Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
de serem eficientes em suas vidas, dominando os hábitos mentaisque fomentam sua produtividade; as que não conseguem exercernenhum controle sobre sua vida emocional travam batalhasinternas que sabotam a capacidade de concentração no trabalhoe de lucidez de pensamento.UM TIPO DIFERENTE DE INTELIGÊNCIAPara um observador casual, Judy, de 4 anos, pode parecerdeslocada entre os coleguinhas mais gregários. Retrai-se na horadas brincadeiras, ficando mais de fora do que mergulhando nosjogos. Mas Judy é, na verdade, uma perspicaz observadora dapolítica social praticada em sua turma no pré-primário. Judytalvez seja, ali, a criança mais sofisticada no discernimento dasidas e vindas dos sentimentos dos integrantes da turma.Essa sofisticação só se torna visível quando sua professorareúne as crianças de quatro anos em volta de si para brincar doque chamam de Jogo da Sala de Aula. Essa brincadeira — umaréplica infantil da própria sala do pré-primário de Judy, em quesão colados personagens cujas cabeças são fotografias dos alunose professores — é um teste de percepção social. Quando aprofessora de Judy lhe pede que ponha cada menina e meninona parte da sala onde mais gostam de brincar — o cantinho daarte, o de montar blocos e outros —, ela o faz com totalprecisão. E quando lhe pedem que ponha um deles com quemmais gosta de brincar, ela mostra que sabe combinar osmelhores amigos da classe.A precisão de Judy revela que ela detém um perfeitomapeamento social de sua turma, um nível de percepçãoexcepcional para uma criança de 4 anos. Essas são aptidõesque, na vida posterior, permitirão que Judy seja brilhante emqualquer área onde as “aptidões pessoais” sejam úteis, atividadesessas que vão do comércio e administração até a diplomacia.O brilho social de Judy foi identificado, ainda tão cedo,porque ela é aluna da Pré-Escola Eliot-Pearson, no campus daUniversidade Tufts, onde o Projeto Spectrum, um currículo queintencionalmente cultiva vários tipos de inteligência, era entãodesenvolvido. O Projeto Spectrum parte do princípio de que orepertório humano de aptidões vai muito além da estreita faixade aptidões com palavras e números enfocados por escolastradicionais. Reconhece que aptidões como a percepção socialde Judy são talentos que um sistema educativo deve alimentar enão ignorar ou mesmo frustrar. Encorajando as crianças adesenvolverem uma série completa de aptidões a que, naverdade, recorrerão para o sucesso, ou usarão apenas para serealizar no que fazem, a escola passa a conferir educação em
aptidões para a vida.O orientador visionário que está por trás do Projeto Spectrumé Howard Gardner, psicólogo da Escola de Educação deHarvard.7— Chegou a hora — disse — de ampliar nossa noção sobreo espectro de talentos. A maior contribuição que a educaçãopode dar ao desenvolvimento de uma criança é ajudá-la aescolher uma profissão onde possa melhor utilizar os seustalentos, onde ela será feliz e competente. Perdemos issointeiramente de vista. Em vez disso, sujeitamos todos a umaeducação em que, se você for bem-sucedido, estará mais bemcapacitado para ser professor universitário. E avaliamos todos,ao longo do percurso, conforme satisfaçam ou não esse estreitopadrão de sucesso. Devíamos gastar menos tempo avaliando ascrianças e mais tempo ajudando-as a identificar suas aptidões edons naturais, e a cultivá-los. Há centenas e centenas demaneiras de ser bem-sucedido e muitas, muitas aptidõesdiferentes que as ajudarão a chegar lá.8Se existe alguém que vê as limitações das velhas formas depensar sobre a inteligência, é Gardner. Ele observa que os diasde glória dos testes de QI tiveram início durante a PrimeiraGuerra Mundial, quando 2 milhões de americanos foramclassificados por meio do preenchimento, em massa, doprimeiro formulário para avaliação de QI, então criado porLewis Terman, um psicólogo de Stanford. Isso levou