Revista Contatto Toledo 07
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Viajar é mágico. Como pode algo
te deixar sem palavras, mas mesmo
assim te transformar em um contador
de histórias? Viajar com quem
a gente gosta então... é aventura na
certa! Pelo menos é assim que os
irmãos Denise, Eduardo e Delcir de
Carli pensam. A cada dois anos eles
colocam a mochila nas costas, carregam
a liberdade e se abastecem
de experiências culturais.
Tudo começou em 2013, quando
Denise estava jantando na casa de
Eduardo e recebeu um e-mail sobre
um pacote de viagem. “Achei a
ideia bacana e mostrei para o Edu.
Nós ligamos para o Delcir e na mesma
noite marcamos a viagem”, comenta
ela. Mas nada de avião. Para
a aventura ser completa os irmãos
optaram por ir de carro.
E lá foram eles. A primeira viagem
durou 13 dias. “Nós atravessamos o
deserto do Atacama e fomos até o
litoral do Chile, que era o objetivo
da nossa primeira jornada”, lembra
Eduardo. “Na primeira vez nós fomos
com bastante medo, pois não
sabíamos o que ia acontecer e nem
como ia acontecer. Ainda mais que
lemos bastante relatos na internet
sobre pessoas que eram assaltadas
nas estradas. Mas no fim deu
tudo certo e a viagem foi tranquila”,
completa Delcir.
Em 2015, os irmãos se juntaram
novamente e foram rumo a Machu
Picchu, no Peru. Para aumentar
a aventura, eles decidiram sair
do país pela fronteira da Bolívia. A
viagem desta vez durou um pouco
mais. Foram 18 dias. “Ficamos em
três campings. O resto da viagem
foi em hotéis, mas nada reservado.
Apenas procurávamos um lugar
para passar a noite, com exceção
das capitais, que exigiam reserva
prévia”, comenta Denise.
Para eles, dirigir na Estrada da
Morte, na Bolívia, que é considerada
a mais perigosa do mundo, foi uma
das experiências mais marcantes. A
estrada conta com apenas 3 metros
de largura. “A história é que aconteciam
cerca de 300 mortes por ano,
em apenas 64 quilômetros de extensão,
até que em 2007 foi construída
uma via alternativa”, relatam.
Outro ponto que chamou atenção
dos irmãos foi a Cidade Fantasma
de Humberstone, ao norte do
Chile. “Os moradores trabalhavam
com a extração de salitre, que era
utilizado na agricultura como fertilizante,
e na produção de dinamite
para a indústria bélica”, explica
Denise. “Após a Primeira Guerra
todos os moradores saíram da cidade
para procurar outros meios
de sobrevivência, após a Inglaterra
bloquear a exportação de salitre”,
complementa Eduardo. Delcir resume
que a cidade é pequena, porém
completa. “Tem de tudo. Hotel,
consultório médico, teatro, igreja e
tudo o mais”.
Já este ano, eles viajaram pelo sul
do Brasil com destino a Ushuaya,
na Argentina. O local é conhecido
como a capital da Terra do Fogo.
“É uma cidade que foi construída
por presidiários e que permitia ao
governo argentino marcar território.
É um lugar muito frio e muitos
presos morriam ao tentar fugir ou
pegar madeira para fazer lenha e
se esquentarem”, conta Delcir. Atualmente
parte do presídio é um
museu, enquanto a outra ala está
intacta do jeito que os presidiários
deixaram. “É possível ver fotos dos
presos, bonecos de cera e saber a
história de cada um”, diz Eduardo.
Desta vez a jornada foi de 30 dias.
“A cada ano vamos mais preparados
e com mais espírito de aventura”,
complementa Delcir. O trio
considera esta a melhor viagem.
“Teve mais paisagens e pontos turísticos”,
comenta Denise. Aliás, ela
superou o seu maior medo: o de altura.
“Subimos no Monte Martial, na
Argentina. Foi um desafio vencido.
Eu queria desistir, mas com a ajuda
dos meus irmãos conseguimos ir
até o topo. Valeu a pena enfrentar
esse medo”.
Os irmãos ainda não sabem o
próximo destino e nem quando vai
ser. Mas expõem a sede de aventura.
“A amizade é a coisa mais legal
da viagem. Nós conhecemos tantas
pessoas, além de conhecermos a
nós mesmos. É um intercâmbio de
experiências com gente do mundo
inteiro. Quando a gente fala que é
do Brasil, eles nos recebem de coração.
Ao saberem que somos irmãos,
então, é a coisa mais linda
para eles”, finalizam.
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