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Inteligencia-emocional-Daniel-Goleman

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deprime, parece, torna a depressão mais intensa e prolongada.

Na depressão, a preocupação assume várias formas, todas

concentrando-se num aspecto da própria depressão — o

cansaço que sentimos, a pouca energia ou motivação que temos,

por exemplo, ou o pouco que estamos produzindo. De um

modo geral, nada dessa reflexão é acompanhado por qualquer

linha concreta de ação que possa amenizar o problema. Entre

outras preocupações que surgem na depressão, estão a pessoa

“isolar-se e pensar no quanto está-se sentindo mal, que o

cônjuge pode rejeitá-la porque ela está deprimida e perguntarse

se vai ter mais uma noite de insônia”, diz Susan Nolen-

Hoeksma, psicóloga de Stanford, que estudou a ruminação em

pessoas deprimidas.15

As pessoas deprimidas, às vezes, justificam esse tipo de

ruminação dizendo que estão tentando “se compreender

melhor”; na verdade, estão alimentando os sentimentos de

tristeza sem tomar nenhuma medida que possa de fato tirá-las

da depressão. Assim, na terapia, pode ser perfeitamente

proveitoso refletir a fundo sobre as causas de uma depressão, se

isso conduz a intuições ou ações que mudem as condições que a

causam. Mas uma imersão passiva na tristeza apenas piora as

coisas.

A ruminação também pode aumentar a depressão criando

condições... ora, mais deprimentes. Susan dá o exemplo de uma

vendedora que fica deprimida e passa tantas horas preocupada

com isso que não sai para importantes visitas de negócios. Suas

vendas então caem, fazendo-a sentir-se um fracasso, o que

alimenta sua depressão. No entanto, se ela reagisse à depressão

tentando distrair-se, poderia muito bem ir fundo nas visitas aos

clientes como uma maneira de se desligar da tristeza. As vendas

talvez não caíssem e uma venda eventual poderia aumentar sua

autoconfiança, reduzindo a depressão.

Susan constata que as mulheres tendem muito mais a

ruminar, quando deprimidas, que os homens. Ela acha que isso

explica, em parte, o fato de elas receberem duas vezes mais o

diagnóstico de depressão do que os homens. É óbvio que existem

outros fatores, como o fato de as mulheres falarem mais

abertamente sobre suas angústias ou terem mais coisas em suas

vidas para deprimi-las. E os homens, duas vezes mais que as

mulheres, afogam sua depressão no alcoolismo.

Descobriu-se em alguns estudos que a terapia cognitiva

destinada a mudar esses padrões de pensamentos é equivalente

à medicação para o tratamento da depressão clínica branda, e

melhor que a medicação para prevenir o retorno da depressão

branda. Duas estratégias são particularmente eficazes no

combate.16 Uma é aprender a contestar os pensamentos

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