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Revista Analytica Ed 105

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<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />

EDITORIAL<br />

Bem-vindos à <strong>105</strong>ª edição da <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, cuidadosamente preparada trazendo a maior gama de assuntos<br />

referentes ao setor de controle de qualidade industrial. A nossa revista traz um material abrangente. Contamos,<br />

desta vez, com dois artigos que abordam diferentes temas: o primeiro sobre o uso de espectrofotometria UV-Vis na<br />

determinação de metais em cachaças de alambique visando suas remoções; e o segundo artigo sobre a aplicação<br />

de imagem digital usando smartphone em reações colorimétricas.<br />

Além dos artigos científicos supracitados, temos também a seção Espectrometria de massas apresentando um<br />

artigo sobre a cromatografia de gás acoplada à espectrofotometria de massas – GC/MS. Contamos ainda com<br />

a seção Metrologia apresentando um artigo discorrendo sobre a metrologia como instrumento de soberania e<br />

cidadania. E complementando, a seção Microbiologia apresenta um artigo sobre a qualidade microbiológica dos<br />

produtos farmacêuticos.<br />

Todo esse conteúdo, associado à uma importante agenda de eventos e as melhores inovações e soluções do<br />

mercado de controle de qualidade industrial, reunindo as maiores empresas do ramo. Agradecemos a todos que<br />

colaboraram com essa edição, e a todos os leitores.<br />

Boa leitura a todos!<br />

JOÃO GABRIEL DE ALMEIDA<br />

Fale com a gente<br />

Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />

Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Tel.: 11 3900-2390 | Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em<br />

contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

/revista-analytica<br />

/revistaanalytica<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: DEN <strong>Ed</strong>itora<br />

Conselho <strong>Ed</strong>itorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />

Jornalista Responsável: João Gabriel de Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: VOX Gráfica | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />

ÍNDICE<br />

01<br />

06<br />

08<br />

<strong>Ed</strong>itorial<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

Agenda<br />

Artigo 1<br />

10<br />

Uso de Espectrofotometria UV-VIS<br />

na Determinação de Cobre e Níquel<br />

em Cachaças de Alambiques Visando<br />

a Remoção dos Metais<br />

Autores: Karina de Moraes Lima, Alexandre Mendes Muchon,<br />

Alex Magalhães de Almeida<br />

Artigo 2<br />

16<br />

Aplicações de Imagem Digital Usando Smartphone<br />

em Reações Colorimétricas<br />

Autor: Dário Mário Napoleão Armando dos Santos<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

28<br />

32<br />

38<br />

40<br />

Espectrometria de Massa<br />

Metrologia<br />

Microbiologia<br />

Em Foco


<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

Analitica Lab 37<br />

Ansell<br />

2ª Capa<br />

Arena 39<br />

BCQ<br />

4ª Capa<br />

Bio Scie 37<br />

FCE Pharma 41<br />

Gilson SAS 05<br />

Greiner 27<br />

Kasvi 03<br />

Las do Brasil 09<br />

Nova Analitica 07<br />

Prime Cargo<br />

3ª Capa<br />

Veolia 15<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Conselho <strong>Ed</strong>itorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta <strong>Ed</strong>ição:<br />

<strong>Ed</strong>uardo Pimenta Almeida de Melo, Luciano Nascimento, Anastasiia Melnyk, Oliveira ML, Pereira AS, Rodrigues KM, França RF, Assis IB, Arena Técnica,<br />

Oscar Vega Bustillos, Américo Tristão, Claudio Kiyoshi Hirai.


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<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />

autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Informações aos Autores<br />

Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />

pelos revisores.<br />

Os autores deverão informar todo e qualquer<br />

conflito de interesse existente, em particular<br />

aqueles de natureza financeira relativo<br />

a companhias interessadas ou envolvidas em<br />

produtos ou processos que estejam relacionados<br />

com a contribuição e o manuscrito<br />

apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />

de compromisso assinado por todos os autores,<br />

atestando a originalidade do artigo, bem<br />

como a participação de todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />

mas com Abstract detalhado em inglês.<br />

O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />

palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />

ser enviadas na forma original, para<br />

uma perfeita reprodução. Se o autor preferir<br />

mandá-las por e-mail, pedimos que a resolução<br />

do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />

extensão em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />

por e-mail, ordenados em título, nome<br />

e sobrenomes completos dos autores e nome<br />

da instituição onde o estudo foi realizado.<br />

Além disso, o nome do autor correspondente,<br />

com endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />

palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />

(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />

Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />

agradecimentos, referências bibliográficas,<br />

tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto com o<br />

sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />

da publicação, segundo norma ABNT <strong>105</strong>20.<br />

As identificações completas de cada referência<br />

citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />

com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />

seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />

siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />

artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />

página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />

de contribuições ainda não publicadas<br />

deverão ser mencionadas como “no prelo”<br />

ou “in press”.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />

vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />

disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />

média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />

em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />

A/C: João Gabriel de Almeida – redação<br />

Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />

Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/


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Agenda<br />

agenda<br />

Em função da pandemia do Covid-19, e<br />

acompanhando os desdobramentos da crise,<br />

decretos e posicionamentos dos governos,<br />

muitos dos eventos agendados para o<br />

período Fev/Março estão sendo cancelados.<br />

Comprometidos em não propagar informações<br />

equivocadas, não haverá seção Agenda na<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> <strong>Ed</strong> <strong>105</strong> e recomendamos<br />

que os interessados em participar de eventos<br />

consultem os sites dos eventos que estariam<br />

programados para esse período para se<br />

informarem sobre possíveis novas datas.<br />

Agradecemos a compreensão de todos,<br />

Equipe <strong>Analytica</strong>.<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020


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Artigo 1<br />

Autores:<br />

Karina de Moraes Lima<br />

Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Alexandre Mendes Muchon<br />

Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Alex Magalhães de Almeida<br />

Professor no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Doutor em Química Analítica<br />

alexmalmeida42@yahoo.com.br<br />

Uso de Espectrofotometria UV-VIS<br />

na Determinação de Cobre e Níquel<br />

em Cachaças de Alambiques Visando<br />

a Remoção dos Metais<br />

Imagem Ilustrativa<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Resumo<br />

A cachaça encontra-se entre as bebidas<br />

mais consumidas no Brasil, sendo considerada<br />

a bebida típica no país. Ela é produzida<br />

a partir da cana-de-açúcar, e em grande<br />

parte sua obtenção ocorre em alambiques<br />

de cobre. Os produtores do destilado buscam<br />

manter a boa qualidade através da<br />

padronização e assim conseguirem atender<br />

as exigências do mercado consumidor e<br />

garantir os teores de salubridade permitidos<br />

pela legislação. Entretanto, uma das<br />

dificuldades enfrentadas pelos produtores<br />

é a contaminação por metais pelo<br />

fato do alambique ser construído de ligas<br />

metálicas. Os elementos cobre e níquel<br />

são utilizados na confecção de ligas que<br />

compõem peças de alambiques, e estão<br />

presentes em pequenas quantidades, em<br />

alguns alimentos, podendo assim, serem<br />

ingeridos pelo ser humano. Em níveis altos,<br />

esses metais são indesejáveis no organismo<br />

humano, visto que, podem vir a ocasionar<br />

danos a saúde, causando enfermidades,<br />

doenças severas ou intoxicações devido a<br />

ações peculiares no organismo. Em função<br />

destes aspectos, este trabalho propõe a<br />

determinação quantitativa dos metais em<br />

cachaças empregando reações de complexação,<br />

sistemas homogêneos de solventes<br />

e espectrofotometria UV-VIS. Propõe-se<br />

ainda a remoção dos elementos, com o uso<br />

de filtros, afim de atender aos valores estipulados<br />

pela legislação vigente.<br />

Palavras-chave: AAlambique de cobre, Filtros<br />

para remoção de metais, Espectrofotometria UV-VIS.<br />

Abstract<br />

The cachaça is among the most consumed<br />

drinks in Brazil, being considered the typical<br />

drink in the country. It is produced from sugar<br />

cane, and is mostly obtained from copper<br />

stills. Distillate producers seek to maintain<br />

good quality through standardization and<br />

thus meet the requirements of the consumer<br />

market and ensure the health levels allowed<br />

by legislation. However, one of the difficulties<br />

faced by producers is metal contamination<br />

because the still is made of metal alloys.<br />

The copper and nickel elements are used in<br />

the manufacture of alloys that make up parts<br />

of stills, and are present in small quantities<br />

in some foods and can thus be ingested by<br />

humans. At high levels, these metals are<br />

undesirable in the human body, as they can<br />

cause health damage, causing illness, severe<br />

illness or poisoning due to peculiar actions<br />

in the body. Due to these aspects, this work<br />

proposes the quantitative determination of<br />

metals in cachaça using complexation reactions,<br />

homogeneous solvent systems and<br />

UV-VIS spectrophotometry. It is also proposed<br />

to remove the elements, using filters, in<br />

order to meet the values stipulated by current<br />

legislation.<br />

Keywords: Copper Alembic, Metal Removal Filters,<br />

UV-VIS Spectrophotometry.


Introdução<br />

A cachaça é definida pelo anexo do Decreto<br />

nº 6871/09 como uma denominação típica e<br />

exclusiva da aguardente de cana produzida<br />

no Brasil, sendo obtida pela destilação do<br />

mosto fermentado do caldo de cana-de-<br />

-açúcar, possuindo graduação alcoólica de<br />

38% vol a 48%vol a 20ºC (BRASIL,2009).<br />

Durante a Expocachaça em 2015, verificou-<br />

-se que o Brasil apresenta a capacidade de<br />

produzir aproximadamente 1,2 bilhões de<br />

litros por ano de cachaça, sendo que 30%<br />

deste montante, equivale a cachaça de alambique<br />

produzida no estado de Minas Gerais.<br />

São mais de 4.000 marcas disputando o mercado<br />

nacional, e cerca de 1% da produção<br />

anual é exportada para outros países, sendo<br />

os maiores consumidores externos a Alemanha<br />

e os Estados Unidos.<br />

O Centro Brasileiro de Referência da Cachaça<br />

(CBRC), ranqueia a cachaça como um<br />

dos destilados mais consumidos no mundo.<br />

Entretanto, apenas 1% da produção é para<br />

exportação, desta forma conclui-se que a<br />

população brasileira consome praticamente<br />

toda a produção de cachaça. De acordo com<br />

Nunes e Neta (2010) o diferencial da cachaça<br />

de alambique encontra-se no fato da colheita<br />

da cana-de-açúcar ser realizada por corte<br />

a mão, sem queima das folhas e também por<br />

ser produzida em pequenas destilarias e em<br />

pequena quantidade, a média brasileira é de<br />

300 a 1000 litros por dia. Em virtude do alto<br />

consumo, a qualidade da cachaça tem sido<br />

criteriosamente avaliada, e por estes aspectos<br />

gerais e por parâmetros de qualidade envolvidos,<br />

são exigidas análises físico-químicas<br />

afim de avaliar composição do destilado,<br />

sendo analisados os metais presentes e os<br />

compostos secundários.<br />

Tradicionalmente a produção de cachaça<br />

ocorre em alambiques de cobre, e uma das<br />

razões para o emprego desses alambiques, é o<br />

fato de possuir a propriedade de boa condutividade<br />

de calor durante o processo de destilação<br />

da cachaça, que preserva a qualidade do<br />

produto quando comparado aos alambiques<br />

feito de outros materiais, como por exemplo, o<br />

aço inox. Entretanto, a falta de boas práticas de<br />

limpeza e higiene, podem levar a contaminação<br />

do produto final. Dentro do alambique de cobre<br />

forma-se o “azinhavre” que é o carbonato básico<br />

de cobre e pode se solubilizar durante o processo<br />

de destilação. Este composto é resultante da<br />

oxidação do cobre ou de ligas metálicas que o<br />

contém, e diante desse composto formado<br />

pode ocorrer que o mesmo seja dissolvido pelos<br />

vapores alcoólicos ácidos, gerando assim a contaminação<br />

da bebida (LIMA NETO et al., 1994).<br />

O cobre e o níquel são elementos metálicos<br />

indesejáveis nas cachaças, por se apresentarem<br />

como prejudiciais à saúde humana quando<br />

consumidos em excesso. Ajunta-se a este<br />

aspecto o fato de serem acumulativos no organismo.<br />

O valor máximo permitido para consumo<br />

nos destilados para o cobre de acordo<br />

com a ANVISA é de 5 mg/L, porém em outros<br />

países a tolerância é de no máximo 2mg/L.<br />

Para o metal níquel, no Brasil ainda não existem<br />

valores especificados por órgãos governamentais,<br />

quanto a dosagem exata presente<br />

em alimentos ou bebidas (GONZALES,2016),<br />

o que leva o assunto a estar presente em diversos<br />

estudos com a função de investigar as<br />

condições aceitáveis, entretanto a média basal<br />

que o ser humano ingere ao dia por meio da<br />

alimentação e ingestão de água perfaz-se<br />

em torno de 172 μg de níquel (PADOVANI et<br />

al, 2006), isso sem mencionar a quantidade<br />

inalada e a quantidade que o ser humano se<br />

expõe ao metal diariamente.<br />

O íon metálico Cobre é descrito como um<br />

excelente condutor térmico, muito resistente a<br />

corrosão, material dúctil, maleável, de coloração<br />

avermelhada, apresentando também baixo<br />

custo benefício. Segundo estudos de Sargentelli,<br />

Mauro e Massabni (1996) é um metal<br />

utilizado para diversas aplicações industriais,<br />

sendo muito utilizado em equipamentos elétricos,<br />

ligas e canos. É um dos principais metais<br />

presentes no corpo humano e encontra-se<br />

distribuído em quase todo o organismo, mas<br />

em diferentes concentrações apresentando<br />

sua funcionalidade em uma dieta balanceada.<br />

E apesar de muito usado no ramo industrial, e<br />

das pequenas quantidades permitidas, o seu<br />

consumo em excesso possui alta toxicidade<br />

para o ser humano podendo causar doenças<br />

graves tais como: doença de Wilson (SILVA,<br />

COLÓSIMO e SALVESTRO, 2010), epilepsia,<br />

melanoma e artrite reumatoide.<br />

Em se tratando do níquel que por sua vez<br />

se caracteriza como um metal pesado, com<br />

densidade = 8,5g/cm³. Sua forma metálica,<br />

sendo dúctil e maleável, prateado e resistente<br />

a oxidação pelo ar, água e agentes alcalinos.<br />

De acordo com a dissertação de Lepri (2005)<br />

é considerado o 24º metal mais abundante da<br />

crosta terrestre e muito utilizado na produção<br />

de aços inoxidáveis e de ligas metálicas devido<br />

a sua alta resistência a corrosão e temperatura.<br />

No ambiente humano este elemento está presente<br />

em torno de 150.000 toneladas métricas<br />

por ano seguidamente de fontes naturais<br />

e 180.000 toneladas métricas por ano por<br />

fontes antropogênicas. Ainda de acordo com<br />

Lepri (2005), uma das principais fontes de<br />

exposição humana ao níquel ocorre principalmente<br />

através da alimentação, com ênfase em<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

11


Artigo 1<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autores:<br />

Karina de Moraes Lima<br />

Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Alexandre Mendes Muchon<br />

Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Alex Magalhães de Almeida<br />

Professor no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Doutor em Química Analítica<br />

alexmalmeida42@yahoo.com.br<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

alimentos à base de plantas pois esses podem<br />

apresentar valores acima de 1mg/kg do metal,<br />

e por inalação que em regiões de grandes<br />

indústrias ocorre a queima de combustíveis<br />

fósseis em usinas elétricas e automotivas, incineração<br />

de lixos orgânicos, atingindo níveis<br />

elevados do metal aumentando a quantidade<br />

inalável deste.<br />

Por não ser um elemento metálico essencial<br />

ao organismo, não é de reconhecimento científico<br />

que os compostos de níquel sejam metabolizados,<br />

podendo causar assim sérios riscos<br />

à saúde. A toxicidade do níquel merece destaque<br />

por ser considerado um dos elementos<br />

mais tóxicos, sendo indesejável principalmente<br />

em altas quantidades nos alimentos, e sua<br />

presença pode vir a ocasionar enfermidades,<br />

doenças ou intoxicações decorrentes de sua<br />

ação peculiar no organismo, como: redução da<br />

função pulmonar, bronquite crônica e asma.<br />

De acordo com a pesquisa de Gonzalez<br />

(2016), quando o ser humano é exposto ao<br />

metal, especialmente pelo contato direto em<br />

objetos contendo o mesmo, pode causar uma<br />

situação criteriosa ocasionando dermatite<br />

alérgica. O níquel foi classificado em nível<br />

mais perigoso das substâncias cancerígenas<br />

no grupo 1, com base em estudos epidemiológicos<br />

e relatos, sendo confirmado um carcinogênico<br />

humano, entretanto a quantidade<br />

de evidências em seres humanos ou animais é<br />

insuficiente para identificar qual tipo de exposição<br />

provoca o câncer.<br />

Apesar das incontáveis dificuldades em se<br />

tratando de qualidade que são encontradas<br />

durante o processo produtivo das cachaças,<br />

um dos principais problemas para assegurar a<br />

qualidade é a contaminação de metais que são<br />

provenientes do próprio destilador. Visando a<br />

qualidade e a padronização das cachaças para<br />

que atenda as exigências do mercado e aos teores<br />

máximos permitidos pela legislação, este<br />

trabalho teve como objetivo o desenvolvimento<br />

de procedimentos analíticos afim de identificar<br />

os metais cobre e níquel, e encontrar<br />

uma forma de remoção parcial ou total desses<br />

metais das cachaças de alambique de cobre.<br />

Isto foi realizado com o uso de diferentes filtros<br />

confeccionados a partir de cartão ativado, resina<br />

de troca iônica e sílica. Os procedimentos<br />

analíticos foram realizados por espectrofotometria<br />

na região Ultravioleta Visível.<br />

Materiais e Métodos<br />

Para realizar a detecção dos elementos metálicos<br />

nas cachaças de alambique de cobre,<br />

desenvolveram-se procedimentos analíticos<br />

baseados em conhecimentos de espectrofotometria<br />

UV-VIS e mistura de solventes. Para<br />

o cobre utilizou-se de um sistema ternário<br />

homogêneo de solventes constituído por<br />

água-etanol-metilisobutilcetona (MIC), respectivamente<br />

na proporção v/v: 5,0, 15,0 e<br />

5,0 mL, onde o reagente PAN era solubilizado<br />

em MIC e apresentou uma concentração 4,01<br />

x 10-2 mol/L. Este sistema permite a reação<br />

e formação do complexo Cu-PAN através da<br />

miscibilidade proporcionada pelo etanol para<br />

um solvente polar (água) com outro apolar<br />

(MIC). Para o elemento níquel utilizou-se o<br />

reagente dimetilglioxima (DMG), que apresenta<br />

boa especificidade para o metal. A DMG<br />

foi solubilizada em dimetilformamida, e a<br />

concentração final do reagente foi de 0,861<br />

mol/L. O sistema de solventes ideal para este<br />

caso, foi obtido pela utilização de 6,0 mL de<br />

amostra (fase aquosa) adicionado a 4,0 mL de<br />

dimetilformamida contendo o complexante.<br />

Nos sistemas de solventes mencionados,<br />

foram realizadas varreduras espectrofotométricas<br />

para os elementos complexados nas<br />

condições descritas, entre 300 e 600 nm. O<br />

complexo Cu-PAN formado obteve-se uma<br />

máxima absorvância para em 556 nm e o<br />

complexo Ni-DMG em 360 nm. A partir destes<br />

valores de comprimento de onda, averiguou-<br />

-se as melhores condições de pH da fase aquosa<br />

para os elementos em questão.<br />

Sequencialmente, realizou-se a obtenção<br />

das curvas de calibração de cada caso (FIGURA<br />

1 e 2), que forneceram as equações das retas<br />

de cada situação. As determinações dos metais<br />

nas amostras de cachaças de alambique<br />

foram realizadas em seguida, e posteriormente,<br />

efetuou-se a remoção dos metais cobre e<br />

níquel, com o uso de filtros confeccionados<br />

com cartão ativado, resina de troca iônica,<br />

sílica e argila. O material filtrado sofreu determinações<br />

quanto ao teor de metais, e os resultados<br />

permitiram verificar qual o melhor filtro<br />

para ser utilizado.<br />

Resultados e Discussão<br />

Os ensaios realizados para obtenção das<br />

curvas de calibração, permitiram a obtenção<br />

das seguintes equações e seus respectivos<br />

coeficientes de determinação: ABS =<br />

0,0572[Cu] + 0,0157 com R² = 0,9976 e ABS<br />

= 0,0294[Ni] + 0,0057 com R² = 0,9985 (FI-<br />

GURA 1 e 2). Estas equações foram utilizadas<br />

para obter os valores quantitativos dos metais.


