Revista Analytica Ed 105
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />
EDITORIAL<br />
Bem-vindos à <strong>105</strong>ª edição da <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, cuidadosamente preparada trazendo a maior gama de assuntos<br />
referentes ao setor de controle de qualidade industrial. A nossa revista traz um material abrangente. Contamos,<br />
desta vez, com dois artigos que abordam diferentes temas: o primeiro sobre o uso de espectrofotometria UV-Vis na<br />
determinação de metais em cachaças de alambique visando suas remoções; e o segundo artigo sobre a aplicação<br />
de imagem digital usando smartphone em reações colorimétricas.<br />
Além dos artigos científicos supracitados, temos também a seção Espectrometria de massas apresentando um<br />
artigo sobre a cromatografia de gás acoplada à espectrofotometria de massas – GC/MS. Contamos ainda com<br />
a seção Metrologia apresentando um artigo discorrendo sobre a metrologia como instrumento de soberania e<br />
cidadania. E complementando, a seção Microbiologia apresenta um artigo sobre a qualidade microbiológica dos<br />
produtos farmacêuticos.<br />
Todo esse conteúdo, associado à uma importante agenda de eventos e as melhores inovações e soluções do<br />
mercado de controle de qualidade industrial, reunindo as maiores empresas do ramo. Agradecemos a todos que<br />
colaboraram com essa edição, e a todos os leitores.<br />
Boa leitura a todos!<br />
JOÃO GABRIEL DE ALMEIDA<br />
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Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
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contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />
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Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: DEN <strong>Ed</strong>itora<br />
Conselho <strong>Ed</strong>itorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />
Jornalista Responsável: João Gabriel de Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />
Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />
Impressão: VOX Gráfica | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />
ÍNDICE<br />
01<br />
06<br />
08<br />
<strong>Ed</strong>itorial<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
Agenda<br />
Artigo 1<br />
10<br />
Uso de Espectrofotometria UV-VIS<br />
na Determinação de Cobre e Níquel<br />
em Cachaças de Alambiques Visando<br />
a Remoção dos Metais<br />
Autores: Karina de Moraes Lima, Alexandre Mendes Muchon,<br />
Alex Magalhães de Almeida<br />
Artigo 2<br />
16<br />
Aplicações de Imagem Digital Usando Smartphone<br />
em Reações Colorimétricas<br />
Autor: Dário Mário Napoleão Armando dos Santos<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
28<br />
32<br />
38<br />
40<br />
Espectrometria de Massa<br />
Metrologia<br />
Microbiologia<br />
Em Foco
<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
Analitica Lab 37<br />
Ansell<br />
2ª Capa<br />
Arena 39<br />
BCQ<br />
4ª Capa<br />
Bio Scie 37<br />
FCE Pharma 41<br />
Gilson SAS 05<br />
Greiner 27<br />
Kasvi 03<br />
Las do Brasil 09<br />
Nova Analitica 07<br />
Prime Cargo<br />
3ª Capa<br />
Veolia 15<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
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Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />
4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Conselho <strong>Ed</strong>itorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta <strong>Ed</strong>ição:<br />
<strong>Ed</strong>uardo Pimenta Almeida de Melo, Luciano Nascimento, Anastasiia Melnyk, Oliveira ML, Pereira AS, Rodrigues KM, França RF, Assis IB, Arena Técnica,<br />
Oscar Vega Bustillos, Américo Tristão, Claudio Kiyoshi Hirai.
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(11) 3872-6669 (11) 2605-5655 (11) 3868-6500
<strong>Revista</strong><br />
Ano 18 - <strong>Ed</strong>ição <strong>105</strong> - Fev/Mar<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />
autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />
editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />
educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />
levarão em consideração para publicação toda<br />
e qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação e o<br />
controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />
pelos revisores.<br />
Os autores deverão informar todo e qualquer<br />
conflito de interesse existente, em particular<br />
aqueles de natureza financeira relativo<br />
a companhias interessadas ou envolvidas em<br />
produtos ou processos que estejam relacionados<br />
com a contribuição e o manuscrito<br />
apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />
de compromisso assinado por todos os autores,<br />
atestando a originalidade do artigo, bem<br />
como a participação de todos os envolvidos.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />
mas com Abstract detalhado em inglês.<br />
O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />
palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />
As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />
ser enviadas na forma original, para<br />
uma perfeita reprodução. Se o autor preferir<br />
mandá-las por e-mail, pedimos que a resolução<br />
do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />
extensão em TIF ou JPG.<br />
Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />
por e-mail, ordenados em título, nome<br />
e sobrenomes completos dos autores e nome<br />
da instituição onde o estudo foi realizado.<br />
Além disso, o nome do autor correspondente,<br />
com endereço completo fone/fax e e-mail<br />
também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />
palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />
(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />
Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />
agradecimentos, referências bibliográficas,<br />
tabelas e legendas.<br />
As referências deverão constar no texto com o<br />
sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />
da publicação, segundo norma ABNT <strong>105</strong>20.<br />
As identificações completas de cada referência<br />
citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />
com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />
seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />
siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />
artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />
página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />
de contribuições ainda não publicadas<br />
deverão ser mencionadas como “no prelo”<br />
ou “in press”.<br />
Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />
vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />
disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />
média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />
em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />
A/C: João Gabriel de Almeida – redação<br />
Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />
Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/
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Agenda<br />
agenda<br />
Em função da pandemia do Covid-19, e<br />
acompanhando os desdobramentos da crise,<br />
decretos e posicionamentos dos governos,<br />
muitos dos eventos agendados para o<br />
período Fev/Março estão sendo cancelados.<br />
Comprometidos em não propagar informações<br />
equivocadas, não haverá seção Agenda na<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> <strong>Ed</strong> <strong>105</strong> e recomendamos<br />
que os interessados em participar de eventos<br />
consultem os sites dos eventos que estariam<br />
programados para esse período para se<br />
informarem sobre possíveis novas datas.<br />
Agradecemos a compreensão de todos,<br />
Equipe <strong>Analytica</strong>.<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020
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Artigo 1<br />
Autores:<br />
Karina de Moraes Lima<br />
Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Alexandre Mendes Muchon<br />
Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Alex Magalhães de Almeida<br />
Professor no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Doutor em Química Analítica<br />
alexmalmeida42@yahoo.com.br<br />
Uso de Espectrofotometria UV-VIS<br />
na Determinação de Cobre e Níquel<br />
em Cachaças de Alambiques Visando<br />
a Remoção dos Metais<br />
Imagem Ilustrativa<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Resumo<br />
A cachaça encontra-se entre as bebidas<br />
mais consumidas no Brasil, sendo considerada<br />
a bebida típica no país. Ela é produzida<br />
a partir da cana-de-açúcar, e em grande<br />
parte sua obtenção ocorre em alambiques<br />
de cobre. Os produtores do destilado buscam<br />
manter a boa qualidade através da<br />
padronização e assim conseguirem atender<br />
as exigências do mercado consumidor e<br />
garantir os teores de salubridade permitidos<br />
pela legislação. Entretanto, uma das<br />
dificuldades enfrentadas pelos produtores<br />
é a contaminação por metais pelo<br />
fato do alambique ser construído de ligas<br />
metálicas. Os elementos cobre e níquel<br />
são utilizados na confecção de ligas que<br />
compõem peças de alambiques, e estão<br />
presentes em pequenas quantidades, em<br />
alguns alimentos, podendo assim, serem<br />
ingeridos pelo ser humano. Em níveis altos,<br />
esses metais são indesejáveis no organismo<br />
humano, visto que, podem vir a ocasionar<br />
danos a saúde, causando enfermidades,<br />
doenças severas ou intoxicações devido a<br />
ações peculiares no organismo. Em função<br />
destes aspectos, este trabalho propõe a<br />
determinação quantitativa dos metais em<br />
cachaças empregando reações de complexação,<br />
sistemas homogêneos de solventes<br />
e espectrofotometria UV-VIS. Propõe-se<br />
ainda a remoção dos elementos, com o uso<br />
de filtros, afim de atender aos valores estipulados<br />
pela legislação vigente.<br />
Palavras-chave: AAlambique de cobre, Filtros<br />
para remoção de metais, Espectrofotometria UV-VIS.<br />
Abstract<br />
The cachaça is among the most consumed<br />
drinks in Brazil, being considered the typical<br />
drink in the country. It is produced from sugar<br />
cane, and is mostly obtained from copper<br />
stills. Distillate producers seek to maintain<br />
good quality through standardization and<br />
thus meet the requirements of the consumer<br />
market and ensure the health levels allowed<br />
by legislation. However, one of the difficulties<br />
faced by producers is metal contamination<br />
because the still is made of metal alloys.<br />
The copper and nickel elements are used in<br />
the manufacture of alloys that make up parts<br />
of stills, and are present in small quantities<br />
in some foods and can thus be ingested by<br />
humans. At high levels, these metals are<br />
undesirable in the human body, as they can<br />
cause health damage, causing illness, severe<br />
illness or poisoning due to peculiar actions<br />
in the body. Due to these aspects, this work<br />
proposes the quantitative determination of<br />
metals in cachaça using complexation reactions,<br />
homogeneous solvent systems and<br />
UV-VIS spectrophotometry. It is also proposed<br />
to remove the elements, using filters, in<br />
order to meet the values stipulated by current<br />
legislation.<br />
Keywords: Copper Alembic, Metal Removal Filters,<br />
UV-VIS Spectrophotometry.
