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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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estudos como o seguinte: primeiro, treinaram-se macacos

Rhesus para terem medo de um determinado som, fazendo-se

com que o ouvissem enquanto recebiam um choque. Depois,

eles aprenderam a evitar o choque empurrando uma alavanca

sempre que ouviam o som. Em seguida, pares desses macacos

foram postos em jaulas separadas, tendo como única

comunicação entre si um circuito fechado de TV, que lhes

permitia ver as feições um do outro. O primeiro macaco, mas

não o segundo, ouvia então o som temido, que trazia uma

expressão de pânico à sua cara. Nesse momento, o segundo

macaco, vendo o medo na fisionomia do primeiro, empurrava a

alavanca que impedia o choque — um ato de empatia, senão

de altruísmo.

Havendo estabelecido que os primatas não-humanos de fato

são capazes de captar emoções a partir da expressão facial de

seus iguais, os pesquisadores inseriram delicadamente longos

eletrodos pontiagudos no cérebro dos macacos. Esses eletrodos

permitiam a gravação da atividade num único neurônio. Os

eletrodos que monitoravam neurônios no córtex visual e nas

amígdalas mostraram que, quando um macaco via a cara do

outro, essa informação levava ao disparo de um neurônio,

primeiro, no córtex visual, e depois, nas amígdalas corticais.

Esse caminho, claro, é uma rota-padrão da informação

emocionalmente estimulante. Mas o que surpreende nos

resultados desses estudos é que também identificaram neurônios

no córtex visual que parecem disparar somente em resposta a

expressões faciais ou gestos específicos, como um ameaçador

abrir a boca, uma careta terrível ou um dócil agachamento.

Esses neurônios são distintos de outros na mesma região que

reconhecem rostos familiares. Isso poderia significar que o

cérebro se destina desde o princípio a responder a expressões

emocionais específicas — ou seja, que a empatia é um dado da

biologia.

Outra linha de indícios para o papel-chave do caminho

amígdala-córtex na leitura e resposta de emoções, sugere

Brothers, é a pesquisa na qual foram cortadas as ligações entre

amígdalas e córtex de macacos selvagens. Quando os soltaram

de volta a seu habitat, esses macacos podiam praticar tarefas

comuns como alimentar-se e subir em árvores. Mas os infelizes

animais tinham perdido qualquer noção de como reagir

emocionalmente aos outros. Mesmo quando um deles fazia uma

abordagem amistosa, os outros fugiam, e eles acabaram se

isolando, evitando contato com o grupo a que pertenciam.

Brothers observa que as mesmas regiões do córtex onde se

concentram os neurônios específicos da emoção são também as

de mais densa ligação com as amígdalas; a interpretação de

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