Pelos estudos realizados quanto a alteração do<br />

pH da fase aquosa, constatou-se que o sinal<br />

analítico não sofria alterações nos diferentes<br />

valores de pH, não apresentando desta forma<br />

uma interferência significativa para os métodos.<br />

Considerando estes aspectos, aplicou-se<br />

os procedimentos desenvolvidos para a determinação<br />

de cobre e níquel em amostras de<br />

cachaça de alambique.<br />

FIGURA 1<br />

FIGURA 1: Curva de calibração utilizada na determinação de cobre<br />

em cachaças. Elaborada no sistema agua-etanol-MIC, sendo a<br />

quantificação do metal ocasionada pela formação do complexo<br />

Cu-PAN e as leituras realizadas por espectrofotometria a 556 nm.<br />

FIGURA 1 – Curva de calibração utilizada na determinação de cobre em<br />

cachaças. Elaborada no sistema agua-etanol-MIC, sendo a quantificação do<br />

metal ocasionada pela formação do complexo Cu-PAN e as leituras realizadas<br />

por espectrofotometria a 556 nm.<br />

FIGURA 2 – Curva de calibração utilizada na determinação de níquel<br />

em cachaças. Elaborada no sistema agua-dimetilformamida, sendo<br />

a quantificação do metal ocasionada pela formação do complexo<br />

Ni-DMG e as leituras realizadas por espectrofotometria a 360 nm.<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

Tabela 1- Resultados obtidos na quantificação de cobre e níquel nas<br />

cachaças avaliadas antes da filtragem<br />

Tabela 1- Resultados obtidos na quantificação de cobre e níquel nas cachaças<br />

avaliadas antes da filtragem<br />

Cachaças [Cu] mg/L [Ni] mg/L<br />

Alambique 1 16,83 10,01<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

Alambique 2 3,35 6,88<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019. Alambique 3 2,33 1,78<br />

FIGURA 2<br />

Alambique 4 4,34 1,57<br />

FIGURA 2 – Curva de calibração utilizada na determinação de níquel em<br />

Alambique 5 2,97 3,65<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

cachaças. Elaborada no sistema agua-dimetilformamida, sendo a quantificação<br />

do metal ocasionada pela formação do complexo Ni-DMG e as leituras<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

realizadas por espectrofotometria a 360 nm.<br />

As análises foram efetuadas em triplicata<br />

para 5 amostras de cachaças coletadas em<br />

alambiques diferentes, em cidades do centro-<br />

-oeste mineiro. Realizou-se as determinações<br />

de cobre e níquel de acordo com o descrito e os<br />

resultados obtidos evidenciam que algumas<br />

das cachaças excedem o teor de cobre permitido<br />

para o consumo humano, de acordo com<br />

o que é estabelecido pela legislação vigente.<br />

Os valores de níquel estavam muito elevados,<br />

isto quando se adota como referência o valor<br />

diário que é comumente consumido, já que<br />

ainda não existe uma legislação específica<br />

para o elemento nesta situação, o que pode<br />

ser constatado ao se observar a Tabela 1. Sem<br />

exceção, todas as cachaças analisadas foram<br />

fabricadas em alambiques de cobre, e não sofreram<br />

qualquer outro tipo de processamento,<br />

ou envelhecimento em recipiente secundário,<br />

portanto sem interferência do meio externo a<br />

qual isso poderia gerar dúvidas em relação aos<br />

resultados das análises.<br />

TABELA 1<br />

Durante o período de realização das análises<br />

verificou-se através de levantamento<br />

bibliográfico (VOGEL et al, 2002 e FERNAN-<br />

DES, 1982) que um estudo de interferentes<br />

poderia ser efetuado para garantir a efeti-<br />

TABELA 2<br />

Tabela 2 - Resultados obtidos para a presença de cobre e níquel nas cachaças<br />

de alambique, após a filtragem em diferentes tipos de filtros.<br />

Alambique/Filtro [Cu] mg/L [Ni] mg/L<br />

Alambique 1/Filtro 1 0,00 0,00<br />

vidade das determinações. De acordo com<br />

Alambique 2/Filtro 2 0,00 0,00<br />

Alambique 3/Filtro 3 0,00 0,044<br />

a literatura seriam interferentes para o elemento<br />

5/Filtro níquel 5 os elementos 0,177 paládio, rênio 1,91 e<br />

Alambique 4/Filtro 4 0,00 0,89<br />

Alambique<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

ferro, pois estes elementos poderiam causar<br />

competitividade com o reagente complexante<br />

utilizado para o metal. Entretanto, ao<br />

realizar as análises para determinação de<br />

ferro nas amostras de cachaça, constatou-se<br />

a ausência deste elemento, e devido a baixa<br />

probabilidade de encontrar paládio e rênio<br />

nos locais de plantio da cana, e consequentemente<br />

na constituição do próprio alambique,<br />

descartou-se a interferência destes<br />

metais. Desta forma, pode-se assegurar que<br />

as determinações efetuadas não apresentam<br />

interferências, mas sim, um alto grau de<br />

confiabilidade para os metais em questão.<br />

Na etapa de remoção dos metais, realizou-se<br />

a confecção de 6 filtros constituído<br />

por diferentes materiais, que teriam<br />

por finalidade retirar os metais da<br />

cachaça. Os filtros foram confeccionados<br />

da seguinte forma:<br />

• Filtro 1: constituído por uma camada de<br />

carvão ativado e outra de sílica,<br />

• Filtro 2: elaborado com uma camada de<br />

resina de troca iônica e outra de sílica,<br />

• Filtro 3: utilizou-se apenas de uma camada<br />

de sílica em sua composição,<br />

• Filtro 4: empregou-se apenas uma camada<br />

de carvão ativado, de aproximadamente<br />

8 cm de caminho para o líquido percorrer.<br />

• Filtro 5: empregou-se uma fina camada<br />

de carvão ativado, de aproximadamente 2<br />

cm de caminho para o líquido percorrer.<br />

• Filtro 6: fez-se um filtro com uma camada<br />

de sílica e outra de argila.<br />

Definiu-se inicialmente uma dosagem<br />

de álcool e água, similar a cachaça, e a<br />

esta mistura adicionou-se uma quantidade<br />

conhecida dos elementos metálicos,<br />

10 mg/L de cada um dos metais. Com<br />

esta falsa cachaça realizou-se ensaios<br />

preliminares para testar a eficiência dos<br />

filtros. e submeteu-a em cada filtro para<br />

fins de testes e pode concluir que o filtro 4<br />

e filtro 6 foram os que apresentaram menor<br />

efetividade em comparação com os<br />

outros filtros que fizeram uma remoção<br />

de quase 100% de Cu e Ni, logo, apenas<br />

estes filtros não foram utilizados na sequencia<br />

das análises.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

13


Artigo 1<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autores:<br />

Karina de Moraes Lima<br />

Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Alexandre Mendes Muchon<br />

Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Alex Magalhães de Almeida<br />

Professor no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />

Doutor em Química Analítica<br />

alexmalmeida42@yahoo.com.br<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Após esta etapa de testes, realizou-se<br />

procedimentos de limpeza dos filtros com<br />

água destilada e as amostras de cachaças de<br />

alambique foram processadas cada uma em<br />

um dos filtros, onde obteve-se resultados<br />

satisfatórios quanto a remoção dos metais,<br />

como pode ser observado na Tabela 2. Entretanto,<br />

a fim de saber se foram preservadas<br />

as características sensoriais das cachaças<br />

realizou-se o teste cego com vários apreciadores<br />

de cachaça e os mesmos relataram a<br />

insatisfação quanto a perca dos atributos do<br />

sabor e odor das cachaças após o processo<br />

de filtragem, sendo assim obteve-se a confirmação<br />

Cachaças da mudança [Cu] mg/L nas características<br />

[Ni] mg/L<br />

Alambique 1 16,83 10,01<br />

sensoriais Alambique 2 do produto 3,35 o que implica que 6,88 esta<br />

Alambique 3 2,33 1,78<br />

forma Alambique de 4 remoção não 4,34 é satisfatória. 1,57 O fato<br />

Alambique 5 2,97 3,65<br />

é devido ao carvão ativado apresentar uma<br />

excelente adsorção para o álcool etílico, o<br />

que afeta a qualidade e sabor do produto.<br />

TABELA 1<br />

Tabela 1- Resultados obtidos na quantificação de cobre e níquel nas cachaças<br />

avaliadas antes da filtragem<br />

TABELA 2<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

Tabela 2 - Resultados obtidos para a presença de cobre e níquel nas<br />

cachaças de alambique, após a filtragem em diferentes tipos de filtros.<br />

Tabela 2 - Resultados obtidos para a presença de cobre e níquel nas cachaças<br />

de alambique, após a filtragem em diferentes tipos de filtros.<br />

Alambique/Filtro [Cu] mg/L [Ni] mg/L<br />

Alambique 1/Filtro 1 0,00 0,00<br />

Alambique 2/Filtro 2 0,00 0,00<br />

Alambique 3/Filtro 3 0,00 0,044<br />

Alambique 4/Filtro 4 0,00 0,89<br />

Alambique 5/Filtro 5 0,177 1,91<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />

Conclusão<br />

De acordo com os resultados obtidos pôde-se<br />

observar o alto potencial dos filtros<br />

utilizados para remover os metais presentes<br />

nas amostras de cachaças mantendo-as<br />

dentro das exigências pela legislação. Entretanto,<br />

esta forma de remoção não atende ao<br />

critério de qualidade final do produto. Pois<br />

altera de maneira significante o sabor e aroma<br />

da cachaça. Portanto, sugere-se um estudo<br />

detalhado para que se execute futuramente<br />

a remoção de metais, através de um<br />

aperfeiçoamento do método de filtragem,<br />

que não altere a qualidade do produto e que<br />

respeite a legislação vigente sem que altere<br />

as características sensoriais.<br />

Agradecimentos: Os autores agradecem<br />

ao CNPq pelas bolsas disponibilizadas aos<br />

alunos de Iniciação Científica, ao Centro Universitário<br />

de Formiga pelo uso dos laboratórios<br />

e equipamentos e ao CEPEP por disponibilizar<br />

os meios de execução do trabalho.<br />

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de 04 de junho de 2009. Regulamenta a Lei nº 8.918,<br />

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de absorção atômca de alta resolução com fonte contínua<br />

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grafite em amostras de óleo cru. Dissertação (Mestrado)<br />

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13 fev. 2019. MOREIRA, F. R.; MOREIRA, J. C.. Os efeitos<br />

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FERNANDES, J.. Química Analítica Qualitativa, São Paulo:<br />

<strong>Ed</strong>. Hemus, 1982.


Artigo 2<br />

Autor:<br />

Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />

Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />

Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />

Aplicações de Imagem Digital Usando Smartphone<br />

em Reações Colorimétricas<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Resumo<br />

O presente trabalho propõe diferentes<br />

aplicações da análise de imagem digital<br />

em reações colorimétricas. Nesse trabalho,<br />

a mesma foi capturada por um smartphone<br />

modelo J3 visando a determinação do teor<br />

de ferro total em água e etanol na cachaça. O<br />

processamento consistiu no tratamento das<br />

imagens no sistema de cores RGB, através<br />

do software R, com interface gráfica RStudio<br />

usando o pacote EBImage. Esse pacote faz<br />

a decomposição da imagem digital, onde a<br />

intensidade do pixel se relaciona com a concentração<br />

do analito. Na determinação de<br />

ferro em água potável, o canal verde mostrou<br />

um grau de ajuste melhor com um coeficiente<br />

de determinação (R2 = 0,9985), com a<br />

concentração obtida da amostra enriquecida<br />

com 5,0 µg. mL-1. Para fins de validação, os<br />

resultados correlacionaram-se relativamente<br />

bem com os dados dos padrões obtidos por<br />

espectrometria no UV-Visível (78,91%). Ao<br />

passo que, na determinação do metanol na<br />

cachaça, o canal azul indicou uma correlação<br />

relativamente forte de 89,08% com os dados<br />

obtidos pela espectrometria no UV-Visível. A<br />

concentração obtida na faixa de 0,09 – 0,15<br />

% v/v, com o limite de detecção na faixa de<br />

0,002 – 0,011 % v/v e o limite de quantificação<br />

de 0,006 – 0,034% v/v. A metodologia<br />

proposta apresenta resultados com<br />

modelos estatisticamente significativos, com<br />

melhor qualidade de ajuste em relação aos<br />

valores observados e, portanto, ela pode ser<br />

uma alternativa rápida e de fácil manuseio,<br />

que envolve recursos financeiros relativamente<br />

baixos.<br />

Palavras-chave: Imagem digital. EBImage. Ferro.<br />

Metanol. Smartphone. Reações colorimétricas.<br />

Abstract<br />

This work proposed the application of a<br />

digital image on colorimetric reaction.<br />

On this paper, the image was captured<br />

by using a smartphone model J3, aiming<br />

to determinate methanol in sugarcane<br />

liquor. The processing consisted of image<br />

treatment on RGB colors system by R<br />

software with RStudio graphical interface<br />

using EBImage package. This package<br />

does the digital image decomposition,<br />

where each score is related to the methanol<br />

concentration. In the determination of<br />

iron in drinking water, the green channel<br />

showed a better fit with a coefficient of<br />

determination (R2 = 0.9985), with the<br />

concentration obtained from the 5.0 µg<br />

enriched sample. mL-1. For validation<br />

purposes, the results correlated relatively<br />

well with the pattern data obtained by<br />

UV-Visible spectrometry (78.91%). While<br />

in the determination of methanol in the<br />

cachaça, the blue channel indicated a relatively<br />

strong correlation of 89.08% with<br />

the data obtained by UV-Visible spectrometry.<br />

The concentration obtained in the<br />

range 0.09 - 0.15% v / v, with the detection<br />

limit in the range 0.002 - 0.011% v<br />

/ v and the limit of quantitation 0.006 -<br />

0.034% v/v. The proposed methodology<br />

presented results with models statistically<br />

significative, with a better quality the<br />

adjustment about observed values and it<br />

did not show a significant difference in<br />

the reference UV-Vis spectrophotometry<br />

methodology. Therefore, it can be used as<br />

a fast and easy alternative methodology<br />

that needs relatively low cost.<br />

Keywords: Digital image. EBImage. Iron. Methanol.<br />

Smartphone. Colorimetric reactions.


Introdução<br />

A rotina dos laboratórios de pesquisa requer<br />

equipamentos certificados, mas a aquisição e<br />

manutenção desses equipamentos acarretam<br />

elevados recursos financeiros. A procura de alternativas<br />

para ultrapassar este cenário tem sido<br />

um grande desafio para manter o funcionamento<br />

dos laboratórios. Com base nas reações<br />

colorimétricas, pode se obter imagem digital<br />

usando um smartphone como recurso para<br />

aquisição da imagem digital. Por outro lado,<br />

existe um pacote do software R (R Core Team,<br />

2014) que faz análise da imagem digital.<br />

A análise de imagem digital se baseia em<br />

diferentes modelos de cores, para descrever,<br />

quantificar, e simular a percepção da cor pelos<br />

seres humanos (Hirschler, R., 2009). Por isso, é<br />

indispensável o uso da colorimétrica em análise<br />

de imagem digital. Actualmente ainda existem<br />

escolas sem laboratórios, ou laboratórios<br />

com falta de instrumentos. Assim, a análise<br />

de imagem digital pode ser uma alternativa<br />

para a determinação de certos analitos com<br />

base em reações colorimétricas. A análise de<br />

imagem digital não envolve elevados recursos<br />

financeiros, visto que o smartphone é um<br />

dispositivo acessível e com muitas funcionalidades.<br />

De acordo com o Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, em<br />

2005, cerca de 36,7% da população tinha um<br />

celular para o uso pessoal. Em 2015, outro estudo<br />

feito pela mesma instituição, indicou que<br />

92,1% dos domicílios brasileiros acessaram a<br />

internet por meio de telefone celular. No presente<br />

trabalho, nas reações colorimétricas para<br />

quantificação do ferro total em água potável e<br />

do metanol na cachaça será usado um smartphone<br />

como recurso para aquisição da imagem<br />

digital. Assim, nos dois estudos de caso,<br />

foram usadas análises de imagens digitais<br />

(modelo de cores RGB) e posterior validação<br />

com espectrofotometria no UV – visível.<br />

No primeiro estudo de caso, a proposta foi<br />

desenvolver um método alternativo para determinação<br />

de ferro total em água potável.<br />

Segundo Dezuane (1997), o ferro não ocorre<br />

livremente na natureza, mas sim em forma de<br />

minérios como a hematita (Fe2O3), magnetita<br />

(Fe3O4), ilmenita (FeTiO3), pirita (FeS2), siderita<br />

(FeCO3), entre outros. A sua presença na água<br />

potável está ligada a fatores naturais e artificiais.<br />

No entanto, deve-se ressaltar que o ferro é um<br />

elemento indispensável no organismo humano,<br />

mas se ele estiver em excesso pode causar<br />

hemocromatose e a sua ausência pode provocar<br />

anemia (Aymone et al., 2013; Rossi, 2006).<br />

No segundo estudo de caso, a proposta foi determinar<br />

o teor de metanol em cachaça. O metanol<br />

é uma substância indesejada no processo de<br />

produção de bebidas alcoólicas destiladas, pois a<br />

sua ingestão pode causar irritação nas membranas<br />

mucosas, intoxicação ou até mesmo a cegueira<br />

(Caruso et al., 2010). Nestes trabalhos, para a<br />

análise da imagem digital utilizou-se o pacote<br />

EBImage do software R (3.4.0) para a decomposição<br />

das imagens em modelos de cores RGB.<br />

2. Metodologia<br />

2.1. Metodologia para determinação<br />

de ferro total em água<br />

Existem vários métodos para a determinação<br />

do ferro total em amostras de água. Worsfold et<br />

al. (2014) determinaram o ferro em amostras<br />

de água do mar por espectrometria de absorção<br />

atômica no forno de grafite (GF-AAS), com LD<br />

(limite de detecção) de 5 pM, mas sem a determinação<br />

de outros parâmetros de mérito.<br />

Yi et al. (1992) utilizaram na cromatografia<br />

líquida de alta eficiência (HPLC), uma coluna<br />

C18 com a fase reversa, impregnada com<br />

ferrozina (C20H13N4NaO6S2), onde o ferro<br />

proveniente da amostra de água do mar é<br />

dissolvido e pré-concentrado com a 8-hidroxiquinolina.<br />

Neste trabalho foram obtidos<br />

a concentração do ferro na faixa de 10 -5<br />

M-10-8 M, com 92% a 99% de recuperação<br />

e o LD 0,1 nM. A mesma técnica analítica foi<br />

utilizada por Trueman e Gagnon (2016) para<br />

determinar a quantidade de chumbo existente<br />

na água potável, resultante do carreamento<br />

do óxido de ferro dos canos. Foi verificado<br />

que o perfis de eluição para o ferro e chumbo<br />

estavam fortemente correlacionados com R =<br />

0,906. A concentração de chumbo e ferro foi<br />

obtida na faixa de 0,05 - 0,45 µM, porém os<br />

autores não apresentam outros parâmetros de<br />

mérito como o LD, LQ e o RSD.<br />

A determinação do ferro total em amostra<br />

de água potável pode ser feita a partir da redução<br />

do Fe (III) para o Fe (II) com cloridrato<br />

de hidroxilamina, seguida da complexação<br />

com a solução com a 1,10-Fenantrolina em<br />

meio ácido com pH na faixa de 3,5 - 4,5. Forma-se<br />

um complexo vermelho-alaranjado de<br />

acordo com a equação da reação abaixo (Feigl,<br />

1938; Bittencourt, 1965; Fadrus e Malý, 1975;<br />

Clescerl et al., 1998; Miranda, 2011): Fe 3+<br />

+3(Phen)+ e-= [Fe(Phen) 3 ] 2+<br />

A determinação do ferro na água potável<br />

pelo método da 1,10-fenantrolina pode ser<br />

feita utilizando a espectrofotometria de absorção<br />

no visível. De acordo com Fadrus e Malý<br />

(1975), nesta técnica analítica foi empregado<br />

uma solução tampão de cloridrato de<br />

hidroxilamina, glicina, misturada com ácido<br />

clorídrico e um sal de sódio, em meio ácido<br />

(pH = 2,9) com medidas em 510 nm, onde<br />

obtiveram a concentração na faixa de 0-5<br />

mg.L-1. Segundo Clescerl et al.(1998); Miranda,<br />

(2011); Csuros e Csaba (2016) também<br />

utilizaram a espectrofotometria de absorção<br />

no visível para determinar o ferro na água<br />

potável pelo método da 1,10-fenantrolina, no<br />

mesmo comprimento de onda, mas usaram<br />

como reagentes o ácido sulfúrico e sulfato<br />

ferroso amoniacal, este último sensível ao ar e<br />

luz. Atualmente, esta metodologia não é utilizada<br />

pelo fato do reagente ser muito sensível<br />

ao ar e a luz. A metodologia vigente substitui o<br />

Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O por solução padrão de<br />

ferro conforme o Rocha et al., (2000).<br />

Na espectrometria de absorção atômica por<br />

chama, Csuros e Csaba (2016) utilizaram a<br />

lâmpada de cátodo oco de ferro, em 248 nm,<br />

usando acetileno (C2H2) como combustível, e<br />

ar comprimido como oxidante. Eles obtiveram<br />

concentração do ferro na faixa de 0,3 - 5 mg.L-<br />

1 com LD = 0,03 mg.L-1.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

17


Artigo 2<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autor:<br />

Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />

Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />

Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

A espectrometria de massa por plasma indutivamente<br />

acoplado (ICP-MS) foi utilizada<br />

por Dezuane (1997) para a determinação do<br />

ferro em amostra de água potável. Foi obtido<br />

uma concentração de ferro na faixa de 0,05 –<br />

0,20 mg.L-1.<br />

O objetivo desse estudo de caso consistiu<br />

na determinação do ferro total em amostras<br />

de água da torneira e do poço pela reação do<br />

mesmo com a 1,10-fenantrolina, através da<br />

análise de imagem digital. Foi usado a curva<br />

analítica para predição da concentração de<br />

ferro total nas amostras e a validação da metodologia<br />

proposta foi conduzida por meio da<br />

espectrofotometria no UV – Visível.<br />

2.2. Metodologia para determinação<br />

do metanol em cachaça<br />

Existem vários métodos para determinação<br />

do metanol na cachaça, por exemplo Vilela et<br />

al.(2007) utilizaram a cromatografia em fase<br />

gasosa com detector por ionização de chama<br />

(CG/FID), com a coluna DB-WAX, fase estacionária<br />

de polietileno glicol, uma temperatura<br />

de 150ºC para injetor e detector. Foram avaliados<br />

o perfil físico-químico de 21 amostras<br />

de cachaças artesanais de Minas Gerais. Este<br />

método forneceu resultados satisfatórios para<br />

os ésteres, aldeídos e álcoois superiores. A<br />

concentração de metanol apresentou valores<br />

bastante baixos ou quantidades não detectadas<br />

para todas as amostras. Os autores não<br />

estabeleceram os parâmetros de mérito da<br />

metodologia.<br />

Caruso et al. (2010) conseguiram quantificar<br />

o metanol na cachaça utilizando também<br />

a CG/FID, empregando a coluna CP-WAX 52,<br />

com a temperatura de injetor (210ºC) e do<br />

detector (240ºC) em 61 amostras de cachaças.<br />

Foram obtidos o LD e LQ iguais a 1mg e<br />

5 mg em 100 mL de álcool anidro, respetivamente.<br />

Todas as amostras estavam acima do<br />

LD e abaixo do limite máximo tolerável pela<br />

legislação brasileira (20 mg em 100 mL de<br />

álcool anidro).<br />

Arslan et al. (2015) analisaram 56 amostras<br />

de aguardentes, produzidas na Síria, usando a<br />

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria<br />

de massa (CG-EM), usando uma coluna<br />

capilar reticulada, com hélio como gás de<br />

arraste e a temperatura do injetor de 250ºC.<br />

Com este método, os autores conseguiram<br />

quantificar metanol em 39 amostras (75%),<br />

sem especificação dos parâmetros de mérito.<br />

Franco et al. (2017) fizeram a determinação<br />

do metanol na cachaça pelo método do ácido<br />

cromatrópico, usando smartphone para a captura<br />

de imagem e a quantificação foi feita no<br />

programa ImageJ . Com o canal verde obteve-<br />

-se boa linearidade com R2 = 0,998. Foram<br />

obtidas uma recuperação na faixa de 83% -<br />

110% com LD e LQ iguais a 1,5 mg e 5 mg<br />

em 100 mL de álcool anidro, respectivamente.<br />

A determinação do metanol na cachaça pelo<br />

método de reagente de Schiff, com o uso do<br />

smartphone para a captura de imagem digital<br />

e o posterior tratamento da imagem digital no<br />

pacote EBImage constituíram os objetivos do<br />

presente estudo de caso.<br />

3. Experimental<br />

3.1. Determinação do ferro total em<br />

água potável<br />

3.1.1.Materiais e métodos<br />

3.1.1.1. Preparo das soluções estoque<br />

Para se preparar a solução de cloridrato de<br />

hidroxilamina (NH2OH.HCl - VETEC, Brasil) a<br />

10% m/v, mediu-se 10,00 g de NH2OH.HCl e<br />

avolumou-se para 100,00 mL com água purificada.<br />

O NH2OH.HCl tem a função de reduzir o<br />

ferro (III) para a ferro (II).<br />

A solução de 1,10 – Fenantrolina (C12H8N2.<br />

H2O - Merck, Alemanha-Darmstadt) à 0,1%<br />

m/v foi preparada medindo-se 0,10 g de<br />

C12H8N2.H2O e avolumando-se até 100,00<br />

mL com água purificada. A 1,10-fenantrolina<br />

foi usada como agente complexante.<br />

Foi preparada uma solução tampão de acetato<br />

de amônio (NH4C2H3O2 - ISOFAB, Brasil)<br />

medindo-se 62,50 g do sal que foram dissolvidos<br />

em 37,50 mL de água purificada. Em seguida,<br />

foram adicionados 175,00 mL de ácido<br />

acético glacial (C2H4O2 - VETEC, Brasil). O pH<br />

do meio foi 4,50.<br />

Para preparar as soluções padrão de ferro foi<br />

usada solução estoque com 1000 µg. mL-1 (Fe<br />

- Plasma Cal, Champlain, NY, USA). A partir da<br />

solução estoque, foram pipetados 50,00 µL em<br />

um balão volumétrico que foi avolumado com<br />

água purificada até 25,00 mL. Assim, obteve-se<br />

o padrão de 2,00 µg. mL-1. Para os restantes<br />

padrões de 4,00 µg. mL-1, 6,00 µg. mL-1, 8,00<br />

µg. mL-1 e 10,00 µg. mL-1, foi feito o mesmo<br />

procedimento, pipetando-se da solução estoque<br />

alíquotas de 100,00 µL, 150,00 µL, 200,00<br />

µL e 250,00 µL respectivamente.<br />

3.1.1.2. Aquisição e acondicionamento<br />

das amostras<br />

Foram coletadas 12 amostras de água da<br />

torneira e do poço, em diferentes localidades,<br />

selecionados aleatoriamente, dentro e fora do<br />

município do Rio de Janeiro, nomeadamente:<br />

Inhaúma, Maracanã, Pechincha (Jacarepaguá),<br />

Centro, Cidade Universitária (Ilha do Governador),<br />

Barro Vermelho - São Gonçalo, Vila<br />

Leopoldina - Duque de Caxias e Paracambi.<br />

A coleta das amostras consistiu em colocar a<br />

amostra de água no frasco de 500 mL, contendo<br />

2,5 mL de HNO3 à 50% v/v e armazenar em<br />

lugar isento da luz e a temperatura ambiente<br />

de modo a manter a preservar a solução.


