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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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ser finalmente quebrado. Cada sirene não precisa trazer um

dilúvio de medo; cada som na noite não precisa impor um

flashback de terror.

Muitas vezes persistem efeitos posteriores ou recorrências

ocasionais de sintomas, diz a Dra. Herman, mas há sinais

específicos de que o trauma foi em grande parte superado.

Entre esses sinais estão a redução dos sintomas fisiológicos a um

nível controlável e a capacidade de suportar os sentimentos

associados a lembranças do trauma. Especialmente significativo

é não ter mais erupções de lembranças do trauma em

momentos incontroláveis, mas antes poder rememorá-los

voluntariamente, como qualquer outra lembrança — e, o que é

talvez mais importante, afastá-los como qualquer outra

lembrança. Finalmente, significa reconstruir uma nova vida, com

relações fortes, de confiança, e um sistema de crenças que

encontra sentido mesmo num mundo onde acontece tal

injustiça.20 Tudo isso junto são sinais de sucesso na reeducação

do cérebro emocional.

A PSICOTERAPIA COMO UM CURSO EMOCIONAL

Felizmente, os momentos catastróficos em que as lembranças

traumáticas se gravam são raros na vida da maioria de nós. Mas

os mesmos circuitos que gravam tão fortemente as lembranças

traumáticas também estão supostamente em ação nos melhores

momentos da vida. As mais comuns agruras da infância, como

ser constantemente ignorado e privado de atenção ou carinho

dos pais, o abandono, perda ou rejeição social podem não ser

traumatizantes, embora certamente fiquem marcados na

memória emotiva, gerando problemas — e lágrimas, e

sentimentos irados — nas relações íntimas da vida adulta. Se é

possível curar o PTSD, o mesmo pode acontecer com os

arranhões sociais que tantos de nós trazemos; esta é uma tarefa

para a psicoterapia. E, em geral, é no aprender a lidar

habilmente com essas carregadas reações que entra a

inteligência emocional.

A dinâmica entre a amígdala e as reações mais

completamente informadas do córtex pré-frontal oferece um

modelo neuroanalítico para a maneira como a psicoterapia

remodela padrões emocionais profundos e mal-adaptados. Como

conjetura Joseph LeDoux, o neurocientista que descobriu o papel

de gatilho sensível da amígdala nas explosões emocionais:

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