Introdução<br />
A cachaça é definida pelo anexo do Decreto<br />
nº 6871/09 como uma denominação típica e<br />
exclusiva da aguardente de cana produzida<br />
no Brasil, sendo obtida pela destilação do<br />
mosto fermentado do caldo de cana-de-<br />
-açúcar, possuindo graduação alcoólica de<br />
38% vol a 48%vol a 20ºC (BRASIL,2009).<br />
Durante a Expocachaça em 2015, verificou-<br />
-se que o Brasil apresenta a capacidade de<br />
produzir aproximadamente 1,2 bilhões de<br />
litros por ano de cachaça, sendo que 30%<br />
deste montante, equivale a cachaça de alambique<br />
produzida no estado de Minas Gerais.<br />
São mais de 4.000 marcas disputando o mercado<br />
nacional, e cerca de 1% da produção<br />
anual é exportada para outros países, sendo<br />
os maiores consumidores externos a Alemanha<br />
e os Estados Unidos.<br />
O Centro Brasileiro de Referência da Cachaça<br />
(CBRC), ranqueia a cachaça como um<br />
dos destilados mais consumidos no mundo.<br />
Entretanto, apenas 1% da produção é para<br />
exportação, desta forma conclui-se que a<br />
população brasileira consome praticamente<br />
toda a produção de cachaça. De acordo com<br />
Nunes e Neta (2010) o diferencial da cachaça<br />
de alambique encontra-se no fato da colheita<br />
da cana-de-açúcar ser realizada por corte<br />
a mão, sem queima das folhas e também por<br />
ser produzida em pequenas destilarias e em<br />
pequena quantidade, a média brasileira é de<br />
300 a 1000 litros por dia. Em virtude do alto<br />
consumo, a qualidade da cachaça tem sido<br />
criteriosamente avaliada, e por estes aspectos<br />
gerais e por parâmetros de qualidade envolvidos,<br />
são exigidas análises físico-químicas<br />
afim de avaliar composição do destilado,<br />
sendo analisados os metais presentes e os<br />
compostos secundários.<br />
Tradicionalmente a produção de cachaça<br />
ocorre em alambiques de cobre, e uma das<br />
razões para o emprego desses alambiques, é o<br />
fato de possuir a propriedade de boa condutividade<br />
de calor durante o processo de destilação<br />
da cachaça, que preserva a qualidade do<br />
produto quando comparado aos alambiques<br />
feito de outros materiais, como por exemplo, o<br />
aço inox. Entretanto, a falta de boas práticas de<br />
limpeza e higiene, podem levar a contaminação<br />
do produto final. Dentro do alambique de cobre<br />
forma-se o “azinhavre” que é o carbonato básico<br />
de cobre e pode se solubilizar durante o processo<br />
de destilação. Este composto é resultante da<br />
oxidação do cobre ou de ligas metálicas que o<br />
contém, e diante desse composto formado<br />
pode ocorrer que o mesmo seja dissolvido pelos<br />
vapores alcoólicos ácidos, gerando assim a contaminação<br />
da bebida (LIMA NETO et al., 1994).<br />
O cobre e o níquel são elementos metálicos<br />
indesejáveis nas cachaças, por se apresentarem<br />
como prejudiciais à saúde humana quando<br />
consumidos em excesso. Ajunta-se a este<br />
aspecto o fato de serem acumulativos no organismo.<br />
O valor máximo permitido para consumo<br />
nos destilados para o cobre de acordo<br />
com a ANVISA é de 5 mg/L, porém em outros<br />
países a tolerância é de no máximo 2mg/L.<br />
Para o metal níquel, no Brasil ainda não existem<br />
valores especificados por órgãos governamentais,<br />
quanto a dosagem exata presente<br />
em alimentos ou bebidas (GONZALES,2016),<br />
o que leva o assunto a estar presente em diversos<br />
estudos com a função de investigar as<br />
condições aceitáveis, entretanto a média basal<br />
que o ser humano ingere ao dia por meio da<br />
alimentação e ingestão de água perfaz-se<br />
em torno de 172 μg de níquel (PADOVANI et<br />
al, 2006), isso sem mencionar a quantidade<br />
inalada e a quantidade que o ser humano se<br />
expõe ao metal diariamente.<br />
O íon metálico Cobre é descrito como um<br />
excelente condutor térmico, muito resistente a<br />
corrosão, material dúctil, maleável, de coloração<br />
avermelhada, apresentando também baixo<br />
custo benefício. Segundo estudos de Sargentelli,<br />
Mauro e Massabni (1996) é um metal<br />
utilizado para diversas aplicações industriais,<br />
sendo muito utilizado em equipamentos elétricos,<br />
ligas e canos. É um dos principais metais<br />
presentes no corpo humano e encontra-se<br />
distribuído em quase todo o organismo, mas<br />
em diferentes concentrações apresentando<br />
sua funcionalidade em uma dieta balanceada.<br />
E apesar de muito usado no ramo industrial, e<br />
das pequenas quantidades permitidas, o seu<br />
consumo em excesso possui alta toxicidade<br />
para o ser humano podendo causar doenças<br />
graves tais como: doença de Wilson (SILVA,<br />
COLÓSIMO e SALVESTRO, 2010), epilepsia,<br />
melanoma e artrite reumatoide.<br />
Em se tratando do níquel que por sua vez<br />
se caracteriza como um metal pesado, com<br />
densidade = 8,5g/cm³. Sua forma metálica,<br />
sendo dúctil e maleável, prateado e resistente<br />
a oxidação pelo ar, água e agentes alcalinos.<br />
De acordo com a dissertação de Lepri (2005)<br />
é considerado o 24º metal mais abundante da<br />
crosta terrestre e muito utilizado na produção<br />
de aços inoxidáveis e de ligas metálicas devido<br />
a sua alta resistência a corrosão e temperatura.<br />
No ambiente humano este elemento está presente<br />
em torno de 150.000 toneladas métricas<br />
por ano seguidamente de fontes naturais<br />
e 180.000 toneladas métricas por ano por<br />
fontes antropogênicas. Ainda de acordo com<br />
Lepri (2005), uma das principais fontes de<br />
exposição humana ao níquel ocorre principalmente<br />