Uma caixa de madeira com dimensões 20 x 12 x 18 cm, de cor p<br />

interferências luz, com uma abertura de 1,5 x 1,5 cm na parte superior, pa<br />

“smartphone” e uma abertura lateral para manuseio da placa de toque. D<br />

3.1.1.3. Preparo das soluções para superior, caixa, na parte foram superior, colocadas foram duas tiras De de cada LED solução “Light previamente Emitting preparada,<br />

foi retirada uma alíquota de 900 µL,<br />

Diode” com<br />

análise<br />

tiras de LED “Light Emitting Diode” com 12 cm<br />

O preparo das soluções foi feito nos balões As de comprimento. luzes de As LED luzes de eram LED eram de de cor branca e colocada e estavam na placa de conectadas toque branca, para a uma bateria<br />

volumétricos de 25,00 mL que seguiram os<br />

foram<br />

branca e estavam<br />

colocadas<br />

conectadas<br />

em<br />

a uma<br />

um<br />

bateria<br />

ângulo<br />

de aquisição de 45º de para imagem. assegurar As imagens a homogeneidade<br />

capturadas<br />

para serem manipuladas no pacote<br />

seguintes procedimentos:<br />

12 Volt. Estas tiras foram colocadas em um ângulo<br />

de 45º para assegurar a homogeneidade<br />

1).<br />

EBImage do software R sofreram um tratamento<br />

no programa “Paint”, que consistiu<br />

3.1.1.3. Soluções Padrão<br />

da iluminação (Figura 1).<br />

1º - Foram preparadas soluções padrão com<br />

concentrações<br />

Uma placa<br />

que variam<br />

de toque<br />

de 2 µg.<br />

branca<br />

mL-1 à 10<br />

usada na seleção da região de interesse (1200 x<br />

Figura<br />

para<br />

1<br />

colocar<br />

- Esquema<br />

as amostras<br />

de montagem<br />

para aquisição<br />

da caixa<br />

de imagens;<br />

µg. mL-1 a partir solução estoque ferro de Figura 1 - Esquema de montagem da caixa<br />

1487) “pixels” e de seguida, recortada a<br />

Uma caixa de madeira com dimensões 20 x 12 x 18 cm, de cor preta fosca para evitar<br />

1000 µg. mL-1. O branco foi usado 10,00 mL<br />

imagem no tamanho 30 x 30 “pixels”. Isto<br />

de água<br />

interferências<br />

purificada.<br />

luz, com uma abertura de 1,5 x 1,5 cm na parte superior, porque o para pacote colocar não permite a câmera manipular do<br />

2º “smartphone” - Foram adicionadas nas e soluções uma padrão abertura 1 mL lateral para manuseio da placa de imagens toque. com Dentro “pixels” da diferentes. caixa, Por na outro parte<br />

da solução de cloridrato de hidroxilamina (NH4OH.<br />

lado, para manipular imagens com tamanhos<br />

superior, foram colocadas duas tiras de LED “Light Emitting Diode”<br />

HCl), e aguardou-se 10 minutos para garantir a redução<br />

As completa luzes do de Fe3+ LED para o Fe2+. eram de cor branca e estavam conectadas a uma com bateria maiores de capacidades 12 Volt. de Estas armazena-<br />

tiras<br />

com<br />

maiores<br />

12<br />

é<br />

cm<br />

necessário<br />

de comprimento.<br />

computadores<br />

3º - Foram adicionadas 10 mL de solução tampão<br />

mento de dados.<br />

foram colocadas em um ângulo de 45º para assegurar a homogeneidade da iluminação (Figura<br />

de acetato de amônio para manter o pH do meio.<br />

4º 1). - Adicionou-se 4 mL do complexante<br />

A partir da imagem digital foi estimado um<br />

(C12H8N2.H2O) e aguardou-se 60 minutos<br />

modelo de regressão com as soluções padrão,<br />

para a solução complexar todo o ferro reduzido.<br />

toque branca usada para colocar as amostras para aquisição de imagens;<br />

afim de obter os parâmetros b i (coeficiente<br />

Figura 1 - Esquema de montagem da caixa<br />

angular) e bo (coeficiente linear) do modelo<br />

e madeira com 3.1.1.4. dimensões Amostras 20 x 12 x 18 cm, de cor preta fosca para evitar<br />

padrão. A predição da concentração do ferro<br />

luz, com uma Foram abertura pipetados de 10 1,5 mL x de 1,5 cada cm amostra na e parte seguiu-se<br />

os mesmos procedimentos de preparo<br />

superior, para colocar a câmera do ^<br />

(x) se baseou nos valores de bi, bo e ŷ que é<br />

e uma abertura lateral para manuseio da placa de toque. Dentro da caixa, na parte<br />

das soluções padrão. Finalmente as amostras<br />

obtido a partir da decomposição da imagem<br />

Fonte: O autor.<br />

m colocadas foram duas fortificadas tiras de LED com 13 “Light µL da solução Emitting estoque<br />

de ferro (1000 µg. mL-1). Os padrões e o<br />

sidade dos “pixels”. A predição das amostras foi<br />

Diode” com 12 cm de comprimento. digital em canais RGB que depende da inten-<br />

ED eram de cor branca e estavam conectadas a uma bateria de 12 Volt. Estas tiras<br />

branco foram preparados em duplicata e as<br />

feita em canais RGB juntos e separados.<br />

das em um ângulo soluções usadas de 45º De cada solução previamente preparada, foi retirada uma alíquota de 900<br />

no para método assegurar referência foram a homogeneidade as<br />

da iluminação (Figura<br />

mesmas usadas no método proposto. de toque branca, para aquisição 3.1.1.6.Para de imagem. a determinação As imagens de capturadas ferro para<br />

em água por espectrofotometria no<br />

pacote EBImage do software R sofreram um tratamento no programa “P<br />

3.1.1.5. Análise de imagem digital<br />

UV-Visível.<br />

uema de montagem Para a determinação da caixa do ferro total presente seleção da região de interesse (1200 Foi usado x 1487) o espectrofotômetro “pixels” UV-Visível<br />

modelo Specord S600 da Analytik<br />

e de seguida, r<br />

em amostras de água potável, por análise de<br />

imagem digital, foram utilizados os seguintes<br />

tamanho 30 x 30 “pixels”. Isto porque o pacote não permite manipular<br />

Jena (Alemanha), onde as amostras foram<br />

utensílios e instrumento:<br />

diferentes. Por outro lado, para colocadas manipular numa cubeta imagens de quartzo com 1 tamanhos<br />

Um Fonte: “smartphone” O autor. de marca Samsung, modelo<br />

Galaxy J3 SM-J320M, com câmera de computadores com maiores capacidades de armazenamento de dados.<br />

cm de caminho ótico. Foi obtido o espectro<br />

de absorção de 400 nm à 600 nm para<br />

8MP, para a capturada imagem; A partir da imagem digital foi estimado<br />

Uma placa de toque branca usada para colocar<br />

as amostras para aquisição de imagens; de obter os parâmetros bbbb iiii (coeficiente teria o maior angular) sinal de absorvância. e bbbb 0 (coeficiente Para a linear<br />

verificar em qual<br />

um<br />

comprimento<br />

modelo de<br />

de onda<br />

regressão<br />

se<br />

com as<br />

De cada solução previamente preparada, foi retirada uma alíquota de 900 µL, e colocada na placa<br />

Uma de caixa toque de madeira branca, com para dimensões aquisição 20 de imagem. As imagens capturadas construção para da serem curva analítica manipuladas (absorvância no<br />

predição da concentração do ferro (xxxx) se baseou nos valores de bbbb<br />

x 12 x 18 cm, de cor preta fosca para evitar<br />

em função da concentração), a absorvância iiii , bbbb 0 e yyyy<br />

pacote EBImage do software R sofreram um tratamento no programa “Paint”, que consistiu na<br />

interferências luz, com uma abertura de 1,5 decomposição da imagem digital foi em medida canais no comprimento RGB que de onda depende previamente<br />

selecionado.<br />

da inten<br />

x 1,5<br />

seleção<br />

cm na parte<br />

da<br />

superior,<br />

região<br />

para<br />

de<br />

colocar<br />

interesse<br />

a câmera<br />

tamanho do “smartphone” 30 x e uma 30 abertura “pixels”. lateral Isto porque o pacote não permite manipular feita a predição imagens das amostras com sem “pixels” e com<br />

(1200 x 1487) “pixels” e de seguida, recortada<br />

A partir<br />

a imagem<br />

da curva foi<br />

no<br />

predição das amostras foi feita em canais RGB juntos e separados.<br />

para manuseio da placa de toque. Dentro da<br />

Fonte: O autor. adição de padrão.<br />

r.<br />

diferentes. Por outro lado, para manipular imagens com tamanhos maiores é necessário 19<br />

computadores com maiores capacidades de armazenamento de dados.<br />

ão previamente A preparada, partir foi imagem retirada digital uma alíquota foi estimado de 900 µL, um e modelo colocada de na regressão placa com as soluções padrão, afim<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020


Artigo 2<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autor:<br />

Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />

Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />

Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

3.2.Determinação de metanol em<br />

cachaça<br />

3.2.1.Materiais e métodos<br />

3.2.1.1.Preparo de soluções estoque<br />

Para preparar a solução ácida de permanganato<br />

de potássio, foram medidos 3,0 g de<br />

permanganato de potássio (KMnO4 - Reagen-<br />

-Brasil) no bécher de 100 mL e foi adicionado<br />

certa quantidade de água purificada para<br />

dissolver o sólido. Em seguida, adicionou-se<br />

15,00 mL de ácido fosfórico (H 3<br />

PO 4<br />

-Reagen-<br />

-Brasil). A solução foi transferida para o balão<br />

volumétrico de 100,00 mL.<br />

Para preparar a solução de ácido oxálico<br />

(C2H2O4¬-Reagen-Brasil), misturou-se<br />

50,00 mL de ácido sulfúrico (H 2<br />

SO 4<br />

-Vetec-<br />

-Brasil) com 50,00 mL de água purificada e<br />

em seguida foi adicionado à mistura 5,00 g de<br />

ácido de oxálico.<br />

Para o preparo do reagente de Schiff, pesou-se<br />

0,75g de p-rosanilina ou Fucsina,<br />

(C 20<br />

H 19<br />

N 3<br />

.HCl -Synth, Brasil), e se dissolveu em<br />

250,00 mL de água. Em seguida, foi adicionado<br />

1,60 g de metassulfito de sódio (Na 2<br />

S 3<br />

O 8<br />

-Vetec-Brasil¬) e aguardou-se 10 minutos.<br />

Em seguida, foi adicionado 6,70 mL de ácido<br />

sulfúrico e estocado em lugar isento luz à<br />

temperatura ambiente durante 12 horas. Posteriormente,<br />

a solução foi tratada com carvão<br />

ativado (Sigma-Aldrich-EUA), que consistiu<br />

na adição de 5,00g de carvão ativado, agitou-se<br />

bem e finalmente a solução foi filtrada<br />

(este tratamento com o carvão ativado pode<br />

ser repetido várias vezes até a solução ficar<br />

incolor).<br />

3.2.1.2. Aquisição e acondicionamento<br />

das amostras<br />

Para a quantificação do metanol na cachaça<br />

foram adquiridas 10 amostras de cachaça<br />

artesanal. As amostras foram adquiridas em<br />

diferentes estados do Brasil, nomeadamente:<br />

Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro,<br />

Ceará e Pernambuco e foram estocadas em<br />

frascos de vidro de 250,00 mL.<br />

3.2.1.3.Preparo das soluções para<br />

análise pelo método da adição de<br />

padrão<br />

Para análise quantitativa do metanol foram<br />

preparados cinco padrões.<br />

1º: Etanol à 40% v/v: Pipetou-se 2,00 mL de<br />

etanol P.A e avolumou-se com água purificada no<br />

balão volumétrico de 5,00 mL(solução-branco).<br />

2º: Solução estoque de metanol à 1,00%<br />

v/v em cachaça: Diluiu-se uma solução de<br />

metanol 700 µg. mL -1 e avolumou-se com<br />

cachaça no balão volumétrico de 25,00 mL. A<br />

partir desta solução estoque, foram pipetados<br />

1,00 mL, 2,00 mL e 3,00 mL e avolumados<br />

com cachaça no balão volumétrico de 10,00<br />

mL, obtendo-se assim soluções de metanol<br />

em cachaça à 0,1% v/v, 0,2% v/v, 0,3% v/v,<br />

respectivamente.<br />

Foi retirado 2,50 mL de cada padrão preparado,<br />

incluindo a própria amostra da cachaça,<br />

e colocados em balões volumétricos de 10,00<br />

mL. Em seguida, foi adicionada a solução<br />

ácida de KMnO4 e aguardou-se 10 minutos<br />

(para a oxidar metanol e formar o metanal).<br />

Posteriormente, adicionou-se 1,0 mL da solução<br />

de ácido oxálico (para reduzir o Mn 7+ para<br />

o Mn 2+ ). Finalmente, foi adicionado 2,5 mL do<br />

reagente de Schiff e aguardou-se o tempo de<br />

35 minutos para ser feita a determinação. Com<br />

adição do reagente Schiff, a solução apresenta<br />

a cor azul-violeta.<br />

3.2.1.3.Estudo cinético por espectrometria<br />

no UV - Visível<br />

Como instrumento de referência, foi usado o<br />

espectrofotômetro UV-Visível, Cary 60 UV-Vis<br />

da Agilent Technologies (EUA). Para a análise<br />

foi usada uma cubeta de quartzo com 1,00 cm<br />

de caminho ótico.<br />

Devido à instabilidade da solução, foi feito<br />

um estudo cinético, para se determinar o tempo<br />

de reação e o comprimento de onda ótimo.<br />

Para tal foi utilizado o padrão de metanol 0,2%<br />

v/v para fazer a obtenção do espectro na faixa<br />

de 320 - 800 nm. Após a escolha do comprimento<br />

de onda e do tempo de reação, foi feita<br />

a análise dos padrões e amostras. A curva analítica<br />

consistiu na relação entre absorvância e<br />

concentração da amostra fortificada.<br />

3.2.1.4.Análise por imagem digital<br />

As amostras usadas no método de referência<br />

foram as mesmas utilizadas para<br />

análise de imagem digital. Após o tempo<br />

de reação (35 minutos), a solução padrão<br />

foi colocada na placa de toque e em seguida<br />

introduzida na caixa preta de madeira.<br />

Com a finalidade de diminuir a intensidade<br />

da luz de LED, foi colocado um potenciômetro<br />

5K, para evitar a reflexão da luz na imagem<br />

capturada. Para o controle do potenciômetro,<br />

foi acoplado ao sistema elétrico da<br />

caixa um voltímetro digital indicando 7,5<br />

volt, para a tensão regulada no ambiente<br />

interno da caixa, conforme a Figura 2.<br />

Figura 2 - Sistema elétrico da caixa preta<br />

Figura 2 - Sistema elétrico da caixa preta<br />

Fonte: O autor.<br />

Fonte: O autor.<br />

Para aquisição da imagem, foi usado um “smartphone” de marca Samsung, modelo Galax<br />

SM-J320M, com câmera de 8MP, conforme mencionado anteriormente.<br />

As imagens adquiridas foram submetidas a um tratamento no programa “Paint” que consist<br />

seleção da região de interesse (1078 x 1438) “pixels” e recortadas no tamanho 30 x 30 “pi<br />

conforme mostra a figura 3.


Para aquisição da imagem, foi usado um separados. De acordo com o apêndice II legenda: a), b) c) e d) Curva analítica do<br />

“smartphone” de marca Samsung, modelo mostra as linhas de comandos usados para canal RGB juntos, Canal vermelho, verde e<br />

Fonte: Galaxy J3 O SM-J320M, autor. com câmera de 8MP,<br />

conforme mencionado anteriormente.<br />

a predição das amostras.<br />

azul respetivamente.<br />

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Baseando-se na curva analítica de cada<br />

Para aquisição da imagem, foi usado um “smartphone” de marca Samsung, modelo Galaxy J3<br />

As imagens adquiridas foram submetidas 4.1.Determinação Com base nas intensidades de dos Ferro “pixels” em o pacote água EBImage canal faz a foi decomposição feita a predição da imagem da digital concentração<br />

SM-J320M, a um tratamento com no câmera programa de “Paint” 8MP, que conforme potável<br />

em mencionado sistema de cores RGB anteriormente.<br />

(yyyy) assim, tendo os valores<br />

das<br />

de<br />

amostras<br />

bbbb iiii , bbbb 0 e yyyy que<br />

(x).<br />

é<br />

O<br />

obtido<br />

método<br />

através<br />

mostrou<br />

do<br />

a falta<br />

que de sensibilidade consistiu na para quantificar o fer-<br />

processamento de imagem digital da amostra fortificada, é estimado o valor de xxxx que é a<br />

As consistiu imagens na seleção adquiridas da região foram de interesse submetidas 4.1.1.Por a um tratamento imagem no programa “Paint”<br />

concentração do analito. Desta forma foi feita a predição das amostras para os canais RGB juntos<br />

seleção<br />

(1078 x 1438)<br />

da região<br />

“pixels”<br />

de<br />

e<br />

interesse<br />

recortadas<br />

(1078<br />

no tamanho<br />

30 x 30 “pixels” conforme mostra a da a das curva amostras. analítica para os canais RGB jun-<br />

concentração abaixo de 2 µg. mL -1 . Assim,<br />

x 1438)<br />

A partir<br />

“pixels”<br />

das soluções<br />

e recortadas<br />

padrão foi<br />

no<br />

construí-<br />

tamanho<br />

ro<br />

30<br />

total<br />

x 30<br />

em<br />

“pixels”<br />

amostra de água potável com<br />

e separados. De acordo com o apêndice II mostra as linhas de comandos usados para a predição<br />

conforme mostra a figura 3.<br />

figura 3.<br />

tos e separados (Vermelho, Verde e Azul), para quantificação do ferro total, foram adicionados<br />

Figura 3 - Recorte da imagem para o tratamento<br />

4.RESULTADOS<br />

obtendo assim no pacote<br />

E DISCUSSÃO<br />

quatro modelos EBImage de regressão<br />

13 µL da solução padrão de ferro<br />

Figura 3 - Recorte da imagem para o tratamento no pacote<br />

4.1.Determinação de Ferro em água potável<br />

Com base nas intensidades dos “pixels” o pacote EBImage<br />

linear, fim de avaliar qual dos canais<br />

EBImage<br />

4.1.1.Por faz a imagem decomposição digital da imagem digital<br />

de 1000 µg. mL -1 na solução colorimétrica,<br />

Com base nas intensidades dos “pixels” o pacote EBImage faz a decomposição da imagem digital<br />

em sistema de cores RGB (yyyy) assim, tendo os forneceria valores em A partir sistema de bbbb iiii o , das bbbbde melhor 0 soluções e cores yyyy que RGB resultado é padrão obtido (yyyy) assim, foi através de construída tendo do predição os valores a curva de bbbbque analítica iiii , 0 corresponde e yyyy que para é os obtido canais a através uma RGB do fortificação juntos e com 5<br />

processamento de imagem digital da amostra<br />

da<br />

fortificada,<br />

concentração<br />

processamento separados é estimado (Vermelho, de<br />

da<br />

imagem o<br />

amostra<br />

valor Verde digital de e Azul), xxxx<br />

(x).<br />

da que amostra obtendo Conforme<br />

é a fortificada, assim quatro µg.<br />

é estimado modelos mL -1 de<br />

o de valor<br />

ferro. regressão de xxxx<br />

Os<br />

que linear, resultados<br />

é a a fim de obtidos são<br />

concentração do analito. Desta forma foi feita a predição concentração avaliar das qual amostras dos analito. canais para os Desta forneceria canais forma RGB o foi melhor juntos feita a resultado predição das de amostras predição para da concentração os canais RGB da juntos amostra (xxxx).<br />

mostra a figura 4.<br />

mostrados na Tabela 1.<br />

e separados. De acordo com o apêndice II mostra as e<br />

Conforme linhas separados. de comandos De acordo<br />

mostra a figura usados com o<br />

4. para apêndice a predição II mostra as linhas de comandos usados para a predição<br />

das amostras.<br />

Figura<br />

das<br />

Figura 4 -<br />

amostras.<br />

Curva 4 - analítica Curva analítica dos padrões dos para padrões o canal para verde o canal verde<br />

Tabela 1.<br />

Curva Analítica do Curva canal Analítica RGB do cana Tabela 1. Determinação de Curva ferro Analítica total por do análise cana de<br />

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Tabela<br />

a)<br />

imagem 1. Determinação digital de ferro total por análise de imagem digital<br />

4.1.Determinação de Ferro em água potável<br />

Com 4.1.Determinação base nas intensidades de Ferro dos “pixels” em água o pacote potável EBImage faz a decomposição da imagem digital<br />

Amostras Canais Juntos Canais Separados (µg. mL -1 )<br />

4.1.1.Por imagem digital<br />

4.1.1.Por imagem digital<br />

Fortificadas<br />

em sistema de cores RGB (yyyy) assim, tendo os valores de bbbb iiii , bbbb 0 e yyyy que é obtido através do<br />

* (µg. mL -1 )<br />

A partir das soluções padrão foi construída a curva analítica para os canais RGB juntos e<br />

A partir das soluções padrão foi construída a curva analítica<br />

y<br />

para<br />

= -8.0402x<br />

os<br />

+326.1919<br />

canais RGB juntos e<br />

y = 2,4439x + 181,6223<br />

processamento de imagem digital da amostra fortificada, é estimado o valor de xxxx que é a<br />

separados (Vermelho, Verde e Azul), obtendo assim quatro modelos de regressão linear, a fim de<br />

R 2 0.9816<br />

concentração separados (Vermelho, do analito. Desta Verde forma e Azul), foi feita obtendo a predição assim quatro das amostras modelos para de os regressão canais RGB linear, juntos a fim de<br />

R 2 0,8874<br />

avaliar qual dos canais forneceria o melhor resultado de predição da concentração da amostra (xxxx).<br />

e separados. avaliar qual De dos acordo canais com forneceria o apêndice o melhor II mostra resultado as linhas de predição de comandos<br />

2 da concentração usados<br />

4<br />

para<br />

6 da a predição amostra 8 (xxxx). 10<br />

2 4 6 8 10<br />

Conforme mostra a figura 4.<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

das Conforme amostras. mostra a figura 4.<br />

Concentração<br />

Figura 4 - Curva analítica dos padrões para o canal verde<br />

Figura 4 - Curva analítica dos padrões para o canal verde a) Curva Analítica do cana b)<br />

Curva Analítica do cana<br />

Curva Analítica do canal Vermelho<br />

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO Curva Analítica do cana<br />

Curva Analítica do cana<br />

Fonte: O autor.<br />

b)<br />

4.1.Determinação de Ferro em água potável<br />

Curva Analítica do cana<br />

Curva Analítica do cana<br />

4.1.1.Por imagem digital<br />

Intensidade RGB<br />

250 270 290 310<br />

Intensidade RGB<br />

Intensidade RGB<br />

B8 7,08 8,77 7,04 7,30<br />

Fonte:O autor.<br />

y = -8.0402x +326.1919<br />

y = 2,4439x + 181,6223<br />

As imagens A partir recortadas soluções foram padrão tratadas foi construída no a curva analítica para os canais RGB juntos e<br />

