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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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para passar a mensagem à criança, junto com o que se

ensinava na escola (as crianças cujos pais faziam isso eram as

melhores na resistência a ameaças de abuso sexual).

Além disso, aptidões sociais e emocionais eram fundamentais.

Não basta a criança simplesmente saber sobre “bons” e “maus”

contatos físicos: as crianças precisam da autoconsciência para

saber quando uma situação parece errada ou aflitiva muito antes

de começar o contato. Isso implica não apenas autoconsciência,

mas também autoconfiança e assertividade para confiar e agir

com base nesses sentimentos, mesmo diante de um adulto que

esteja tentando lhe assegurar que “está tudo bem”. E aí a criança

precisa de um repertório de recursos para evitar o que está

para acontecer — tudo, desde fugir a ameaçar contar. Por esses

motivos, os melhores programas ensinam as crianças a defender

o que querem, afirmar seus direitos em vez de ficar passivas,

saber quais são suas fronteiras e defendê-las.

Os programas mais eficazes, portanto, complementavam a

informação básica sobre abuso sexual com habilidades

emocionais e sociais. Esses programas ensinavam as crianças a

encontrar meios de resolver conflitos interpessoais de modos

mais positivos, ter mais autoconfiança, não se sentirem culpadas

por algo que tenha acontecido e a sentir que tinham nos

professores e pais um esquema de apoio a que podiam

recorrer. E se alguma coisa má lhes acontecia, era muito mais

provável que contassem.

Os Ingredientes Ativos

Essas constatações levaram a uma revisão de quais devem ser

os ingredientes de um programa ideal, baseado naqueles que

avaliações imparciais mostraram ser realmente eficazes. Num

projeto qüinqüenal patrocinado pela Fundação W. T. Grant, um

grupo de pesquisadores estudou esse panorama e destilou os

ingredientes ativos que pareciam fundamentais para o sucesso

dos programas que realmente funcionavam.68 A lista dos

principais talentos que o grupo entendeu deverem ser

abrangidos, independentemente do problema específico que

pretendia prevenir, são os ingredientes da inteligência emocional

(ver lista completa no Apêndice D).69

Entre os talentos emocionais estão: autoconsciência;

identificar, expressar e controlar sentimentos; controle de

impulso e adiamento de satisfação; e controlar tensão e

ansiedade. Um talento-chave no controle de impulso é saber a

diferença entre sentimentos e ações e aprender a tomar

melhores decisões emocionais controlando primeiro o impulso

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