através da alimentação, com ênfase em<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
11
Artigo 1<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autores:<br />
Karina de Moraes Lima<br />
Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Alexandre Mendes Muchon<br />
Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Alex Magalhães de Almeida<br />
Professor no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Doutor em Química Analítica<br />
alexmalmeida42@yahoo.com.br<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
alimentos à base de plantas pois esses podem<br />
apresentar valores acima de 1mg/kg do metal,<br />
e por inalação que em regiões de grandes<br />
indústrias ocorre a queima de combustíveis<br />
fósseis em usinas elétricas e automotivas, incineração<br />
de lixos orgânicos, atingindo níveis<br />
elevados do metal aumentando a quantidade<br />
inalável deste.<br />
Por não ser um elemento metálico essencial<br />
ao organismo, não é de reconhecimento científico<br />
que os compostos de níquel sejam metabolizados,<br />
podendo causar assim sérios riscos<br />
à saúde. A toxicidade do níquel merece destaque<br />
por ser considerado um dos elementos<br />
mais tóxicos, sendo indesejável principalmente<br />
em altas quantidades nos alimentos, e sua<br />
presença pode vir a ocasionar enfermidades,<br />
doenças ou intoxicações decorrentes de sua<br />
ação peculiar no organismo, como: redução da<br />
função pulmonar, bronquite crônica e asma.<br />
De acordo com a pesquisa de Gonzalez<br />
(2016), quando o ser humano é exposto ao<br />
metal, especialmente pelo contato direto em<br />
objetos contendo o mesmo, pode causar uma<br />
situação criteriosa ocasionando dermatite<br />
alérgica. O níquel foi classificado em nível<br />
mais perigoso das substâncias cancerígenas<br />
no grupo 1, com base em estudos epidemiológicos<br />
e relatos, sendo confirmado um carcinogênico<br />
humano, entretanto a quantidade<br />
de evidências em seres humanos ou animais é<br />
insuficiente para identificar qual tipo de exposição<br />
provoca o câncer.<br />
Apesar das incontáveis dificuldades em se<br />
tratando de qualidade que são encontradas<br />
durante o processo produtivo das cachaças,<br />
um dos principais problemas para assegurar a<br />
qualidade é a contaminação de metais que são<br />
provenientes do próprio destilador. Visando a<br />
qualidade e a padronização das cachaças para<br />
que atenda as exigências do mercado e aos teores<br />
máximos permitidos pela legislação, este<br />
trabalho teve como objetivo o desenvolvimento<br />
de procedimentos analíticos afim de identificar<br />
os metais cobre e níquel, e encontrar<br />
uma forma de remoção parcial ou total desses<br />
metais das cachaças de alambique de cobre.<br />
Isto foi realizado com o uso de diferentes filtros<br />
confeccionados a partir de cartão ativado, resina<br />
de troca iônica e sílica. Os procedimentos<br />
analíticos foram realizados por espectrofotometria<br />
na região Ultravioleta Visível.<br />
Materiais e Métodos<br />
Para realizar a detecção dos elementos metálicos<br />
nas cachaças de alambique de cobre,<br />
desenvolveram-se procedimentos analíticos<br />
baseados em conhecimentos de espectrofotometria<br />
UV-VIS e mistura de solventes. Para<br />
o cobre utilizou-se de um sistema ternário<br />
homogêneo de solventes constituído por<br />
água-etanol-metilisobutilcetona (MIC), respectivamente<br />
na proporção v/v: 5,0, 15,0 e<br />
5,0 mL, onde o reagente PAN era solubilizado<br />
em MIC e apresentou uma concentração 4,01<br />
x 10-2 mol/L. Este sistema permite a reação<br />
e formação do complexo Cu-PAN através da<br />
miscibilidade proporcionada pelo etanol para<br />
um solvente polar (água) com outro apolar<br />
(MIC). Para o elemento níquel utilizou-se o<br />
reagente dimetilglioxima (DMG), que apresenta<br />
boa especificidade para o metal. A DMG<br />
foi solubilizada em dimetilformamida, e a<br />
concentração final do reagente foi de 0,861<br />
mol/L. O sistema de solventes ideal para este<br />
caso, foi obtido pela utilização de 6,0 mL de<br />
amostra (fase aquosa) adicionado a 4,0 mL de<br />
dimetilformamida contendo o complexante.<br />
Nos sistemas de solventes mencionados,<br />
foram realizadas varreduras espectrofotométricas<br />
para os elementos complexados nas<br />
condições descritas, entre 300 e 600 nm. O<br />
complexo Cu-PAN formado obteve-se uma<br />
máxima absorvância para em 556 nm e o<br />
complexo Ni-DMG em 360 nm. A partir destes<br />
valores de comprimento de onda, averiguou-<br />
-se as melhores condições de pH da fase aquosa<br />
para os elementos em questão.<br />
Sequencialmente, realizou-se a obtenção<br />
das curvas de calibração de cada caso (FIGURA<br />
1 e 2), que forneceram as equações das retas<br />
de cada situação. As determinações dos metais<br />
nas amostras de cachaças de alambique<br />
foram realizadas em seguida, e posteriormente,<br />
efetuou-se a remoção dos metais cobre e<br />
níquel, com o uso de filtros confeccionados<br />
com cartão ativado, resina de troca iônica,<br />
sílica e argila. O material filtrado sofreu determinações<br />
quanto ao teor de metais, e os resultados<br />
permitiram verificar qual o melhor filtro<br />
para ser utilizado.<br />
Resultados e Discussão<br />
Os ensaios realizados para obtenção das<br />
curvas de calibração, permitiram a obtenção<br />
das seguintes equações e seus respectivos<br />
coeficientes de determinação: ABS =<br />
0,0572[Cu] + 0,0157 com R² = 0,9976 e ABS<br />
= 0,0294[Ni] + 0,0057 com R² = 0,9985 (FI-<br />
GURA 1 e 2). Estas equações foram utilizadas<br />
para obter os valores quantitativos dos metais.