B10 7,60 6,29 7,07 7,21<br />

y = -8.0402x +326.1919<br />

R<br />

software R, com interface gráfica RStudio,<br />

2 0.9816<br />

y = 2,4439x + 181,6223<br />

R<br />

*As amostras designadas 2 0,8874<br />

separados (Vermelho, Verde e Azul), obtendo assim quatro modelos de regressão linear, a fim de<br />

pela letra A correspondem<br />

R 2 0.9816<br />

poço.<br />

2 4 6 R 2 0,8874 8 10<br />

2 4 6 8 10<br />

avaliar qual dos canais forneceria o melhor resultado de predição da concentração da amostra (xxxx).<br />

y = - 7,0221x + 189,6679<br />

Fonte: amostras O autor de água y = - 13,3117x da torneira + 204,8321 e B água do poço.<br />

As usando imagens o pacote 2<br />

recortadas EBImage. 4<br />

foram Este 6<br />

tratadas pacote<br />

8 10<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

no software 2 R, 4 com 6interface 8 gráfica 10 RStudio, usando<br />

Concentração<br />

Conforme mostra a figura 4.<br />

o<br />

R<br />

pacote<br />

fornece as<br />

EBImage.<br />

intensidade<br />

Este<br />

dos<br />

pacote<br />

pixels<br />

fornece a<br />

2 R 2 0,9977<br />

Fonte: O autor.<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

0,9906 Concentração<br />

Figura 4 - Curva analítica dos padrões para o canal verde a) b)<br />

as intensidade dos pixels para a estimativa do 2modelo 4 de 6 8 10<br />

a) Curva Analítica do cana b)<br />

2 4 Curva Analítica 6 do cana 8 10<br />

estimativa do modelo de regressão linear,<br />

Curva Analítica do canal Verde<br />

agua potável.<br />

Concentração<br />

Curva Concentração Analítica (µg. do cana mL^-1)<br />

Curva Analítica do cana<br />

regressão linear, a partir das soluções padrão previamente preparada.<br />

a partir das soluções padrão previamente<br />

De acordo com a tabela 4, os resultados<br />

Curva Analítica do cana c) Curva Analítica do cana c) d)<br />

mL<br />

preparada.<br />

-1 ) são satisfatórios porque em todas amostras<br />

legenda:<br />

y = -8.0402x +326.1919<br />

y = 2,4439x + 181,6223<br />

a), b) c) e d) Curva analítica do canal RGB juntos, Canal se vermelho, obteve verde e azul respetivamente<br />

y = - 7,0221x + 189,6679<br />

y = - 13,3117x concentração + 204,8321 do ferro total superior<br />

espectrofotometria à 5 µg. mL no -1 UV , isto –Visível prova a existência de<br />

R 2 0.9816<br />

R 2 0,8874<br />

Fonte: O autor, 2018<br />

Com base nas 2 intensidades 4 6 dos 8 “pixels” 10<br />

R 2 R 2 0,9977<br />

2 4 0,9906<br />

y = - 7,0221x + 189,6679<br />

y = - 13,3117x 6 + 204,8321 8 10<br />

4.1.2.Por<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

2 4 6 8 10<br />

o pacote EBImage faz a decomposição da<br />

2<br />

R 2 R4 2 Concentração<br />

0,9977 6 8 10<br />

0,9906<br />

ferro em amostras Concentração de agua potável.<br />

a) b)<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

2 4 6 8 10<br />

imagem digital em 2 sistema 4 de 6cores RGB 8 10<br />

c) Concentração d)<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

(ŷ) assim, tendo os valores de bi, bo e ŷ<br />

Curva Analítica do canal Azul<br />

Curva Analítica do cana legenda:<br />

Curva Analítica do cana<br />

c) d)<br />

O canal verde teve melhor predição comparativamente<br />

aos outros canais, isto por-<br />

que é obtido através do processamento de a), b) c) e d) Curva analítica do canal RGB juntos, Canal d) vermelho, verde e azul respetivamente<br />

legenda:<br />

Fonte: O autor, 2018<br />

imagem digital<br />

a), b) c)<br />

da<br />

e d)<br />

amostra<br />

Curva analítica<br />

fortificada,<br />

do canal RGB<br />

é<br />

juntos, Canal vermelho, verde e azul respetivamente<br />

estimado o Fonte: valor O de y autor, = - x 7,0221x que 2018 + 189,6679<br />

y = - 13,3117x + 204,8321<br />

é a concentração<br />

que os valores preditos da concentração das<br />

do analito. Desta forma<br />

R<br />

foi feita a predição<br />

2 R 2 0,9977<br />

0,9906<br />

amostras neste canal estão mais próximos<br />

2 4 6 8 10<br />

2 4 6 8 10<br />

das amostras para os canais RGB juntos e<br />

do valor esperados (5 µg. mL -1 )<br />

Intensidade RGB<br />

Intensidade 250 270 da cor 290 310<br />

120 140 160<br />

Intensidade da cor<br />

120 140 160<br />

Intensidade da Cor<br />

Intensidade da cor<br />

Intensidade da Cor<br />

Intensidade da Cor<br />

250 270 290 310<br />

Intensidade Intensidade Intensidade cor<br />

cor RGB<br />

250 270 290 310<br />

120 140 160 185 195 205<br />

Concentração<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

Fonte: O autor.<br />

c) d)<br />

legenda:<br />

a), b) c) e d) Curva analítica do canal RGB juntos, Canal vermelho, verde e azul respetivamente<br />

185 Intensidade 195 da cor 205<br />

Intensidade da cor<br />

120 Intensidade 140 160 da cor<br />

80 120 160<br />

80 120 160<br />

Intensidade da cor<br />

Baseando-se na curva analítica de cada canal foi feita a predição da concentração das amostras<br />

(xxxx). O método mostrou a falta de sensibilidade para quantificar o ferro total em amostra de água<br />

potável com concentração abaixo de 2 µg. mL -1 . Assim, para quantificação do ferro total, foram<br />

adicionados 13 µL da solução padrão de ferro de 1000 µg. mL -1 na solução colorimétrica, que<br />

corresponde a uma fortificação com 5 µg. mL -1 de ferro. Os resultados obtidos são mostrados na<br />

185 195 205<br />

Intensidade da cor<br />

Intensidade da cor<br />

80 120 160<br />

185 195 205<br />

Vermelho Verde Azul<br />

A2 6,40 9,09 6,15 7,00<br />

A3 7,27 8,53 7,00 7,53<br />

A4 6,41 9,64 6,30 7,09<br />

A5 6,85 9,01 6,99 7,09<br />

A6 7,82 7,30 7,40 7,65<br />

A8 6,96 9,39 6,76 7,52<br />

A9 7,54 9,01 7,18 8,01<br />

A10 7,28 8,70 7,04 7,58<br />

A11 7,09 7,92 6,77 7,21<br />

B2 7,29 7,57 7,27 7,05<br />

Intensidade da cor<br />

80 120 160<br />

*As amostras designadas pela letra A correspondem amostras de água da torneira e B água do<br />

De acordo com a tabela 4, os resultados são satisfatórios porque em todas amostras se obteve<br />

concentração do ferro total superior à 5 µg. mL -1 , isto prova a existência de ferro em amostras de<br />

O canal verde teve melhor predição comparativamente aos outros canais, isto porque os valores<br />

preditos da concentração das amostras neste canal estão mais próximos do valor esperados (5 µg.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

21


Artigo 2<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autor:<br />

Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />

Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />

Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

4.1.2. Por espectrofotometria no<br />

UV – Visível<br />

Para se fazer análise por espectrofotometria<br />

no UV-visível, primeiro foi feita a determinação<br />

do comprimento de onda, que consistiu<br />

em fazer uma varredura com a solução padrão<br />

de 2 µg. mL -1 no comprimento de onda<br />

na faixa de 400 a 600 nm. Obteve-se o sinal<br />

máximo de absorvância em 512 nm. Conforme<br />

ilustra a figura 5, que mostra a o espectro<br />

de absorção no visível do complexo ferro-1,-<br />

10-fenantrolina.<br />

A curva analítica das soluções padrão apresentou uma regressão altamente significativa com o<br />

Para se fazer análise por espectrofotometria no UV-visível, primeiro foi feita coeficiente<br />

Tabela<br />

a determinação<br />

2. Determinação<br />

do R 2 = 0,9954. Com base na curva analítica foi feita a predição da<br />

do ferro total por espectrofotometria<br />

no UV-Vis<br />

conforme a ilustra a Tabela 2, que apresenta os resultados de<br />

concentração das amostras,<br />

comprimento de onda, que consistiu em fazer uma varredura com a solução padrão de 2 µg. mL<br />

concentração de ferro antes e depois da fortificação com 5 µg. mL -1 .<br />

1 no comprimento de onda na faixa de 400 a 600 nm. Obteve-se o sinal máximo Tabela de 2. Determinação absorvância do ferro total por espectrofotometria no UV-Vis<br />

em 512 nm. Conforme ilustra a figura 5, que mostra a o espectro de absorção Amostra no visível Concentração do em µg. Amostra Fortificadas Concentração em µg.<br />

mL -1 mL -1<br />

complexo ferro-1,10-fenantrolina.<br />

Figura 5 - Determinação do comprimento de onda.<br />

A2 0,14 A2 4,54<br />

Figura 5 - Determinação do comprimento de onda.<br />

A3 0,14 A3 5,02<br />

A4 0,15 A4 4,59<br />

A5 0,11 A5 4,96<br />

A=0.426,=512<br />

A6 0,24 A6 5,22<br />

A8 0,10 A8 5,05<br />

A9 0,19 A9 4,88<br />

A10 0,09 A10 4,95<br />

A11 0,15 A11 4,85<br />

B2 0,59 B2 5,70<br />

B8 0,08 B8 5,22<br />

B10 0,12 B10 5,22<br />

400 450 500 550 600 *As amostras designadas pela letra A correspondem amostras de água da torneira e B água do poço.<br />

Absorvância<br />

Absorvância Absorvância<br />

0.0 0.1 0.2 0.3 0.4<br />

0.0 0.1 0.2 0.3 0.4<br />

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0<br />

R 2 0,9954<br />

por Peng et al., (2017), onde utilizaram o<br />

0 2 4 6 8 10<br />

400 450 500 Concentração 550 (µg. 600mL^-1)<br />

Fonte: O autor.<br />

Comprimento de onda (nm)<br />

Fonte: O autor<br />

para determinação do ferro em água potável<br />

No comprimento de onda previamente escolhido, foram feitas medidas da absorvância dos<br />

padrões com concentração que variam de 2,0 -10,0 µg. mL -1 de acordo com a figura 6.<br />

e em alimentos com soluções padrão na faixa<br />

A faixa de concentração do padrões do presente trabalho difere do trabalho realizado por Peng et<br />

al., de (2017), 0,047 onde – utilizaram 1,0 µg. o método mL -1 da O-fenantrolina como reação colorimétrica, um<br />

“scanner” e o software ImageJ para determinação do ferro em água potável e em alimentos com<br />

soluções<br />

Figura<br />

padrão<br />

6 - Curva<br />

na faixa<br />

analítica<br />

de 0,047 –<br />

dos<br />

1,0 µg.<br />

padrões<br />

mL -1<br />

no UV-Visível.<br />

Figura 6 - Curva analítica dos padrões no UV-Visível.<br />

Fonte: O autor.<br />

Fonte: O autor.<br />

*As amostras designadas pela letra A correspondem<br />

amostras de água da torneira e B água do poço.<br />

Fonte: O autor.<br />

Comprimento de onda (nm)<br />

De acordo com a tabela 5, as amostras apresentaram concentração de ferro na faixa de 0,08 – 0,59<br />

Fonte: O autor<br />

Fonte: O autor. µg. mL -1 . A menor concentração da solução padrão foi de 2 µg. mL -1 , o método proposto (análise<br />

No comprimento de onda previamente escolhido, foram feitas medidas por da imagem absorvância digital) não dos teve sensibilidade suficiente para quantificar o ferro em água potável<br />

padrões concentração que variam de 2,0 -10,0 µg. mL -1 com concentração abaixo de 2 µg. mL<br />

de acordo com a figura 6.<br />

No comprimento de onda previamente escolhido,<br />

foram feitas medidas da absorvância De RSD acordo na faixa de 2,89% com - 6,51%. a No tabela presente trabalho, 5, as foi feita amostras<br />

a fortificação e a<br />

-1 . Como alternativa foi feita a fortificação das amostras<br />

com 5 µg. mL -1 , onde se obteve a concentração na faixa de 4,54 – 5,70 µg. mL -1 .<br />

A faixa de concentração do padrões do presente trabalho difere do trabalho realizado Conforme Peng por et Peng al., (2017), et utilizaram adição de padrão em que a concentração foi expressa<br />

al., (2017), onde utilizaram o método da O-fenantrolina como reação como colorimétrica, um<br />

recuperação do analito foi 135% ± 20%. De acordo com a legislação brasileira, a concentração<br />

“scanner” e o software ImageJ para determinação do ferro em água potável e em alimentos com<br />

Para se fazer análise por espectrofotometria no UV-visível, primeiro foi feita a determinação máxima tolerável do para o ferro em amostras de água potável é 0,3 µg. mL<br />

soluções<br />

comprimento dos padrões padrão<br />

de onda,<br />

na faixa com que consistiu<br />

de concentração 0,047<br />

em<br />

– 1,0<br />

fazer<br />

µg.<br />

uma<br />

mL<br />

varredura que variam -1<br />

com a solução de<br />

-1 . Conforme a tabela<br />

apresentaram concentração de ferro na faixa<br />

padrão 5, de todas 2 µg. amostras mL - apresentaram concentração de ferro abaixo do limite máximo tolerável para o<br />

Figura 1 no comprimento 6 - Curva de analítica onda na dos faixa padrões de 400 no a 600 UV-Visível. nm. Obteve-se o sinal máximo de absorvância<br />

em 2,0512 -10,0 nm. Conforme µg. mL -1 ferro na água potável, exceto a amostra B2, que apresentou o dobro da concentração recomendada<br />

ilustra de a figura acordo 5, que com mostra a o figura espectro de 6. de pela legislação 0,08 brasileira. – 0,59 A amostra µg. em referência mL -1 é proveniente . A menor de um poço artesanal. concentração<br />

absorção no visível do<br />

Os resultados obtidos no método de referência foram diferentes com os resultados do método<br />

complexo ferro-1,10-fenantrolina.<br />

proposto, pois<br />

da<br />

a intensidade<br />

solução<br />

da fita de LED<br />

padrão<br />

pode ter interferidos<br />

foi de<br />

na predição<br />

2 µg.<br />

da concentração<br />

mL -1 das<br />

,<br />

Figura 5 - Determinação do comprimento de onda.<br />

amostras causando um desvio positivo nas determinações.<br />

A faixa de concentração do padrões A=0.426,=512 do pre-<br />

y = 0,239476x - 0,006229<br />

sente trabalho difere do trabalho realizado<br />

método da O-fenantrolina como reação colorimétrica,<br />

um “scanner” e o software ImageJ<br />

Absorvância<br />

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0<br />

Fonte: O autor.<br />

y = 0,239476x - 0,006229<br />

R 2 0,9954<br />

0 2 4 6 8 10<br />

Concentração (µg. mL^-1)<br />

A curva analítica das soluções padrão apresentou<br />

uma regressão altamente significativa<br />

com o coeficiente de determinação R 2 =<br />

0,9954. Com base na curva analítica foi feita<br />

a predição da concentração das amostras,<br />

conforme a ilustra a Tabela 2, que apresenta<br />

os resultados de concentração de ferro antes<br />

e depois da fortificação com 5 µg. mL -1.<br />

o método proposto (análise por imagem<br />

digital) não teve sensibilidade suficiente<br />

para quantificar o ferro em água potável com<br />

concentração abaixo de 2 µg. mL -1 . Como alternativa<br />

foi feita a fortificação das amostras<br />

com 5 µg. mL -1 , onde se obteve a concentração<br />

na faixa de 4,54 – 5,70 µg. mL-1.<br />

Conforme Peng et al., (2017), utilizaram<br />

adição de padrão em que a concentração<br />

foi expressa como RSD na faixa de 2,89%<br />

- 6,51%. No presente trabalho, foi feita a<br />

fortificação e a recuperação do analito foi<br />

135% ± 20%. De acordo com a legislação<br />

brasileira, a concentração máxima tolerável<br />

para o ferro em amostras de água potável é<br />

de 0,3 µg. mL -1 . Conforme a tabela 5, todas<br />

amostras apresentaram concentração de ferro<br />

abaixo do limite máximo tolerável para o<br />

ferro na água potável, exceto a amostra B 2<br />

,<br />

que apresentou o dobro da concentração<br />

recomendada pela legislação brasileira. A<br />

amostra em referência é proveniente de um<br />

poço artesanal.<br />

Os resultados obtidos no método de referência<br />

foram diferentes com os resultados<br />

do método proposto, pois a intensidade da<br />

fita de LED pode ter interferidos na predição<br />

da concentração das amostras causando um<br />

desvio positivo nas determinações.<br />

4.1.3.Comparação entre as metodologias<br />

O teste F foi aplicado, para um nível de confiança<br />

de 95%, aos modelos de regressão para<br />

a verificação da significância dos modelos,<br />

assim, todos os canais apresentaram modelos<br />

significativos de acordo com a tabela 3.<br />

4.1.3.Comparação entre as metodologias<br />

O Tabela teste F foi 3. aplicado, Teste para F para um nível a determinação confiança 95%, do aos ferro modelos em de regressão água para a<br />

verificação da significância dos modelos, assim, todos os canais apresentaram modelos<br />

significativos<br />

potável.<br />

de acordo com a tabela 3.<br />

Tabela 3. Teste F para a determinação do ferro em água potável.<br />

DETERMINAÇÃO DO FERRO<br />

Teste F UV-Visível Canal RGB Canal R Canal G Canal B<br />

F(calculado) 3496 159,9 23,63 315,5 1283<br />

Fonte: O autor.<br />

Para o método de referência, o valor crítico de F(0,05;1;16) = 4,49, enquanto Fonte: que O para autor. o método<br />

proposto o valor é igual F(0,05;1;3) = 10,13. Estes valores críticos foram comparados com aqueles<br />

obtidos com os dados experimentais. Conforme ilustra a Tabela 6, todos os valores de F<br />

calculados são maiores que os valores críticos de F, isso demonstra que todos os modelos são<br />

significativos.<br />

Para o<br />

Os<br />

método<br />

valores calculados<br />

de<br />

e críticos<br />

referência,<br />

de F para o nível<br />

o<br />

de<br />

valor<br />

significância<br />

crítico<br />

escolhido e o<br />

número de graus de liberdade. O canal verde foi escolhido como melhor canal por apresentar<br />

resultados de F(0,05;1;16) próximos do valor = de 4,49, referência enquanto (5 µg. mL -1 ). que para o método<br />

proposto o valor é igual F(0,05;1;3) = 10,13.<br />

O teste t-pareado foi aplicado aos conjuntos de dados para um nível de confiança de 95%, para<br />

verificar a diferença entre as medias aritméticas do método proposto e do método de referência.<br />

Conforme mostra a tabela 4.<br />

Tabela 4. Teste t pareado para a determinação do ferro em água potável.<br />

Estes valores críticos foram comparados com<br />

DETERMINAÇÃO DO FERRO<br />

aqueles obtidos com os dados experimentais.<br />

Teste t-pareado UV-Visível Vs RGB UV-Visível Vs R UV-Visível Vs G UV-Visível Vs B<br />

t(crítico) 9,98 9,92 28,8 18,9<br />

Conforme DDDD 1,98 ilustra a Tabela 3,42 6, todos 1,89 os valores 2,33<br />

Fonte: O autor<br />

De acordo com a tabela 7, todos os modelos apresentaram diferença significativa entre as médias<br />

de F calculados são maiores que os valores<br />

aritméticas, visto que (tcrítico > t(0,05;9) =2,26). O canal verde apresentou menor diferença entre as<br />

medias aritméticas do método proposto e do método de referência (DDDD = 1,89), isso mostra que<br />

críticos de F, isso demonstra que todos os mo-<br />

existe uma tendência na metodologia proposta em apresentar uma concentração superior de ferro<br />

total em água em relação ao método de referência por espectrofotometria de absorção.<br />

delos são significativos. Os valores calculados<br />

4.2.Determinação de metanol em cachaça<br />

4.2.1.Por espectrofotometria no UV –Visível<br />

4.2.1.1.Estudo cinético para determinação do tempo de reação


e críticos de F para o nível de significância escolhido<br />

e o número de graus de liberdade. O<br />

canal verde foi escolhido como melhor canal<br />

por apresentar resultados próximos do valor<br />

de referência (5 µg. mL -1 ).<br />

O teste t-pareado foi aplicado aos conjuntos<br />

4.1.3.Comparação de dados entre as metodologias para um nível de confiança<br />

O teste F foi aplicado, para um nível de confiança de 95%, aos modelos de regressão para a<br />

verificação da significância dos modelos, assim, todos os canais apresentaram modelos<br />

de<br />

significativos<br />

95%,<br />

de acordo<br />

para<br />

com a<br />

verificar<br />

tabela 3.<br />

a diferença entre as<br />

Tabela 3. Teste F para a determinação do ferro em água potável.<br />

medias aritméticas DETERMINAÇÃO DO FERRO do método proposto e<br />

Teste F UV-Visível Canal RGB Canal R Canal G Canal B<br />

F(calculado) 3496 159,9 23,63 315,5 1283<br />

do<br />

Fonte:<br />

método<br />

O autor.<br />

de referência. Conforme mostra<br />

Para o método de referência, o valor crítico de F(0,05;1;16) = 4,49, enquanto que para o método<br />

a tabela<br />

proposto o valor<br />

4.<br />

é igual F(0,05;1;3) = 10,13. Estes valores críticos foram comparados com aqueles<br />

obtidos com os dados experimentais. Conforme ilustra a Tabela 6, todos os valores de F<br />

calculados são maiores que os valores críticos de F, isso demonstra que todos os modelos são<br />

significativos. Os valores calculados e críticos de F para o nível de significância escolhido e o<br />

número de graus de liberdade. O canal verde foi escolhido como melhor canal por apresentar<br />

Tabela resultados 4. próximos Teste do t valor pareado de referência para (5 µg. mLa determinação do ferro<br />

-1 ).<br />

O teste t-pareado foi aplicado aos conjuntos de dados para um nível de confiança de 95%, para<br />

em água potável.<br />

verificar a diferença entre as medias aritméticas do método proposto e do método de referência.<br />

Conforme mostra a tabela 4.<br />

Tabela 4. Teste t pareado para a determinação do ferro em água potável.<br />

DETERMINAÇÃO DO FERRO<br />

Teste t-pareado UV-Visível Vs RGB UV-Visível Vs R UV-Visível Vs G UV-Visível Vs B<br />

t(crítico) 9,98 9,92 28,8 18,9<br />

1,98 3,42 1,89 2,33<br />

DDDD<br />

Fonte: O autor<br />

De acordo com a tabela 7, todos os modelos apresentaram diferença significativa entre as médias<br />

aritméticas, visto que (tcrítico > t(0,05;9) =2,26). O canal verde apresentou menor diferença entre as<br />

medias aritméticas do método proposto e do método de referência (DDDD = 1,89), isso mostra que<br />

existe uma tendência na metodologia proposta em apresentar uma concentração superior de ferro<br />

total em água em relação ao método de referência por espectrofotometria de absorção.<br />

