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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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rejeição é, para o pessimista, dura de ser aceita, porque ele a

interpreta como se fora: “Não dou pra isso; nunca conseguirei

vender nada” — uma interpretação que, com certeza,

provocará apatia e derrotismo, se não a depressão. Os otimistas,

por outro lado, dizem a si mesmos: “Devo estar usando a

técnica errada” ou “A última pessoa com quem falei devia estar

de mau humor”. Não se vendo a si mesmos, mas identificando

algo na situação como o motivo de seu fracasso, podem mudar

a técnica na ligação seguinte. Enquanto a atitude mental do

pessimista conduz ao desespero, a do otimista gera esperança.

Uma das origens da perspectiva positiva ou negativa talvez

seja o temperamento inato; algumas pessoas, por natureza,

tendem para um lado ou para outro. Mas, como veremos na

Parte 4, o temperamento pode ser alterado pela experiência.

Otimismo e esperança — da mesma forma que o sentimento de

impotência e desespero — podem ser aprendidos. Por trás dos

dois está uma perspectiva que os psicólogos chamam de autoeficácia,

a crença de que somos capazes de exercer controle

sobre os fatos de nossa vida e de que podemos enfrentar os

desafios que surgirem. O desenvolvimento de qualquer tipo de

aptidão fortalece o senso de auto-eficácia, tornando a pessoa

mais disposta a assumir riscos e buscar maiores desafios. E a

vitória que obtemos sobre esses desafios, por sua vez, aumenta o

sentimento de auto-eficácia. Essa atitude torna mais provável que

as pessoas usem melhor quaisquer aptidões que tenham ou

façam o necessário para desenvolvê-las.

Albert Bandura, psicólogo de Stanford que fez grande parte

da pesquisa sobre a auto-eficácia, resume-a bem:

— A confiança que as pessoas têm em suas aptidões exerce

um profundo efeito sobre essas aptidões. A aptidão não é uma

propriedade fixa; há uma imensa variabilidade na maneira

como atuamos. As pessoas que têm senso de auto-eficácia se

recuperam de fracassos; abordam as coisas mais em termos de

como lidar com elas do que se preocupando com o que pode

dar errado.24

FLUXO: A NEUROBIOLOGIA DA EXCELÊNCIA

Um compositor descreve os momentos em que sua arte atinge o

ponto mais alto:

Nós entramos num tal nível de êxtase que parece

que não existimos. Tive essa sensação várias vezes.

Minha mão parece ser independente de mim, e nada

tenho a ver com o que se passa. Simplesmente fico ali

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