />
do processo. Aproximadamente 35 profissionais,<br />
de empresas de várias partes do país participaram<br />
do treinamento que, primeira vez, foi sediado<br />
na Battistella. O conteúdo do Curso Secagem de Madeiras contou com a especificação de todos os itens de controle dos<br />
secadores de madeira, modelos de secadores, influências no processo, possíveis falhas e testes para detecção aplicáveis.<br />
Conduzido pelo instrutor Juan da Costa Paoli, que também é diretor da CPM Suporte, o treinamento não se restringe a<br />
usuários de um sistema ou modelo específico, podendo ser aproveitado por todos trabalhadores do setor de secagem de<br />
madeiras, pois os sistemas de automação e controle de secagem de madeiras são similares em diversos aspectos. A programação<br />
com novas turmas pode ser encontrada no site da Marrari.<br />
18 www.referenciaflorestal.com.br
Klabin adquire unidades da<br />
International Paper ano Brasil<br />
Foto: divulgação<br />
A Klabin, maior produtora e exportadora<br />
de papéis para embalagens do Brasil, anuncia a<br />
aquisição dos negócios de embalagens de papelão<br />
ondulado e papéis para embalagens da International<br />
Paper no Brasil. Com investimento de R$ 330<br />
milhões, a transação está alinhada à estratégia da<br />
Klabin de integração e ampliação da flexibilidade<br />
operacional e de produtos, expandindo o atendimento<br />
aos mercados e clientes. Hoje, as unidades<br />
de papéis para embalagens da International Paper<br />
somam capacidade de produção anual de 310 mil<br />
toneladas, já as operações de papelão ondulado<br />
têm capacidade de 305 mil toneladas por ano,<br />
com 6,6% de market share no mercado doméstico.<br />
A aquisição faz com que a Klabin passe a ter<br />
capacidade instalada de mais de 1 milhão de<br />
toneladas de embalagens de papelão ondulado<br />
por ano, com participação de mercado de 23,9%<br />
e robustece a sua consolidada posição de líder no<br />
segmento de papelão ondulado no Brasil. A empresa<br />
também amplia a sua posição de destaque<br />
de maior recicladora de papéis para embalagens<br />
e maior fabricante de papéis reciclados do Brasil,<br />
utilizados na produção do miolo do papelão ondulado,<br />
em uma cadeia totalmente integrada, o que<br />
reforça a sua responsabilidade em atuar ativamente<br />
na economia circular e gestão de resíduos<br />
sólidos no Brasil.<br />
Com os ativos obtidos, localizados em São<br />
Paulo, Goiás e Amazonas, a Klabin contará com<br />
fábricas de embalagens de papelão ondulado nas<br />
cinco regiões do Brasil, e destaca a chegada com<br />
unidade industrial ao centro-oeste, reforçando<br />
o atendimento ao setor de proteína animal, importante<br />
para a economia brasileira e com ampla<br />
vantagem competitiva no mundo. “Estamos sempre<br />
atentos às oportunidades de negócios de integração<br />
e, após um longo período de negociações, estou bastante satisfeito em anunciar essa operação, que reforça a crença<br />
no mercado brasileiro e confirma a nossa visão estratégica de longo prazo”, declara o diretor-geral da Companhia, Cristiano<br />
Teixeira.<br />
A conclusão da transação ocorrerá somente após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).<br />
A Klabin, com sólida posição de caixa e com o melhor perfil de dívida da sua história (com cerca de oito anos de prazo médio),<br />
usará recursos próprios para o pagamento e o impacto na alavancagem financeira será imaterial.<br />
Com foco em eficiência operacional, cuidado com as pessoas e o meio ambiente, a Klabin tem desenvolvido cada vez<br />
mais produtos a partir de fontes renováveis. As soluções em papel e embalagens de papelão ondulado são feitas a partir de<br />
fibras recicladas e florestas plantadas e certificadas, provenientes de fontes sustentáveis, renováveis e recicláveis. As embalagens<br />
da Klabin são certificadas por órgãos internacionais e garantem segurança e qualidade aos produtos de seus clientes.<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
19
NOTAS<br />
Reunião em prol do pinus<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
O Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos<br />
Florestais), por meio de seu Pppib (Programa<br />
Cooperativo sobre Pesquisa do Pinus no<br />
Brasil), liderou um encontro entre a Apre<br />
(Associação Paranaense de Empresas de<br />
Base <strong>Florestal</strong>), a ACR (Associação Catarinense<br />
de Empresas Florestais) e a Ageflor<br />
(Associação Gaúcha de Empresas Florestais)<br />
realizado em Curitiba (PR), na sede da Apre.<br />
O objetivo principal foi buscar o alinhamento<br />
entre as entidades, visando a otimização<br />
de ações no campo da pesquisa sobre plantações<br />
de pinus, considerando as que se<br />
encontram em curso, bem como novas propostas<br />
de interesse comum. Dessa forma,<br />
cada instituição apresentou seus projetos<br />
de pesquisa em andamento e sua visão das<br />
atuais demandas do setor de pinus em cada<br />
região. Dentre diversos temas apontados,<br />
destacaram-se necessidades de pesquisas<br />
nas áreas de nutrição florestal e no manejo<br />
integrado de pragas e doenças. Após a reunião,<br />
as associações e o Ipef estão firmando convênios e analisando as possibilidades de trabalhos em conjunto. Estiveram<br />
presentes na reunião pelas associações, o engenheiro Ailson Loper (Apre), engenheiro Mauro Murara (ACR), engenheiro<br />
Jorge Heineck (Ageflor) e engenheiro Daniel Chies (Ageflor e Madem S.A.). Participaram também o professor Mauro Valdir<br />
Schumacher (Pppib e Ufsm), a engenheira Isabel Deliberali e o professor José Otávio Brito (Ipef).<br />
Novo transmissor de consistência<br />
Um novo transmissor de consistência<br />
por micro-ondas, completamente<br />
reprojetado, para fabricantes de<br />
celulose e papel, chegou ao mercado.<br />
O Valmet MCA oferece nova eletrônica<br />
digital e medição de detecção de<br />
varredura direta, que confere maior<br />
sensibilidade de medição de desempenho<br />
e precisão que os modelos<br />
analógicos concorrentes. O novo sensor<br />
de lâmina dupla e o sensor de fluxo permitem aos fabricantes de papel e celulose instalá-lo em tubos com diâmetros maiores.<br />
Os sensores de fluxo são totalmente intercambiáveis com as instalações anteriores. Com uma aplicação mais ampla, o novo<br />
sensor de lâmina dupla também pode ser usado para medir a celulose não depurada. A atualizada sonda montada em grampo<br />
do sensor é adequada para um ambiente de muito maior condutividade da produção de celulose química. “Esta nova tecnologia<br />
de medição é um avanço em termos de desempenho e usabilidade”, diz o gerente de produtos e da linha de negócios de<br />
Automação da Valmet, Marko Heikkinen.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Estudo de qualidade da madeira<br />
No início de <strong>2020</strong>, o Pcmf (Programa Cooperativo de Melhoramento <strong>Florestal</strong>) do Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos<br />
Florestais) iniciou a coleta de materiais para estudo da qualidade da madeira e demanda nutricional, de espécies com potencial<br />
comercial. As espécies Eucalyptus amplifolia, Eucalyptus major, Eucalyptus longirostrata, Eucalyptus urophylla (controle),<br />
Corymbia citriodora, Corymbia variegata, Corymbia henryi e Corymbia torelliana foram selecionadas no projeto “Zoneamento<br />
de Espécies Potenciais” que avalia espécies e procedências de eucalipto em diferentes regiões.<br />
Para seleção foram avaliadas mais de 20 espécies, em oito experimentos em diferentes condições climáticas brasileiras.<br />