Fonte: O autor.<br />

De acordo com a tabela 7, todos os modelos<br />

4.2.Determinação de metanol em cachaça<br />

4.2.1.Por espectrofotometria no UV –Visível<br />

apresentaram 4.2.1.1.Estudo cinético para diferença determinação do tempo significativa de reação entre as<br />

médias aritméticas, visto que (tcrítico > t(0,05;9)<br />

=2,26). O canal verde apresentou menor diferença<br />

entre as medias aritméticas do método<br />

proposto e do método de referência (D=<br />

1,89), isso mostra que existe uma tendência<br />

na metodologia proposta em apresentar<br />

uma concentração superior de ferro total em<br />

água em relação ao método de referência por<br />

espectrofotometria de absorção.<br />

4.2. Determinação de metanol em<br />

cachaça<br />

4.2.1. Por espectrofotometria no<br />

UV –Visível<br />

4.2.1.1. Estudo cinético para<br />

determinação do tempo de reação<br />

Devido à instabilidade do reagente de Schiff,<br />

foi usado o padrão de metanol 0,2% v/v para<br />

o estudo cinético. Este estudo consistiu na<br />

obtenção do espectro de absorção na faixa de<br />

320 nm à 800 nm, com intervalos de 5 minutos,<br />

durante 60 minutos (Figura 7).<br />

Devido à instabilidade do reagente de Schiff, foi usado o padrão de metanol 0,2% v/v para o<br />

estudo cinético. Este estudo consistiu na obtenção do espectro de absorção na faixa de 320 nm à<br />

800 Figura nm, com 7 intervalos - Espectros de 5 minutos, do durante estudo 60 minutos cinético (Figura 7).<br />

Figura 7 - Espectros do estudo cinético<br />

Devido à instabilidade do reagente de Schiff, foi usado o padrão de metanol 0,2% v/v para o<br />

estudo cinético. Este estudo consistiu na obtenção do espectro de absorção na faixa de 320 nm à<br />

800 nm, com intervalos de 5 minutos, durante 60 minutos (Figura 7).<br />

Figura 7 - Espectros do estudo cinético<br />

4.2.1.2.Obtenção da curva analítica e predição das amostras.<br />

Devido quantificação.<br />

à baixa concentração de metanol nas amostras de cachaça como alternativa foi feita adição<br />

Fonte: O autor, 2018<br />

Fonte: O autor, 2018<br />

de padrão de metanol em cachaça na faixa de 0,1% - 0,3% v/v, e a predição da concentração das<br />

amostras foi por extrapolação onde cada amostra apresentava a sua curva analítica. A<br />

O maior sinal de absorvância foi obtido no comprimento de onda de 590 nm, assim foi construído concentração obtida de metanol em cachaça foi na faixa de 0,005 % – 0,047 % v/v, conforme<br />

o gráfico de absorvância em função do tempo, conforme ilustra a figura 8.<br />

O maior sinal de absorvância foi obtido no<br />

Figura 8 - Estudo cinético da reação<br />

ilustra a tabela 5.<br />

Tabela O LD e LQ 5. foram Predição determinados das a partir amostras do desvio padrão no de vinte UV-Visível medidas do<br />

das amostras apresentaram concentração de metanol acima do limite de quantificação.<br />

branco, onde 80%<br />

comprimento de onda de 590 nm, assim foi<br />

Tabela 5. Predição das amostras no UV-Visível<br />

Amostra Equação R 2 (% v/v)<br />

CH3OH LD (% LQ (%<br />

v/v) v/v)<br />

construído o gráfico de absorvância em função<br />

Amostra I y=1,3268x + 0,0063 0,9925 0,005 0,002 0,006<br />

Amostra II y=0,8128x + 0,0171 0,9989 0,021 0,003 0,010<br />

Fonte: O autor, 2018<br />

do tempo, conforme ilustra a figura 8.<br />

Amostra III y= 0,4141x + 0,0175 0,9707 0,042 0,006 0,019<br />

Amostra IV y= 0,5188x + 0,0132 0,9867 0,025 0,005 0,016<br />

Amostra V y= 0,2432x + 0,0114 0,9933 0,047 0,011 0,034<br />

O maior sinal de absorvância foi obtido no comprimento de onda de 590 nm, assim foi construído<br />

Amostra VI y= 0,5895x + 0,0122 0,9964 0,020 0,005 0,014<br />

o gráfico de absorvância 0 10em função 20do tempo, 30conforme 40ilustra a figura 50 8. 60<br />

Amostra VII y= 0,5419x + 0,0178 0,9965 0,033 0,005 0,015<br />

Figura 8 - Estudo cinético da Tempo reação (Minutos)<br />

Amostra VIII y= 0,4942x + 0,0063 0,9737 0,013 0,005 0,017<br />

Figura 8 - Estudo cinético da reação<br />

Amostra IX y= 0,2892x + 0,0132 0,9865 0,045 0,009 0,028<br />

Fonte: O autor.<br />

Amostra X y= 0,5385x + 0,0076 0,9956 0,014 0,005 0,015<br />

Fonte: O autor.<br />

De acordo com a figura 20, no intervalo entre 30 minutos a 45 minutos, não ocorre variação<br />

Fonte: O autor<br />

significativa do sinal, ou seja, a reação com o reagente de Schiff se estabiliza. Portanto, foi De acordo com a tabela 6, todas amostras apresentaram melhor ajuste com um coeficiente de<br />

escolhido o tempo de 35 minutos para se fazer análise das amostras.<br />

determinação altamente significativo. A concentração obtida foi expressa em percentagem<br />

volume por volume, que significa percentagem do metanol em 100 mL de cachaça.<br />

Conforme o INMETRO, o limite máximo tolerável para o metanol na cachaça é de 20 mg em 100<br />

De acordo com a tabela 6, todas amostras<br />

mL de álcool anidro. A concentração do metanol em miligramas por 100 mL de álcool anidro foi<br />

calculada com base na equação.<br />

mmmm<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

apresentaram = MMMM.ρρρρ.<br />

0,40 melhor ajuste com um coeficiente<br />

xxxx1000<br />

= é a massa específica de do determinação metanol 25 ºC (0,791 g/mL); altamente signi-<br />

xxxx1000<br />

Onde:<br />

Tempo (Minutos)<br />

ρρρρ<br />

Fonte: O autor.<br />

Fonte: O autor mmmm = é a massa (mg) do metanol em 100 mL de álcool anidro;<br />

MMMM = concentração do metanol encontrada pela curva analítica (% v/v);<br />

De acordo com a figura 20, no intervalo entre 30 minutos a 45 minutos, não ocorre variação ficativo. A concentração obtida foi expressa<br />

significativa do sinal, ou seja, a reação com o reagente de Schiff se estabiliza. Portanto, foi<br />

escolhido o tempo de 35 minutos para se fazer análise das amostras.<br />

Absorvância<br />

Absorvância<br />

0.05 0.15 0.25<br />

0.05 0.15 0.25<br />

De acordo com a figura 20, no intervalo<br />

entre 30 minutos a 45 minutos, não ocorre<br />

variação significativa do sinal, ou seja, a reação<br />

com o reagente de Schiff se estabiliza.<br />

Portanto, foi escolhido o tempo de 35 minutos<br />

para se fazer análise das amostras.<br />

4.2.1.2. Obtenção da curva analítica<br />

e predição das amostras.<br />

Devido à baixa concentração de metanol<br />

nas amostras de cachaça como alternativa<br />

foi feita adição de padrão de metanol em<br />

cachaça na faixa de 0,1% - 0,3% v/v, e a<br />

predição da concentração das amostras foi<br />

4.2.1.2.Obtenção da curva analíti<br />

Devido à baixa concentração de me<br />

de padrão de metanol em cachaça n<br />

amostras foi por extrapolação o<br />

concentração obtida de metanol em<br />

por extrapolação onde cada amostra apresentava<br />

a sua a curva tabela analítica. 5. A concentra-<br />

ilustra<br />

ção obtida de metanol em cachaça foi O LD e LQ foram determinados a<br />

faixa de 0,005 % – 0,047 % v/v, conforme<br />

das ilustra a amostras tabela 5. apresentaram concent<br />

Tabela 5. Predição das amostras no<br />

O LD e LQ foram determinados a partir do<br />

desvio padrão de vinte medidas do branco,<br />

onde 80% das amostras apresentaram concentração<br />

de metanol acima do limite de<br />

Amostra Equação<br />

Amostra I y=1,3268x + 0,0<br />

Amostra II y=0,8128x + 0,0<br />

Amostra III y= 0,4141x + 0,<br />

Amostra IV y= 0,5188x + 0,<br />

Amostra V y= 0,2432x + 0,<br />

Amostra VI y= 0,5895x + 0,<br />

Amostra VII y= 0,5419x + 0,<br />

Amostra VIII y= 0,4942x + 0,<br />

Amostra IX y= 0,2892x + 0,<br />

Amostra X y= 0,5385x + 0,<br />

em percentagem volume por volume, que<br />

Fonte: O autor.<br />

significa percentagem do metanol em 100<br />

mL de cachaça.<br />

De acordo com a tabela 6, todas a<br />

Conforme o INMETRO, o limite máximo<br />

determinação altamente significat<br />

tolerável para o metanol na cachaça é de 20<br />

volume mg em 100 mL por de álcool volume, anidro. A concentração<br />

do metanol o em INMETRO, miligramas por 100 o limite m<br />

que significa p<br />

Conforme<br />

mL de álcool anidro foi calculada com base<br />

mL de álcool anidro. A concentraç<br />

na equação.<br />

calculada com base na equação.<br />

mmmm = MMMM.ρρρρ.<br />

0,40 xxxx1000<br />

Onde:<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

23


Artigo 2<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autor:<br />

Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />

Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />

Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Onde:<br />

ρ = é a massa específica do metanol 25 ºC<br />

(0,791 g/mL);<br />

m = é a massa (mg) do metanol em 100<br />

mL de álcool anidro;<br />

M = concentração do metanol encontrada<br />

pela curva analítica (% v/v);<br />

0,40 é o fator que corresponde ao teor de<br />

etanol na cachaça;<br />

Assim, a tabela 6 abaixo ilustra a concentração<br />

do metanol em miligramas por 100<br />

mL de álcool anidro.<br />

0,40 é o fator que corresponde ao teor de etanol na cachaça;<br />

Assim, a tabela 6 abaixo ilustra a concentração do metanol em miligramas por 100 mL de álcool<br />

anidro.<br />

Tabela 6. Concentração do metanol em amostras<br />

de cachaça<br />

Tabela 6. Concentração do metanol em amostras de cachaça<br />

Teor do metanol em cachaça Teor do metanol em álcool<br />

Amostras (% v/v)<br />

anidro (% m/v)<br />

Amostra I 0,005 9,9<br />

Amostra II 0,021 41,5<br />

Amostra III 0,042 83,1<br />

Amostra IV 0,025 49,4<br />

Tabela 7 .Determinação do metanol na cachaça<br />

Amostra V 0,047 92,9<br />

por análise de imagem digital.<br />

Amostra VI 0,020 39,6<br />

Amostra VII 0,033 65,3<br />

Tabela 7 .Determinação do metanol na cachaça por análise de imagem digital.<br />

Amostra VIII 0,013 25,7<br />

Canais Juntos Vermelho Verde Azul<br />

Amostra IX 0,045 89,0<br />

CH3OH CH3OH CH3OH CH3OH<br />

Amostra X 0,014 27,7<br />

R 2 (% v/v) R 2 (% v/v) R 2 (% v/v) R 2 (% v/v)<br />

Fonte: O autor.<br />

Fonte: O autor Amostra I<br />

Amostra II<br />

0,996<br />

0,909<br />

0,018<br />

0,035<br />

0,996<br />

0,894<br />

0,026<br />

0,038<br />

0,997<br />

0,900<br />

0,008<br />

0,030<br />

0,992<br />

0,996<br />

0,012<br />

0,045<br />

Amostra III 0,996<br />

Conforme ilustra a tabela 7, todas as amostras tiveram concentração do metanol superior a 20 mg<br />

Amostra IV 0,984<br />

/ 100 mL Conforme de álcool anidro, exceto ilustra a amostra a I que tabela está em conformidade 7, todas com a legislação as<br />

Amostra V 0,978<br />

0,039<br />

0,042<br />

0,038<br />

0,999<br />

0,986<br />

0,903<br />

0,046<br />

0,032<br />

0,024<br />

0,971<br />

0,983<br />

0,993<br />

0,017<br />

0,054<br />

0,005<br />

0,963<br />

0,970<br />

0,950<br />

0,076<br />

0,069<br />

0,150<br />

brasileira. Os teores obtidos de metanol variam de 9,9 a 92,9 (miligramas / 100 de álcool anidro)<br />

Amostra VI 0,997 0,014 0,999 0,009 0,993 0,008 0,992 0,054<br />

são superiores amostras aos resultados tiveram obtidos por concentração Franco, et al. (2017). Naquele do metanol<br />

estudo, os autores Amostra<br />

0,997 0,034 0,984 0,026 0,999 0,028 0,984 0,110<br />

utilizaram o ácido cromatrópico para reação colorimétrica e o software ImageJ para a VII<br />

quantificação do metanol em cachaça. Os teores de metanol oscilaram na faixa (11,12 - 23,50) Amostra<br />

superior a 20 mg / 100 mL de álcool anidro,<br />

0,998 0,013 0,990 0,017 0,999 0,001 0,998 0,028<br />

miligramas em 100 mL álcool anidro. Este fato corrobora a necessidade de um controle mais VIII<br />

Amostra IX 0,997 0,020 0,999 0,007 0,990 0,020 0,950 0,090<br />

rigoroso na produção da cachaça no Brasil.Com base nesses resultados, o método desenvolvido<br />

exceto a amostra I que está em conformi-<br />

Amostra X 0,967 0,016 0,942 0,020 0,981 0,010 0,989 0,019<br />

no presente trabalho mostrou uma certa eficácia, visto que o metanol é indesejado no processo de<br />

Fonte: O autor.<br />

produção da cachaça, assim a concentração do metanol deve ser a menor possível.<br />

dade com a legislação brasileira. Os teores<br />

De acordo com a tabela 7, quase todos modelos de regressão apresentaram melhor ajuste com<br />

4.2.1.3.Por imagem digital<br />

coeficiente de determinação altamente significativo. O canal RGB juntos teve melhor predição da<br />

A predição obtidos da concentração de das metanol amostras de cachaça variam por análise de imagem 9,9 digital a 92,9 foi feita para concentração das amostras com 80% dos dados correlacionados com o método de referência<br />

os canais RGB junto e separados (Canal vermelho, verde e azul). A tabela 10 mostra os resultados (espectrofotometria no UV-visível). Os resultados obtidos pelo canal RGB junto varia de 0,013<br />

para os (miligramas quatro canais. Os mesmos / 100 resultados de estão álcool tabelados anidro) no apêndice III são onde su-<br />

constam os % v/v à 0,042 % v/v de metanol em cachaça.<br />

De acordo com a tabela 7, quase todos<br />

valores do teste estatístico F, o p-valor, o desvio padrão relativo e os graus de liberdade. Oficialmente a concentração do metanol na cachaça é expressa em miligramas por 100 mL de<br />

álcool anidro, assim foi feita a conversão de acordo com a equação 25, onde obteve resultados<br />

de<br />

modelos<br />

acordo com a tabela<br />

de<br />

8, que<br />

regressão<br />

ilustra a concentração<br />

apresentaram<br />

do metanol em miligramas<br />

melhor<br />

por 100 mL de<br />

álcool anidro.<br />

periores aos resultados obtidos por Franco,<br />

et al. (2017). Naquele estudo, os autores<br />

utilizaram o ácido cromatrópico para reação<br />

colorimétrica e o software ImageJ para<br />

a quantificação do metanol em cachaça. Os<br />

teores de metanol oscilaram na faixa (11,12<br />

- 23,50) miligramas em 100 mL álcool anidro.<br />

Este fato corrobora a necessidade de<br />

um controle mais rigoroso na produção da<br />

cachaça no Brasil.Com base nesses resultados,<br />

o método desenvolvido no presente<br />

trabalho mostrou uma certa eficácia, visto<br />

que o metanol é indesejado no processo de<br />

produção da cachaça, assim a concentração<br />

do metanol deve ser a menor possível.<br />

4.2.1.3.Por imagem digital<br />

A predição da concentração das amostras<br />

de cachaça por análise de imagem digital foi<br />

feita para os canais RGB junto e separados<br />

(Canal vermelho, verde e azul). A tabela 10<br />

mostra os resultados para os quatro canais.<br />

Os mesmos resultados estão tabelados no<br />

apêndice III onde constam os valores do<br />

teste estatístico F, o p-valor, o desvio padrão<br />

relativo e os graus de liberdade.<br />

Fonte: O autor<br />

ajuste com coeficiente de determinação<br />

altamente significativo. O canal RGB juntos<br />

teve melhor predição da concentração das<br />

amostras com 80% dos dados correlacionados<br />

com o método de referência (espectrofotometria<br />

no UV-visível). Os resultados obtidos<br />

pelo canal RGB junto varia de 0,013 %<br />

v/v à 0,042 % v/v de metanol em cachaça.<br />

Oficialmente a concentração do metanol<br />

na cachaça é expressa em miligramas por<br />

100 mL de álcool anidro, assim foi feita a<br />

conversão de acordo com a equação 25,<br />

onde se obteve resultados de acordo com a<br />

tabela 8, que ilustra a concentração do metanol<br />

em miligramas por 100 mL de álcool<br />

anidro.<br />

Tabela 8. Concentração do metanol por análise<br />

de imagem digital.<br />

Tabela 8. Concentração do metanol por análise de imagem digital.<br />

Canais Juntos<br />

Vermelho Verde Azul<br />

CH3OH CH3OH (% CH3OH (% CH3OH<br />

(% m/v) m/v)<br />

m/v)<br />

(% m/v)<br />

Amostra I 35,6 51,4 15,8 23,7<br />

Amostra II 69,2 75,1 59,3 89,0<br />

Amostra III 77,1 91,0 33,6 150,3<br />

Amostra IV 83,1 63,3 106,8 136,4<br />

Amostra V 75,1 47,5 9,9 296,6<br />

Amostra VI 27,7 17,8 15,8 106,8<br />

Amostra VII 67,2 51,4 55,4 217,5<br />

Amostra VIII 25,7 33,6 2,0 55,4<br />

Amostra IX 39,6 13,8 39,6 178,0<br />

Amostra X 31,6 39,6 19,8 37,6<br />

Fonte: O autor.<br />

Fonte: O autor<br />

A Tabela 11 apresenta os resultados obtidos para a concentração do metanol no álcool anidro em<br />

função dos canais RGB juntos ou separados. Em virtude deste fato, será necessária uma discussão<br />

para comparar as diferentes metodologias.<br />

A Tabela 11 apresenta os resultados obti-<br />

4.2.1.4.Comparação das metodologias.<br />

Comparando-se as concentrações obtidas pelo método de referência (espectrofotometria de<br />

absorção no Vis) com os métodos desenvolvidos pela análise de imagem digital usando os canais<br />

dos para a concentração do metanol no álcool<br />

confiança anidro de 95%. em função dos canais RGB juntos<br />

RGB juntos ou ainda os canais Vermelho (Red) ou Verde (Green), através do teste t pareado cujo<br />

valor crítico é t(0,05;9) =2,26, verifica-se que não existem diferenças significativas com um nível de<br />

No entanto, quando utiliza a análise imagem digital usando o canal Azul (Blue), observa-se<br />

ou uma diferença separados. significativa entre Em os resultados virtude desta metodologia deste com fato, aquela será do método de<br />

referência. Dentre os três propostos, recomenda-se empregar a análise de imagem digital usandose<br />

os canais RGB juntos<br />

necessária uma<br />

(DDDD = 0,78),<br />

discussão<br />

devido ao fato<br />

para<br />

este apresentar<br />

comparar<br />

a menor diferença<br />

as<br />

entre o<br />

método proposto e o de referência conforme ilustra a tabela 9.<br />

diferentes metodologias.<br />

4.2.1.4. Comparação das metodologias.<br />

Comparando-se as concentrações obtidas<br />

pelo método de referência (espectrofotometria<br />

de absorção no Vis) com<br />

os métodos desenvolvidos pela análise<br />

de imagem digital usando os canais RGB<br />

juntos ou ainda os canais Vermelho (Red)<br />

ou Verde (Green), através do teste t pareado<br />

cujo valor crítico é t(0,05;9) =2,26,<br />

verifica-se que não existem diferenças<br />

significativas com um nível de confiança<br />

de 95%.


No entanto, quando se utiliza a análise de<br />

imagem digital usando o canal Azul (Blue),<br />

observa-se uma diferença significativa entre<br />

os resultados desta metodologia com aquela<br />

do método de referência. Dentre os três propostos,<br />

recomenda-se empregar a análise<br />

de imagem digital usando-se os canais RGB<br />

juntos (D= 0,78), devido ao fato este apresentar<br />

a menor diferença entre o método<br />

proposto e o de referência conforme ilustra<br />

a tabela 9.<br />

Tabela 9. Teste t pareado para a determinação do<br />

metanol em cachaça<br />

Tabela 9. Teste t pareado para a determinação do metanol em cachaça<br />

DETERMINAÇÃO DO METANOL NA CACHAÇA<br />

Teste t-pareado UV-Visível Vs RGB UV-Visível Vs R UV-Visível Vs G UV-Visível Vs B<br />

t(calculado) 0,09 0,37 1,33 3,96<br />

0,78 4,35 16,61 76,81<br />

DDDD<br />

Fonte: O autor.<br />

Avaliando-se a tabela 9, a concentração do metanol variou de 25,7 a 83,1 mg / 100 mL álcool<br />

anidro usando os RGB juntos, àquele de melhor performance. Estes resultados são superiores a<br />

20 mg / 100 mL que é o limite máximo tolerável para o metanol na cachaça de acordo com a<br />

legislação brasileira. O presente trabalho é pioneiro na utilização de análise de imagem digital<br />

para determinação do metanol em cachaça usando o pacote EBImage.<br />

Avaliando-se a tabela 9, a concentração do<br />

metanol variou de 25,7 a 83,1 mg / 100 mL<br />

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Existem vários softwares que fazem análise de imagem digital e diferentes dispositivos usados<br />

álcool anidro usando os RGB juntos, àquele de<br />

para a aquisição da imagem digital, mas a utilização do smartphone mostrou ser uma alternativa<br />

viável para a determinação do ferro em amostras de água potável e metanol na cachaça.<br />

A análise de imagem digital depende da intensidade luminosa, pois é fundamental criar condições<br />

melhor performance. Estes resultados são superiores<br />

Na determinação a do 20 ferro mg total amostra / 100 de água potável, mL o método que proposto é o não limite teve sensibilidade má-<br />

para não ter interferência da luz externa no processo de aquisição da imagem digital. Neste<br />

sentido, foi construída a caixa preta para como meio ou ambiente para a captura da imagem digital.<br />

para quantificar o ferro com concentração < 2,0 µg. mL -1 . Consequentemente, foi feita a<br />

fortificação da amostra com 5 µg. mL -1 . O método proposto apresentou uma diferença<br />

ximo significativa tolerável na média aritmética para quando comparado o metanol com o método de na referência. cachaça Pode-se atribuir de<br />

este fato, a intensidade das fitas de LED, pois durante o processo da captura de imagem digital<br />

era notório que as fitas de LED eram refletidas na placa de toque.<br />

acordo com a legislação brasileira. O presente<br />

A determinação do metanol na cachaça por imagem digital foi peculiar devido à instabilidade do<br />

reagente do Schiff, porque com o passar do tempo este reagente perde o sulfito em forma de gás,<br />

alterando assim a acidez do meio, diminuindo a sua eficácia na identificação dos aldeídos.<br />

trabalho é pioneiro na utilização de análise de<br />

Foi necessário fazer um estudo cinético para se determinar o tempo da reação, sendo este<br />

estabelecido como 35 minutos a determinação simultânea no método proposto e no método<br />

imagem de referência. digital para determinação do metanol<br />

voltímetro em digital. cachaça usando o pacote<br />

Para a determinação do metanol na cachaça, a caixa preta sofreu pequenas modificações na parte<br />

elétrica. Foi colocado um potenciômetro 5 K, para regular a intensidade da luz acoplado um com<br />

