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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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circuito pré-frontal-amígdala.19 O processo decisório deles é

muitíssimo falho — e, no entanto, não revelam absolutamente

nenhuma deterioração no QI ou em qualquer capacidade

cognitiva. Apesar de o intelecto estar intacto, fazem escolhas

desastrosas nos negócios e na vida pessoal e podem mesmo

entrar em interminável obsessão sobre uma decisão tão simples

como, por exemplo, para que horas marcar um encontro.

O Dr. Damasio diz que as decisões são mal tomadas porque

eles perderam acesso ao que foi emocionalmente aprendido.

Como ponto de encontro entre pensamento e emoção, o circuito

pré-frontal-amígdala é uma entrada crucial para o repositório

de preferências e aversões que adquirimos ao longo da vida.

Desligado da memória emocional na amígdala, qualquer coisa

sobre a qual o neocórtex medite não mais dispara as reações

emocionais a ela associadas no passado — tudo assume uma

neutralidade cinzenta. Um estímulo, seja um bichinho de

estimação preferido ou alguém que detestamos, não desperta

mais atração nem aversão; esses pacientes “esqueceram” todo

esse aprendizado emocional porque não têm mais acesso ao

lugar onde ele está armazenado na amígdala cortical.

Indicações como essa levam o Dr. Damasio à posição

antiintuitiva de que os sentimentos são geralmente

indispensáveis nas decisões racionais; põem-nos na direção

certa, onde a lógica fria pode então ser de melhor uso. Enquanto

o mundo muitas vezes nos põe diante de uma gama difícil de

opções (Onde aplicar o dinheiro? Com quem casar?), o

aprendizado emocional que a vida nos deu (como a lembrança

de um desastroso investimento ou uma separação dolorosa) nos

envia sinais que facilitam a decisão, eliminando, de pronto,

algumas opções e privilegiando outras. Eis por quê, diz o Dr.

Damasio, o cérebro emocional está tão envolvido no raciocínio

quanto o cérebro pensante.

As emoções, portanto, são importantes para a racionalidade.

Na dança entre sentimento e pensamento, a faculdade

emocional guia nossas decisões a cada momento, trabalhando de

mãos dadas com a mente racional e capacitando — ou

incapacitando — o próprio pensamento. Do mesmo modo, o

cérebro pensante desempenha uma função de administrador de

nossas emoções — a não ser naqueles momentos em que elas

lhe escapam ao controle e o cérebro emocional corre solto.

Num certo sentido, temos dois cérebros, duas mentes — e

dois tipos diferentes de inteligência: racional e emocional. Nosso

desempenho na vida é determinado pelas duas — não é apenas

o QI, mas a inteligência emocional também conta. Na verdade,

o intelecto não pode dar o melhor de si sem a inteligência

emocional. Em geral, a complementaridade de sistema límbico

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