Foram selecionados locais contrastantes e com bom crescimento, sendo o primeiro experimento selecionado em Borebi (SP)<br />
da empresa Bracell e pelo menos mais um será em Minas Gerais. A coleta foi realizada em Borebi seis anos após o plantio, e<br />
a previsão é realizar a coleta do segundo experimento em Minas Gerais, até o final de <strong>2020</strong>.<br />
As características que estão sendo estudadas são, principalmente, referentes a produção de carvão, celulose e painéis.<br />
Serão geradas informações sobre anatomia, composição química, curva de deslignificação, densidade, poder calorifico,<br />
rendimento, etc. Além da demanda nutricional e biomassa na idade de corte. O trabalho conta com a parceria de pesquisadores<br />
da Ufla (Universidade Federal de Lavras), Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e Esalq/USP (Escola Superior de<br />
Agricultura “Luiz de Queiroz”), além da participação efetiva da empresa Bracell na coleta do material.<br />
O diferencial do trabalho será conhecer a qualidade da madeira e demanda nutricional de espécies diferentes das<br />
tradicionais, na idade de corte e em condições brasileiras de solo e clima. Este trabalho irá auxiliar no direcionamento dos<br />
programas de melhoramento, seja das instituições parceiras ou do Instituto.<br />
REDE EXPERIMENTAL<br />
No final de 2018, o Pcmf do Ipef iniciou a distribuição de sementes da geração avançada de Eucalyptus urophylla, para<br />
a implantação de experimentos em diversas condições edafoclimáticas do Brasil. No ano de 2019 foram implantados 11 experimentos,<br />
em seis estados. No primeiro semestre de <strong>2020</strong> estão programadas as implantações de, pelo menos, mais nove<br />
experimentos, totalizando 20 ensaios na rede experimental, alocados em oito diferentes estados brasileiros.<br />
Os experimentos fazem parte da Rede Experimental, que irá dar continuidade ao melhoramento da principal espécie<br />
da silvicultura brasileira. Esse trabalho está sendo realizado de forma cooperativa, similarmente ao realizado na geração<br />
anterior, que contou com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), descrito na publicação<br />
“Selecting for stable<br />
and productive families<br />
of Eucalyptus urophylla<br />
S.T. Blake across a country<br />
wide range of climates in<br />
Brazil”, publicado no Canadian<br />
Journal of Forest<br />
Research.<br />
Com a composição<br />
da rede experimental,<br />
será possível a realização<br />
do estudo da interação<br />
genótipos por ambientes,<br />
para verificar a necessidade<br />
da estratificação<br />
ambiental na seleção dos<br />
materiais. Assim, será<br />
possível a seleção direcionada<br />
de clones e famílias<br />
para o avanço da geração,<br />
além da obtenção de<br />
pólen para os programas<br />
de melhoramento em diferentes<br />
regiões do país.<br />
Foto: Fabiano Mendes<br />
22 www.referenciaflorestal.com.br
2000<br />
Primeiro equipamento<br />
licenciado pelo CTC<br />
Centro de Tecnologia<br />
Canavieira.<br />
2004<br />
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2010<br />
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2018<br />
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2019<br />
Lançamento<br />
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Sergomel<br />
1975<br />
Fundação por:<br />
Osvaldo Ilceu Gomes<br />
1990<br />
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NOTAS<br />
Queda de 89% no faturamento<br />
dos pequenos negócios<br />
Foto: divulgação<br />
Os primeiros dias de restrição à circulação de pessoas<br />
e isolamento social, em decorrência do Coronavírus, já<br />
atingem o equilíbrio financeiro das empresas e ameaça a<br />
sobrevivência de milhões de pequenos negócios no país.<br />
Segundo pesquisa feita pelo Sebrae, 89% das micro e<br />
pequenas empresas brasileiras já observam uma queda<br />
no seu faturamento. E 36% dos empreendedores afirmam<br />
que precisarão fechar o negócio permanentemente, em 1<br />
mês, caso as restrições adotadas até agora permaneçam<br />
por mais tempo. A pesquisa, feita entre os dias 20 e 23 de<br />
março, junto a um universo de 9.105 donos de pequenos<br />
negócios, revelou que, na média, a redução no faturamento<br />
das empresas foi de 69%. Os empresários ouvidos<br />
pelo Sebrae ressaltam que, mesmo adotando uma estratégia<br />
de venda online, o faturamento anual do negócio<br />
sofreria uma queda de 74%, caso as políticas de isolamento<br />
social sejam mantidas por um período de dois meses. Com a expressiva queda nas vendas, 54% dos empreendedores já<br />
preveem que precisarão solicitar empréstimos para manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões. E, avaliando<br />
as perspectivas da economia brasileira, 33% dos empresários entrevistados acreditam que o país deve levar um ano ou mais<br />
para voltar ao normal. As medidas de restrição ao deslocamento de pessoas já fizeram com que 42% dos empresários tomassem<br />
a decisão de fechar temporariamente o negócio e levou 26% a reduzir a jornada de trabalho da empresa.<br />
Abimci mantém agenda remota<br />
As agendas técnicas e setoriais<br />
da Abimci (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente) foram adaptadas<br />
para que aconteçam de forma<br />
remota e os trabalhos tenham continuidade<br />
durante esse período de<br />
pandemia da Covid-19. A estratégia<br />
visa respeitar as orientações dos órgãos<br />
de saúde pública. As atividades<br />
do Comitê Brasileiro da Madeira da<br />
Abnt (Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas), CB-31, que a Abimci<br />
é a entidade gestora nacional, terão<br />
continuidade de suas agendas através das suas CE (Comissões de Estudos). Em breve serão encaminhados os convites das<br />
CE´s que estão em andamento para a participação em reuniões de forma remota, através da plataforma Zoom, ferramenta<br />
oficial para realização das reuniões técnicas da Abnt. A entidade reforça o convite para que todas as empresas associadas<br />
participem das reuniões e contribuam para o avanço das normas técnicas e a consequente padronização dos produtos de<br />
madeira.<br />
Imagem: reprodução<br />
24 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Mudanças na operação<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Uma das maiores produtoras mundiais de celulose solúvel<br />
e celulose especial, a Bracell anunciou alterações na<br />
sua operação na unidade de São Paulo, onde produz papel<br />
kraft. A empresa iniciou a utilização da ferramenta Inflor Forest,<br />
que já é utilizada na unidade da Bahia. Iniciado em outubro<br />
passado, o projeto entrou em operação na primeira<br />
semana de janeiro, com a implementação dos módulos Cadastro,<br />
GIS (Sistema de Informações Geográficas) e Silvicultura.<br />
A implementação do sistema proporciona uma base<br />
de dados integrada que facilita o acesso às informações<br />
sobre dados relativos à produção florestal, favorecendo as<br />
análises gerenciais e orientando as decisões. A ferramenta,<br />
que coloca a informação na palma da mão, também reduz<br />
eventuais erros e permite o registro offline de atividades no<br />
campo. “Conseguimos encurtar o tempo desse trabalho e<br />
minimizar o esforço das equipes dedicadas a ele”, destaca o<br />
diretor da expansão florestal, Mauro Quirino.<br />
ALTA<br />
INFORMAÇÕES PRECISAS<br />
A iniciativa da Abimci (Associação Brasileira da Indústria<br />
de Madeira Processada Mecanicamente) em criar<br />
a página “Covid-19: Legislações, Medidas Econômicas<br />
e Orientações” com informações de decretos, portarias<br />
e circulares publicados pelo governo federal e pelos governos<br />