EBImage.<br />

5. Considerações Finais<br />

Existem vários softwares que fazem análise<br />

de imagem digital e diferentes dispositivos<br />

usados para a aquisição da imagem digital,<br />

mas a utilização do smartphone mostrou ser<br />

uma alternativa viável para a determinação<br />

do ferro em amostras de água potável e do<br />

metanol na cachaça.<br />

A análise de imagem digital depende da<br />

intensidade luminosa, pois é fundamental<br />

criar condições para não ter interferência<br />

da luz externa no processo de aquisição da<br />

imagem digital. Neste sentido, foi construída<br />

a caixa preta para como meio ou ambiente<br />

para a captura da imagem digital.<br />

Na determinação do ferro total amostra de<br />

água potável, o método proposto não teve<br />

sensibilidade para quantificar o ferro com<br />

concentração < 2,0 µg. mL -1 . Consequentemente,<br />

foi feita a fortificação da amostra<br />

com 5 µg. mL -1 . O método proposto apresentou<br />

uma diferença significativa na média<br />

aritmética quando comparado com o método<br />

de referência. Pode-se atribuir este fato, a<br />

intensidade das fitas de LED, pois durante o<br />

processo da captura de imagem digital era<br />

notório que as fitas de LED eram refletidas<br />

na placa de toque.<br />

A determinação do metanol na cachaça<br />

por imagem digital foi peculiar devido à<br />

instabilidade do reagente do Schiff, porque<br />

com o passar do tempo este reagente<br />

perde o sulfito em forma de gás, alterando<br />

assim a acidez do meio, diminuindo a<br />

sua eficácia na identificação dos aldeídos.<br />

Foi necessário fazer um estudo cinético<br />

para se determinar o tempo da reação, sendo<br />

este estabelecido como 35 minutos para<br />

a determinação simultânea no método proposto<br />

e no método de referência.<br />

Para a determinação do metanol na cachaça,<br />

a caixa preta sofreu pequenas modificações na<br />

parte elétrica. Foi colocado um potenciômetro<br />

5 K, para regular a intensidade da luz acoplado<br />

um com voltímetro digital.<br />

A captura de imagem digital foi feita no<br />

ambiente com potencial de 7,5 volt. Esta<br />

otimização foi determinante para a quantificação<br />

do metanol com êxito, visto que o<br />

método proposto não apresentou diferença<br />

entre a média aritmética dos dois conjuntos.<br />

Assim, o uso do “smartphone” para a determinação<br />

do ferro em amostras de água potável<br />

e metanol em cachaça, por análise de<br />

imagem digital pode ser uma boa alternativa,<br />

mas com uma margem de erro similar ao<br />

do método espectroscópico.<br />

A metodologia proposta mostrou-se eficiente<br />

frente as amostras de cachaça e água<br />

potável, pois oferece muitas vantagens,<br />

visto que ela é rápida, e pode se transportar<br />

os equipamentos para qualquer lugar, é<br />

de fácil manuseio e não envolve elevados<br />

custos financeiros.<br />

Recomenda-se para as futuras pesquisas:<br />

• A determinação de outros analitos por<br />

meio de reações colorimétricas;<br />

• Na caixa preta, para além de usar uma<br />

fonte de 12 volt, pode se usar uma bateria ou<br />

ainda um sistema acoplado a um painel solar;<br />

• Para as escolas que não tem laboratório<br />

ou apresentam deficiência em termo de<br />

equipamentos laboratoriais este trabalho<br />

pode ser uma melhor alternativa para fins<br />

didáticos ou aulas práticas nestes locais.<br />

Perspectiva<br />

Utilizar a metodologia para determinação<br />

de ferro total em amostras de água potável,<br />

metanol em cachaça (em campo) e determinar<br />

ferro na farinha de milho e de trigo.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

25


Artigo 2<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autor:<br />

Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />

Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />

Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />

26<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

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-Reference <strong>Ed</strong>ition, v. 40, n. 8, p. 1612, 1994. ISSN 0009-9147. •<br />

SWINEHART, D. The beer-lambert law. J. Chem. <strong>Ed</strong>uc, v. 39, n. 7, p.<br />

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v. 311, p. 151-157, 2016. ISSN 0304-3894. • UMBELINO, D.;<br />

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FEDERAL DE CAMPINAS, ESTATCAMP (Consultoria Estatística e<br />

Qualidade) e DIGUP (Desenvolvimento de Sistemas e Consultoria<br />

Estatística), “portalAction- 5.8. Teste T pareado”. 27. Nov. 2015.<br />

Disponível em: < http://www.portalaction.com.br/inferencia/<br />

58-teste-t-pareado >.Acesso em 29 Dec. 2017 • VENKATARAMAN,<br />

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0323145701. • VILELA, F. J. et al. Determinação das composições<br />

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Ciências e Agrotecnologia, v. 31, n. 4, p. 1089-1094, 2007. •<br />

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Office, 1986. • WISKUR, S. L.; ANSLYN, E. V. Using a synthetic receptor<br />

to create an optical-sensing ensemble for a class of analytes: A<br />

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and seawater. <strong>Analytica</strong>l Chemistry, v. 64, n. 22, p. 2826-2830,<br />

1992. ISSN 0003-2700.


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Espectrometria de Massa<br />

A cromatografia a gás acoplada à<br />

espectrometria de massas - GC/MS<br />

Por Oscar Vega Bustillos*<br />

A técnica da Cromatografia a gás acoplada a<br />

previamente estabelecidos e conhecidos. Por<br />

de temperatura no sistema de injeção favorece a<br />

Espectrometria de massas abre novos caminhos<br />

outro lado o MS discrimina os analitos por meio<br />

vaporização da amostra, para amostras líquidas<br />

para elucidar a estrutura da matéria. Esta técnica<br />

de sua razão massa/carga (m/z), mas tem a<br />

ou sólidas, sendo introdução direta para amos-<br />

é denominada técnica hibrida já que cada uma<br />

contribuição no seu espectro de fracionamentos<br />

tras gasosas. Os analítos no estado gasoso são<br />

das suas partes realiza um determinado proces-<br />

moleculares além das contribuições isotópicas,<br />

carregados pelo gás de arrastre para a coluna. A<br />

so analítico, a cromatografia a gás em inglês GC<br />

facilitando a identificação do analito por meio<br />

coluna capilar é constituída por sílica fundida de<br />

“Gas Chromatography”, realiza a separação dos<br />

do espectro de massas (Figura 2).<br />

diâmetro interno de 0,1 mm com fase estacioná-<br />

componentes de uma mistura gasosa a ser anali-<br />

ria interna, polar ou apolar, de acordo afinidade<br />

sada e a espectrometria de massas, em inglês MS<br />

A cromatografia a gás é definida como um<br />

dos analistos. A coluna fica condicionada num<br />

“Mass Spectrometry”, realiza a identificação dos<br />

método físico-químico de separação dos com-<br />

forno resistivo programável. A programação da<br />

componentes químicos gasosos separados pelo<br />

ponentes de uma mistura, que são distribuídas<br />

temperatura na coluna contribui para separação<br />

GC. Desta forma o analisador GC/MS (Figura 1)<br />

em duas fases intimamente ligadas: fase es-<br />

dos analitos devido as suas características, tais<br />

funciona no modo Tandem, onde os compostos<br />

tacionária contida na coluna cromatográfica e<br />

como, volatilidade, ponto de ebulição, peso<br />

químicos precursores de uma mistura gasosa são<br />

fase móvel, denominado gás de arraste que a<br />

molecular e estabilidade térmica. Cada espécie<br />

separados pelo GC e logo detectados e quantifica-<br />

percorre, contendo os analitos a serem separa-<br />

separada apresentará diferente tempo de reten-<br />

dos em seus produtos, pelo MS. Quem trabalha<br />

dos. Durante a passagem da fase móvel sobre<br />

ção (RT), que ao chegar ao fim da coluna, segue<br />

com cromatografia denomina o MS como detec-<br />

a estacionária, os componentes do analito são<br />

para o detector.<br />

tor num sistema GC/MS, mas quem trabalha com<br />

distribuídos e retidos na fase estacionária con-<br />

MS denomina o GC como sistema de introdução<br />

forme a sua afinidade físico-química, sendo logo<br />

O detector dos analítos é o Espectrômetro de<br />

de amostra, cabe ao leitor decidir a preferencia.<br />

eluídos seletivamente em direção ao analisador,<br />

massas. O MS esta constituído de fonte de íons,<br />

resultando em migrações diferenciais para cada<br />

analisador e detector (Figura 1). Quando uma das<br />

O GC/MS aumentou o poder analítico enor-<br />

analito, cuja unidade é o Tempo de Retenção –<br />

substâncias emerge da coluna e ingressa no Espec-<br />

memente na química. O GC acoplado com outro<br />

TR, medida em minutos.<br />

trômetro de massas, através da linha de transfe-<br />

detector, não sendo o MS, tal como o da Ioniza-<br />

rência, a mesma interage com elétrons acelerados<br />

ção de Chama (Flame Ionization Detector – FID)<br />

As principais partes de um cromatógrafo são<br />

emanados por um filamento, gerando íons do<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

e conhecido como GC/FID, realiza análises de<br />

compostos químicos somente quando o analisador<br />

é calibrado anteriormente com padrões<br />

(Figura 1): o injetor, coluna e detector, neste caso<br />

o MS. A amostra líquida, gasosa ou sólida, contendo<br />

os analítos é introduzida no injetor. O uso<br />

analíto na fonte de íons. Nesse local os analitos na<br />

forma de íons são fragmentados de acordo a suas<br />

ligações químicas (Figura 2) seguindo um padrão


Espectrometria de Massa<br />

de fragmentação constante e único para uma dada<br />

cada segundo, com uma vantagem, podendo ser<br />

instrumento que funciona a pressões positivas e<br />

energia de ionização que geralmente é de 70 eV, tal<br />

comparados com o banco de dados da NIST para<br />

outra negativa? Como coletar tantos dados em<br />

como uma impressão digital para cada molécula do<br />

uma possível detecção do analito desejado. Todo<br />

cada análise realizada? Sendo que a eluição dos<br />

analíto em estudo, facilitando a construção de um<br />

espectro de massas (Figura 2b) apresenta a in-<br />

analítos gerando um cromatograma, demora<br />

banco padrão de espectros de massas de interesse,<br />

tensidade relativa dos íons fragmentos e do íon<br />

em torno de 30 a 60 minutos, armazenando um<br />

entre estes os padrões da “National Institute of Stan-<br />

molécula de cada analito (eixo y) em função da<br />

espectro de massas por segundo isto significa<br />

dards and Technology – NIST”.<br />

razão m/z (eixo x) de cada fragmento detectado.<br />

1800 a 3600 espectros de massas por análise,<br />

acarretando a necessidade de Megabytes (MB)<br />

Os íons gerados na fonte de íons são acelera-<br />

A união do GC/MS demorou a ser descoberta<br />

de memória no computador.<br />

dos e introduzidos no analisador de quadrupolo,<br />

devido as suas peculiaridades intrínsecas, o GC<br />

constituído de quatro barras cilíndricas ligadas<br />

trabalha a pressões positivas, isto é, pressões<br />

Para resolver o problema da incompatibilidade<br />

eletricamente em DC e RF em pares, mas com<br />

maiores à atmosférica e o MS a pressões ne-<br />

de pressões, foi desenvolvida uma bomba de<br />

fases opostas eletronicamente. Dentro deste<br />

gativas, isto é, vácuo. Como compatibilizar um<br />

vácuo mais potente, para poder drenar rapida-<br />

campo eletromagnético, os íons do analíto sofrem<br />

o efeito eletromagnético e são filtrados<br />

pelas barras cilíndricas de acordo com sua razão<br />

massa/carga (m/z). Somente uma espécie de<br />

íons com uma determinada m/z passará através<br />

dos quadrupolos sem colidir com as barras. Finalmente,<br />

estes íons são detectados e contados<br />

pelo multiplicador de elétrons, denominado detector.<br />

Desta forma discretizando massas de 1<br />

a 1090 m/z, em intervalos de tempo de micro<br />

segundos é construído um espectro de massas<br />

em menos que um segundo. O número de íons<br />

de cada espectro de massas gerado é utilizado<br />

para construir o cromatograma por meio de<br />

um “software”. Assim, todo GC/MS gera duas<br />

informações para o analista químico, um cromatograma<br />

e milhares de espectros de massas. O<br />

cromatograma (Figura 2a) apresenta a intensidade<br />

total dos íons detectados “Total Ion Current<br />

- TIC” (eixo y) em função do Tempo de Retenção<br />

em minutos da eluição de cada analito (eixo x).<br />

Os espectros de massas apresentam as análises<br />

dos compostos químicos presentes na eluição a<br />

Fonte: Redígolo, 2020<br />

Figura 1: Analisador GC/MS. Constituído de dois compartimentos separados: um contém o GC e outro o MS. O<br />

GC está composto por: injetor da amostra, coluna cromatográfica e forno resistivo programável. O MS está formado<br />

por: da fonte de íons, analisador de massas quadrupolar e detector de íons. O MS funciona sob alto vácuo<br />

obtida por meio de bomba turbomolecular e bomba mecânica de pré-vácuo.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

29


Espectrometria de Massa<br />

mente o MS. Assim surgiu a bomba de vácuo<br />

Turbo-molecular (Figura 1). Além disso, teve<br />

que se diminuir o fluxo da fase móvel da coluna<br />

cromatográfica atingindo-se até 1 mL/min.<br />

Para resolver o problema da coleta de amostras<br />

do GC/MS, computadores com maior capacidade<br />

de memória são utilizados. O Prof. Peter<br />

Atkins no seu livro “What is chemistry?” diz: “O<br />

instrumento que transformou a química, assim<br />

como transformou a vida nesta última década<br />

é o computador. Graças ao computador pode<br />

se simular e modelar as novas moléculas sintetizadas,<br />

sendo esta nova ciência denominada<br />

química computacional”. A mesma é aplicada<br />

no analisador GC/MS.<br />

Vários modos de análise no GC/MS são possíveis<br />

de serem utilizados. Entre estes: modo “scan<br />

mass - SCAN” ou varredura de massas, onde são<br />

analisadas todas as massas dos analitos num determinado<br />

intervalo de massas. Este modo é utilizado<br />

para análise de uma amostra desconhecida.<br />

Modo “Selected Ion Monitoring - SIM” onde apenas<br />

os íons desejados são monitorados, analisando<br />

só uma ou várias espécies iônicas específicas.<br />

Este modo é utilizado na análise quantitativa de<br />

um ou vários analítos (Figura 2a).<br />

Superados os problemas da gênesis do GC/MS,<br />

hoje em dia é um analisador versátil para a análise<br />

de compostos químicos especialmente a nível<br />

traços. Seus usuários cada dia exploram mais<br />

o analisador tornando um instrumento de rotina<br />

no laboratório de análises química sendo até<br />

utilizados nas explorações extraterrestres pela<br />

NASA. Diminuiu seu tamanho, tornando-se um<br />

analisador de bancada, comercialmente vendido<br />

como “Bench-Top”. Além disso, o seu custo, ficou<br />

cada vez mais accessível para os mais humildes<br />

laboratórios.<br />

O GC/MS é um método rápido que fornece informações<br />

valiosas sobre a análise de produtos<br />

naturais usado para analisar misturas orgânicas<br />

e bioquímicas complexas, pesticidas e compostos<br />

orgânicos voláteis e semivoláteis no meio<br />

ambiente. A principal desvantagem do uso do<br />

GC/MS é de ser incapaz de analisar compostos<br />

não voláteis, polares ou termicamente lábeis,<br />

sendo necessária a derivatização para aumentar<br />

a volatilidade e a estabilidade térmica desses<br />

compostos.<br />

(A)<br />

(B)<br />

Fonte: Sassine, 2002<br />

Figura 2: Análise do Piretróide Cipermetrina na matriz leite.<br />

(a) Cromatograma da molécula Cipermetrina em modo<br />

SIM, monitorando os íons m/z 127, 163 e 181. Assinala-se<br />

a presença de quatro diasterónimos cis-1, cis-2, trans-1 e<br />

trans-2; A, B, C, D, respectivamente. (b) Espectro de massas<br />

da Cipermetrina apresentando o íon molécula m/z 415,<br />

altamente fragmentado e seus principais fragmentos m/z<br />

77, 91, 127, 163, 181 com suas respectivas representações<br />

iônicas químicas.<br />

Referências bibliográficas<br />

1) Sassine, A.; Moura, S.; Léo, V. and Bustillos, O. “Cypermethrin<br />

residues determination in the milk of a lactating dairy<br />

cow by gas chromatography – Ion Trap mass spectrometry”.<br />

J. of <strong>Analytica</strong>l Toxicology. V.28, 2004.<br />

2) Redígolo, M.M.; Costa, I.; Vega, O. “Cadernos de ciência<br />

da conservação Volume 1. Tintas brasileiras”. <strong>Ed</strong>. Scortecci.<br />

1ª <strong>Ed</strong>. 2020.<br />

3) Atkins, P. “What is chemistry”. Oxford University Press. 2013.<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

*Oscar Vega Bustillos<br />

Pesquisador do Centro de Química e Meio Ambiente CQMA do Instituto de Pesquisas<br />

Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP<br />

Tel.: 55 11 3133-9343 E-mail: ovega@ipen.br - Site: www.vegascience.blogspot.com.br


Metrologia<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

A Metrologia: Histórico<br />

O homem e a metrologia caminham juntos desde os primórdios da<br />

civilização. Vestígios da utilização de técnicas de medição remontam desde as<br />

Metrologia: Um primeiras agregações instrumento<br />

humanas rudimentares. A medida que os grupos sociais<br />

de Soberania e Cidadania<br />

A Metrologia: Histórico<br />

O homem e a metrologia caminham juntos<br />

desde os primórdios da civilização. Vestígios<br />

da utilização de técnicas de medição<br />

remontam desde as primeiras agregações<br />

humanas rudimentares. A medida que os<br />

grupos sociais aumentavam, as técnicas de<br />

medir também evoluíam. É difícil imaginar<br />

que egípcios, maias ou astecas construíram<br />

os históricos monumentos que sobrevivem<br />

até hoje sem técnicas de medição apuradas<br />

e padrões de medição previamente estabelecidos.<br />

[SOUZA 2010].<br />

O desmembramento de grupos humanos<br />

primários provocou o surgimento de diferentes<br />

padrões de medição. Ao longo do tempo, tal<br />

conjuntura dificultava o comércio entre eles, o<br />

que gerou preocupação entre os governantes,<br />

que passaram a promover a uniformização das<br />

unidades de medida de modo que pudessem<br />

ser de utilização geral. Assim, surgiram as primeiras<br />

referências ao corpo humano, usadas<br />

como padrões de medidas tais como: pés, braças,<br />

polegadas, palmo, cúbito etc.....<br />

Metrologia: Um instrumento de Soberania e Cidadania<br />

Daroda, R.J.; Souza, T.L.; Barros, A.O.; Rodrigues, J.M.; Cunha, V.S.<br />

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro,<br />

Av. N.S das Graças, 50, Xerém – Duque de Caxias, RJ<br />

aumentavam, as técnicas de medir também evoluíam. É difícil imaginar que<br />

egípcios, maias ou astecas construíram os históricos monumentos que<br />

sobrevivem até hoje sem técnicas de medição apuradas e padrões de medição<br />

previamente estabelecidos. [SOUZA 2010].<br />

O desmembramento de grupos humanos primários provocou o surgimento de<br />

diferentes padrões de medição. Ao longo do tempo, tal conjuntura dificultava o<br />

comércio entre eles, o que gerou preocupação entre os governantes, que<br />

passaram a promover a uniformização das unidades de medida de modo que<br />

pudessem ser de utilização geral. Assim, surgiram as primeiras referências ao<br />

corpo humano, usadas como padrões de medidas tais como: pés, braças,<br />

polegadas, palmo, cúbito etc.....<br />

Padrões baseados nos membros do corpo humano [WORDPRESS 2016]<br />

Estas referências por si só não resolveram<br />

o problema uma vez que cada cidadão tinha<br />

referências diferentes, resultando em medições<br />

sem correspondência entre si. Assim,<br />

cada povo definiu que tais referências fossem<br />

obtidas tendo como padrão o rei, imperador,<br />

chefe, etc. Um exemplo característico<br />

é encontrado na civilização egípcia, há 5000<br />

anos, onde a unidade de comprimento era<br />

o cúbito do Faraó, padrão materializado na<br />

forma de uma barra de granito [WORDPRESS<br />

2016] O padrão de trabalho era uma barra<br />

de madeira que deveria ser periodicamente<br />

comparada com aquele baseado no Faraó.<br />

Estabeleceu-se assim a rastreabilidade da<br />

de uma barra de granito [WORDPRESS 2016] O padrão de trabalho era uma<br />

barra unidade de madeira metrológica.<br />

que deveria ser periodicamente comparada com aquele<br />

baseado no Faraó. Estabeleceu-se assim a rastreabilidade da unidade<br />

metrológica.<br />

O cúbito do Faraó [WORDPRESS 2016]<br />

O cúbito do Faraó [WORDPRESS 2016]<br />

Ainda hoje, é possível observar nas fortificações, castelos ou até igrejas<br />

marcas gravadas na pedra, que serviam de padrão para os negócios da<br />

cidade.<br />

de uma barra de granito [WORDPRESS 2016] O padrão de trabalho era uma<br />

barra de madeira que deveria ser periodicamente comparada com aquele<br />

baseado no Faraó. Estabeleceu-se assim a rastreabilidade da unidade<br />

metrológica.<br />

Ainda hoje, é possível observar nas fortificações,<br />

castelos ou até igrejas marcas gravadas<br />

na pedra, que serviam de padrão para os<br />

negócios da cidade.<br />

O cúbito do Faraó [WORDPRESS 2016]<br />

Ainda hoje, é possível observar nas fortificações, castelos ou até igrejas<br />

marcas gravadas na pedra, que serviam de padrão para os negócios da<br />

cidade.<br />

Estas referências por si só não resolveram o problema uma vez que<br />

cada Padrões cidadão baseados tinha referências nos membros diferentes, do resultando corpo humano em medições sem<br />

correspondência entre si. Assim, cada povo definiu que tais referências fossem<br />

obtidas [WORDPRESS tendo como 2016] padrão o rei, imperador, chefe, etc. Um exemplo<br />

característico é encontrado na civilização egípcia, há 5000 anos, onde a<br />

unidade de comprimento era o cúbito do Faraó, padrão materializado na forma<br />

Padrão do Côvado da Igreja da Misericórdia do Sabugal. Séc. XIV (Museu do IPQ) (SOUSA 2010)<br />

Na medida em que as civilizações foram evoluindo, o comércio entre<br />

elas Padrão crescia, do ocasionando Côvado da Igreja sérios da problemas Misericórdia em do função Sabugal. dos Séc. padrões adotados<br />

em cada região, país ou comunidade. A necessidade de uma padronização<br />

XIV (Museu do IPQ) (SOUSA 2010)<br />

mundial das unidades de medida ficava cada vez mais premente. O comércio<br />

interno beneficiando e protegendo a sociedade e o comércio internacional<br />

promovendo o desenvolvimento econômico seriam definitivamente<br />

consolidados.<br />

Na medida em que as civilizações foram<br />

evoluindo, o comércio entre elas crescia, ocasionando<br />

sérios problemas em função dos<br />

padrões adotados em cada região, país ou<br />

comunidade. A necessidade de uma padronização<br />

mundial das unidades de medida ficava<br />

cada vez mais premente. O comércio interno<br />

beneficiando e protegendo a sociedade e o<br />

comércio internacional promovendo o desenvolvimento<br />

econômico seriam definitivamente<br />

consolidados.<br />

O grande passo na direção da uniformização dos padrões de medição<br />

se deu no século XVIII, com a Revolução Francesa quando a França introduziu<br />

o sistema métrico decimal. Em 20 de maio de 1875, um tratado internacional foi<br />

assinado por 17 países (o Brasil entre eles) conhecido como a “Convenção do<br />

