10.04.2020 Views

Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Isso não é uma crítica... você cooperou muito bem... mas,

Tucker, tente dizer o que quer num tom de voz que não pareça

tão crítico — ensina Jo-An.

Tucker, agora num tom mais calmo, diz a Rahman:

— Você só pode botar uma peça onde acha que se encaixa,

entregar ao outro a peça que você acha que ele precisa, sem

fazer qualquer indicação. Só dar.

Rahman responde num tom irado:

— É só a gente fazer assim — e ele coça a cabeça para

ilustrar o movimento inocente — e lá vem ele com “Nada de

gestos”.

Evidentemente, há algo mais na raiva de Rahman do que

essa discussão sobre o que constitui ou não um gesto. Seus olhos

se dirigem constantemente para a ficha de avaliação que Tucker

preencheu e que — embora ainda não tenha sido mencionada

— na verdade provocou a tensão entre os dois. Nela, Tucker

escreveu o nome de Rahman no espaço destinado a indicar

“Quem perturba?”.

Jo-An, vendo que Rahman olha a ficha revoltante, arrisca um

palpite, dizendo a Tucker:

— Ele acha que você usou uma palavra negativa...

perturbador... sobre ele. Que foi que você quis dizer?

— Eu não quis dizer que fosse um tipo ruim de perturbação

— diz Tucker, agora conciliador.

Rahman não aceita, mas também acalmou a voz.

— Isso é um pouco exagerado, se quer saber.

Jo-An sugere uma maneira positiva de abordar o assunto.

— Tucker está tentando dizer que o que se pode considerar

perturbador também pode suavizar um pouco as coisas num

momento de frustração.

— Mas — protesta Rahman, mais objetivamente —

perturbador é quando a gente está muito concentrado numa

coisa, e se eu fizesse assim — faz uma expressão ridícula,

apalhaçada, os olhos esbugalhados, as bochechas inchadas —

isso ia ser perturbador.

Jo-An tenta passar mais um ensino emocional, dizendo a

Tucker:

— Ao tentar ajudar, você não quis dizer que ele era

perturbador no mau sentido. Mas deu uma mensagem que não

corresponde ao que você quis dizer. Rahman precisa que você

ouça e aceite o que ele sente. Ele disse que receber palavras

negativas como perturbador lhe parece injusto. Não gosta de

ser chamado assim.

Depois, para Rahman, acrescenta:

— Eu gosto da forma como você está sendo assertivo com

Tucker. Não está atacando. Mas não é agradável que nos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!