de Estados, relacionadas ao novo coronavírus,<br />
Covid-19. Sempre atualizada, a ação facilita a consulta<br />
pelas empresas do setor. O endereço abimci.com.br/<br />
publicacoes/covid-19/<br />
ABRIL <strong>2020</strong><br />
PROBLEMAS TÉCNICOS<br />
O Sisflora 2.0 (Sistema de Comercialização e Transporte<br />
de Produtos Florestais) do Mato Grosso está desatualizado<br />
e com problemas técnicos. Desde 2016, o Cipem<br />
(Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />
Madeira do Estado de Matogrosso), solicita correções<br />
da Sema (equipe Secretaria de Estado de Meio<br />
Ambiente). Entre os problemas estão dificuldade para<br />
inserir as informações para gerar uma Guia <strong>Florestal</strong><br />
e o banco de dados das espécies que tem dados que<br />
divergem entre Estado e federação. A pauta foi levantada,<br />
mais uma vez, no mês passado, em assembleia<br />
com entidades do setor mato-grossense.<br />
BAIXA<br />
26 www.referenciaflorestal.com.br
FRASES<br />
Foto: divulgação<br />
As pequenas empresas representam<br />
99% de todos os empreendimentos<br />
do país e geram mais da metade<br />
dos empregos formais. A situação<br />
provocada pela pandemia exige<br />
de todos os agentes públicos<br />
o compromisso pela busca de<br />
soluções concretas e rápidas para os<br />
problemas que essas empresas estão<br />
enfrentando no dia a dia da crise<br />
Carlos Melles, presidente do Sebrae<br />
sobre o cenário atual<br />
“O intuito é dialogar com<br />
as autoridades, demonstrar<br />
solidariedade neste momento e<br />
garantir que não falte produto de<br />
necessidade básica ao consumidor<br />
final. A indústria está em contato<br />
constante com o varejo para<br />
entender e atender à demanda. E,<br />
claro, as empresas estão colocando<br />
em planos de ação para cuidar da<br />
saúde de colaboradores e familiares<br />
Paulo Hartung, presidente da Ibá, em carta enviada aos<br />
governadores e ministros do governo federal<br />
“O setor é fonte de mais de<br />
5 mil produtos, alguns deles<br />
fundamentais para o dia a dia de<br />
todos, inclusive para proteger<br />
os profissionais de saúde (...)<br />
O setor de base florestal é<br />
essencial e não pode parar, a fim<br />
de que seus produtos não faltem<br />
à população”<br />
Luiz Ramires Jr., Presidente da Csfp (Câmara<br />
Setorial de Florestas Plantadas), em carta<br />
enviada ao governo federal<br />
Marca de<br />
Trabalho<br />
Intensivo.
ENTREVISTA<br />
Tecnologia<br />
DE PONTA<br />
State-of-the-art<br />
technology<br />
D<br />
edicado ao ensino, pesquisa e também à<br />
atuação no setor florestal, o atual presidente<br />
da Apef faz um panorama da área no<br />
Brasil, apresentando perspectivas para o<br />
crescimento das empresas, bem como, dos profissionais.<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
Saulo<br />
Karvart<br />
D<br />
edicated to teaching, research and, also to<br />
working in the Forestry Sector, the current<br />
President of the State of Paraná Association<br />
of Forest Engineers (Apef) presents an<br />
overview of the area in Brazil outlining the prospects for<br />
growth for companies and professionals.<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Presidente da Apef (Associação Paranaense dos Engenheiros<br />
Florestais) e professor da UTP (Universidade Tuiuti do<br />
Paraná) e UniBrasil<br />
President of the State of Paraná Association of Forest Engineers<br />
(Apef), and Professor at the Tuiuti University Paraná<br />
(UTP) and UniBrasil<br />
FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />
Doutorando em Economia e Política <strong>Florestal</strong> pela Ufpr,<br />
engenheiro florestal e advogado<br />
B.Sc. in Forest Engineering and Law, Ph.D. in Forest Economics<br />
and Policy, Federal University of Paraná, (Ufpr)<br />
30 www.referenciaflorestal.com.br
As pesquisas precisam de<br />
um incentivo crescente para<br />
atender às demandas de um<br />
setor em crescimento<br />
>> Nos últimos anos, foi desenvolvido pelo governo federal o<br />
Pndfp (Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas),<br />
com o objetivo de aumentar em 2 milhões de hectares a<br />
área de cultivos comerciais. Como isso impacta o setor florestal<br />
no país?<br />
Com a atividade florestal ocupando aproximadamente 1% do<br />
território nacional, o Brasil lidera o ranking mundial de produtividade<br />
florestal, possuindo 7,83 milhões de hectares plantados e<br />
sendo responsável por cerca de 6,9% do PIB Industrial nacional.<br />
O Pndfp incentiva que a atividade florestal de ponta, desenvolvida<br />
em nosso país, possa avançar e conquistar lugares de ainda<br />
mais destaque no cenário nacional e internacional, já que o setor<br />
é responsável por aproximadamente 10% da exportação relacionada<br />
ao agronegócio brasileiro.<br />
>> Como a sustentabilidade pode ser fortalecida a partir deste<br />
Plano Nacional?<br />
Em sua grande maioria, o setor florestal brasileiro está atendendo<br />
todas as diretrizes legais ambientalmente impostas, inclusive<br />
passando por processos de certificação internacional, obrigando<br />
o setor a se enquadrar entre os que mais protegem áreas naturais,<br />
representando em torno de 6 milhões de hectares destinados<br />
à conservação. O crescimento do setor deve estar atrelado<br />
também à capacidade de utilização da oferta de florestas no<br />
mercado, sendo que o Pndfp prevê incentivo ao beneficiamento<br />
desta madeira, promovendo a utilização do potencial produtivo<br />
de bens e serviços econômicos das florestas plantadas, como<br />
parte integrante da política de desenvolvimento. Verifica-se que<br />
o setor já está atento para este crescimento, realizando investimentos<br />
de médio e longo prazo para utilizar o potencial florestal<br />
das regiões de forma cada vez mais eficiente.<br />
>> Na sua visão, ainda falta incentivo governamental para a<br />
área de pesquisas florestais?<br />
O Brasil desenvolve tecnologia de ponta no setor florestal, sendo<br />
que as universidades e a Embrapa desempenham um papel fundamental<br />
no crescimento do setor de pesquisas. Entretanto, verifica-se<br />
que as pesquisas precisam de um incentivo crescente para<br />
atender às demandas de um setor em crescimento. Algumas<br />
necessidades, como a pesquisa que prevê o controle dos danos<br />
realizados pelos macacos-prego nos plantios de pinus é apenas<br />
uma das inúmeras pesquisas que precisam de mais incentivos<br />
Over the last few years, the National Plan for the Development<br />
of Planted Forests (Pndfp) has been elaborated by the<br />
Federal government, with the aim of increasing<br />
The Country leads the world ranking in forest productivity,<br />
with the forest activity occupying approximately 1% of<br />
Brazilian territory, having 7.83 million hectares planted, and<br />
accounting for about 6.9% of GDP the area of commercial<br />
crops by 2 million hectares. How does this impact the Forestry<br />
Sector in Brazil?. The Pndfp provides incentives so that the<br />
cutting-edge forest activity developed in our Country can advance<br />
and conquer even more prominence in the national and<br />
international scenario, since the Sector is responsible for approximately<br />
10% of exports related to Brazilian agribusiness.<br />
How is sustainability strengthened from this National Plan?<br />
The vast majority of the Brazilian Forestry Sector meets all<br />
environmentally imposed legal guidelines, as well as those<br />
included in the international certification processes, leading<br />