a décadasdo que Gardner chama de “modo de pensar do QI”:— Pensar que as pessoas são inteligentes ou não, quenasceram assim, que esse é um dado imutável e que os testespodem dizer se a gente é um dos inteligentes ou não. O testeSAT para admissão em universidades repete a forma de pensarsegundo a qual uma única aptidão é determinante para o nossofuturo. Esse modo de pensar está impregnado na sociedade.O influente livro de Gardner, Frames of Mind (Estados deEspírito), de 1983, foi um manifesto de contestação à visão doQI; ali, o que o autor coloca é que não há um tipo específico,monolítico, de inteligência decisiva para o sucesso na vida, massim um amplo espectro de inteligências, com sete variedadesprincipais. Em sua lista entram os dois tipos-padrão deinteligência acadêmica, a fluência verbal e o raciocínio lógicomatemático,mas ele vai mais além para incluir a aptidãoespacial que se vê, digamos, num destacado pintor ou arquiteto;o gênio cinestésico exibido na fluidez e graça físicas de umaMartha Graham ou de um Magic Johnson; e os dons musicais deum Mozart ou de um YoYo Ma. Arrematando a lista, há duasfaces do que Gardner chama de “inteligências pessoais”:aptidões interpessoais, como as de um grande terapeuta como
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aptidões para a vida.
O orientador visionário que está por trás do Projeto Spectrum
é Howard Gardner, psicólogo da Escola de Educação de
Harvard.7
— Chegou a hora — disse — de ampliar nossa noção sobre
o espectro de talentos. A maior contribuição que a educação
pode dar ao desenvolvimento de uma criança é ajudá-la a
escolher uma profissão onde possa melhor utilizar os seus
talentos, onde ela será feliz e competente. Perdemos isso
inteiramente de vista. Em vez disso, sujeitamos todos a uma
educação em que, se você for bem-sucedido, estará mais bem
capacitado para ser professor universitário. E avaliamos todos,
ao longo do percurso, conforme satisfaçam ou não esse estreito
padrão de sucesso. Devíamos gastar menos tempo avaliando as
crianças e mais tempo ajudando-as a identificar suas aptidões e
dons naturais, e a cultivá-los. Há centenas e centenas de
maneiras de ser bem-sucedido e muitas, muitas aptidões
diferentes que as ajudarão a chegar lá.8
Se existe alguém que vê as limitações das velhas formas de
pensar sobre a inteligência, é Gardner. Ele observa que os dias
de glória dos testes de QI tiveram início durante a Primeira
Guerra Mundial, quando 2 milhões de americanos foram
classificados por meio do preenchimento, em massa, do
primeiro formulário para avaliação de QI, então criado por
Lewis Terman, um psicólogo de Stanford. Isso levou a décadas
do que Gardner chama de “modo de pensar do QI”:
— Pensar que as pessoas são inteligentes ou não, que
nasceram assim, que esse é um dado imutável e que os testes
podem dizer se a gente é um dos inteligentes ou não. O teste
SAT para admissão em universidades repete a forma de pensar
segundo a qual uma única aptidão é determinante para o nosso
futuro. Esse modo de pensar está impregnado na sociedade.
O influente livro de Gardner, Frames of Mind (Estados de
Espírito), de 1983, foi um manifesto de contestação à visão do
QI; ali, o que o autor coloca é que não há um tipo específico,
monolítico, de inteligência decisiva para o sucesso na vida, mas
sim um amplo espectro de inteligências, com sete variedades
principais. Em sua lista entram os dois tipos-padrão de
inteligência acadêmica, a fluência verbal e o raciocínio lógicomatemático,
mas ele vai mais além para incluir a aptidão
espacial que se vê, digamos, num destacado pintor ou arquiteto;
o gênio cinestésico exibido na fluidez e graça físicas de uma
Martha Graham ou de um Magic Johnson; e os dons musicais de
um Mozart ou de um YoYo Ma. Arrematando a lista, há duas
faces do que Gardner chama de “inteligências pessoais”:
aptidões interpessoais, como as de um grande terapeuta como