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Nas oficinas e casas de peças, poucos produtos<br />
haverá com maior rotatividade do que<br />
os filtros (os chamados fast movers). Ninguém<br />
duvida da sua função e importância.<br />
Seja na filtragem de contaminantes do ar<br />
ou na retenção de impurezas que se instalem no óleo<br />
e no combustível. Ou ainda o seu papel na queima <strong>das</strong><br />
partículas, impedindo que estas sejam liberta<strong>das</strong> pelo<br />
escape dos veículos.<br />
À semelhança da importância dos lubrificantes e dos<br />
combustíveis (dois produtos derivados do petróleo), os<br />
filtros também assumem um papel determinante. De<br />
que forma? As substâncias resultantes da erosão/combustão<br />
dos motores e as impurezas presentes no óleo e<br />
no combustível representam uma ameaça à conservação<br />
<strong>das</strong> peças móveis. Depois, o ar, quer o de admissão<br />
quer o que entra no habitáculo, deverá ser o mais limpo<br />
possível. E a missão dos filtros é deter estes agentes indesejados.<br />
Propriedades duráveis<br />
Pela natureza que têm, os filtros devem manter as suas<br />
propriedades de filtragem o maior número de quilómetros<br />
possível. Devem ser substituídos quando se deteta<br />
que já não estão a cumprir a sua função de forma eficaz.<br />
Os de óleo, devem preservar a saúde dos motores<br />
térmicos e endotérmicos. Os de combustível, mais indispensáveis<br />
nos veículos Diesel do que nos veículos a<br />
gasolina, retêm as partículas e a humidade que podem<br />
danificar o sistema de alimentação e os componentes da<br />
câmara de combustão. Por sua vez, os de partículas, que<br />
são os mais dispendiosos, destinam-se a fazer a queima<br />
<strong>das</strong> partículas nocivas, de modo a que estas não sejam<br />
liberta<strong>das</strong> pelo escape. Por norma, durante este processo,<br />
que demora, em média, dois minutos, o consumo de<br />
combustível aumenta.<br />
Já os filtros de ar, têm uma dupla função: controlar o<br />
fluxo e, também, a qualidade do gás atmosférico que<br />
é admitido nos motores (em função da sua cilindrada,<br />
estes recebem entre 200 a 500 m3 de ar por hora). Ao<br />
conseguir reter as impurezas indesejáveis, evitam que<br />
possam ocorrer danos internos e desgaste prematuro<br />
nos cilindros dos motores. Por último, os filtros de habitáculo<br />
(pólen e carbono ativo) tornam o ar interior<br />
do veículo mais respirável e tão limpo quanto possível.<br />
Por outras palavras, visam libertá-lo de contaminantes<br />
externos, como poeiras e odores.<br />
Como será possível comprovar ao longo <strong>das</strong> páginas<br />
deste Em Foco, existe uma enorme variedade de marcas<br />
e referências de filtros no mercado, nas suas diversas<br />
vertentes. Graças aos novos conceitos logísticos existentes,<br />
é possível aceder rapidamente a estes componentes<br />
sem obrigar as oficinas e casas de peças a disporem de<br />
grandes stocks de filtros. Trata-se de um mercado maduro,<br />
extremamente concorrido, mas com os olhos colocados<br />
no futuro. O <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> auscultou os<br />
principais protagonistas na área dos filtros e mediu o<br />
pulso ao próprio negócio.<br />
Adaptar à evolução<br />
Joaquim Candeias, responsável do bilstein group em<br />
Portugal, acredita que estes fast movers “pertencem a<br />
uma gama de produto vasta, que terá de adaptar-se à<br />
evolução do mercado e aos novos tipos de filtros que<br />
estão a surgir, fruto <strong>das</strong> alterações que se verificam com<br />
as novas tecnologias”, afirma. “Quanto à evolução relativa<br />
a produto, podemos mencionar que a evolução de<br />
negócio de cada filtro tem vindo a alterar-se. Os filtros<br />
de óleo são um produto que, graças à evolução tecnológica,<br />
suportam um número de quilómetros superior e,<br />
uma vez que a mudança de óleo dos veículos tem vindo<br />
a ser cada vez mais espaçada, a mudança do filtro de<br />
óleo também se torna menos regular”, explica. Na sua<br />
opinião, em relação “aos filtros de ar e de combustível, a<br />
tecnologia também influenciou o negócio: são produtos<br />
que se tornaram mais inovadores do ponto de vista do<br />
desenvolvimento técnico, tornando-se num produto de<br />
valor superior, o que fez com que os níveis de faturação<br />
aumentassem por esse motivo”, refere. Por fim, “os filtros<br />
de habitáculo têm registado um crescimento significativo<br />
nas ven<strong>das</strong>, não só porque, atualmente, todos<br />
os veículos dispõem deste componente, mas, sobretudo,<br />
porque a sensibilização, tanto do consumidor final<br />
como do mecânico, tem vindo a aumentar quanto ao<br />
impacto que este filtro tem na saúde e no bem-estar dos<br />
ocupantes dos veículos”, sublinha.<br />
Sobre o futuro deste mercado, o responsável do bilstein<br />
group em Portugal defende que este “terá de adaptar-<br />
-se aos novos veículos”. E explica: “Um veículo elétrico,<br />
por exemplo, tem menos filtros do que um comum<br />
com motor de combustão interna, mas a maior parte<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2020 71