the Sector to be among those that most protect natural areas,<br />
representing around 6 million hectares destined for conservation.<br />
The growth of the Sector is also linked to the capacity to<br />
use the timber supply in the market, and as an integral part<br />
of development policy, the Pndfp provides incentives to the<br />
processing of this timber, promoting the use of the productive<br />
potential of the economic goods and services from planted<br />
forests. It can be seen that the Sector is attentive to this<br />
growth, making medium and long-term investments to use<br />
the forest potential of all regions in an increasingly efficient<br />
way.<br />
In your view, is there still a lack of government incentives for<br />
research in the forest area?<br />
Brazil has developed a state-of-the-art technology in the Forestry<br />
Sector, and universities and Embrapa have played a vital<br />
role in the growth of the research sector. However, research is<br />
needed to provide more incentives to meet the demands of a<br />
growing sector. Some needs, such as research that provides<br />
for the control of the damage done by capuchin monkeys in<br />
pine plantations, is just one of numerous studies that need<br />
more incentives to achieve results that can adapt to the environmental<br />
issues and reduce the economic damage caused to<br />
planted forests.<br />
Over the last few decades, Forestry has surpassed Extractivism<br />
in the participation of primary forest production in Brazil.<br />
In your opinion, what are the reasons for this movement?<br />
Currently, in Brazil, planted trees account for about 91% of all<br />
timber produced for industrial purposes in the Country, and<br />
the remaining 9% comes from legally managed natural forests.<br />
The use of native species ends up being very expensive,<br />
since one does not have control of the forest, as in a planted<br />
forest. Tree alignment, planting of homogeneous species,<br />
and at the same time, among other characteristics, which<br />
allow for a predictable production and planting management<br />
operations, lead to Forestry being much more commercially<br />
attractive, not to mention that the increased environmental<br />
bureaucracy created to prevent illegal deforestation ends<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
31
32 www.referenciaflorestal.com.br
PRINCIPAL<br />
PÓS-COLHEITA<br />
EFICAZ A CURTO<br />
E LONGO PRAZO<br />
Fotos: divulgação<br />
Trituradores hidráulicos<br />
de alto rendimento são a<br />
solução sustentável para<br />
manter os ciclos florestais<br />
Effective short and long-term<br />
post-harvest operations<br />
High-performance hydraulic mulchers<br />
are the sustainable solution for<br />
maintaining forest cycles<br />
34 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 35
PRINCIPAL<br />
Após-colheita é um desafio constante no setor florestal<br />
e, entre as inúmeras variáveis na operação,<br />
está também acompanhar o acelerado processo de<br />
modernização de desbastes e manter o solo fortalecido<br />
para vários replantios. A curto e longo prazo<br />
a mecanização é apontada pelos silvicultores como alternativa<br />
mais eficaz e sustentável, inclusive sendo considerada como um<br />
mercado de atuação em crescimento.<br />
A própria metodologia de colheita usada nas florestas brasileiras<br />
tem exigido novas soluções dos silvicultores. Nos métodos<br />
mais comuns no mundo, que são “corte no comprimento” CTL<br />
(cut-to-length) e o “árvore completa” FT (full-tree) realizados,<br />
em geral, com uma combinação de um harvester e um forwarder<br />
no mesmo local, os resíduos deixados podem chegar até 15 cm<br />
(centímetros) de tocos, além de uma quantidade e variedade de<br />
detritos no solo. Por isso, trituradores florestais conseguem um<br />
resultado mais preciso em menos tempo, por serem maquinários<br />
projetados para suprimir o material residual e rebaixar tocos,<br />
gerando mais segurança à operação e aos operadores.<br />
A solução mais eficiente e econômica são cabeçotes especializados<br />
acoplados a escavadeiras e veículos florestais hidráulicos<br />
para realizar a limpeza da área. A opção pode reduzir pela metade<br />
o tempo de limpeza da área, o número de pessoas usadas na<br />
operação e os acidentes durante e após a operação, conforme as<br />
especificações geológicas do local. “A tecnologia do cabeçote é de<br />
alta produtividade e qualidade no rebaixamento de toco, porém<br />
temos que ter sempre em mente o local de trabalho (solo com<br />
pedras, por exemplo) e espessura dos tocos, além da inclinação<br />
que também influenciam na produtividade”, orienta Geraldo<br />
Morcatti, da Emterr (Empresa Mineira de Terraplenagem Ltda).<br />
P<br />
ost-harvest operation is a constant challenge in the<br />
Forestry Sector and, among the numerous variables<br />
in the activity, it also follows along the modernization<br />
of accelerated thinning process and maintains<br />
the soil fortified for several replantings. In the short<br />
and long-term, mechanization is pointed out by foresters as<br />
a more effective and sustainable alternative, including being<br />
considered as a growing market.<br />
The very harvesting methodology used in Brazilian forests<br />
has required new solutions from foresters. In the most common<br />
methods in the world, “cut-to-length” and “full-tree”, in general,<br />
with a combination of a harvester and a forwarder in the same<br />
place, the residues left and stumps up to a height of 15 cm, in<br />
addition to a quantity and varieties of debris that end up mixing<br />
material that may be harmful to the soil. Therefore, forest<br />
mulchers are used to achieve a more adequate result in less<br />
time, because it is a piece of equipment designed to suppress<br />
the residual material and grind down stumps, generating more<br />
safety to the operation and operators.<br />
The most efficient and economical solution uses specialized<br />
heads coupled to excavators and hydraulic mulchers to perform<br />
area cleaning. This option halves the area cleaning time, and<br />
reduces the number of people employed in the operation and<br />
accidents during and after the operation, according to the geological<br />
specifications of the site. “The head technology provides<br />
high productivity and quality in the stump grinding, but we must<br />
A solução mais eficiente e<br />
econômica são cabeçotes<br />
especializados acoplados<br />
a escavadeiras e veículos<br />
florestais hidráulicos para<br />
realizar a limpeza da área<br />
36 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 37
38 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 39
ECONOMIA<br />
Florestas brasileiras<br />
GERAM R$ 73 BILHÕES EM RENDA<br />
Fotos: divulgação<br />
40 www.referenciaflorestal.com.br
Cerca de 60% do território nacional<br />
é coberto por mata, o que equivale a<br />
500 milhões de hectares<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
41
ECONOMIA<br />
E<br />
m todo o mundo, a data de 21 de março<br />
marcou o Dia Internacional das Florestas,<br />
criada para conscientizar a população sobre a<br />
importância das florestas para a manutenção<br />
da vida em todo o planeta. Para o Brasil a<br />
comemoração é importante por dois motivos: abrigar a<br />
segunda maior área de florestas do mundo e pela geração<br />
econômica do setor.<br />
Além dos números grandiosos, as florestas brasileiras<br />
são importantes em diversos aspectos como ambientais,<br />
culturais, sociais e econômicos. Temos hoje cerca de 60%<br />
do território nacional, ou seja, 500 milhões de hectares<br />