Pelos estudos realizados quanto a alteração do<br />
pH da fase aquosa, constatou-se que o sinal<br />
analítico não sofria alterações nos diferentes<br />
valores de pH, não apresentando desta forma<br />
uma interferência significativa para os métodos.<br />
Considerando estes aspectos, aplicou-se<br />
os procedimentos desenvolvidos para a determinação<br />
de cobre e níquel em amostras de<br />
cachaça de alambique.<br />
FIGURA 1<br />
FIGURA 1: Curva de calibração utilizada na determinação de cobre<br />
em cachaças. Elaborada no sistema agua-etanol-MIC, sendo a<br />
quantificação do metal ocasionada pela formação do complexo<br />
Cu-PAN e as leituras realizadas por espectrofotometria a 556 nm.<br />
FIGURA 1 – Curva de calibração utilizada na determinação de cobre em<br />
cachaças. Elaborada no sistema agua-etanol-MIC, sendo a quantificação do<br />
metal ocasionada pela formação do complexo Cu-PAN e as leituras realizadas<br />
por espectrofotometria a 556 nm.<br />
FIGURA 2 – Curva de calibração utilizada na determinação de níquel<br />
em cachaças. Elaborada no sistema agua-dimetilformamida, sendo<br />
a quantificação do metal ocasionada pela formação do complexo<br />
Ni-DMG e as leituras realizadas por espectrofotometria a 360 nm.<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
Tabela 1- Resultados obtidos na quantificação de cobre e níquel nas<br />
cachaças avaliadas antes da filtragem<br />
Tabela 1- Resultados obtidos na quantificação de cobre e níquel nas cachaças<br />
avaliadas antes da filtragem<br />
Cachaças [Cu] mg/L [Ni] mg/L<br />
Alambique 1 16,83 10,01<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
Alambique 2 3,35 6,88<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019. Alambique 3 2,33 1,78<br />
FIGURA 2<br />
Alambique 4 4,34 1,57<br />
FIGURA 2 – Curva de calibração utilizada na determinação de níquel em<br />
Alambique 5 2,97 3,65<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
cachaças. Elaborada no sistema agua-dimetilformamida, sendo a quantificação<br />
do metal ocasionada pela formação do complexo Ni-DMG e as leituras<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
realizadas por espectrofotometria a 360 nm.<br />
As análises foram efetuadas em triplicata<br />
para 5 amostras de cachaças coletadas em<br />
alambiques diferentes, em cidades do centro-<br />
-oeste mineiro. Realizou-se as determinações<br />
de cobre e níquel de acordo com o descrito e os<br />
resultados obtidos evidenciam que algumas<br />
das cachaças excedem o teor de cobre permitido<br />
para o consumo humano, de acordo com<br />
o que é estabelecido pela legislação vigente.<br />
Os valores de níquel estavam muito elevados,<br />
isto quando se adota como referência o valor<br />
diário que é comumente consumido, já que<br />
ainda não existe uma legislação específica<br />
para o elemento nesta situação, o que pode<br />
ser constatado ao se observar a Tabela 1. Sem<br />
exceção, todas as cachaças analisadas foram<br />
fabricadas em alambiques de cobre, e não sofreram<br />
qualquer outro tipo de processamento,<br />
ou envelhecimento em recipiente secundário,<br />
portanto sem interferência do meio externo a<br />
qual isso poderia gerar dúvidas em relação aos<br />
resultados das análises.<br />
TABELA 1<br />
Durante o período de realização das análises<br />
verificou-se através de levantamento<br />
bibliográfico (VOGEL et al, 2002 e FERNAN-<br />
DES, 1982) que um estudo de interferentes<br />
poderia ser efetuado para garantir a efeti-<br />
TABELA 2<br />
Tabela 2 - Resultados obtidos para a presença de cobre e níquel nas cachaças<br />
de alambique, após a filtragem em diferentes tipos de filtros.<br />
Alambique/Filtro [Cu] mg/L [Ni] mg/L<br />
Alambique 1/Filtro 1 0,00 0,00<br />
vidade das determinações. De acordo com<br />
Alambique 2/Filtro 2 0,00 0,00<br />
Alambique 3/Filtro 3 0,00 0,044<br />
a literatura seriam interferentes para o elemento<br />
5/Filtro níquel 5 os elementos 0,177 paládio, rênio 1,91 e<br />
Alambique 4/Filtro 4 0,00 0,89<br />
Alambique<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
ferro, pois estes elementos poderiam causar<br />
competitividade com o reagente complexante<br />
utilizado para o metal. Entretanto, ao<br />
realizar as análises para determinação de<br />
ferro nas amostras de cachaça, constatou-se<br />
a ausência deste elemento, e devido a baixa<br />
probabilidade de encontrar paládio e rênio<br />
nos locais de plantio da cana, e consequentemente<br />
na constituição do próprio alambique,<br />
descartou-se a interferência destes<br />
metais. Desta forma, pode-se assegurar que<br />
as determinações efetuadas não apresentam<br />
interferências, mas sim, um alto grau de<br />
confiabilidade para os metais em questão.<br />
Na etapa de remoção dos metais, realizou-se<br />
a confecção de 6 filtros constituído<br />
por diferentes materiais, que teriam<br />
por finalidade retirar os metais da<br />
cachaça. Os filtros foram confeccionados<br />
da seguinte forma:<br />
• Filtro 1: constituído por uma camada de<br />
carvão ativado e outra de sílica,<br />
• Filtro 2: elaborado com uma camada de<br />
resina de troca iônica e outra de sílica,<br />
• Filtro 3: utilizou-se apenas de uma camada<br />
de sílica em sua composição,<br />
• Filtro 4: empregou-se apenas uma camada<br />
de carvão ativado, de aproximadamente<br />
8 cm de caminho para o líquido percorrer.<br />
• Filtro 5: empregou-se uma fina camada<br />
de carvão ativado, de aproximadamente 2<br />
cm de caminho para o líquido percorrer.<br />
• Filtro 6: fez-se um filtro com uma camada<br />
de sílica e outra de argila.<br />
Definiu-se inicialmente uma dosagem<br />
de álcool e água, similar a cachaça, e a<br />
esta mistura adicionou-se uma quantidade<br />
conhecida dos elementos metálicos,<br />
10 mg/L de cada um dos metais. Com<br />
esta falsa cachaça realizou-se ensaios<br />
preliminares para testar a eficiência dos<br />
filtros. e submeteu-a em cada filtro para<br />
fins de testes e pode concluir que o filtro 4<br />
e filtro 6 foram os que apresentaram menor<br />
efetividade em comparação com os<br />
outros filtros que fizeram uma remoção<br />
de quase 100% de Cu e Ni, logo, apenas<br />
estes filtros não foram utilizados na sequencia<br />
das análises.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
13
Artigo 1<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autores:<br />
Karina de Moraes Lima<br />
Graduanda do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Alexandre Mendes Muchon<br />
Graduando do curso de Bacharelado em Engenharia Química no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Alex Magalhães de Almeida<br />
Professor no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG<br />
Doutor em Química Analítica<br />
alexmalmeida42@yahoo.com.br<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Após esta etapa de testes, realizou-se<br />
procedimentos de limpeza dos filtros com<br />
água destilada e as amostras de cachaças de<br />
alambique foram processadas cada uma em<br />
um dos filtros, onde obteve-se resultados<br />
satisfatórios quanto a remoção dos metais,<br />
como pode ser observado na Tabela 2. Entretanto,<br />
a fim de saber se foram preservadas<br />
as características sensoriais das cachaças<br />
realizou-se o teste cego com vários apreciadores<br />
de cachaça e os mesmos relataram a<br />
insatisfação quanto a perca dos atributos do<br />
sabor e odor das cachaças após o processo<br />
de filtragem, sendo assim obteve-se a confirmação<br />
Cachaças da mudança [Cu] mg/L nas características<br />
[Ni] mg/L<br />
Alambique 1 16,83 10,01<br />
sensoriais Alambique 2 do produto 3,35 o que implica que 6,88 esta<br />
Alambique 3 2,33 1,78<br />
forma Alambique de 4 remoção não 4,34 é satisfatória. 1,57 O fato<br />
Alambique 5 2,97 3,65<br />
é devido ao carvão ativado apresentar uma<br />
excelente adsorção para o álcool etílico, o<br />
que afeta a qualidade e sabor do produto.<br />
TABELA 1<br />
Tabela 1- Resultados obtidos na quantificação de cobre e níquel nas cachaças<br />
avaliadas antes da filtragem<br />
TABELA 2<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
Tabela 2 - Resultados obtidos para a presença de cobre e níquel nas<br />
cachaças de alambique, após a filtragem em diferentes tipos de filtros.<br />
Tabela 2 - Resultados obtidos para a presença de cobre e níquel nas cachaças<br />
de alambique, após a filtragem em diferentes tipos de filtros.<br />
Alambique/Filtro [Cu] mg/L [Ni] mg/L<br />
Alambique 1/Filtro 1 0,00 0,00<br />
Alambique 2/Filtro 2 0,00 0,00<br />
Alambique 3/Filtro 3 0,00 0,044<br />
Alambique 4/Filtro 4 0,00 0,89<br />
Alambique 5/Filtro 5 0,177 1,91<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
Fonte: Autores da pesquisa, 2019.<br />
Conclusão<br />
De acordo com os resultados obtidos pôde-se<br />
observar o alto potencial dos filtros<br />
utilizados para remover os metais presentes<br />
nas amostras de cachaças mantendo-as<br />
dentro das exigências pela legislação. Entretanto,<br />
esta forma de remoção não atende ao<br />
critério de qualidade final do produto. Pois<br />
altera de maneira significante o sabor e aroma<br />
da cachaça. Portanto, sugere-se um estudo<br />
detalhado para que se execute futuramente<br />
a remoção de metais, através de um<br />
aperfeiçoamento do método de filtragem,<br />
que não altere a qualidade do produto e que<br />
respeite a legislação vigente sem que altere<br />
as características sensoriais.<br />
Agradecimentos: Os autores agradecem<br />
ao CNPq pelas bolsas disponibilizadas aos<br />
alunos de Iniciação Científica, ao Centro Universitário<br />
de Formiga pelo uso dos laboratórios<br />
e equipamentos e ao CEPEP por disponibilizar<br />
os meios de execução do trabalho.<br />
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FERNANDES, J.. Química Analítica Qualitativa, São Paulo:<br />
<strong>Ed</strong>. Hemus, 1982.
