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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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mais efetiva. Na verdade, a raiva pode ser completamente

interrompida se a informação que visa esvaziá-la vier antes que

se dê vazão a ela.

O poder da compreensão no esvaziamento da ira é

demonstrado em outra das experiências de Zillmann, em que

um auxiliar grosseiro (um “cúmplice”) insultou e provocou

voluntários que pedalavam uma bicicleta ergométrica. Quando

foi dada aos voluntários a oportunidade de revidar o insulto e a

provocação do auxiliar (mais uma vez, fazendo uma avaliação

que eles julgavam seria usada para decidir sua candidatura a

um emprego), eles o fizeram com furiosa alegria. Mas, numa

outra versão do experimento, outra “cúmplice” entrou depois de

os voluntários terem sido provocados, e pouco antes que

revidassem; ela disse ao auxiliar que fosse atender o telefone, lá

no final do corredor. Ao sair, ele fez uma observação sarcástica

para ela também. Mas ela levou a coisa numa boa, explicando,

depois que o homem saiu, que ele se achava sob uma terrível

pressão, devido aos exames finais. Depois disso, os irados

voluntários, quando tiveram a oportunidade de revidar,

preferiram não fazê-lo; em vez disso, manifestaram

solidariedade diante de sua dificuldade.

Essa informação atenuante permite uma reavaliação dos fatos

que causaram a raiva. Mas há o momento exato para deter essa

escalada. Zillmann constata que ela funciona bem em níveis

moderados de raiva; em níveis altos, não faz diferença, por

causa do que ele chama de “incapacitação cognitiva” — em

outras palavras, as pessoas não mais podem pensar direito.

Depois que já estão com muita raiva, descartam a informação

atenuante com um “Mas que pena!” ou “Quanta baboseira”,

como observou delicadamente o pesquisador.

Ficando frio

Certa vez, quando eu tinha uns 13 anos, num acesso

de raiva, saí de casa jurando que nunca mais retornaria.

Era um bonito dia de verão e fui bem longe por entre

belas alamedas, até que, aos poucos, a quietude e a

beleza me acalmaram e tranqüilizaram e, após

algumas horas, voltei arrependido e quase derretido.

Desde então, quando estou furioso, faço isso se possível,

e acho que é o melhor remédio.

A história é de um participante de um dos primeiros estudos

científicos sobre a raiva, feito em 1899.6 Ainda permanece

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