cobertos por floresta. Desse total, 255 milhões de hectares<br />
são destinados a unidades de conservação públicas<br />
municipais, estaduais e federais.<br />
Ao longo das últimas décadas a economia florestal<br />
se consolidou como um relevante segmento econômico<br />
internacional e fundamental para o desenvolvimento sustentável.<br />
No Brasil, o desenvolvimento econômico baseado<br />
em florestas contribui com R$73 bilhões em geração<br />
de renda e com cerca de 3,4 milhões de empregos diretos<br />
e indiretos.<br />
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
Um dos pilares do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) é<br />
o desenvolvimento sustentável, a conservação da floresta<br />
nativa, a recuperação produtiva de áreas desmatadas e o<br />
incentivo a florestas plantadas.<br />
Para o diretor-geral do SFB, Valdir Colatto, “o Brasil<br />
tem instrumentos para intensificar a agenda de conservação<br />
das florestas com o viés do desenvolvimento<br />
sustentável. O potencial é grande nesse sentido como a<br />
produção de fibras, de energias renováveis, de celulose,<br />
manejo sustentável das florestas nativas para a produção<br />
madeireira e não madeireira e, assim, fortalecendo uma<br />
economia de base renovável e sustentável.”<br />
Colatto ressalta ainda que “o Brasil pretende aumentar<br />
a área de florestas plantadas, que hoje ocupam 1,2%<br />
do território nacional, para 12 milhões de hectares até<br />
2030, uma vez que vêm ocupando maior espaço e importância<br />
na economia brasileira.” Os atuais 10 milhões de<br />
hectares de florestas plantadas são responsáveis por 90%<br />
da madeira usada no país e exportada, além de representar<br />
a terceira commodities de exportação do país.<br />
O diretor de Pesquisa e Informações Florestais do SFB,<br />
Joberto de Freitas, acredita que “é sempre importante<br />
comemorar o Dia Internacional das Florestas informando<br />
a sociedade sobre os avanços e desafios relacionados às<br />
suas florestas.”<br />
“O país tem avançado nos últimos anos em construir<br />
instituições fortes, políticas de conservação e uso das<br />
florestas, assim como de combate ao desmatamento e à<br />
exploração ilegal de madeira. Os desafios à frente são relacionados<br />
à inclusão crescente das florestas na economia<br />
do país e de promoção do manejo florestal sustentável,<br />
seja de florestas naturais ou plantadas, na propriedade<br />
rural privada. A economia florestal deve chegar ao nível<br />
local, por uma ação coordenada de políticas públicas que<br />
conciliem a produção florestal com as florestas em pé”,<br />
finalizou Joberto.<br />
HISTÓRIA<br />
Em 1971, a FAO (Organização das Nações<br />
Unidas para a alimentação e Agricultura)<br />
estipulou o dia 21 de março como o Dia<br />
Internacional das Florestas para conscientizar<br />
a população sobre a importância das florestas<br />
para a manutenção da vida em todo o<br />
planeta. A data marca o início da primavera no<br />
hemisfério norte.<br />
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ESPÉCIE<br />
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SERINGUEIRA<br />
A FONTE DA<br />
BORRACHA NATURAL<br />
Fotos: divulgação<br />
Conforme o manejo<br />
utilizado, a planta<br />
poderá produzir<br />
economicamente<br />
de 20 a 30 anos<br />
Aseringueira, pertencente ao gênero Hevea, da<br />
família Euphorbiaceae, que possui a Hevea<br />
brasiliensis, como a espécie mais importante<br />
do gênero. Hevea brasiliensis é uma planta de<br />
ciclo perene, de origem tropical, cultivada e<br />
utilizada de modo extrativo, com a finalidade de produção<br />
de borracha natural. A partir da saída de seu habitat passou<br />
a ser cultivada em grandes monocultivos, principalmente<br />
nos países asiáticos.<br />
No Brasil, seu cultivo obteve grande sucesso nas regiões<br />
sudeste, centro-oeste, na Bahia e mais recentemente no<br />
oeste do Paraná. Ela também recebe os nomes populares<br />
de seringa, seringa-verdadeira, cau-chu, árvore-da-borracha,<br />
seringueira-preta (AC), seringueira-branca, seringueira-<br />
-rosada, seringueira-legítima<br />
ASPECTOS ECOLÓGICOS<br />
A seringueira é uma planta semidecídua, heliófita ou<br />
esciófita, característica da Floresta Amazônica nas margens<br />
de rios e lugares inundáveis da mata de terra firme. Ocorre<br />
preferencialmente em solos argilosos e férteis da beira<br />
de rios e várzeas. Trata-se de uma planta rústica, perene,<br />
adaptável a grande parte do território nacional, sendo uma<br />
espécie arbórea de rápido crescimento.<br />
MORFOLOGIA<br />
É uma árvore de hábito ereto, podendo atingir 30 m<br />
(metros) de altura total sob condições favoráveis, iniciando<br />
aos 4 anos a produção de sementes, e aos 6-7 anos (quando<br />
propagada por enxertia) a produção de látex (borracha).<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
45
ESPÉCIE<br />
A árvore pode atingir 30 m<br />
de altura total sob condições<br />
favoráveis, iniciando aos 4<br />
anos a produção de sementes,<br />
e aos 6-7 anos a produção de<br />
látex (borracha)<br />
Seu tronco varia entre 30-60 cm (centímetros) de diâmetro.<br />
A casca é o principal componente do tronco da Hevea brasiliensis,<br />
responsável pela produção de látex, transporte<br />
e armazenamento de assimilados produzidos na folha.<br />
Além dos vasos laticíferos, acham-se na casca, próximo ao<br />
câmbio, os tubos crivados, as células parenquimatosas e os<br />
raios medulares. Dados da literatura sugerem a existência<br />
de uma relação positiva entre o diâmetro dos tubos crivados<br />
e a produção de látex, clones de seringueira com elevada<br />
produção de borracha apresentaram tubos crivados com<br />
diâmetro acima de 40 cm.<br />
O desenvolvimento das raízes da seringueira está diretamente<br />
relacionado às condições físicas ideais do solo,<br />
como boa aeração, drenagem e retenção de umidade adequada,<br />
permitindo maior exploração do sistema radicular<br />
da planta por volume de solo.<br />
CLIMA<br />
A Hevia brasiliensis é uma cultura originária de região<br />
de clima tropical e úmido, abrangendo áreas com temperatura<br />
média de 25oC (Graus Celsius) e pluviosidade média<br />
de 2000 mm. Para produção, o regime pluviométrico anual<br />
favorável varia entre 1300 a 3.000 mm (milímetros), com<br />
chuvas distribuídas uniformemente durante todo o ano.<br />
Deve-se evitar o plantio em locais com temperatura média<br />
anual abaixo de 20oC e umidade excessiva por proporcionarem<br />
condições ideais à incidência de doenças que limitam<br />
a cultura.<br />
ASPECTOS SILVICULTURAIS<br />
A época de plantio mais favorável é no início da estação<br />
das águas, utilizando mudas de raiz nua para evitar formação<br />
de bolsões de ar. O ideal é plantar 500 árvores por hectare<br />
em espaçamento de 7 a 8 m, entre as linhas de plantio<br />
e 2,5 a 3,0 m entre as plantas na linha. Plantar em nível<br />
mantendo o solo vegetado no período das chuvas para controle<br />
das erosões. As covas devem possuir as dimensões de<br />
0,4 x 0,4 x 0,5 m com uso da cavadeira ou em sulcos.<br />
A seringueira é uma planta perene, que dependendo<br />
do manejo utilizado poderá produzir economicamente por<br />
20 a 30 anos necessitando de um correto programa de<br />
adubação em todas as fases de seu desenvolvimento a fim<br />
de evitar desequilíbrios nutricionais com sérios prejuízos na<br />
produção de látex. Segundo Guha (1969), para a definição<br />
do manejo adequado dos seringais, torna-se imprescindível<br />
