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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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um relacionamento e revolver-se em idéias de autopiedade,

como a convicção de que “meu destino é ficar sem ninguém”,

mas tal atitude certamente causa mais desespero. Contudo,

recuar e pensar nos aspectos em que o relacionamento não era

assim tão sensacional, e nas coisas em que os dois não

combinavam — em outras palavras, ver a perda de um modo

diferente, a uma luz mais positiva — é um antídoto para a

tristeza. Do mesmo modo, pacientes de câncer,

independentemente da seriedade da doença, ficavam com

melhor estado de espírito quando eram capazes de se lembrar

que havia outro paciente pior do que eles (“Eu não estou tão

ruim assim — pelo menos posso andar”); os que se

comparavam com pessoas saudáveis eram os mais

deprimidos.18 Essa comparação com quem está pior é

surpreendentemente animadora: de repente, o que parecia

inteiramente desencorajador não se mostra tão ruim assim.

Outro eficaz supressor da depressão é prestar ajuda a quem

necessita. Como a depressão se nutre de ruminações e

preocupações com o ego, ajudar aos outros nos tira dessas

preocupações, na medida em que entramos em empatia com

outras pessoas e seus próprios sofrimentos. Lançar-se no

trabalho voluntário — treinar um timinho de várzea, realizar

trabalhos filantrópicos, dar ajuda a populações carentes —

aparecia como um dos mais poderosos modificadores de estado

de espírito no estudo de Diane Tice. Mas também um dos mais

raros.

Finalmente, pelo menos algumas pessoas saem da

melancolia voltando-se para um poder transcendente. Diane me

disse:

— A prece, quando se é muito religioso, funciona para todos

os estados de espírito, sobretudo a depressão.

REPRESSORES: NEGAÇÃO OTIMISTA

“Ele deu um chute na barriga do colega de quarto...”, começa a

frase. E termina: “... mas pretendia acender a luz.”

Essa transformação de um ato de agressão num inocente

engano — se bem que ligeiramente implausível — é a

repressão captada in vivo. Essa frase foi composta por um

universitário que se ofereceu como voluntário para um estudo

sobre repressores, pessoas que habitual e automaticamente

parecem apagar da mente a perturbação emocional. O

fragmento inicial da frase, “Ele deu um chute na barriga do

colega de quarto...”, foi dado ao estudante como parte de um

teste. Outros testes mostraram que esse pequeno ato de fuga

mental fazia parte de um padrão maior em sua vida, um

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