10.04.2020 Views

Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

exemplo, ele descobriu, a partir de avaliação de rancor em

estudantes de medicina, que aqueles com maior índice de

hostilidade à época de estudantes tinham sete vezes maior

probabilidade de morte aos 50 anos quando comparados a

colegas com menor índice de hostilidade — essa tendência

constituiu-se num previsor de morte ainda jovem, mais forte que

outros fatores de risco como fumar, pressão sanguínea alta e

colesterol alto. E descobertas de um colega, o Dr. John Barefoot,

da Universidade da Carolina do Norte, mostram que nos

pacientes cardíacos submetidos à angiografia, quando um tubo é

inserido na artéria coronária para medir lesões, as contagens em

testes de rancor se correlacionam com a extensão e severidade

da doença coronária.

Claro, ninguém está dizendo que a raiva, por si só, causa

doença na artéria coronária; é apenas um entre vários fatores

interagentes. Como explica Peter Kaufman, diretor em exercício

do Setor de Medicina Comportamental do Instituto do Coração,

Pulmão e Sangue:

— Ainda não podemos saber se a raiva e o rancor

desempenham um papel causal no desenvolvimento precoce de

doença na artéria coronária, ou se a intensificam, uma vez

iniciada a doença cardíaca, ou as duas coisas juntas. Mas

considere um jovem de 20 anos que sempre se aborrece. Cada

episódio de raiva acrescenta um estresse extra ao coração,

aumentando o ritmo cardíaco e a pressão do sangue. Quando

isso se repete continuamente, pode causar dano — sobretudo

porque a turbulência do sangue correndo pela artéria coronária,

a cada batida, pode causar microlesões no vaso, onde se

formam placas. Se seu ritmo cardíaco é mais rápido e a

pressão do sangue mais alta porque você vive habitualmente

aborrecido, em trinta anos isso pode levar a uma mais rápida

formação de placas e, portanto, a uma doença na artéria

coronária.11

Assim que surge a doença, os mecanismos disparados pela

raiva afetam a própria eficiência do bombeamento cardíaco,

como foi mostrado no estudo de evocação de momentos de

raiva em pacientes cardíacos. O resultado é que o sentimento de

raiva torna-se particularmente letal nos que são cardiopatas. Um

estudo realizado na Faculdade de Medicina de Stanford, com

1.012 homens e mulheres que haviam sofrido um primeiro

ataque cardíaco e que foram observados, durante oito anos,

mostrou que entre homens mais agressivos e hostis, no início,

houve maior incidência de outro ataque cardíaco.12 Resultados

semelhantes foram obtidos num estudo da Faculdade de Medicina

de Yale, com 929 homens que haviam sobrevivido a ataques

cardíacos e foram acompanhados durante dez anos.13 Aqueles

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!