o conhecimento dos solos, especificamente para cada clone<br />
implantado e para cada classe de solo.<br />
CRESCIMENTO E PRODUÇÃO<br />
Quando a exploração do látex não é mais viável, as<br />
árvores apresentam uma circunferência de 100 - 110 cm (a<br />
125 cm acima do solo), sendo aptas para corte aproximadamente<br />
200 árvores/ha (hectares), com uma produção de 1<br />
m³ (metros cúbico) de madeira/árvore.<br />
A produtividade normal de látex varia com o clone e<br />
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PRODUÇÃO<br />
Mobilização para<br />
reverter impactos<br />
gerados pelo<br />
COVID-19<br />
Fotos: divulgação<br />
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Entidades buscam alternativas<br />
economicamente sustentáveis para<br />
reduzir prejuízos ao setor florestal<br />
O<br />
s impactos gerados pela pandemia do<br />
Covid-19 (Coronavírus) são inegáveis<br />
a curto, médio e longo prazo, em diferentes<br />
setores. Cientes das prioridades<br />
e recomendações oficiais dos órgãos<br />
de saúde, entidades representativas do setor florestal<br />
iniciaram uma série de mobilizações em todo o país<br />
para combater as consequências econômicas e manter<br />
as atividades do setor.<br />
Com atuação em mais de 1000 municípios e fábricas<br />
e áreas florestais espalhadas em quase todos<br />
os Estados brasileiros, o setor é fonte de mais de 5<br />
mil produtos, alguns deles fundamentais para o dia a<br />
dia de todos, inclusive para proteger os profissionais<br />
de saúde, informa Paulo Hartung, presidente executivo<br />
da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), em um<br />
comunicado oficial. De acordo com ele, em hospitais<br />
a celulose e a celulose solúvel são matérias-primas<br />
de máscaras cirúrgicas, vestimentas, colchões, entre<br />
outros. Além disso, papéis de imprimir e escrever são<br />
importantes para receituários, formulários, bem como<br />
em equipamentos médicos que usam aço, o setor está<br />
presente com o carvão vegetal. “Seguimos trabalhando<br />
para não faltar produtos de cuidados pessoais nas<br />
casas dos brasileiros, como papel higiênico, fraldas infantis<br />
e geriátricas, lenços umedecidos, papel toalha,<br />
detergente, entre outros”, declarou.<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
49
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Abril <strong>2020</strong> 51
SUSTENTABILIDADE<br />
NÚMERO DE RPPNS’S<br />
DOBRA EM QUASE<br />
15 ANOS<br />
52 www.referenciaflorestal.com.br
Rppns’s (Reserva Particular do Patrimônio<br />
Natural) é uma alternativa sustentável para<br />
as florestas brasileiras<br />
Por Lídia Ferreira<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
53
SUSTENTABILIDADE<br />
Após 14 anos do Decreto nº 5.746, que regulamentou<br />
os procedimentos de criação, gestão<br />
e manejo das Rppn’s (Reservas Particulares do<br />
Patrimônio Natural), o Brasil teve um aumento<br />
estimado em quase 120% o número de áreas<br />
protegidas através da iniciativa dos proprietários particulares,<br />
uma estratégia considerada, por vários países, sustentável<br />
pela geração de renda aliada a garantia dos recursos naturais<br />
a futuras gerações.<br />
Integrante do Snuc (Sistema Nacional de Unidade de<br />
Conservação), mecanismo instituído por meio da Lei nº 9.995,<br />
de julho de 2000, as Rppn’s tem sido motivo de interesse<br />
progressivo no Brasil tanto por proprietários de florestas<br />
particulares, quanto por ambientalistas e especialistas. Em<br />
2006, o País possuía 714 reservas, o que corresponde a 530<br />
mil hectares de área de florestas particulares instituídas como<br />
Rppn. Até março de <strong>2020</strong>, o total é de 1.567 reservas que,<br />
juntas, conservam 890.459,34 hectares de áreas naturais em<br />
todos os biomas brasileiros, conforme dados da Confederação<br />
Nacional de Rppns.<br />
Os estados com mais reservas são Minas Gerais, Paraná e<br />
Rio de Janeiro, mas não há dados detalhados de cada região.<br />
De acordo o IcmBio (Instituto Chico Mendes de Conservação<br />
da Biodiversidade), órgão federal que apresenta as diretrizes<br />
para criação desta modalidade, a Rppn pode ser criada por<br />
pessoas físicas ou jurídicas, proprietárias de imóveis rurais<br />
ou urbanos com potencial para a conservação da natureza.<br />
Entre os critérios iniciais estão possuir uma área, de qualquer<br />
tamanho, que abrigue espécies de fauna e flora raras e ameaçadas<br />
de extinção ou locais com importância significativa para<br />
o ecossistema da região onde está localizada. Além disso,<br />
é essencial o compromisso dos proprietários em manter a<br />
preservação e o uso sustentável dos recursos naturais. “Não<br />
houve grandes dificuldades para a criação, o processo é longo<br />
e burocrático, mas criar uma Rppn é uma decisão acessível e<br />
recompensadora. Foram necessárias poucas adequações. A<br />
Rppn Itáytyba foi criada em uma área extensa e muito preservada.<br />
Uma das atividades mais onerosas foi cercar mais de<br />
10 milhões de metros quadrados (1.090 hectares) de reserva,<br />
entre florestas, savanas, rochas e corpos d’água”, ressalta o<br />
sócio-diretor do hotel Itáytyba Ecoturismo, Carlos Eduardo<br />
Arnt Ramos, localizada no Paraná.<br />
Como Rppn, uma área pode ser utilizada para a realização<br />
de atividades de pesquisas científicas e visitação com<br />
objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme<br />
previsto no seu plano de manejo, sendo possível gerar renda<br />
econômica. O proprietário da Rppn conta com uma série de<br />
benefícios, como isenção do ITR (Imposto sobre a Propriedade<br />
Territorial Rural); prioridade na análise dos projetos pelo<br />
Fnma (Fundo Nacional do Meio Ambiente); preferência na<br />
análise de pedidos de concessão de crédito agrícola junto<br />
às instituições oficiais de crédito; além de possibilidades de<br />
54 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 55
TECNOLOGIA<br />
56 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 57
TECNOLOGIA<br />
MONITORAMENTO<br />
o ano inteiro<br />
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Planos de Manejo <strong>Florestal</strong> nas áreas sob<br />
concessão florestal serão monitorados<br />
através de imagens de radar<br />
Fotos: divulgação<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
59
TECNOLOGIA<br />
I<br />
magens de radar serão utilizadas para detecção,<br />
mapeamento e monitoramento de extração seletiva<br />
de madeira nos Planos de Manejo <strong>Florestal</strong><br />
nas áreas sob concessão florestal. A iniciativa, bem<br />
como a metodologia a ser desenvolvida, faz parte<br />
de um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) assinado entre<br />
o SFB ( Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) e o Censipam (Centro<br />
Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia)<br />
no último mês de março.<br />
O ACT foi assinado por meio do SEI (Sistema Eletrônico<br />
de Informações), terá validade de 5 anos e ainda prevê a<br />
capacitação e transferência de conhecimento através de<br />
treinamentos e missões conjuntas de campo entre os técnicos<br />
das duas instituições envolvidas.<br />
O uso de tecnologias pelo Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro<br />
tem sido diferencial para fazer a gestão dos recursos florestais<br />
brasileiros. No entanto, as tecnologias de acesso<br />
franqueado não têm permitido o monitoramento contínuo<br />
da atividade de exploração seletiva de madeira por causa<br />
da escassez de recursos humanos e de infraestrutura adequada<br />