Artigo 2<br />
Autor:<br />
Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />
Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />
Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />
Aplicações de Imagem Digital Usando Smartphone<br />
em Reações Colorimétricas<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Resumo<br />
O presente trabalho propõe diferentes<br />
aplicações da análise de imagem digital<br />
em reações colorimétricas. Nesse trabalho,<br />
a mesma foi capturada por um smartphone<br />
modelo J3 visando a determinação do teor<br />
de ferro total em água e etanol na cachaça. O<br />
processamento consistiu no tratamento das<br />
imagens no sistema de cores RGB, através<br />
do software R, com interface gráfica RStudio<br />
usando o pacote EBImage. Esse pacote faz<br />
a decomposição da imagem digital, onde a<br />
intensidade do pixel se relaciona com a concentração<br />
do analito. Na determinação de<br />
ferro em água potável, o canal verde mostrou<br />
um grau de ajuste melhor com um coeficiente<br />
de determinação (R2 = 0,9985), com a<br />
concentração obtida da amostra enriquecida<br />
com 5,0 µg. mL-1. Para fins de validação, os<br />
resultados correlacionaram-se relativamente<br />
bem com os dados dos padrões obtidos por<br />
espectrometria no UV-Visível (78,91%). Ao<br />
passo que, na determinação do metanol na<br />
cachaça, o canal azul indicou uma correlação<br />
relativamente forte de 89,08% com os dados<br />
obtidos pela espectrometria no UV-Visível. A<br />
concentração obtida na faixa de 0,09 – 0,15<br />
% v/v, com o limite de detecção na faixa de<br />
0,002 – 0,011 % v/v e o limite de quantificação<br />
de 0,006 – 0,034% v/v. A metodologia<br />
proposta apresenta resultados com<br />
modelos estatisticamente significativos, com<br />
melhor qualidade de ajuste em relação aos<br />
valores observados e, portanto, ela pode ser<br />
uma alternativa rápida e de fácil manuseio,<br />
que envolve recursos financeiros relativamente<br />
baixos.<br />
Palavras-chave: Imagem digital. EBImage. Ferro.<br />
Metanol. Smartphone. Reações colorimétricas.<br />
Abstract<br />
This work proposed the application of a<br />
digital image on colorimetric reaction.<br />
On this paper, the image was captured<br />
by using a smartphone model J3, aiming<br />
to determinate methanol in sugarcane<br />
liquor. The processing consisted of image<br />
treatment on RGB colors system by R<br />
software with RStudio graphical interface<br />
using EBImage package. This package<br />
does the digital image decomposition,<br />
where each score is related to the methanol<br />
concentration. In the determination of<br />
iron in drinking water, the green channel<br />
showed a better fit with a coefficient of<br />
determination (R2 = 0.9985), with the<br />
concentration obtained from the 5.0 µg<br />
enriched sample. mL-1. For validation<br />
purposes, the results correlated relatively<br />
well with the pattern data obtained by<br />
UV-Visible spectrometry (78.91%). While<br />
in the determination of methanol in the<br />
cachaça, the blue channel indicated a relatively<br />
strong correlation of 89.08% with<br />
the data obtained by UV-Visible spectrometry.<br />
The concentration obtained in the<br />
range 0.09 - 0.15% v / v, with the detection<br />
limit in the range 0.002 - 0.011% v<br />
/ v and the limit of quantitation 0.006 -<br />
0.034% v/v. The proposed methodology<br />
presented results with models statistically<br />
significative, with a better quality the<br />
adjustment about observed values and it<br />
did not show a significant difference in<br />
the reference UV-Vis spectrophotometry<br />
methodology. Therefore, it can be used as<br />
a fast and easy alternative methodology<br />
that needs relatively low cost.<br />
Keywords: Digital image. EBImage. Iron. Methanol.<br />
Smartphone. Colorimetric reactions.
Introdução<br />
A rotina dos laboratórios de pesquisa requer<br />
equipamentos certificados, mas a aquisição e<br />
manutenção desses equipamentos acarretam<br />
elevados recursos financeiros. A procura de alternativas<br />
para ultrapassar este cenário tem sido<br />
um grande desafio para manter o funcionamento<br />
dos laboratórios. Com base nas reações<br />
colorimétricas, pode se obter imagem digital<br />
usando um smartphone como recurso para<br />
aquisição da imagem digital. Por outro lado,<br />
existe um pacote do software R (R Core Team,<br />
2014) que faz análise da imagem digital.<br />
A análise de imagem digital se baseia em<br />
diferentes modelos de cores, para descrever,<br />
quantificar, e simular a percepção da cor pelos<br />
seres humanos (Hirschler, R., 2009). Por isso, é<br />
indispensável o uso da colorimétrica em análise<br />
de imagem digital. Actualmente ainda existem<br />
escolas sem laboratórios, ou laboratórios<br />
com falta de instrumentos. Assim, a análise<br />
de imagem digital pode ser uma alternativa<br />
para a determinação de certos analitos com<br />
base em reações colorimétricas. A análise de<br />
imagem digital não envolve elevados recursos<br />
financeiros, visto que o smartphone é um<br />
dispositivo acessível e com muitas funcionalidades.<br />
De acordo com o Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, em<br />
2005, cerca de 36,7% da população tinha um<br />
celular para o uso pessoal. Em 2015, outro estudo<br />
feito pela mesma instituição, indicou que<br />
92,1% dos domicílios brasileiros acessaram a<br />
internet por meio de telefone celular. No presente<br />
trabalho, nas reações colorimétricas para<br />
quantificação do ferro total em água potável e<br />
do metanol na cachaça será usado um smartphone<br />
como recurso para aquisição da imagem<br />
digital. Assim, nos dois estudos de caso,<br />
foram usadas análises de imagens digitais<br />
(modelo de cores RGB) e posterior validação<br />
com espectrofotometria no UV – visível.<br />
No primeiro estudo de caso, a proposta foi<br />
desenvolver um método alternativo para determinação<br />
de ferro total em água potável.<br />
Segundo Dezuane (1997), o ferro não ocorre<br />
livremente na natureza, mas sim em forma de<br />
minérios como a hematita (Fe2O3), magnetita<br />
(Fe3O4), ilmenita (FeTiO3), pirita (FeS2), siderita<br />
(FeCO3), entre outros. A sua presença na água<br />
potável está ligada a fatores naturais e artificiais.<br />
No entanto, deve-se ressaltar que o ferro é um<br />
elemento indispensável no organismo humano,<br />
mas se ele estiver em excesso pode causar<br />
hemocromatose e a sua ausência pode provocar<br />
anemia (Aymone et al., 2013; Rossi, 2006).<br />
No segundo estudo de caso, a proposta foi determinar<br />
o teor de metanol em cachaça. O metanol<br />
é uma substância indesejada no processo de<br />
produção de bebidas alcoólicas destiladas, pois a<br />
sua ingestão pode causar irritação nas membranas<br />
mucosas, intoxicação ou até mesmo a cegueira<br />
(Caruso et al., 2010). Nestes trabalhos, para a<br />
análise da imagem digital utilizou-se o pacote<br />
EBImage do software R (3.4.0) para a decomposição<br />
das imagens em modelos de cores RGB.<br />
2. Metodologia<br />
2.1. Metodologia para determinação<br />
de ferro total em água<br />
Existem vários métodos para a determinação<br />
do ferro total em amostras de água. Worsfold et<br />
al. (2014) determinaram o ferro em amostras<br />
de água do mar por espectrometria de absorção<br />
atômica no forno de grafite (GF-AAS), com LD<br />
(limite de detecção) de 5 pM, mas sem a determinação<br />
de outros parâmetros de mérito.<br />
Yi et al. (1992) utilizaram na cromatografia<br />
líquida de alta eficiência (HPLC), uma coluna<br />
C18 com a fase reversa, impregnada com<br />
ferrozina (C20H13N4NaO6S2), onde o ferro<br />
proveniente da amostra de água do mar é<br />
dissolvido e pré-concentrado com a 8-hidroxiquinolina.<br />
Neste trabalho foram obtidos<br />
a concentração do ferro na faixa de 10 -5<br />
M-10-8 M, com 92% a 99% de recuperação<br />
e o LD 0,1 nM. A mesma técnica analítica foi<br />
utilizada por Trueman e Gagnon (2016) para<br />
