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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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experiências de Wenzlaff. Durante dez minutos, eles escreveram

tudo o que lhes passava pela cabeça, tentando, ao mesmo

tempo, “apagar” a cena. Todas as vezes que a cena invadisse

suas mentes, eles teriam de fazer um X no que escreviam.

Enquanto a maioria das pessoas pensava cada vez menos na

cena à medida que passava o tempo, os voluntários mais

deprimidos, na verdade, mostravam um pronunciado aumento

nos intrusos pensamentos sobre a cena e faziam até referências

indiretas a ela em pensamentos que, presumivelmente,

deveriam distraí-los dela.

E, além disso, os voluntários propensos à depressão usavam

outros pensamentos angustiantes para distrair-se. Como me disse

Wenzlaff:

— Os pensamentos se associam na mente não apenas por

conteúdo, mas por estado de espírito. As pessoas têm o que

equivale a um conjunto de pensamentos depressivos que

acorrem mais prontamente à mente quando estão se sentindo

tristes. As pessoas que se deprimem facilmente tendem a criar

redes muito fortes de associação entre esses pensamentos, de

modo que é mais difícil suprimi-los uma vez que se evoca

algum tipo de estado de espírito negativo. Ironicamente, as

pessoas deprimidas, para tirar da mente um tema depressivo,

utilizam outro tema de igual teor, o que apenas desperta mais

emoções negativas.

Diz uma teoria que o choro pode ser uma maneira natural

de reduzir níveis de produtos químicos do cérebro que

alimentam a angústia. Embora o choro possa, às vezes, obstruir

uma crise de tristeza, também pode deixar a pessoa ainda mais

obcecada com os motivos do desespero. A idéia de que “chorar

faz bem” é enganadora: o choro que prolonga a ruminação

apenas prolonga a infelicidade. As distrações rompem a cadeia

de pensamento que mantém a tristeza; uma das principais

teorias sobre a eficácia da terapia eletroconvulsiva para as

depressões mais severas é que causa perda da memória de

curto prazo — os pacientes sentem-se melhor porque não se

lembram do motivo que lhes causou tanta tristeza. De qualquer

forma, para afastar a tristeza comum, constatou Diane Tice,

muita gente disse que recorria a distrações como leitura, TV e

cinema, videogames e quebra-cabeças, sono e fantasias a

respeito da viagem dos seus sonhos. Wenzlaff acrescentaria que

as distrações mais eficazes são as que mudam o estado de

espírito — um acontecimento esportivo emocionante, um filme

cômico, um livro edificante. (Uma nota de advertência aqui:

algumas distrações, por si próprias, podem perpetuar a

depressão. Estudos com pessoas que vêem muito TV

constataram que, depois, em geral elas estão mais deprimidas

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