para realizar o processamento de imagens via satélite<br />
em grandes áreas. Essas imagens, usadas atualmente<br />
pelo Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro, possuem resolução espacial<br />
média a baixa, variando entre 5m e 30m (metros).<br />
A utilização de imagens óticas para a detecção de exploração<br />
seletiva fica bastante comprometida por causa<br />
da intensa cobertura de nuvens na região amazônica. Em<br />
2018, não foi possível fazer nenhuma imagem da Flona<br />
de Caxiuanã sem cobertura de nuvens, o que impediu a<br />
entidade de avaliar remotamente a exploração seletiva de<br />
madeira nesta área.<br />
Para o gerente de Monitoramento da Diretoria de<br />
Concessão <strong>Florestal</strong> e Monitoramento do Serviço <strong>Florestal</strong><br />
Brasileiro, José Humberto Chaves, “o sucesso no uso desta<br />
tecnologia vai permitir o monitoramento da extração<br />
seletiva da madeira em qualquer época do ano e região<br />
da Amazônia, criando condições de automação de alertas<br />
e trazendo economia no processo de monitoramento de<br />
campo.”<br />
PARCERIA<br />
Esse ACT não prevê transferência de recursos ou obrigações<br />
financeiras entre as instituições envolvidas. Ao Ser-<br />
O acordo terá validade de 5 anos<br />
e prevê a capacitação técnica<br />
nas entidades envolvidas<br />
60 www.referenciaflorestal.com.br
INTERNACIONAL<br />
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MADEIRA<br />
É PRODUTO ESSENCIAL<br />
Fotos: divulgação<br />
A Argentina, EUA (Estados Unidos da<br />
América), Itália, Canadá, Chile declararam a<br />
indústria de madeira, papel e celulose como<br />
fundamental na luta contra o Coronavírus<br />
O<br />
Departamento de Segurança Interna dos<br />
Estados Unidos declarou os produtos da<br />
indústria da madeira como uma “força de<br />
trabalho essencial”, apoiando a distribuição<br />
de produtos florestais, incluindo papel e<br />
outros produtos derivados da madeira, como a celulose.<br />
A Itália, que concedeu um prazo de 72h (horas) para<br />
todas as empresas consideradas “não essenciais” fecharem<br />
suas fábricas e a indústria de papel pode permanecer<br />
aberta. Em Ontário (Canadá), eles garantem a continuidade<br />
global de produtos florestais, como celulose, papel e<br />
madeira (a biomassa também é citada).<br />
No Chile, serão concedidas condutas seguras, buscando<br />
garantir serviços essenciais, o fornecimento e a distri-<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
63
INTERNACIONAL<br />
buição de bens e serviços básicos, como empresas agroalimentares,<br />
produtores florestais e agrícolas e produtores<br />
de papel e celulose, papelão e produtos derivados.<br />
Na Argentina, o Ministério do Trabalho, Emprego e<br />
Seguridade Social da Argentina emitiu uma resolução para<br />
garantir que o afluxo de pessoas no transporte público diminua,<br />
assim a indústria de alimentos, sua cadeia produtiva<br />
e produtos de higiene pessoal e de limpeza continuarão<br />
a operar listado como essencial. Produtos tão variados<br />
quanto os fabricados a partir de celulose, bem como todos<br />
os lenços de papel para higiene e cuidados pessoais, como<br />
papel higiênico, lenços descartáveis, toalhas absorventes,<br />
toalhas femininas e fraldas. Além disso, papel e papelão<br />
- que também contam com celulose como matéria-prima<br />
- são usados para fazer caixas de remédios ou recipientes<br />
básicos de alimentos, uma vez que a biomassa é uma fonte<br />
de energia.<br />
MEDIDAS CONTRA A CRISE<br />
O efeito do novo coronavírus sobre a economia mundial<br />
já levou, ao menos, 45 países a agir para tentar conter<br />
os impactos sobre o emprego e a renda da população.<br />
Levantamento feito pelo Findes/Ideies mostra que o Reino<br />
Unido, por exemplo, está adiando o próximo trimestre de<br />
pagamentos de IVA, o que equivale a injetar £ 30 bilhões<br />
na economia.<br />
O Chile, suspendeu pagamentos mensais do imposto<br />
de renda corporativo pelos próximos três meses, o adiamento<br />
do pagamento do IVA pelos próximos 3 meses para<br />
todas as empresas com vendas inferiores a 350 mil UF e a<br />
antecipação da devolução de imposto de renda para PME<br />
(Pequenas e Médias Empresas).<br />
A preocupação nesses países, além da preservação da<br />
saúde da população com medidas de isolamento social, é<br />
que a redução da atividade econômica pode resultar em<br />
demissões em massa de trabalhadores, com queda na<br />
O efeito do novo coronavírus<br />
sobre a economia mundial já<br />
levou, ao menos, 45 países<br />
a agir para tentar conter os<br />
impactos sobre o emprego e<br />
a renda da população<br />
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PESQUISA<br />
MANEJO DA DENSIDADE<br />
DE PLANTAS DURANTE<br />
A PRODUÇÃO DE<br />
MUDAS EM<br />
VIVEIRO<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
Experimento foi<br />
conduzido por meio<br />
da produção de<br />
mudas seminais<br />
de um híbrido de<br />
Eucalyptus urophylla<br />
x Eucalyptus grandis<br />
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Abril <strong>2020</strong> 67
PESQUISA<br />
JÚLIO CÉZAR TANNURE FARIA<br />
ENGENHEIRO FLORESTAL, MSC., DOUTORANDO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO<br />
EM ENGENHARIA FLORESTAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS<br />
DALILA ARAÚJO LOPES<br />
ENGENHEIRA FLORESTAL, MESTRANDA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS E<br />
FLORESTAIS, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, INSTITUTO DE FLORESTAS<br />
GUSTAVO BASTOS LYRA<br />
METEOROLOGISTA, DR., PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E FLORESTAIS,<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, INSTITUTO DE FLORESTAS<br />
HYRANDIR CABRAL DE MELO<br />
ENGENHEIRO AGRÔNOMO, DR., PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA,<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS<br />
LUCAS AMARAL DE MELO<br />
ENGENHEIRO FLORESTAL, DR., PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS,<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS<br />
RESUMO<br />
O<br />
objetivo do estudo foi otimizar a densidade<br />
de plantas em canteiro durante a<br />
produção de mudas em tubetes. Para isso,<br />
o experimento foi conduzido por meio da<br />
produção de mudas seminais de um híbrido<br />
de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis, composto<br />
por sete tratamentos e quatro repetições de 70 plantas<br />
por parcela. Cada tratamento consistiu na redução da densidade<br />
de mudas no canteiro pela metade em diferentes<br />
momentos durante o processo de produção. As mudas<br />
foram produzidas em tubetes de polipropileno com 55 cm³<br />
(centímetros cúbicos) de capacidade volumétrica. As reduções<br />
de densidade foram realizadas aos 30, 45, 60, 75, 90,<br />
105 ou 120 dias após a semeadura. A fim de ter subsídios<br />
para otimizar o manejo da densidade de plantas durante<br />
a produção de mudas, foram conduzidas determinações<br />
do índice de área foliar aos 100 dias após a semeadura e,<br />
foram realizadas avaliações das características altura da<br />
parte aérea, diâmetro do coleto, relação altura/diâmetro,<br />
massa seca da parte aérea, massa seca do sistema radicular,<br />
massa seca total, relação massa seca aérea/radicular<br />
e índice de Dickson de 20 plantas por parcela, ao fim do<br />
ciclo de produção, aos 120 dias. Com base nos resultados,<br />
verifica-se que a redução da densidade realizada em diferentes<br />
momentos altera as características de crescimento<br />
das mudas, e que, considerando um ciclo de produção de<br />
