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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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2. Muitos pacientes podem auferir imensos benefícios

quando a assistência clínica é acompanhada de

assistência psicológica. Embora o fato de um médico ou

enfermeiro oferecer conforto e consolo a um paciente

angustiado já seja um grande passo em direção a uma

assistência mais humana, é possível fazer mais. Acontece

que, muitas vezes, a oportunidade de prestar assistência

emocional se perde na maneira como, hoje, é praticada a

medicina; este é um ponto cego para a medicina. Apesar

dos crescentes dados sobre a utilidade clínica do

atendimento a carências emocionais, além dos indícios que

sugerem a ligação entre o centro emocional do cérebro e

o sistema imunológico, muitos médicos continuam céticos

acerca da importância das emoções de seus pacientes em

termos clínicos, descartando qualquer sinal a favor como

sendo trivial, folclórico, como “periférico” ou, pior, como

exageros de alguns poucos que querem se promover.

Embora cada vez mais aumente a procura por uma

medicina mais humana, esta está em vias de extinção. É claro

que ainda há médicos e enfermeiros dedicados, que dispensam

aos pacientes uma atenção carinhosa e sensível. Mas a própria

cultura em mudança da medicina, à medida que se submete

cada vez mais a imperativos empresariais, faz com que esse

tipo de assistência seja cada vez mais difícil de ser encontrado.

Mas pode haver um ganho comercial na medicina

humanística: há indícios de que tratar perturbações emocionais

nos pacientes é economicamente vantajoso — sobretudo na

medida em que impede ou retarda o início da doença, ou ajuda

os pacientes a obter alta mais depressa. Num estudo de

pacientes idosos com fratura de bacia na Faculdade de Medicina

Mt. Sinai, na cidade de Nova York e na Universidade do

Noroeste, foi constatado que os pacientes que eram tratados da

depressão, além do tratamento ortopédico normal, deixaram o

hospital uma média de dois dias antes; a economia total para as

centenas de pacientes foi de 97.361 dólares em despesas

médicas.55

Essa assistência extra também deixa os pacientes mais

satisfeitos com seus médicos e com o tratamento. No emergente

mercado médico, onde os pacientes muitas vezes têm a opção

de escolher entre planos de saúde concorrentes, os níveis de

satisfação sem dúvida entram na equação dessas decisões muito

pessoais — experiências frustrantes levam os pacientes a buscar

assistência em outra parte, enquanto as agradáveis se traduzem

em fidelidade.

Acrescente-se, finalmente, que a ética médica exige uma

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