O grande passo na direção da uniformização<br />

dos padrões de medição se deu no século<br />

XVIII, com a Revolução Francesa quando a<br />

França introduziu o sistema métrico decimal.<br />

Em 20 de maio de 1875, um tratado internacional<br />

foi assinado por 17 países (o Brasil<br />

Padrão do Côvado da Igreja da Misericórdia do Sabugal. Séc. XIV (Museu do IPQ) (SOUSA 2010)<br />

Na medida em que as civilizações foram evoluindo, o comércio entre<br />

elas crescia, ocasionando sérios problemas em função dos padrões adotados


Metrologia<br />

entre eles) conhecido como a “Convenção do<br />

À medida que o comercio entre os países<br />

“.... la sovranitá metrológica assurgeva a<br />

Metro”. A partir de então, foram instituídas<br />

europeus e entre as colônias e os países eu-<br />

símbolo del diritto di sovranitá nel próprio<br />

três instâncias para conduzir a uniformização<br />

ropeus aumentava, intensificado com a vin-<br />

âmbito e de libertá ed autonomia da altri<br />

internacional das medições: CGPM, CIPM e<br />

da para o Brasil da família real em 1808, a<br />

sovrani.” (NOBILI 1997)<br />

BIPM. [DIAS 1998]<br />

uniformização dos padrões se tornava cada<br />

(“... a soberania metrológica surgia como<br />

vez mais necessária.<br />

símbolo do direito de soberania em sua<br />

Ano após ano, cresce a adesão de países à<br />

própria esfera e de liberdade e autonomia<br />

Convenção do Metro. Não participar é quase<br />

Em 1795, durante a Revolução Francesa, a<br />

de outros soberanos.”).<br />

que uma exclusão do comércio internacional,<br />

Convenção da Revolução sancionou a lei que<br />

o que significa enfrentar sérios problemas<br />

criou o Sistema Métrico Decimal estabelecen-<br />

Já em Portugal, D. João VI incentiva a<br />

econômicos internos e privar a sociedade do<br />

do o metro, quilograma e litro como as pri-<br />

adoção no Brasil do sistema decimal de<br />

desenvolvimento econômico e social e seu<br />

meiras unidades de medida. Iniciava-se lenta-<br />

pesos e medidas. No entanto, seu retorno<br />

bem estar.<br />

mente a uniformização metrológica na França.<br />

a Portugal provocou instabilidade no Brasil<br />

e forçou D. Pedro a proclamar a indepen-<br />

Metrologia: a História no Brasil<br />

D. João VI volta a Portugal em 1821 e dei-<br />

dência em 1822, iniciando o período do<br />

O descobrimento do Brasil pela coroa portu-<br />

xa na colônia seu filho, o Príncipe D. Pedro.<br />

Brasil Império. Neste período, de 1822 a<br />

guesa e a instauração de um governo provisó-<br />

O sistema decimal se consolidava na França<br />

1889, que corresponde ao primeiro e se-<br />

rio na nova colônia trouxe junto as legislações<br />

e provocava adesões em outros países euro-<br />

gundo reinados, embora várias tentativas<br />

em vigor em Portugal. Entre elas as regras e os<br />

peus para facilitar o comércio. No período de<br />

com projetos de lei legislativos tivessem<br />

controles relacionados ao sistema de medição.<br />

permanência de D. João VI no Brasil, houve<br />

sido apresentadas para implantação do sis-<br />

Em Portugal, na época do descobrimento do<br />

ganhos importantes como a abertura dos<br />

tema métrico decimal nunca tiveram efeito<br />

Brasil, havia uma grande diversidade de me-<br />

portos para nações amigas, infraestrutura<br />

prático. Em 1862, D. Pedro II, através da Lei<br />

didas nas diferentes regiões a despeito das<br />

de transporte e instalação de indústrias,<br />

Imperial 1.157, oficialmente implantou<br />

determinações dos Reis para que houvesse<br />

especialmente a siderurgia. Isto provocou<br />

o sistema decimal no Brasil. Também não<br />

uniformização de padrões no País. Esta diver-<br />

aumento do comércio internacional, antes<br />

houve resultado prático. O Brasil continuava<br />

sidade de medidas veio com os portugueses<br />

exclusivo com Portugal, pressionando a uni-<br />

uma “babel de medidas”. D. Pedro II, defen-<br />

para a colônia que passou a ter em cada região<br />

formização do sistema de pesos e medidas<br />

sor do Sistema Métrico Decimal, tornou o<br />

padrões metrológicos diferentes. A expansão e<br />

para o sistema decimal já em implantação<br />

Brasil em 1875, um dos 17 países signatá-<br />

a dispersão geográfica, a diversidade política e<br />

em Portugal.<br />

rios da Convenção do Metro que criou uma<br />

econômica das regiões, a corrupção dos fun-<br />

organização internacional para difundir<br />

cionários, almotacés ou empregados da coroa<br />

Cabe destacar que, se olharmos desde a anti-<br />

e implantar o sistema métrico decimal<br />

responsáveis pela aferição dos pesos e medi-<br />

guidade os aspectos metrológicos, pesos e me-<br />

uniformizando as medidas e facilitando o<br />

das, intensificaram as diferenças que chegou a<br />

ser chamada de “babel das medidas”.<br />

didas sempre foram instrumentos de afirmação e<br />

exercício de poder (KULA 1999). Nobili escreveu:<br />

comércio internacional. [DIAS 1998] [ZUIN<br />

2016]<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

33


Metrologia<br />

Embora signatário, o Brasil não havia ratifica-<br />

“O Presidente da República:<br />

Internacional do Metro (de 20 de maio de<br />

do a Convenção. A assinatura “ad referendum”<br />

pelo representante do Brasil foi erroneamente<br />

interpretada pela convenção como já estando<br />

aprovada pelo Congresso. O engano não foi<br />

corrigido e, com o pagamento das anuidades<br />

e participação na reunião da Convenção do<br />

Metro em 1921 (que modificou a aquela de<br />

1875), ficou como membro até 1932, quando<br />

saiu definitivamente por falta de recursos. A<br />

Considerando a importância e a necessidade<br />

urgente da fixação das unidades de medidas e<br />

respectivos padrões que as indústrias, em sua<br />

incessante evolução, têm sido levadas a criar e<br />

cujo interesse só é comparável ao da fixação da<br />

moeda nacional;<br />

Considerando que a legislação vigente sobre pesos<br />

e medidas já se tornou, além de antiquada, técnica<br />

e juridicamente inaplicável, fato que tolhe, até certo<br />

ponto, a ação dos poderes públicos, além de criar<br />

1875). Os nomes, as definições, as representações<br />

e os símbolos destas unidades<br />

deverão constar do quadro que o Governo<br />

organizará e expedirá com o regulamento a<br />

ser baixado para execução deste decreto-lei.”<br />

O Art. 2º proíbe em qualquer transação o<br />

uso de outra medida diferente da estabelecida<br />

no Art. 1º.<br />

instabilidade política com o início do Estado<br />

sérios embaraços e prejuízos ao comércio, à indús-<br />

O Brasil, tanto em 1875 como em 1921,<br />

Novo em 1930, através do governo provisório<br />

de Getúlio Vargas e a Revolução Constitucionalista<br />

em 1932 deixou a metrologia em segundo<br />

plano. [PROJETO Congresso 1952]<br />

tria, à técnica e ao público em geral;<br />

E usando da faculdade que lhe confere o artigo<br />

180 da Constituição<br />

DECRETA:” (....)<br />

assinou a Convenção do Metro, porem, o Congresso<br />

Brasileiro em nenhuma das assinaturas<br />

havia ratificado. Isto colocava o Brasil, embora<br />

usando o sistema métrico decimal, a margem<br />

da Convenção do Metro e das decisões do<br />

Com a reestabilização do governo o tema<br />

metrologia volta ao cenário e o Sistema Métrico<br />

Decimal implantado pela Convenção do<br />

Mostra de forma clara e inequívoca a necessidade<br />

urgente de harmonização do sistema<br />

de medidas no País, em sintonia com o sistema<br />

já adotado internacionalmente sob pena<br />

CIPM e BIPM. Em 1952 através do Projeto de<br />

Lei nº 2580 o Congresso ratifica Convenção<br />

Internacional do Metro, pressionado pela sociedade<br />

e pelos setores produtivos. O Brasil, a<br />

Metro ganha força legal.<br />

de criar sérios prejuízos ao comércio com con-<br />

partir de 1952, passa a aderir plenamente a<br />

sequente paralisação do desenvolvimento in-<br />

Convenção e a receber oficialmente todas as<br />

Embora o sistema decimal de medidas já<br />

houvesse sido implantado em 1862 com a Lei<br />

Imperial 1.157, promulgada por D. Pedro II,<br />

[LEI IMPERIAL 1862] o sistema legal de medidas<br />

e instrumentos de medir foi novamente<br />

regulamentado pelo Decreto-Lei nº 592 de<br />

1938 e nos decretos nº 886 de novembro de<br />

1938 e nº 4.257 de junho de 1939. O Decre-<br />

dustrial e uma afronta à cidadania do povo na<br />

medida em que a ausência de uma legislação<br />

com regras claras e harmonização em relação<br />

ao sistema de medidas deixa a sociedade<br />

vulnerável e desprotegida nas relações comerciais.<br />

No Art. 1º do decreto fica estabelecido:<br />

“Art. 1º As unidades componentes do sistema<br />

de medidas legal no Brasil são as ado-<br />

decisões e padrões do BIPM, participando de<br />

suas reuniões como membro efetivo. [ALMEI-<br />

DA 2002] [MOREIRA].<br />

Considerações<br />

Se analisarmos a evolução histórica da metrologia<br />

apresentada acima podemos estabelecer<br />

as seguintes conclusões:<br />

34<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

to-Lei nº 592 em seu Preâmbulo apresenta a<br />

importância fundamental do Decreto-Lei:<br />

tadas nas Conferências Gerais de Pesos e<br />

Medidas, reunidas por força da Convenção<br />

1) Desde a antiguidade a definição de<br />

pesos e medidas tem sido competência


Metrologia<br />

exclusiva dos governantes, fossem eles<br />

fiscalizar o sistema de pesos e medidas no<br />

1967 – Constituição da República Federativa do<br />

reis, imperadores, chefes, etc. o que evi-<br />

Brasil estão expressas nas diversas Constitui-<br />

Brasil (e Emenda Constitucional Nº1 de 1969):<br />

dencia a importância da metrologia como<br />

ções Federais de 1824 a 1988, conforme apre-<br />

Art.8º - Compete a União: XVII – legislar sobre:<br />

agente de proteção para trocas comerciais<br />

sentado a seguir:<br />

i) sistema monetário e de medidas; título e ga-<br />

justas na sociedade e garantia de uma<br />

1824 – Constituição Política do Império do<br />

rantia dos metais; [CONST 1967]<br />

correta arrecadação de impostos/taxas;<br />

Brasil, outorgada pelo Imperador D. Pedro I:<br />

Art. 15. É da atribuição da Assembleia Geral:<br />

1988 - Constituição da República Federativa<br />

2) A manutenção do poder sobre sistemas<br />

XVI. Determinar o peso, valor, inscripção, typo,<br />

do Brasil: Art.22. Compete privativamente<br />

de pesos e medidas foi, desde a antiguidade,<br />

e denominação das moedas, assim como o<br />

à União legislar sobre: (EC nº 19/98 e EC<br />

instrumentos de poder e afirmação de sobera-<br />

padrão de pesos e medidas; [CONST 1824]<br />

nº 69/2012): VI – sistema monetário e<br />

nia de um povo. A Soberania e a Cidadania são<br />

de medidas, títulos e garantias dos metais;<br />

os dois primeiros fundamentos estabelecidos<br />

1891 – Constituição da República dos Estados<br />

[CONST 1988]<br />

na Constituição de 1988, no Art. 1º:<br />

Unidos do Brasil: Das atribuições do Congres-<br />

5) Desde 1875, com a Convenção do Metro,<br />

“A República Federativa do Brasil, formada<br />

so: Art.34 - Compete privativamente ao Con-<br />

o mundo todo busca harmonizar o sistema<br />

pela união indissolúvel dos Estados e Mu-<br />

gresso Nacional (Redação dada pela Emenda<br />

de medidas adotando o sistema métrico de-<br />

nicípios e do Distrito Federal, constitui-se em<br />

Constitucional de 03/09/1926). § 9º - Fixar<br />

cimal para que haja um comércio justo tanto<br />

Estado Democrático de Direito e tem como<br />

o padrão de pesos e medidas. [CONST 1891]<br />

nacional como internacional. Países que até<br />

fundamentos: Inciso I: a soberania; Inciso II:<br />

há poucos anos não haviam implantado um<br />

a cidadania”;<br />

1934 – Constituição da República dos Esta-<br />

sistema metrológico aderente ao BIPM estão<br />

dos Unidos do Brasil: Art.5º - Compete pri-<br />

acelerando a implantação para competir no<br />

3) A história da metrologia no Brasil mostra<br />

vativamente à União: XIX – legislar sobre: h)<br />

mercado internacional e garantir proteção ao<br />

que o longo período de indefinições foi utili-<br />

sistema de medidas; [CONST 1934]<br />

consumidor nacional. Em todos eles o Estado<br />

zada uma grande diversidade de medidas nas<br />

é o responsável por legislar.<br />

diferentes regiões a despeito das determina-<br />

1937 – Constituição dos Estados Unidos do<br />

ções dos Reis para que houvesse uniformiza-<br />

Brasil: Art.16º - Compete privativamente à<br />

6) Retirar a competência privativa do poder<br />

ção de padrões no País. Esta diversidade de<br />

União o poder de legislar sobre as seguintes<br />

central de um país é regredir ao período an-<br />

medidas iniciou com a vinda dos portugueses<br />

matérias: IX – os pesos e medidas, os mode-<br />

terior à Convenção do Metro onde cada país<br />

para a colônia implantando em cada região<br />

los, o título e a garantia dos metais preciosos;<br />

tinha suas unidades e dentro de cada um<br />

padrões metrológicos diferentes. A dispersão<br />

[CONST 1937]<br />

deles havia diversidade de padrões em dife-<br />

geográfica, a diversidade política e econômica<br />

rentes regiões. No Brasil não foi diferente, pois<br />

das regiões, com certeza, foi um fator determi-<br />

1946 – Constituição dos Estados Unidos do<br />

do período colonial até o período republicano<br />

nante pela diversidade metrológica;<br />

Brasil: Art.5º - Compete à União: XV – legislar<br />

com o Estado Novo o Brasil experimentou,<br />

4) As competências de implantar, legislar,<br />

sobre: m) sistema monetário e de medidas;<br />

título e garantia dos metais; [CONST 1946]<br />

inicialmente nas províncias e posteriormente<br />

nos estados e municípios, um sistema de uni-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

35


Metrologia<br />

dades diversificadas que geravam problemas<br />

comerciais e econômicos como mostra a história<br />

apresentada acima. Voltar aos modelos<br />

antigos é se expor ao risco de retornar ao caos<br />

metrológico, isolamento no mercado internacional<br />

e confusão, inclusive de taxas de serviço<br />

entre estados.<br />

7) Passar para a gestão privada, alternativa<br />

várias vezes trazida a tona, também não é o<br />

caminho favorável. Há exemplos de países<br />

que tentaram e que logo depois retomaram o<br />

controle metrológico por se mostrar inviável<br />

e de alto risco.<br />

8) Ter um instituto nacional de metrologia<br />

forte e coeso é fundamental, pois o contrário<br />

pode produzir consequências desastrosas para<br />

o País tais como: perda da referência metrológica<br />

nacional, perda da Soberania ao ter que<br />

buscar referência em outros países para dar<br />

rastreabilidade aos laboratórios nacionais,<br />

risco de regionalizar a regulamentação metrológica<br />

prejudicando o comércio e prejuízos<br />

ao setor produtivo principalmente quanto a<br />

qualidade e produtividade.<br />

9) Distanciamento do restante do mundo na<br />

sua corrida tecnológica, no aperfeiçoamento,<br />

na exatidão e, principalmente, no atendimento<br />

às exigências do consumidor quanto a Qualidade<br />

de produtos e serviços.<br />

Portanto, um Instituto Nacional de Metrologia<br />

robusto, aliado às principais práticas internacionais,<br />

responsável pelo sistema de medição<br />

e padronização nacional, não só fortalece<br />

o país no mercado globalizado, mas também<br />

garante as justas relações de troca nacional e<br />

internacionalmente, contribuindo para a qualidade<br />

dos produtos e serviços e promovendo<br />

uma melhor qualidade de vida para o cidadão.<br />

Referências Bibliográficas<br />

[ALMEIDA] – Almeida, L.A.; 2002; Metrologia: instrumento de cidadania;<br />

Dissertação de Mestrado; Pontifícia Universidade Católica<br />

do Rio de Janeiro; PUC-Rio - Certificação Digital Nº0025011/CC.<br />

https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=4004@1<br />

[CONST1824] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm<br />

[CONST1891] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm<br />

[CONST1934] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm<br />

[CONST1937] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm<br />

[CONST1946] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao46.htm<br />

[CONST1967] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm<br />

[CONST1988] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm<br />

[DIAS] – Mattos Dias, J. L.; 1998; Medida, Normalização e Qualidade<br />

– Aspectos da história da Metrologia no Brasil; Rio de Janeiro,<br />

Fundação Getúlio Vargas <strong>Ed</strong>itora.<br />

[KULA] – Kula W. Las Medidas Y los Hombres; 1999; 3ª edicion;<br />

sigloventiuno editores; Chapter 4th: Las Medidas como Atributo<br />

del Poder. . https://books.google.com.br/books/about/Las_medidas_y_los_hombres.html?id=T8AQ4C8SvxsC&redir_esc=y<br />

[LEI IMPERIAL] – Lei Imperial Nº 1157 de 1862 que: Substituiu em<br />

todo o Império o sistema de Pesos e Medidas em vigor no Império<br />

pelo Sistema Métrico Frances. http://repositorios.inmetro.gov.br/<br />

bitstream/10926/343/1/1862_leidometro.pdf<br />

[MOREIRA] – Moreira, I. C. - A Implantação Do Sistema Métrico<br />

Decimal No Brasil. Instituto de Física – UFRJ e HCTE. http://www.<br />

hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh5/trabalhos%20orais%20completos/trabalho_012.pdf<br />

[NOBILI] - NOBILI, Gloria. (1997). “Delle misure d’ogni genere antiche<br />

e moderne: un inventario dele unità di misure premetriche.”<br />

http://www.brera.unimi.it/SISFA/atti/1997/Nobili.pdf<br />

[PROJETO Congresso) – Projeto do Congresso Brasileiro Nº2580 –<br />

1952, Exposição de Motivos; Ratificação da Convenção do Metro;<br />

Decreto Legislativo Nº57,1953. http://imagem.camara.gov.br/<br />

Imagem/d/pdf/DCD25OUT1952.pdf#page=35<br />

https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=1747761A61064128B4DFFBD9933F4419.<br />

proposicoesWebExterno1?codteor=1219987&filename=Dossie+-PL+2580/1952+CESPCRE<br />

SOUSA – Carlos Sousa, 2010; Cadernos Técnicos Carlos Sousa; Metrologia<br />

Notas Históricas; Centro de Apoio Tecnológico à Indústria<br />

Metalomecânica, 2010. http://www.catim.pt/Catim/PDFS/metrologia-introducao.pdf<br />

[WordPress] – 2016; Contexto Histórico da Metrologia – Metrologia<br />

e Medições;<br />

https://metrologiaemedicoes.wordpress.com/2016/08/08/contexto-historico-da-metrologia-mundial/<br />

.[ZUIN] – Zuin, E.S.L.; 2016; Euclides Roxo – Pelos Caminhos da<br />

Metrologia; Caminhos da <strong>Ed</strong>ucação Matemática em <strong>Revista</strong>/On<br />

line - v. 5, n. 1, 2016 - ISSN 2358-4750. https://aplicacoes.ifs.edu.<br />

br/periodicos/index.php/caminhos_da_educacao_matematica/<br />

issue/view/15<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Autores: Adauto de Oliveira Barros Neto, Janaína Marques Rodrigues Caixeiro,<br />

Romeu José Daroda, Taynah Lopes de Souza, Valnei Smarçaro da Cunha<br />

Pesquisadores do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)


A RDC nº 234, de 20 de Junho<br />

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Qualidade Microbiológica<br />

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Como sabemos a qualidade microbiológica<br />

dos produtos farmacêuticos é de extrema<br />

importância para que se possa assegurar a sua<br />

segurança, eficácia e potência para os pacientes<br />

que necessitam fazer uso dos produtos.<br />

A garantia da qualidade e o controle de<br />

fabricação previstos nas boas práticas devem<br />

garantir que o produto cumpra as especificações<br />

determinadas, isto é, que atendam além de<br />

outros parâmetros, aos limites aceitáveis para<br />

micro-organismos.<br />

A seleção dos fornecedores e a adoção das Boas<br />

Práticas de Fabricação e Controle garantem a<br />

qualidade dos produtos farmacêuticos através<br />

do controle de qualidade microbiológico e o o<br />

monitoramento ambiental microbiológico. No<br />

entretanto, a realização dos testes microbiológicos<br />

não apresenta a garantia absoluta da ausência<br />

dos microrganismos indesejáveis tais como as<br />

bactérias, vírus, fungos etc.<br />

A confiabilidade dos métodos microbiológicos<br />

deve ser demonstrada através dos controles<br />

realizados em cada etapa de produção e a<br />

amostragem adequada. Todos sabemos porém,<br />

que estes métodos tem baixa precisão e grande<br />

variabilidade quando comparado a outros<br />

métodos métodos analíticos, justamente por se<br />

tratar de métodos biológicos.<br />

A seleção e planejamento do método<br />

microbiológico com níveis de precisão e exatidão<br />

aceitáveis devem ser fazer parte da estratégia<br />

de validação pela equipe de qualidade.<br />

Os métodos microbiológicos são descritos nos<br />

compêndios, tais como a Farmacopéia Brasileira<br />

e outras farmacopeias e não necessitam ser<br />

validados. Porém, as empresas farmacêuticas<br />

devem demonstrar através de um protocolo e<br />

documentação que o laboratório de controle<br />

microbiológico tem um sistema de qualidade<br />

adequado e que o método é confiável<br />

apresentando dados de precisão e exatidão,<br />

como descritos na farmacopeia.<br />

A empresa deve apresentar a “Adequabilidade<br />

do método”, através da qualificação do produto<br />

farmacêutico sendo submetido ao desafio com<br />

a adição dos contaminantes bacterianos citados<br />

nas farmacopeias e os microrganismos isolados<br />

do ambiente utilizados como controles positivos<br />

para demonstrar que a matriz do produto não<br />

interfere na detecção dos mesmos e afeta o<br />

resultado da análise.<br />

Exemplos de adequabilidade dos métodos;<br />

teste de bacteriostase e fungistase para os testes<br />

de esterilidade, e determinação da contagem<br />

microbiana de produtos e biocarga.<br />

Resultados de contagem microbiana com<br />

variação de 50 a 200% são aceitáveis na<br />

determinação das Unidades Formadoras<br />

de Colônias nos métodos de contagem<br />

microbiana devido a variabilidade inerente ao<br />

método.<br />

Na realização dos testes de adequabilidade<br />

de contagem microbiana e pesquisa de<br />

microrganismos indesejáveis devemos<br />

utilizar que as cepas de controles positivos<br />

apresentem contagem inferior a 100 Unidades<br />

Formadoras de Colônias. Para adequação dos<br />

métodos farmacopeicos aos produtos não<br />

estéreis deve ser demonstrada a eliminação<br />

de qualquer propriedade antimicrobiana antes<br />

da verificação da existência de contaminação<br />

microbiana nos produtos.<br />

O protocolo do teste de adequação deve<br />

mimetizar o teste de limite microbiano o<br />

preparo da amostra, tipo de meio de cultura<br />

e soluções tampão, número e tipo da solução<br />

de lavagens das membranas bem como as<br />

condições de incubação. Esse protocolo requer<br />

o uso de micro-organismos para o teste de<br />

recuperação microbiana.<br />

Durante a adequação, demonstrar que a<br />

escolha do método para estimativa qualitativa<br />

e/ou quantitativa dos micro-organismos<br />

viáveis é sensível, exato e confiável e que<br />

é capaz eliminar qualquer interferência ou<br />

inibição durante a recuperação dos microorganismos<br />

viáveis.<br />

Revalidar o método de adequação se forem<br />

modificadas as condições de ensaio e/ou<br />

ocorrerem alterações no produto que possam<br />

afetá-lo.<br />

Referencias bibliográficas<br />

• Farmacopéia Brasileira 6º edição capítulo 5.5.3<br />

• Farmacopéia dos Estados Unidos da América<br />

USP 43 , cap. “Validation of Microbial<br />

Recovery from Pharmacopeial Articles”.<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Claudio Kiyoshi Hirai<br />

