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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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horas de gravação em vídeo de mães com seus bebês. Ele

constata que, pela sintonização, as mães informam aos bebês

que compreendem o que eles estão sentindo. O bebê grita de

prazer, por exemplo, e a mãe atesta esse prazer balançando-o

de forma delicada, arrulhando ou imitando o guincho dele. Ou o

bebê sacode o chocalho, e ela responde, balançando-o. Nessa

interação, a mensagem de afirmação está no fato de a mãe se

igualar mais ou menos no nível de excitação do bebê. Essas

pequenas sintonizações dão ao bebê a tranqüilizadora sensação

de estar emocionalmente ligado, uma mensagem que Stern

constata que as mães enviam cerca de uma vez a cada minuto

quando interagem com seus bebês.

A sintonização é muito diferente da simples imitação.

— Se você apenas imita um bebê — disse-me Stern —, isso

apenas mostra que sabe o que ele fez, mas não como se sentiu.

Para que ele saiba que você sente como ele se sente, é preciso

reproduzir os sentimentos íntimos dele de outra forma. Aí o bebê

sabe que foi entendido.

O amor físico é talvez a coisa mais próxima, na vida adulta,

dessa íntima sintonização entre o bebê e a mãe. O amor físico,

escreve Stern, “envolve a experiência de sentir o estado

subjetivo do outro: desejo partilhado, intenções alinhadas e

mútuos estados de excitação simultaneamente mutáveis”, com os

amantes respondendo um ao outro numa sincronia que exprime,

de forma tácita, o significado de profunda relação.8 O amor

físico é, no que tem de melhor, um ato de mútua empatia; no

pior, falta-lhe toda essa mutualidade emocional.

QUANTO CUSTA A FALTA DE SINTONIA

Stern afirma que, com essas repetidas sintonizações, o bebê

começa a desenvolver o sentimento de que outras pessoas

podem partilhar e partilham de seus sentimentos. Esse sentido

parece surgir por volta dos 8 meses, quando os bebês começam

a compreender que não estão em simbiose com as outras

pessoas, e continua a ser moldado por relacionamentos íntimos

durante toda a vida. Quando os pais não estão em sintonia com

um filho, isso é profundamente perturbador. Num experimento,

Stern fez com que as mães deliberadamente respondessem com

mais e com menos intensidade a seus bebês, em vez de se

igualarem de modo sintonizado; os bebês reagiram com

imediata consternação e angústia.

Uma prolongada ausência de sintonia entre pai e filho impõe

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