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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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arraigados. Muitos sulistas me confessaram, por exemplo, que,

embora racionalmente não mais tenham preconceitos, sentem

nojo quando apertam a mão de um negro. Esses sentimentos são

resíduos do que aprenderam em casa quando eram crianças.10

O poder dos estereótipos que sustentam os preconceitos vem

em parte de uma dinâmica mais neutra da mente que torna

todos os tipos de estereótipos mais autoconfirmantes.11 As

pessoas lembram com mais facilidade exemplos que reforçam

os estereótipos e tendem a descartar os que os desmentem. Ao

encontrar numa festa um inglês emocionalmente aberto e

simpático, que desmente o estereótipo “fleumático” e reservado,

por exemplo, as pessoas acham que ele é fora do padrão ou

que “andou bebendo”.

A tenacidade dos preconceitos sutis pode explicar por quê,

enquanto nos últimos quarenta anos, mais ou menos, o

comportamento racial dos americanos brancos em relação aos

negros tenha sido mais tolerante, persistem formas mais sutis de

preconceito; as pessoas negam atitudes racistas mesmo quando

agem com preconceitos encobertos.12 Quando questionadas, tais

pessoas dizem que não são intolerantes, mas em situações

ambíguas ainda agem de forma preconceituosa — embora

apresentem outra justificativa. Essa tendenciosidade pode fazer

com que, por exemplo, um administrador branco — que julga

não ter preconceitos — rejeite um candidato negro a um

emprego, ostensivamente não por sua raça, mas porque sua

formação e experiência “não são muito adequadas” para o

trabalho, enquanto emprega um candidato branco com a mesma

qualificação. Ou pode ocorrer sob a forma de dar a um

vendedor branco treinamento e dicas úteis para fazer um

contato telefônico, mas não lembrar de agir da mesma forma

com um vendedor negro ou hispânico.

Não Tolerar a Intolerância

Se os preconceitos há muito tempo introjetados não podem ser

tão facilmente extirpados, resta-nos saber o que fazer a respeito.

Na Denny’s, por exemplo, as garçonetes ou os gerentes de filiais

que discriminavam pessoas negras raramente eram contestados,

se é que eram. Pelo contrário, alguns administradores até

estimulavam o preconceito, ao menos de forma tácita, na

medida em que exigiam que os clientes negros pagassem antes

de serem servidos, quando negavam a esse tipo de cliente a

oferta de refeições grátis, anunciadas publicamente, a título de

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