determinar a quantidade de chumbo existente<br />
na água potável, resultante do carreamento<br />
do óxido de ferro dos canos. Foi verificado<br />
que o perfis de eluição para o ferro e chumbo<br />
estavam fortemente correlacionados com R =<br />
0,906. A concentração de chumbo e ferro foi<br />
obtida na faixa de 0,05 - 0,45 µM, porém os<br />
autores não apresentam outros parâmetros de<br />
mérito como o LD, LQ e o RSD.<br />
A determinação do ferro total em amostra<br />
de água potável pode ser feita a partir da redução<br />
do Fe (III) para o Fe (II) com cloridrato<br />
de hidroxilamina, seguida da complexação<br />
com a solução com a 1,10-Fenantrolina em<br />
meio ácido com pH na faixa de 3,5 - 4,5. Forma-se<br />
um complexo vermelho-alaranjado de<br />
acordo com a equação da reação abaixo (Feigl,<br />
1938; Bittencourt, 1965; Fadrus e Malý, 1975;<br />
Clescerl et al., 1998; Miranda, 2011): Fe 3+<br />
+3(Phen)+ e-= [Fe(Phen) 3 ] 2+<br />
A determinação do ferro na água potável<br />
pelo método da 1,10-fenantrolina pode ser<br />
feita utilizando a espectrofotometria de absorção<br />
no visível. De acordo com Fadrus e Malý<br />
(1975), nesta técnica analítica foi empregado<br />
uma solução tampão de cloridrato de<br />
hidroxilamina, glicina, misturada com ácido<br />
clorídrico e um sal de sódio, em meio ácido<br />
(pH = 2,9) com medidas em 510 nm, onde<br />
obtiveram a concentração na faixa de 0-5<br />
mg.L-1. Segundo Clescerl et al.(1998); Miranda,<br />
(2011); Csuros e Csaba (2016) também<br />
utilizaram a espectrofotometria de absorção<br />
no visível para determinar o ferro na água<br />
potável pelo método da 1,10-fenantrolina, no<br />
mesmo comprimento de onda, mas usaram<br />
como reagentes o ácido sulfúrico e sulfato<br />
ferroso amoniacal, este último sensível ao ar e<br />
luz. Atualmente, esta metodologia não é utilizada<br />
pelo fato do reagente ser muito sensível<br />
ao ar e a luz. A metodologia vigente substitui o<br />
Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O por solução padrão de<br />
ferro conforme o Rocha et al., (2000).<br />
Na espectrometria de absorção atômica por<br />
chama, Csuros e Csaba (2016) utilizaram a<br />
lâmpada de cátodo oco de ferro, em 248 nm,<br />
usando acetileno (C2H2) como combustível, e<br />
ar comprimido como oxidante. Eles obtiveram<br />
concentração do ferro na faixa de 0,3 - 5 mg.L-<br />
1 com LD = 0,03 mg.L-1.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
17
Artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autor:<br />
Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />
Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />
Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
A espectrometria de massa por plasma indutivamente<br />
acoplado (ICP-MS) foi utilizada<br />
por Dezuane (1997) para a determinação do<br />
ferro em amostra de água potável. Foi obtido<br />
uma concentração de ferro na faixa de 0,05 –<br />
0,20 mg.L-1.<br />
O objetivo desse estudo de caso consistiu<br />
na determinação do ferro total em amostras<br />
de água da torneira e do poço pela reação do<br />
mesmo com a 1,10-fenantrolina, através da<br />
análise de imagem digital. Foi usado a curva<br />
analítica para predição da concentração de<br />
ferro total nas amostras e a validação da metodologia<br />
proposta foi conduzida por meio da<br />
espectrofotometria no UV – Visível.<br />
2.2. Metodologia para determinação<br />
do metanol em cachaça<br />
Existem vários métodos para determinação<br />
do metanol na cachaça, por exemplo Vilela et<br />
al.(2007) utilizaram a cromatografia em fase<br />
gasosa com detector por ionização de chama<br />
(CG/FID), com a coluna DB-WAX, fase estacionária<br />
de polietileno glicol, uma temperatura<br />
de 150ºC para injetor e detector. Foram avaliados<br />
o perfil físico-químico de 21 amostras<br />
de cachaças artesanais de Minas Gerais. Este<br />
método forneceu resultados satisfatórios para<br />
os ésteres, aldeídos e álcoois superiores. A<br />
concentração de metanol apresentou valores<br />
bastante baixos ou quantidades não detectadas<br />
para todas as amostras. Os autores não<br />
estabeleceram os parâmetros de mérito da<br />
metodologia.<br />
Caruso et al. (2010) conseguiram quantificar<br />
o metanol na cachaça utilizando também<br />
a CG/FID, empregando a coluna CP-WAX 52,<br />
com a temperatura de injetor (210ºC) e do<br />
detector (240ºC) em 61 amostras de cachaças.<br />
Foram obtidos o LD e LQ iguais a 1mg e<br />
5 mg em 100 mL de álcool anidro, respetivamente.<br />
Todas as amostras estavam acima do<br />
LD e abaixo do limite máximo tolerável pela<br />
legislação brasileira (20 mg em 100 mL de<br />
álcool anidro).<br />
Arslan et al. (2015) analisaram 56 amostras<br />
de aguardentes, produzidas na Síria, usando a<br />
cromatografia gasosa acoplada a espectrometria<br />
de massa (CG-EM), usando uma coluna<br />
capilar reticulada, com hélio como gás de<br />
arraste e a temperatura do injetor de 250ºC.<br />
Com este método, os autores conseguiram<br />
quantificar metanol em 39 amostras (75%),<br />
sem especificação dos parâmetros de mérito.<br />
Franco et al. (2017) fizeram a determinação<br />
do metanol na cachaça pelo método do ácido<br />
cromatrópico, usando smartphone para a captura<br />
de imagem e a quantificação foi feita no<br />
programa ImageJ . Com o canal verde obteve-<br />
-se boa linearidade com R2 = 0,998. Foram<br />
obtidas uma recuperação na faixa de 83% -<br />
110% com LD e LQ iguais a 1,5 mg e 5 mg<br />
em 100 mL de álcool anidro, respectivamente.<br />
A determinação do metanol na cachaça pelo<br />
método de reagente de Schiff, com o uso do<br />
smartphone para a captura de imagem digital<br />
e o posterior tratamento da imagem digital no<br />
pacote EBImage constituíram os objetivos do<br />
presente estudo de caso.<br />
3. Experimental<br />
3.1. Determinação do ferro total em<br />
água potável<br />
3.1.1.Materiais e métodos<br />
3.1.1.1. Preparo das soluções estoque<br />
Para se preparar a solução de cloridrato de<br />
hidroxilamina (NH2OH.HCl - VETEC, Brasil) a<br />
10% m/v, mediu-se 10,00 g de NH2OH.HCl e<br />
avolumou-se para 100,00 mL com água purificada.<br />
O NH2OH.HCl tem a função de reduzir o<br />
ferro (III) para a ferro (II).<br />
A solução de 1,10 – Fenantrolina (C12H8N2.<br />
H2O - Merck, Alemanha-Darmstadt) à 0,1%<br />
m/v foi preparada medindo-se 0,10 g de<br />
C12H8N2.H2O e avolumando-se até 100,00<br />
mL com água purificada. A 1,10-fenantrolina<br />
foi usada como agente complexante.<br />
Foi preparada uma solução tampão de acetato<br />
de amônio (NH4C2H3O2 - ISOFAB, Brasil)<br />
medindo-se 62,50 g do sal que foram dissolvidos<br />
em 37,50 mL de água purificada. Em seguida,<br />
foram adicionados 175,00 mL de ácido<br />
acético glacial (C2H4O2 - VETEC, Brasil). O pH<br />
do meio foi 4,50.<br />
Para preparar as soluções padrão de ferro foi<br />
usada solução estoque com 1000 µg. mL-1 (Fe<br />
- Plasma Cal, Champlain, NY, USA). A partir da<br />
solução estoque, foram pipetados 50,00 µL em<br />
um balão volumétrico que foi avolumado com<br />
água purificada até 25,00 mL. Assim, obteve-se<br />
o padrão de 2,00 µg. mL-1. Para os restantes<br />
padrões de 4,00 µg. mL-1, 6,00 µg. mL-1, 8,00<br />
µg. mL-1 e 10,00 µg. mL-1, foi feito o mesmo<br />
procedimento, pipetando-se da solução estoque<br />
alíquotas de 100,00 µL, 150,00 µL, 200,00<br />
µL e 250,00 µL respectivamente.<br />
3.1.1.2. Aquisição e acondicionamento<br />
das amostras<br />
Foram coletadas 12 amostras de água da<br />
torneira e do poço, em diferentes localidades,<br />
selecionados aleatoriamente, dentro e fora do<br />
município do Rio de Janeiro, nomeadamente:<br />
Inhaúma, Maracanã, Pechincha (Jacarepaguá),<br />
Centro, Cidade Universitária (Ilha do Governador),<br />
Barro Vermelho - São Gonçalo, Vila<br />
Leopoldina - Duque de Caxias e Paracambi.<br />
A coleta das amostras consistiu em colocar a<br />
amostra de água no frasco de 500 mL, contendo<br />
2,5 mL de HNO3 à 50% v/v e armazenar em<br />
lugar isento da luz e a temperatura ambiente<br />
de modo a manter a preservar a solução.
