Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman
nos casos de lesão espinhal, pois este é um tipo de tragédiaclínica que envolve normalmente pessoas que, em torno dos 20anos, ficam paralíticas devido a acidentes e que terão de lidarcom essa deficiência durante muitos anos. A maneira comoreagem emocionalmente será determinante para que seesforcem para obter um melhor desempenho físico e social.36O motivo pelo qual uma perspectiva otimista ou pessimistaafeta a saúde é uma questão aberta a várias explicações. Umateoria sugere que o pessimismo leva à depressão, que por suavez interfere com a resistência do sistema imunológico atumores e infecções — uma especulação não comprovada até opresente. Ou pode acontecer de pacientes pessimistas não secuidarem — alguns estudos constataram que os pessimistasfumam e bebem mais, e fazem menos exercício que osotimistas, e são em geral mais descuidados com a saúde. Oupode ser que um dia seja descoberto que a fisiologia daesperança possa biologicamente ajudar o corpo em sua lutacontra a doença.Com um Pouco de Ajuda de Meus Amigos:O Valor Clínico das Relações AfetivasAcrescente-se a solidão à lista de riscos emocionais para asaúde — e os laços emocionais estreitos à lista de fatoresprotetores. Estudos feitos durante duas décadas, envolvendo maisde 37 mil pessoas, mostram que o isolamento social — asensação de que não temos com quem partilhar os nossos maisíntimos sentimentos ou ter uma relação de intimidade — duplicaa possibilidade de contrairmos doença ou de morrermos.37 Oisolamento, por si só, concluiu uma comunicação científica de1987 publicada na revista Science, “é tão importante para astaxas de mortalidade quanto o fumo, a alta pressão sanguínea, ocolesterol alto, a obesidade e a falta de exercício físico”. Naverdade, o fumo aumenta o risco de mortalidade por um fatorde apenas 1,6%, enquanto o isolamento social representa umrisco de 2,0%, ou seja, é pior para a saúde.38Para os homens, o isolamento é mais difícil de suportar. Osque viviam isolados, em comparação com aqueles quemantinham estreitos laços sociais, tinham de duas a três vezesmais probabilidade de morrer; nas mulheres em idênticascondições, o risco era uma vez e meia maior do que para asoutras que tinham mais ligações sociais. A diferença na formacomo homens e mulheres reagem ao isolamento talvez se
justifique pelo fato de os relacionamentos delas tenderem a sermais estreitos emocionalmente; alguns poucos laços sociais parauma mulher são mais reconfortantes que igualmente poucasamizades para um homem.Há uma grande diferença entre solidão e isolamento; muitaspessoas que vivem sozinhas ou que têm poucos contatos comamigos vivem satisfeitas e saudáveis. É a sensação subjetiva deestar isolado das pessoas, e de não ter com quem contar, que seconstitui em risco para a saúde. Essa constatação é sinistra, emvista, nas modernas sociedades urbanas, do crescente isolamentogerado pelo hábito de ficar vendo televisão sozinho e dadiminuição de hábitos sociais como freqüentar um clube e visitarpessoas, e sugere um maior valor para os grupos de auto-ajudado tipo Alcoólicos Anônimos, como formas substitutivas de vidaem comunidade.O poder do isolamento como fator de risco para a saúde —e o poder curativo dos laços estreitos — pode ser constatado emestudo de cem pacientes de transplante de medula óssea.39Entre os pacientes que contavam com grande apoio emocionaldos cônjuges, família ou amigos, 54% sobreviveram aotransplante até dois anos, contra apenas 20% daqueles quehaviam relatado não terem esse tipo de recurso afetivo. Domesmo modo, idosos que sofrem ataques cardíacos, mas têmduas ou mais pessoas com quem podem contaremocionalmente, têm duas vezes mais probabilidade desobreviver mais de um ano após a crise do que as pessoas quenão têm esse apoio.40Talvez a prova mais reveladora da potência curativa doslaços afetivos venha de um estudo sueco publicado em 1993.41Ofereceu-se a todos os homens que viviam na cidade sueca deGöteborg, nascidos em 1933, um exame médico gratuito; seteanos depois, esses 752 homens foram contatados. Quarenta e umdeles haviam morrido.Aqueles que, no primeiro exame, disseram estar vivendo sobintensa tensão emocional tiveram uma taxa de mortalidade trêsvezes maior que os que disseram que suas vidas eram calmas eplácidas. A perturbação emocional devia-se a graves problemasfinanceiros, insegurança no emprego ou ser forçado a deixá-lo,ser objeto de um processo judicial ou estar se divorciando. Trêsou mais desses problemas no ano anterior ao exame era umfator de previsão mais seguro de morte nos sete anos que seseguiram do que indicadores clínicos como a alta pressãosanguínea, alta concentração de triglicerídeos no sangue ou altosníveis de colesterol.Contudo, entre os homens que disseram ter uma redeconfiável de intimidade — esposa, amigos íntimos e outros —,
- Page 174 and 175: mulheres em matéria de emoção qu
- Page 176 and 177: ou são ignoradas.A diferença entr
