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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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psicológicas, que permitem identificar, a cada instante, as

nuanças afetivas que ocorrem na relação dos casais. Os

cientistas agora podem detectar as ondas e o aumento de

adrenalina, de outro modo invisíveis, na pressão sanguínea de

um marido, e observar passageiras mas reveladoras

microemoções que passam pela fisionomia da mulher. Essas

medições psicológicas revelam a existência de um tema

emocional oculto que explica as dificuldades por que passa um

casal, um crítico nível de realidade emocional normalmente

imperceptível ou ignorado pelo próprio casal. Essas medições

põem a nu as forças emocionais que mantêm um

relacionamento ou o destroem. Os desencontros têm raízes nos

diferentes universos afetivos em que viveram quando eram

jovens.

O CASAMENTO DELE E O CASAMENTO DELA:

A INFÂNCIA DE CADA UM

Numa noite dessas, quando entrava num restaurante, um jovem

saía furioso pela porta, com uma expressão terrível. Logo atrás,

vinha uma jovem correndo, batendo desesperada com os punhos

nas costas dele e gritando:

— Seu porra! Volte aqui e seja legal comigo!

Esse pedido pungente, incrivelmente contraditório, dirigido às

costas que se afastavam, é típico do padrão mais comumente

visto em casais cujo relacionamento não vai bem. Ela procura

atrair, ele se retrai. Os terapeutas conjugais há muito

observaram que, quando os casais procuram terapia, estão nesse

padrão de atração-retraimento, ele reclamando das exigências e

explosões “irracionais” dela e ela se queixando da indiferença

dele ao que ela diz.

Esse final de jogo do casal demonstra que, na verdade, há

realidades emocionais paralelas na vida de um casal: a dele e a

dela. As raízes dessas diferenças, embora em parte biológicas,

podem ser identificadas na infância, no mundo emocional onde

vive o menino e no mundo emocional onde vive a menina.

Muitas são as pesquisas que tratam desses diferentes mundos,

cujas muralhas são reforçadas não só pelo tipo de brincadeira

que meninos e meninas preferem, mas pelo temor que têm as

crianças pequenas de serem alvo de gozação por terem uma

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