Uma caixa de madeira com dimensões 20 x 12 x 18 cm, de cor p<br />
interferências luz, com uma abertura de 1,5 x 1,5 cm na parte superior, pa<br />
“smartphone” e uma abertura lateral para manuseio da placa de toque. D<br />
3.1.1.3. Preparo das soluções para superior, caixa, na parte foram superior, colocadas foram duas tiras De de cada LED solução “Light previamente Emitting preparada,<br />
foi retirada uma alíquota de 900 µL,<br />
Diode” com<br />
análise<br />
tiras de LED “Light Emitting Diode” com 12 cm<br />
O preparo das soluções foi feito nos balões As de comprimento. luzes de As LED luzes de eram LED eram de de cor branca e colocada e estavam na placa de conectadas toque branca, para a uma bateria<br />
volumétricos de 25,00 mL que seguiram os<br />
foram<br />
branca e estavam<br />
colocadas<br />
conectadas<br />
em<br />
a uma<br />
um<br />
bateria<br />
ângulo<br />
de aquisição de 45º de para imagem. assegurar As imagens a homogeneidade<br />
capturadas<br />
para serem manipuladas no pacote<br />
seguintes procedimentos:<br />
12 Volt. Estas tiras foram colocadas em um ângulo<br />
de 45º para assegurar a homogeneidade<br />
1).<br />
EBImage do software R sofreram um tratamento<br />
no programa “Paint”, que consistiu<br />
3.1.1.3. Soluções Padrão<br />
da iluminação (Figura 1).<br />
1º - Foram preparadas soluções padrão com<br />
concentrações<br />
Uma placa<br />
que variam<br />
de toque<br />
de 2 µg.<br />
branca<br />
mL-1 à 10<br />
usada na seleção da região de interesse (1200 x<br />
Figura<br />
para<br />
1<br />
colocar<br />
- Esquema<br />
as amostras<br />
de montagem<br />
para aquisição<br />
da caixa<br />
de imagens;<br />
µg. mL-1 a partir solução estoque ferro de Figura 1 - Esquema de montagem da caixa<br />
1487) “pixels” e de seguida, recortada a<br />
Uma caixa de madeira com dimensões 20 x 12 x 18 cm, de cor preta fosca para evitar<br />
1000 µg. mL-1. O branco foi usado 10,00 mL<br />
imagem no tamanho 30 x 30 “pixels”. Isto<br />
de água<br />
interferências<br />
purificada.<br />
luz, com uma abertura de 1,5 x 1,5 cm na parte superior, porque o para pacote colocar não permite a câmera manipular do<br />
2º “smartphone” - Foram adicionadas nas e soluções uma padrão abertura 1 mL lateral para manuseio da placa de imagens toque. com Dentro “pixels” da diferentes. caixa, Por na outro parte<br />
da solução de cloridrato de hidroxilamina (NH4OH.<br />
lado, para manipular imagens com tamanhos<br />
superior, foram colocadas duas tiras de LED “Light Emitting Diode”<br />
HCl), e aguardou-se 10 minutos para garantir a redução<br />
As completa luzes do de Fe3+ LED para o Fe2+. eram de cor branca e estavam conectadas a uma com bateria maiores de capacidades 12 Volt. de Estas armazena-<br />
tiras<br />
com<br />
maiores<br />
12<br />
é<br />
cm<br />
necessário<br />
de comprimento.<br />
computadores<br />
3º - Foram adicionadas 10 mL de solução tampão<br />
mento de dados.<br />
foram colocadas em um ângulo de 45º para assegurar a homogeneidade da iluminação (Figura<br />
de acetato de amônio para manter o pH do meio.<br />
4º 1). - Adicionou-se 4 mL do complexante<br />
A partir da imagem digital foi estimado um<br />
(C12H8N2.H2O) e aguardou-se 60 minutos<br />
modelo de regressão com as soluções padrão,<br />
para a solução complexar todo o ferro reduzido.<br />
toque branca usada para colocar as amostras para aquisição de imagens;<br />
afim de obter os parâmetros b i (coeficiente<br />
Figura 1 - Esquema de montagem da caixa<br />
angular) e bo (coeficiente linear) do modelo<br />
e madeira com 3.1.1.4. dimensões Amostras 20 x 12 x 18 cm, de cor preta fosca para evitar<br />
padrão. A predição da concentração do ferro<br />
luz, com uma Foram abertura pipetados de 10 1,5 mL x de 1,5 cada cm amostra na e parte seguiu-se<br />
os mesmos procedimentos de preparo<br />
superior, para colocar a câmera do ^<br />
(x) se baseou nos valores de bi, bo e ŷ que é<br />
e uma abertura lateral para manuseio da placa de toque. Dentro da caixa, na parte<br />
das soluções padrão. Finalmente as amostras<br />
obtido a partir da decomposição da imagem<br />
Fonte: O autor.<br />
m colocadas foram duas fortificadas tiras de LED com 13 “Light µL da solução Emitting estoque<br />
de ferro (1000 µg. mL-1). Os padrões e o<br />
sidade dos “pixels”. A predição das amostras foi<br />
Diode” com 12 cm de comprimento. digital em canais RGB que depende da inten-<br />
ED eram de cor branca e estavam conectadas a uma bateria de 12 Volt. Estas tiras<br />
branco foram preparados em duplicata e as<br />
feita em canais RGB juntos e separados.<br />
das em um ângulo soluções usadas de 45º De cada solução previamente preparada, foi retirada uma alíquota de 900<br />
no para método assegurar referência foram a homogeneidade as<br />
da iluminação (Figura<br />
mesmas usadas no método proposto. de toque branca, para aquisição 3.1.1.6.Para de imagem. a determinação As imagens de capturadas ferro para<br />
em água por espectrofotometria no<br />
pacote EBImage do software R sofreram um tratamento no programa “P<br />
3.1.1.5. Análise de imagem digital<br />
UV-Visível.<br />
uema de montagem Para a determinação da caixa do ferro total presente seleção da região de interesse (1200 Foi usado x 1487) o espectrofotômetro “pixels” UV-Visível<br />
modelo Specord S600 da Analytik<br />
e de seguida, r<br />
em amostras de água potável, por análise de<br />
imagem digital, foram utilizados os seguintes<br />
tamanho 30 x 30 “pixels”. Isto porque o pacote não permite manipular<br />
Jena (Alemanha), onde as amostras foram<br />
utensílios e instrumento:<br />
diferentes. Por outro lado, para colocadas manipular numa cubeta imagens de quartzo com 1 tamanhos<br />
Um Fonte: “smartphone” O autor. de marca Samsung, modelo<br />
Galaxy J3 SM-J320M, com câmera de computadores com maiores capacidades de armazenamento de dados.<br />
cm de caminho ótico. Foi obtido o espectro<br />
de absorção de 400 nm à 600 nm para<br />