Farmacêutico bioquímico, diretor científico da BCQ consultoria e qualidade, membro da American<br />

Society of Microbiology e membro do CTT de microbiologia da Farmacopeia Brasileira.<br />

Telefone: 11 5539 6719 - E-mail: técnica@bcq.com.br


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40<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

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primas GMP (Good Manufacturing<br />

Practices).<br />

Projeto bem definido com expansão<br />

fungicidas e herbicidas);<br />

• Aditivos químicos e bioquímicos;<br />

• Sais para Hemodiálises, corantes,<br />

indicadores biológicos, entre outros;<br />

• Nutracêuticos (ingredientes e<br />

vitamínicos, carotenoides e misturas).<br />

a comunidade científica mundial<br />

e com uma planta química que<br />

possui flexibilidade para atuar em<br />

diversos negócios e em customizações<br />

específicas e criteriosas.<br />

até 2025, já conta com uma ambiciosa<br />

estrutura de 12.000,00 m² de<br />

área total e 10.000 m² construídos,<br />

trazendo desenvolvimento para<br />

região e maior agilidade no<br />

A Bio Scie Indústria está estrategicamente<br />

localizada no centro do país,<br />

o que contribui para a distribuição<br />

dos produtos em todo o Brasil.<br />

Estrutura que cria, executa e<br />

processo de entrega dos produtos<br />

estabelece relação clara e coerente<br />

para seus clientes. Inicialmente<br />

da ciência utilizada para melhorar o<br />

contemplará as divisões descritas<br />

mundo.<br />

abaixo:<br />

Apresentamos ao mercado a<br />

• Soluções industriais (dispersores,<br />

00<br />

nossa divisão de Life Science<br />

contemplando os consumíveis de<br />

laboratório utilizados em controle<br />

pigmentos e químicos de performance);<br />

•Soluções agrícolas (fertilizantes,<br />

+55 62 3983-1900<br />

www.bioscie.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

41


Em Foco<br />

PURELAB® CHORUS UMA ABORDAGEM DIFERENTE PARA A DESINFECÇÃO<br />

A IMPORTÂNCIA DA SANITIZAÇÃO REGULAR<br />

42<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Depois que as impurezas químicas orgânicas<br />

e inorgânicas são removidas, o crescimento<br />

bacteriano ainda pode ocorrer, apesar do fato<br />

da água muito pura proporcionar um ambiente<br />

extremamente rigoroso, com o mínimo de<br />

nutrientes. As impurezas restantes, os materiais<br />

de construção em contato com a água pura<br />

e os restos de bactérias mortas podem atuar<br />

como fontes de alimento. Se esse crescimento<br />

bacteriano não for minimizado, poderá causar<br />

problemas na pureza da água necessária, o que<br />

pode afetar os resultados das análises.<br />

As próprias bactérias não são o único problema.<br />

Elas também produzem endotoxinas<br />

e nucleases. Endotoxinas são fragmentos da<br />

membrana celular que são liberados durante o<br />

metabolismo das células bacterianas e quando<br />

essas células morrem. Elas podem causar séria<br />

interferência em muitas técnicas de laboratório<br />

nas quais a água, e os reagentes preparados,<br />

entrarão em contato com DNA ou RNA e podem<br />

ser afetados por nucleases na água.<br />

O interior da maioria dos sistemas de purificação<br />

de água consiste em longos trechos de tubos,<br />

conectores, reservatórios e filtros que possuem<br />

uma grande área de superfície para o crescimento<br />

de bactérias. Por isso, um regime de desinfecção<br />

é recomendado como parte do programa de<br />

manutenção. Isso é essencial para a maioria dos<br />

sistemas de purificação de água, para minimizar<br />

o acúmulo de partículas, biofilmes, microorganismos<br />

e subprodutos bacterianos.<br />

Nossos produtos são projetados para garantir<br />

que todas as partes úmidas sejam desinfetadas<br />

o mais facilmente possível. Muitos<br />

dos sistemas do mercado utilizam como única<br />

opção, tabletes de cloro de dissolução rápida e<br />

um procedimento de desinfecção previamente<br />

programado. No entanto, reconhecemos a<br />

inconveniência e limitações envolvidas neste<br />

procedimento crucial de manutenção.<br />

Por que podemos sanitizar o PURELAB<br />

Chorus com menos frequência?<br />

O PURELAB Chorus é um sistema de baixo<br />

volume. Foi projetado com um mínimo de<br />

tubos internos, componentes e um sistema<br />

UV de alta eficiência e, como tal, a área para a<br />

acumulação de biofilme é reduzida. Os filtros<br />

disponíveis no ponto de uso demonstraram<br />

sua capacidade de fornecer o controle bacteriano<br />

e de endotoxina necessário, quando<br />

usados adequadamente.<br />

As bactérias continuarão a crescer dentro de<br />

qualquer sistema de purificação de água; portanto,<br />

principalmente nas aplicações nas quais<br />

os microrganismos preocupam, é importante<br />

monitorar e desinfetar a unidade para impedir<br />

que a concentração de bactérias atinjam níveis<br />

que afetem a eficiência do filtro do ponto de uso.<br />

O PURELAB Chorus utiliza um procedimento<br />

de saneamento exclusivo e fácil de usar, que<br />

é solicitado com menos frequência (uma vez<br />

por ano).<br />

A desinfecção é fácil e rápida no PURELAB<br />

Chorus. É um procedimento simples que limpa<br />

todas as partes úmidas da unidade, incluindo o<br />

reservatório e o ponto de distribuição. O agente<br />

desinfetante é fornecido em um cartucho exclusivo<br />

e seguro, o que significa que não é necessário<br />

solicitar, manusear ou misturar produtos<br />

químicos agressivos. O cartucho de higienização<br />

é colocado no lugar do cartucho de purificação.<br />

O procedimento de desinfecção pode ser simplesmente<br />

selecionado no display e não gera<br />

nenhum resíduo químico perigoso, uma vez que<br />

o desinfetante é absorvido e neutralizado dentro<br />

do próprio cartucho de desinfecção.<br />

Sobre a Veolia<br />

O grupo Veolia é a referência mundial em<br />

gestão otimizada dos recursos. Presente nos<br />

cinco continentes com mais de 171000 colaboradores,<br />

o Grupo concebe e implementa<br />

soluções para a gestão da água, dos resíduos e<br />

da energia, que fomentam o desenvolvimento<br />

sustentável das cidades e das indústrias. Com<br />

suas três atividades complementares, Veolia<br />

contribui ao desenvolvimento do acesso aos<br />

recursos, à preservação e renovação dos recursos<br />

disponíveis.<br />

Em 2018, o grupo Veolia trouxe água potável<br />

para 95 milhões de habitantes e saneamento<br />

para 63 milhões, produziu cerca de 56 milhões<br />

de megawatt/hora e valorizou 49 milhões de<br />

toneladas de resíduos. Veolia Environnement<br />

(Paris Euronext : VIE) realizou em 2018 um<br />

faturamento consolidado de 25,91 bilhões de<br />

euros. www.veolia.com<br />

Veolia Water Technologies Brasil<br />

Media Relations<br />

Rafaela Rodrigues<br />

Tel. +55 11 3888-8782<br />

rafaela.rodrigues@veolia.com


Há 25 ANOS<br />

contribuindo com a<br />

indústria farmacêutica<br />

Única e completa plataforma de<br />

negócios do setor na América Latina!<br />

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JUNHO<br />

2020<br />

São Paulo Expo<br />

O maior encontro de negócios da indústria<br />

comemora 25 anos de bons negócios,<br />

novos projetos e conteúdo!<br />

Fórum B2B voltado a produção e compartilhamento<br />

de conhecimento e geração de negócios nos setores<br />

farmacêutico e cosmético, que possuem potencial<br />

para atuar em um mercado promissor de produtos<br />

e serviços a base da cannabis medicinal,<br />

no Brasil e na América Latina.<br />

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Eventos Simultâneos<br />

Local


Em Foco<br />

Em Foco<br />

GARANTA A TRANSFERÊNCIA DE MATERIAIS DE FORMA<br />

ASSÉPTICA EM AMBIENTES CONTROLADOS!<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

00<br />

As salas limpas fornecem um ambiente<br />

controlado, livre de contaminações<br />

para testes e fabricação de produtos<br />

estéreis. O ambiente físico dessas<br />

salas, como piso, paredes e tetos são<br />

minimamente projetados, conforme as<br />

normas técnicas da ABNT, INMETRO<br />

assim como as resoluções da ANVISA e<br />

FDA, para que o procedimento de<br />

limpeza e manutenção da área seja<br />

conduzido de maneira prática e eficaz.<br />

Estas áreas são classificadas através<br />

das normas ISO, sendo a ISO 14644 a<br />

mais utilizada, considerando a<br />

concentração de partículas por unidade<br />

de volume de ar e em função da pureza<br />

de seu ar interior. Nesta norma, as<br />

salas limpas são categorizadas em 9<br />

classes. As classes 1 a 5 funcionam<br />

sob regime de fluxo laminar<br />

unidirecional, já as classes de 6 a 9<br />

funcionam sob regime de ar turbulento.<br />

P arâmetros como: partículas em<br />

suspensão, níveis de temperatura,<br />

umidade, pressão e iluminação são<br />

controlados, monitorados e registrados<br />

de forma minuciosa para garantir que<br />

estejam em níveis aceitáveis e não<br />

interfiram no processo. Caso estes<br />

parâmetros não sejam controlados da<br />

maneira adequada, tornam-se fontes<br />

de contaminação, podendo acarretar<br />

prejuízos financeiros com a perda do<br />

processo e colocando vidas em jogo.<br />

Existem outras fontes passíveis de<br />

contaminação em salas limpas, como<br />

pessoas, equipamentos, peças,<br />

matérias-primas, embalagens, entre<br />

outros. Faz-se necessário realizar uma<br />

avaliação de risco de cada uma dessas<br />

variáveis para identificar possíveis<br />

fontes de contaminação.<br />

Manter um ambiente controlado é um<br />

desafio para as indústrias. A<br />

transferência de materiais para uma<br />

sala limpa, é hoje, uma das principais<br />

fontes de contaminação. Nem tudo o<br />

que entra na sala limpa é estéril e<br />

mesmo os materiais esterilizados<br />

necessitam de uma limpeza prévia em<br />

suas embalagens para reduzir o risco<br />

de contaminação. Determinar um<br />

procedimento operacional de<br />

transferência de materiais é<br />

fundamental. A definição de um<br />

protocolo de limpeza para superfícies,<br />

embalagens, produtos e carrinhos<br />

durante a transferência ajuda a<br />

controlar a contaminação da sala limpa.<br />

Tão importante quanto os<br />

procedimentos de limpeza e<br />

manutenção dessas áreas é utilizar<br />

soluções corretas para salas limpas. A<br />

Steris possui um amplo portfólio de<br />

sanitizantes estéreis, exclusivos para<br />

estas aplicações. Nossos produtos<br />

possuem toda documentação<br />

necessária para os procedimentos de<br />

validação de limpeza, como testes de<br />

eficácia, compatibilidade de substratos,<br />

estabilidade do produto após aberto.<br />

Garantindo a eficácia do seu processo<br />

de limpeza. Consulte nossos<br />

especialistas!<br />

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Em Foco<br />

BANHOS ULTRASSONICOS ELMA - A SOLUÇÃO IDEAL PARA AS MAIS<br />

VARIADAS NECESSIDADES DE APLICAÇÃO.<br />

Ideal para processos como limpeza, remoção, homogeneização, desgaseificação e emulsificação, otimizados para tarefas típicas de<br />

laboratório ou obter resultados de testes reprodutíveis.<br />

Linha Elma Easy - para limpeza de<br />

peças e vidrarias de laboratório.<br />

Linha Elma S - para limpeza, desgaseificação<br />

e preparo de amostras.<br />

Linha Elma P- multifrequência para<br />

preparo de amostras, desgaseificação,<br />

limpeza pesada ou sensível e<br />

demais aplicações em laboratórios<br />

analíticos e industriais.<br />

* Frequência ultrassônica de 37kHz, para<br />

* Frequência ultrassônica de 37kHz, para<br />

limpeza universal e tarefas típicas<br />

limpeza universal e tarefas típicas<br />

* Função Sweep para ótima distribuição<br />

Multifrequência de 37/80kHz, para limpezas<br />

difíceis de capilares, peças delicadas e<br />

tarefas típicas.<br />

* Função Sweep para ótima distribuição do<br />

som e eficiência de limpeza em todo o banho<br />

do som e eficiência de limpeza em todo o<br />

banho<br />

* Função Sweep para ótima distribuição do<br />

som e eficiência de limpeza em todo o banho.<br />

* Função Pulse para aumento do pico<br />

ultrassônico a fim de remover os contaminantes<br />

mais difíceis<br />

* Função Degas para rápida degaseificação<br />

de líquidos e solventes para HPLC<br />

Acessórios<br />

* Função Degas para rápida degaseificação<br />

de líquidos e solventes para HPLC<br />

* unção Autostart, programação que permite<br />

que a função ultrassônica regular inicie<br />

automaticamente assim que a temperatura<br />

predefinida é atingida<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

45


Em Foco<br />

LUVAS PARA SALAS LIMPAS: POR QUE O COMPRIMENTO IMPORTA<br />

A popularidade de luvas para sala limpa de<br />

comprimento mais longo é o resultado de<br />

uma maior conscientização e da necessidade<br />

de mais proteção pessoal ou do produto, juntamente<br />

com uma motivação para cortar custos<br />

e reduzir o impacto ambiental. O comprimento<br />

tradicional de uma luva usada em uma<br />

sala limpa é de 300 mm/12 polegadas (12”).<br />

No entanto, ao manusear produtos químicos<br />

perigosos, tais como medicamentos quimioterápicos,<br />

o usuário deve ter maior proteção<br />

e tranquilidade de uma luva que tenha<br />

400mm/16” de comprimento, garantindo que<br />

o antebraço inteiro, até o cotovelo, seja coberto<br />

e protegido contra o risco de exposição a produtos<br />

químicos perigosos.<br />

A proteção do produto também é de extrema<br />

importância; a cobertura até o cotovelo<br />

com punho com rebordo para um ajuste mais<br />

seguro no braço possibilita que as luvas de 400<br />

mm/ 16” eliminem o risco de contaminação<br />

da pele exposta entre as luvas e o vestuário<br />

das salas limpas. Usar as luvas para salas lim-<br />

pas que são 33% mais longas do que o padrão<br />

do setor, elimina a necessidade de artigos<br />

protetores adicionais tais como capas para<br />

manga ou o uso da fita de punho e, dessa forma,<br />

permite economias em custos e redução<br />

de desperdício, o que resulta em um impacto<br />

positivo no ambiente.<br />

Saiba mais sobre as luvas BioClean em<br />

https://www.ansell.com/br/pt/life-sciences<br />

LAB DE A A Z: ESPECTROFOTÔMETROS KASVI E DISPENSADOR DE<br />

VOLUME MANUAL OLEN<br />

Os Dispensadores de Volume Manual<br />

Olen tornam a dispensação de líquidos mais<br />

segura e fácil. Produzidos em material de alta<br />

qualidade e com um design funcional, opera<br />

de forma suave, exigindo um esforço mínimo<br />

no enchimento e na dispensação de reagentes.<br />

Ajuste fácil de volume sem perda de reagentes,<br />

acompanha 05 adaptadores rosqueáveis que<br />

se encaixam em diferentes tipos de garrafas e<br />

frascos, O4 modelos que abrange volumes de<br />

5ml até 50mL e totalmente autoclavável.<br />

46<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

Com o propósito de deixar seu laboratório<br />

cada vez mais produtivo e com rotinas mais<br />

práticas, a Kasvi amplia seu portfólio com mais<br />

dois lançamentos na linha de equipamentos,<br />

com os Espectrofotômetros Kasvi e o Dispensador<br />

de Volume Manual Olen.<br />

Com os Espectrofotômetros Kasvi suas<br />

análises ficarão mais rápidas e os resultados<br />

mais confiáveis. São dois modelos: com<br />

comprimento de luz visível (320~1100nm),<br />

largura da banda espectral de 4 nm, configuração<br />

do comprimento de onda manual,<br />

variedade de métodos de leitura: absorbância,<br />

transmitância, concentração e fator e display<br />

LCD. E com comprimento de luz UV e luz visível<br />

(190~1100nm), largura da banda espectral<br />

de 2nm, configuração do comprimento<br />

de onda automático. Acompanha software de<br />

varredura.<br />

Conte sempre com nosso Suporte ao Cliente<br />

para esclarecimentos e auxílio na busca da<br />

melhor solução para o seu laboratório.<br />

Saiba mais sobre nossos lançamentos,<br />

acesse: www.kasvi.com.br<br />

Kasvi - 0800 726 0508 - kasvi@kasvi.com.br


Em Foco<br />

DISPENSMAN - DISTRIBUIÇÃO PRECISA E SEGURA DE MUITOS<br />

LÍQUIDOS NO LABORATÓRIO<br />

e fácil, apenas pressionando para destravar<br />

dade. Desde 1957, desenvolvemos produtos<br />

e deslizando o indicador de volume para<br />

inovadores, como as pipetas PIPETMAN®. Em<br />

o volume de dispensação desejado, sem a<br />

parceria com a comunidade científica, avan-<br />

necessidade de abrir garrafas, diminuindo<br />

çamos continuamente nossas ofertas de pro-<br />

as chances de contaminação.<br />

dutos e adicionamos sistemas e software de<br />

pipetagem automatizados ao nosso portfólio.<br />

O DISPENSMAN é facilmente calibrado<br />

Apoiada em P&D, serviço e suporte em todo o<br />

pelo usuário para utilização com líquidos<br />

mundo, a Gilson se esforça para possibilitar ci-<br />

de diversas densidades, e pode ser usado<br />

ência verificável e facilitar a vida do laboratório<br />

com a maioria dos líquidos, incluindo mui-<br />

para nossos clientes<br />

tos ácidos, bases e solventes. O sistema é<br />

.<br />

A Gilson, líder da indústria em sistemas<br />

autoclavável e não requer consumíveis,<br />

Os produtos Gilson podem ser adquiridos<br />

de manipulação, purificação e extração de<br />

como ponteiras.<br />

nos distribuidores oficiais:<br />

líquidos, apresenta o DISPENSMAN, um<br />

dispensador de garrafas para dispensação<br />

Com cinco modelos, o DISPENSMAN co-<br />

Bioresearch<br />

conveniente, segura e precisa de soluções e<br />

bre várias faixas de volume desde 0,25 ml a<br />

www.bioresearch.com.br<br />

solventes comuns de laboratório. O DISPENS-<br />

50 ml. Também estão disponíveis adaptado-<br />

Tel.: (11)3872-6669<br />

MAN dá sequência à ampliação da linha de<br />

res de vários diâmetros que permitem que o<br />

manipulação de líquidos, que também inclui<br />

DISPENSMAN seja usado com os tipos mais<br />

Sinapse Biotecnologia<br />

as pipetas PIPETMAN®, a primeira pipeta de<br />

comuns de garrafas. O DISPENSMAN atende<br />

www.sinapsebiotecnologia.com.br<br />

volume continuamente ajustável.<br />

às especificações ISO 8655.<br />

Tel.: (11) 2605-5655<br />

O DISPENSMAN possui um bico ino-<br />

Sobre Gilson<br />

Pensabio<br />

vador de três posições que controla a dis-<br />

A Gilson é um empresa familiar global de<br />

www.pensabio.com.br<br />

tribuição de líquidos, a remoção de ar do<br />

soluções de manuseio, purificação e extração<br />

Tel.: (11) 3868-6500<br />

sistema para evitar a perda de líquidos e<br />

de líquidos. Ajudamos os pesquisadores a<br />

inclui um recurso de segurança anti-gotejamento<br />

que devolve o líquido à garrafa.<br />

Faz ajustes de volume de maneira rápida<br />

avançar no ritmo da descoberta, criando instrumentos<br />

de laboratório fáceis de usar que<br />

melhoram a reprodutibilidade e a rastreabili-<br />

Para obter mais informações sobre o<br />

dispensador de garrafas DISPENSMAN, visite:<br />

https://www.gilson.com/dispensman.html<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

47


Em Foco<br />

O GRUPO PRIME CARGO SEMPRE ATENTO E ACREDITANDO NO<br />

MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL REALIZA FREQUENTEMENTE<br />

MASSIVOS INVESTIMENTOS EM SUAS INSTALAÇÕES E FILIAIS.<br />

Contando com estrutura de 7000mts² em<br />

Barueri - SP, e filiais em pontos estratégicos<br />

por todo território nacional, sendo eles totalmente<br />

adequados ao segmento médico-laboratório-hospitalar,<br />

o Grupo Prime Cargo disponibiliza<br />

aos seus clientes um novo conceito<br />

em transporte e armazenagem, que segue em<br />

conformidade com as boas práticas exigidas<br />

pelas diretrizes.<br />

Dispondo de áreas técnicas, laboratórios<br />

para manutenção de equipamentos e espaço<br />

para treinamento de equipes, a PRIME inova<br />

mais uma vez no atendimento e velocidade<br />

nos processos.<br />

O investimento em pessoal é constante com<br />

treinamentos, atualizações de equipamentos e<br />

materiais, isso faz com que além de atender os<br />

prazos, seja feito com qualidade e segurança,<br />

contando com todas as certificações e adequações<br />

necessárias como a ISO9001 (Matriz)<br />

e ANVISA.<br />

O que é a CP 343/2017?<br />

As alterações e novidades abordadas nessa<br />

Consulta Pública vieram para harmonizar<br />

os requerimentos sanitários da Anvisa com<br />

aqueles definidos nas diversas diretrizes internacionais.<br />

Portanto, agora mais do que nunca, os gestores<br />

das empresas embarcadoras, precisam<br />

realizar processo de Qualificação de Fornecedores<br />

de forma a garantir a integridade do<br />

produto farmacêutico de ponta a ponta.<br />

Em fevereiro de 2019, a Agência Nacional<br />

de Vigilância Sanitária, inclusive, promoveu o<br />

Diálogo Setorial, justamente para apresentar<br />

as alterações na CP 343/2017, além de ouvir<br />

as considerações e preocupações dos empresários,<br />

especialistas e técnicos do setor.<br />

Foram enviadas 445 contribuições pelos<br />

participantes, que receberam a versão prévia<br />

da publicação, bem como as alterações do<br />

texto inicial com todas as sugestões e comentários<br />

recebidos.<br />

Com o texto consolidado, a norma reduziu a<br />

quantidade de artigos de 127 para 90.<br />

48<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />

A CP 343/2017 da Agência Nacional de Vigilância<br />

Sanitária se refere às boas práticas de<br />

armazenagem e transporte e tem o intuito de<br />

promover maior controle da cadeia produtiva,<br />

garantindo a qualidade dos medicamentos<br />

em todas as etapas de transporte, distribuição<br />

e armazenamento.<br />

Avenida Piraíba, 296 parte A / Centro<br />

Comercial Jubran –<br />

Barueri – Sp / CEP: 06460-121<br />

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