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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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engravida. Em 1993, constatou-se que o número de meninas,

entre 10 e 14 anos, que se tornaram mães aumentara

constantemente durante cinco anos seguidos — elas são os

“bebês que têm bebês” —, e a mesma ocorrência se deu com a

proporção de gestação indesejada em adolescentes e a pressão

de colegas para fazer sexo. As taxas de doenças venéreas

triplicaram nas últimas três décadas.5

Embora esses números sejam desencorajadores, se olharmos

a juventude afro-americana, sobretudo nos centros urbanos, eles

são absolutamente sombrios — todos os percentuais são muito

mais altos, às vezes triplicados, ou ainda mais altos. Por

exemplo, o uso de heroína e cocaína entre a juventude branca

subiu cerca de 300% nas duas décadas antes da de 90; entre os

afro-americanos, saltou assombrosas 13 vezes o percentual de

vinte anos antes.6

A maior causa de invalidez entre adolescentes é psicológica.

Sintomas de depressão, severa ou branda, afetam até um terço

dos adolescentes; nas garotas, a incidência de depressão dobra

na puberdade. A incidência de problemas caracterizados como

desordens de alimentação entre adolescentes atingiu nível

estratosférico.7

Finalmente, a menos que algo de novo aconteça, as

perspectivas a longo prazo de os jovens casais viverem juntos

de forma frutífera e estável tornam-se cada vez mais lúgubres a

cada geração. Como vimos no Capítulo 9, enquanto nas décadas

de 1970 e 80 o percentual de divórcio era por volta de 50%,

quando entramos na década de 1990 a previsão era de que dois

em três recém-casados se divorciariam.

MAL-ESTAR EMOCIONAL

Essas estatísticas alarmantes são como o canário no túnel do

trabalhador de mina de carvão, cuja morte avisa que há pouco

oxigênio. As estatísticas, porém, não mostram o que ainda não

se configurou como crise de fato. As circunstâncias

problemáticas em que vivem nossas crianças podem ser vistas

em níveis mais sutis, no dia-a-dia de suas vidas. Talvez os mais

reveladores de todos os dados — um barômetro direto da queda

nos níveis de competência emocional — venham de uma

amostragem nacional de crianças americanas de 7 a 16 anos,

que comparou sua condição emocional em meados da década

de 1970 e no fim da de 80.8 Com base em avaliações de pais e

professores, houve uma piora constante. Nenhum problema se

destacou; todos os indicadores simplesmente apontaram para o

lado negativo. As crianças, em média, não estavam bem nos

seguintes pontos específicos:

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