8MP, para a capturada imagem; A partir da imagem digital foi estimado<br />
Uma placa de toque branca usada para colocar<br />
as amostras para aquisição de imagens; de obter os parâmetros bbbb iiii (coeficiente teria o maior angular) sinal de absorvância. e bbbb 0 (coeficiente Para a linear<br />
verificar em qual<br />
um<br />
comprimento<br />
modelo de<br />
de onda<br />
regressão<br />
se<br />
com as<br />
De cada solução previamente preparada, foi retirada uma alíquota de 900 µL, e colocada na placa<br />
Uma de caixa toque de madeira branca, com para dimensões aquisição 20 de imagem. As imagens capturadas construção para da serem curva analítica manipuladas (absorvância no<br />
predição da concentração do ferro (xxxx) se baseou nos valores de bbbb<br />
x 12 x 18 cm, de cor preta fosca para evitar<br />
em função da concentração), a absorvância iiii , bbbb 0 e yyyy<br />
pacote EBImage do software R sofreram um tratamento no programa “Paint”, que consistiu na<br />
interferências luz, com uma abertura de 1,5 decomposição da imagem digital foi em medida canais no comprimento RGB que de onda depende previamente<br />
selecionado.<br />
da inten<br />
x 1,5<br />
seleção<br />
cm na parte<br />
da<br />
superior,<br />
região<br />
para<br />
de<br />
colocar<br />
interesse<br />
a câmera<br />
tamanho do “smartphone” 30 x e uma 30 abertura “pixels”. lateral Isto porque o pacote não permite manipular feita a predição imagens das amostras com sem “pixels” e com<br />
(1200 x 1487) “pixels” e de seguida, recortada<br />
A partir<br />
a imagem<br />
da curva foi<br />
no<br />
predição das amostras foi feita em canais RGB juntos e separados.<br />
para manuseio da placa de toque. Dentro da<br />
Fonte: O autor. adição de padrão.<br />
r.<br />
diferentes. Por outro lado, para manipular imagens com tamanhos maiores é necessário 19<br />
computadores com maiores capacidades de armazenamento de dados.<br />
ão previamente A preparada, partir foi imagem retirada digital uma alíquota foi estimado de 900 µL, um e modelo colocada de na regressão placa com as soluções padrão, afim<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020
Artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autor:<br />
Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />
Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />
Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
3.2.Determinação de metanol em<br />
cachaça<br />
3.2.1.Materiais e métodos<br />
3.2.1.1.Preparo de soluções estoque<br />
Para preparar a solução ácida de permanganato<br />
de potássio, foram medidos 3,0 g de<br />
permanganato de potássio (KMnO4 - Reagen-<br />
-Brasil) no bécher de 100 mL e foi adicionado<br />
certa quantidade de água purificada para<br />
dissolver o sólido. Em seguida, adicionou-se<br />
15,00 mL de ácido fosfórico (H 3<br />
PO 4<br />
-Reagen-<br />
-Brasil). A solução foi transferida para o balão<br />
volumétrico de 100,00 mL.<br />
Para preparar a solução de ácido oxálico<br />
(C2H2O4¬-Reagen-Brasil), misturou-se<br />
50,00 mL de ácido sulfúrico (H 2<br />
SO 4<br />
-Vetec-<br />
-Brasil) com 50,00 mL de água purificada e<br />
em seguida foi adicionado à mistura 5,00 g de<br />
ácido de oxálico.<br />
Para o preparo do reagente de Schiff, pesou-se<br />
0,75g de p-rosanilina ou Fucsina,<br />
(C 20<br />
H 19<br />
N 3<br />
.HCl -Synth, Brasil), e se dissolveu em<br />
250,00 mL de água. Em seguida, foi adicionado<br />
1,60 g de metassulfito de sódio (Na 2<br />
S 3<br />
O 8<br />
-Vetec-Brasil¬) e aguardou-se 10 minutos.<br />
Em seguida, foi adicionado 6,70 mL de ácido<br />
sulfúrico e estocado em lugar isento luz à<br />
temperatura ambiente durante 12 horas. Posteriormente,<br />
a solução foi tratada com carvão<br />
ativado (Sigma-Aldrich-EUA), que consistiu<br />
na adição de 5,00g de carvão ativado, agitou-se<br />
bem e finalmente a solução foi filtrada<br />
(este tratamento com o carvão ativado pode<br />
ser repetido várias vezes até a solução ficar<br />
incolor).<br />
3.2.1.2. Aquisição e acondicionamento<br />
das amostras<br />
Para a quantificação do metanol na cachaça<br />
foram adquiridas 10 amostras de cachaça<br />
artesanal. As amostras foram adquiridas em<br />
diferentes estados do Brasil, nomeadamente:<br />
Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro,<br />
Ceará e Pernambuco e foram estocadas em<br />
frascos de vidro de 250,00 mL.<br />
3.2.1.3.Preparo das soluções para<br />
análise pelo método da adição de<br />
padrão<br />
Para análise quantitativa do metanol foram<br />
preparados cinco padrões.<br />
1º: Etanol à 40% v/v: Pipetou-se 2,00 mL de<br />
etanol P.A e avolumou-se com água purificada no<br />
balão volumétrico de 5,00 mL(solução-branco).<br />
2º: Solução estoque de metanol à 1,00%<br />
v/v em cachaça: Diluiu-se uma solução de<br />
metanol 700 µg. mL -1 e avolumou-se com<br />
cachaça no balão volumétrico de 25,00 mL. A<br />
partir desta solução estoque, foram pipetados<br />
1,00 mL, 2,00 mL e 3,00 mL e avolumados<br />
com cachaça no balão volumétrico de 10,00<br />
mL, obtendo-se assim soluções de metanol<br />
em cachaça à 0,1% v/v, 0,2% v/v, 0,3% v/v,<br />
respectivamente.<br />
Foi retirado 2,50 mL de cada padrão preparado,<br />
incluindo a própria amostra da cachaça,<br />
e colocados em balões volumétricos de 10,00<br />
mL. Em seguida, foi adicionada a solução<br />
ácida de KMnO4 e aguardou-se 10 minutos<br />
(para a oxidar metanol e formar o metanal).<br />
Posteriormente, adicionou-se 1,0 mL da solução<br />
de ácido oxálico (para reduzir o Mn 7+ para<br />
o Mn 2+ ). Finalmente, foi adicionado 2,5 mL do<br />
reagente de Schiff e aguardou-se o tempo de<br />
35 minutos para ser feita a determinação. Com<br />
adição do reagente Schiff, a solução apresenta<br />
a cor azul-violeta.<br />
3.2.1.3.Estudo cinético por espectrometria<br />
no UV - Visível<br />
Como instrumento de referência, foi usado o<br />
espectrofotômetro UV-Visível, