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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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rotulem de perturbador. Quando você levou as peças aos olhos,

parece que estava se sentindo frustrado e queria alegrar o

ambiente. Mas Tucker chamou isso de perturbador porque não

entendeu sua intenção. Está certo?

Os dois meninos assentem com a cabeça, enquanto os outros

alunos acabam de recolher os quebra-cabeças. Esse pequeno

melodrama de sala de aula chega ao seu finale.

— Estão se sentindo melhor? — pergunta Jo-An. — Ou isso

ainda os aborrece?

— Ééé, está legal — diz Rahman, a voz mais baixa, agora

que se sente ouvido e entendido.

Tucker também balança a cabeça, sorrindo. Os meninos,

percebendo que todos os demais já saíram para a aula seguinte,

voltam-se e saem correndo juntos.

POST-MORTEM: UMA BRIGA QUE NÃO HOUVE

Quando um novo grupo começa a ocupar as cadeiras, Jo-An

disseca o que acabou de acontecer. O acalorado diálogo e seu

esfriamento baseiam-se no que os meninos vêm aprendendo

sobre solução de conflitos. O que normalmente se transforma em

conflito começa, como diz ela, com a “falta de comunicação,

em fazer suposições e tirar conclusões, enviar uma mensagem

‘dura’, tornando difícil a pessoa ouvir o que estamos dizendo”.

Os alunos da Ciência do Eu aprendem que a questão não é

evitar inteiramente o conflito, mas resolver a discordância e

ressentimento antes que descambe para uma briga aberta. Há

sinais dessas primeiras lições na maneira como Tucker e

Rahman lidaram com a disputa. Os dois, por exemplo, fizeram

algum esforço: para expressar seu ponto de vista de uma forma

que não acelerasse o conflito. Essa assertividade (que é diferente

de agressão ou passividade) é ensinada na Nueva a partir da

terceira série. Acentua a expressão direta dos sentimentos, mas

de uma maneira que não se torne uma agressão. No início do

conflito, nenhum dos meninos olhava um para o outro, mas,

com a continuação, foram dando mostras de “escuta ativa”,

frente a frente, olho no olho, enviando os sinais tácitos que

transmitem àquele que fala que ele está sendo ouvido.

Pondo-se esses instrumentos em ação, ajudados por um certo

treinamento, a “assertividade” e a “escuta ativa” para esses

meninos são mais que expressões vazias num questionário —

tornam-se formas de reagir a que podem recorrer em situações

de emergência.

O domínio no campo emocional é difícil porque as aptidões

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