Revista Contatto Toledo 07
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professora se ele toparia me treinar
porque eram 6 km. Aceitou o desafio
e é minha personal até hoje, e
assim eu fiz a minha primeira corrida
em 2009”.
Desde então Solange não parou
mais. Veio à segunda corrida em
Cascavel – a Corrida das Mulheres
e depois muitas outras no circuito
regional, estadual e nacional. “Fiz
diversas corridas em Toledo, Cascavel
e Rondon. Corri três vezes a
Corrida das Cataratas, fiz Loanda
e diversas vezes em Curitiba. Também
corri na Serra da Graciosa. São
15 km num chão de pedras irregulares,
subida... é uma prova muito
difícil. Numa altura da prova eu gritei:
Meu Deus o que estou fazendo
aqui? Graciosa não me pega mais!
Fui interrompida por um senhor
que vinha logo atrás de mim: ‘ - Eu
disse a mesma coisa no ano passado’,
ou seja, é um vício. Terminei
a corrida com o tênis na mão, mas
valeu à pena”, risos.
No portfólio da advogada ela tem
duas Corridas de São Silvestre e a
Corrida do Vinho em Bento Gonçalves,
no Rio Grande do Sul. “Foi
lindo! Corríamos entre os parreirais.
É uma experiência indescritível”, recorda
Solange.
Mas como diz Solange, quem
corre uma vez não para mais. E lá
vai ela para o circuito internacional.
“Corri em Foz do Iguaçu a Internacional
do Sesc e por três vezes participei
da corrida das Três Fronteiras.
A Largada é no Paraguai, passa
pelo Brasil e a chegada é na Argentina.
É fantástico”.
Os pés inquietos, apaixonados
pela corrida levaram a Dra. Solange
mais longe. “Fiz maratonas de 21
km em Buenos Aires, Paris e na Muralha
da China. “Em Paris foi uma
prova muito difícil. Já era março, final
do inverno Europeu, mas neste
ano, nevou... era um frio descomedido.
Fiquei muito resfriada e passei
dois dias no hospital tomando
antibiótico”, recorda.
Espalhando o amor pela corrida
Para Solange correr é um vício e a sensação é tão gratificante e
transformadora que não dá para guardar só para ela esta paixão.
“A corrida transforma a vida da gente. Tem que deixou de tomar
remédio, que perdeu peso, que ganhou qualidade de vida... é inexplicável!
Você começa devagar... quando vê são 5, 10, 15 km e de
repente já está fazendo 21 km. É viciante, enquanto eu puder não
paro de correr”, promete.
E ela quer compartilhar este prazer com quem for possível. No
trabalho, em casa ou nas ruas. “Eu e minhas amigas formamos
o grupo Jabuti. Sempre que podemos estamos correndo juntas,
mas isso não significa que individualmente não se possa participar
de outras corridas, independente do grupo”.
A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, subseção
Toledo levou esta paixão para os colegas de profissão. “Quando
eu entrei na OAB, em 2016, prometi que iria promover a corrida
dos advogados. No ano passado não foi possível, mas este ano
conseguimos realizar a corrida. Antes tínhamos muitos colegas
que nunca participaram de uma prova, hoje diversos já aderiram o
habito de correr. Para Medianeira estamos organizando uma van,
para levar os advogados de Toledo para esta corrida”.
E assim o amor pela corrida vai se espraiando. Na família da
Solange não poderia ser diferente. Todos os anos, no Natal ela
reúne os familiares para participar do circuito JOSOL (mistura do
seu nome e do marido Jomah). “Este ano será a quarta edição. No
Natal reunimos mais ou menos 25 pessoas que correm 5 km. Tem
corrida de verdade, rua sinalizada, camisetas, medalhas e troféu”,
e assim ela compartilha seu amor pela corrida.
Buenos Aires e Paris guardam o
seu charme, mas foi a Muralha da
China que ganhou o coração da
corredora. “A corrida que mais me
marcou foi da Muralha da China...
faria mil vezes! O envolvimento da
comunidade com a corrida é apaixonante.
É uma cultura muito diferente
da nossa. Percorremos comunidades
distantes e humildes e
as pessoas estavam lá arrumadas
como se fosse uma festa... esperando
os corredores passarem. Ofereciam-nos
balas nas esquinas, ao
longo do percurso. Além do prazer
de correr tem este capital cultural
imenso”.
Solange conta que na Muralha
da China são mais de cinco mil degraus.
“Não tem como correr no
meio da Muralha... é humanamente
impossível. Tem degraus de 50
centimetros, de um metro... Este
momento da corrida é uma caminhada,
todos os corredores ficam
mais ou menos próximos. É uma
oportunidade de interagir porque
na sequência é a corrida de fato”.
A advogada tem algumas metas,
entre elas uma corrida internacional
por ano, a próxima poderá ser
Portugal ou Grécia, mas guarda um
sonho: correr na Palestina. “Tenho
muita vontade de conhecer a cultura
do povo palestino, mas também
compartilhar a vida com familiares
que vivem lá”, revela Solange da
Silva.
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