- Page 178 and 179: Essas conversas paralelas — as fa
- Page 180 and 181: porque provocam seqüestros emocion
- Page 182 and 183: disparado por níveis mais baixos d
- Page 184 and 185: briga com o marido, Michael: ele qu
- Page 186 and 187: verdadeiro tempo de recuperação f
- Page 188 and 189: pensamento, mas também o sentiment
- Page 190 and 191: 10Administrar com o CoraçãoMelbur
- Page 192 and 193: a arte de convencer as pessoas a tr
- Page 194 and 195: retraimento total ou a acirrada res
- Page 196 and 197: de um melhor desempenho e sugere o
- Page 198 and 199: que deu de ombros, dizendo:— Foi
- Page 200 and 201: arraigados. Muitos sulistas me conf
- Page 202 and 203: fazem isso naturalmente, ou aprende
- Page 204 and 205: condições em tudo mais, tornará
- Page 206 and 207: relacionamentos com pessoas cujos s
- Page 208 and 209: 11A Emoção na Clínica Médica“
- Page 210 and 211: considerável.Ainda por cima, há u
- Page 212 and 213: físico permite que as células ner
- Page 214 and 215: entendidos.7Quando a Raiva é Suici
- Page 216 and 217: que foram considerados como facilme
- Page 218 and 219: para o alvo errado — a raiva se t
- Page 220 and 221: malabarismos para dar conta das tar
- Page 222 and 223: Há indícios de que também os pro
- Page 226 and 227: não houve qualquer correlação en
- Page 228 and 229: A APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA EMOC
- Page 230 and 231: Finalmente, há o valor terapêutic
- Page 232 and 233: abordagem humanística. Um editoria
- Page 234 and 235: 12O Ambiente FamiliarEstá acontece
- Page 236 and 237: tempo. Não aproveitam o momento pa
- Page 238 and 239: aptidões, diz Brazelton,pega um bl
- Page 240 and 241: relacionado com o senso de confian
- Page 242 and 243: dos primeiros quatro anos de vida,
- Page 244 and 245: mas, se continua, a progressão vai
- Page 246 and 247: 13Trauma e Reaprendizado EmocionalS
- Page 248 and 249: que o momento temido está para aco
- Page 250 and 251: química do cérebro posta em movim
- Page 252 and 253: sintomas — o que sugere que o cé
- Page 254 and 255: induzidos em animais de laboratóri
- Page 256 and 257: crianças em sua pele, quando estav
- Page 258 and 259: seqüestro criado pelo PTSD com a h
- Page 260 and 261: ser finalmente quebrado. Cada siren
- Page 262 and 263: pontada de sentimento inicial. Quan
- Page 264 and 265: mostravam-se inseguras e hesitantes
- Page 266 and 267: apenas os roedores menores, por ser
- Page 268 and 269: pedindo socorro. Caíra e não cons
- Page 270 and 271: DOMANDO A AMÍGDALA SUPEREXCITÁVEL
- Page 272 and 273: natural é o fato de ela ter ou nã
nos casos de lesão espinhal, pois este é um tipo de tragédia
clínica que envolve normalmente pessoas que, em torno dos 20
anos, ficam paralíticas devido a acidentes e que terão de lidar
com essa deficiência durante muitos anos. A maneira como
reagem emocionalmente será determinante para que se
esforcem para obter um melhor desempenho físico e social.36
O motivo pelo qual uma perspectiva otimista ou pessimista
afeta a saúde é uma questão aberta a várias explicações. Uma
teoria sugere que o pessimismo leva à depressão, que por sua
vez interfere com a resistência do sistema imunológico a
tumores e infecções — uma especulação não comprovada até o
presente. Ou pode acontecer de pacientes pessimistas não se
cuidarem — alguns estudos constataram que os pessimistas
fumam e bebem mais, e fazem menos exercício que os
otimistas, e são em geral mais descuidados com a saúde. Ou
pode ser que um dia seja descoberto que a fisiologia da
esperança possa biologicamente ajudar o corpo em sua luta
contra a doença.
Com um Pouco de Ajuda de Meus Amigos:
O Valor Clínico das Relações Afetivas
Acrescente-se a solidão à lista de riscos emocionais para a
saúde — e os laços emocionais estreitos à lista de fatores
protetores. Estudos feitos durante duas décadas, envolvendo mais
de 37 mil pessoas, mostram que o isolamento social — a
sensação de que não temos com quem partilhar os nossos mais
íntimos sentimentos ou ter uma relação de intimidade — duplica
a possibilidade de contrairmos doença ou de morrermos.37 O
isolamento, por si só, concluiu uma comunicação científica de
1987 publicada na revista Science, “é tão importante para as
taxas de mortalidade quanto o fumo, a alta pressão sanguínea, o
colesterol alto, a obesidade e a falta de exercício físico”. Na
verdade, o fumo aumenta o risco de mortalidade por um fator
de apenas 1,6%, enquanto o isolamento social representa um
risco de 2,0%, ou seja, é pior para a saúde.38
Para os homens, o isolamento é mais difícil de suportar. Os
que viviam isolados, em comparação com aqueles que
mantinham estreitos laços sociais, tinham de duas a três vezes
mais probabilidade de morrer; nas mulheres em idênticas
condições, o risco era uma vez e meia maior do que para as
outras que tinham mais ligações sociais. A diferença na forma
como homens e mulheres reagem ao isolamento talvez se