120 dias, recomenda-se a redução da densidade pela metade<br />
entre os 60 e 75 dias após a semeadura, uma vez que<br />
para todas as características avaliadas, este foi o intervalo<br />
de tempo que propiciou melhores características às mudas<br />
produzidas.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A partir dos anos 2000, o crescimento da demanda<br />
por produtos florestais direcionou a área de silvicultura a<br />
desenvolver e aperfeiçoar técnicas que ampliem sua produtividade<br />
econômica/ambiental (Xavier; Silva, 2010). No<br />
Brasil, a maior parte dos produtos de origem silvicultural é<br />
oriunda dos povoamentos florestais do gênero Eucalyptus.<br />
A grande escala de produção do Eucalyptus sp. na composição<br />
de povoamentos florestais no país ocorre devido<br />
ao crescimento das demandas nos setores industriais do<br />
segmento de papel e celulose, associado as suas características<br />
desejáveis de produção, como rápido crescimento,<br />
boa adaptabilidade às condições edafoclimáticas, que proporcionam<br />
ciclos de corte curtos quando comparado com<br />
68 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 69
70 www.referenciaflorestal.com.br
Abril <strong>2020</strong> 71
AGENDA<br />
AGENDA<strong>2020</strong>/2121<br />
JUNHO<br />
<strong>2020</strong><br />
Imagem: reprodução<br />
GALIFOREST ABANCA<br />
25 a 27<br />
Boqueixón (Espanha)<br />
http://www.galiforest.com/<br />
SETEMBRO<br />
<strong>2020</strong><br />
JUNHO<br />
<strong>2020</strong><br />
GALIFOREST ABANCA<br />
Monográfico <strong>Florestal</strong> Internacional para el Sur de Europa<br />
Galiforest é um salão especializado no setor florestal que<br />
tem como objetivo servir de cenário para o intercâmbio<br />
de conhecimentos entre profissionais e potenciar a inovação<br />
e oportunidades de negócio entre as empresas do<br />
setor. Novidades e tendências em exploração florestal e<br />
aproveitamento da biomassa são os destaques.<br />
Feicon Batimat<br />
15 a 18<br />
São Paulo (SP)<br />
https://www.feicon.com.br/<br />
Florestas Online <strong>2020</strong><br />
19 a 23<br />
(MT)<br />
www.florestasonline.com.br<br />
OUTUBRO<br />
<strong>2020</strong><br />
NOVEMBRO<br />
<strong>2020</strong><br />
TALENTO FLORESTAL<br />
Maior evento de programas de estágio do setor florestal<br />
brasileiro chega à sua segunda edição com o objetivo<br />
de integrar os melhores estudantes com as principais<br />
empresas do setor. Os alunos dos principais cursos de<br />
Engenharia <strong>Florestal</strong> mais bem ranqueados pelo MEC<br />
são selecionados para conhecer o trabalho desenvolvido<br />
por renomadas empresas de base florestal.<br />
Imagem: reprodução<br />
72 www.referenciaflorestal.com.br
Disco de corte para Feller<br />
AGENDA<strong>2020</strong>/2021<br />
• Discos de corte com encaixe para<br />
utilização de até 18 ferramentas<br />
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de acordo com o padrão da máquina<br />
NOVEMBRO<br />
<strong>2020</strong><br />
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Talento <strong>Florestal</strong><br />
17 a e 19<br />
Curitiba (PR)<br />
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• Discos de corte para Feller<br />
conforme modelo ou amostra<br />
• Discos especiais<br />
• Pistões hidráulicos<br />
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SETEMBRO<br />
2021<br />
Simpos 2021<br />
23 a 25<br />
Curitiba (PR)<br />
https://simpos<strong>2020</strong>.galoa.com.br/<br />
Abril <strong>2020</strong><br />
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ESPAÇO ABERTO<br />
Foto: divulgação<br />
Accountability:<br />
A COMPETÊNCIA<br />
PARA CRISE<br />
Por Sérgio Ferreira,<br />
Consultor de gestão, palestrante, mentor de<br />
executivos e conselheiro formado pelo Ibgc. Foi<br />
executivo da Cargill, Michelin, Case New Holland,<br />
Nissan e Chrysler<br />
Foto: divulgação<br />
Por que será que em momentos<br />
de crise algumas empresas,<br />
muitas vezes da mesma indústria,<br />
conseguem obter sucesso,<br />
enquanto a maioria padece?<br />
74 www.referenciaflorestal.com.br<br />
N<br />
ão é segredo ou novidade que estamos vivendo um<br />
momento de crise, por isso essa não será a pauta deste<br />
artigo. Não vou falar sobre a crise, mas sim sobre<br />
a forma como nós, gestores, reagimos, seja ela uma<br />
crise macroeconômica, como a que estamos enfrentando<br />
ou até mesmo uma crise na sua empresa ou departamento.<br />
Por que será que em momentos de crise algumas empresas,<br />
muitas vezes da mesma indústria, conseguem obter sucesso, enquanto<br />
a maioria padece?<br />
O grande diferencial destas empresas, entre outros fatores, é a<br />
presença de uma liderança accountable. Como Stephen Covey diz,<br />
nós não somos resultado das circunstâncias, mas sim resultado das<br />
nossas decisões. São em momentos de crise, como os que estamos<br />
vivendo, que conseguimos diferenciar com facilidade os gestores<br />
que são ou não accountable com base nas suas decisões e nas ações<br />
da sua equipe.<br />
Accountability é uma virtude do ser humano, uma palavra que,<br />
infelizmente, não tem tradução direta para o português, mas significa<br />
pegar para si a responsabilidade e gerar respostas com resultados.<br />
Portanto, um gestor accountable é aquele que em um momento de<br />
crise não deposita as responsabilidades pelos seus resultados nas<br />
condições externas (ou pior ainda, na sua equipe!), é aquele que<br />
decide inovar, fazer diferente, ousar e mesmo na crise alcançar e<br />
superar suas metas.<br />
O gestor, para superar uma crise, independente do seu tamanho<br />
e impacto, precisa desenvolver a sua Accountability Pessoal e disseminar<br />
essa virtude entre os membros da sua equipe. Um gestor e<br />
uma equipe accountable são capazes de superar todos os tipos de<br />
crise, pois sua postura é sempre a de buscar caminhos para gerar resultados<br />
e não desculpas para se esquivar da responsabilidade.<br />
Pode até parecer óbvio quando dito em um texto que devemos<br />
assumir a responsabilidade e buscar maneiras de gerar resultados,<br />
no lugar de apontar culpados e gerar desculpas. Porém, na prática<br />
isso não acontece, afinal, o que mais ouvimos nos corredores das<br />
empresas são desculpas e pessoas transferindo a culpa dos resultados<br />
ruins para o momento de crise.<br />
O primeiro passo para virar o jogo e iniciar o processo de desenvolvimento<br />
de uma Cultura de Accountability é eliminar o hábito de<br />
dar e aceitar desculpas. Os gestores precisam ser exemplo de conduta,<br />
não dar e não aceitar desculpas da sua equipe.<br />
Eliminar o hábito de dar desculpas não é uma missão simples<br />
ou fácil, porém, é necessária. Imagine sua equipe investindo a mesma<br />
energia que gasta para desenvolver desculpas ou para buscar<br />
culpados para gerar soluções? Frases como: “Eu não sabia”, “Não é<br />
a minha função”, “Já estava assim quando cheguei” não devem ser<br />
toleradas, e sim substituídas por análises, como: “O que eu poderia<br />
fazer?”, “Como posso mudar ou melhorar isso?”, “Como posso ajudar?”,<br />
entre outras.<br />
A transformação deve começar pelo gestor e ser disseminada<br />
para sua equipe. Estamos em um momento mais do que oportuno<br />
para rever a nossa postura frente a crise e buscar na adversidade<br />
maneiras de nos superarmos e atingirmos resultados excepcionais.<br />
E você, de qual lado está: dos que culpam a crise ou dos que<br />
buscam alternativas para conquistar resultados?
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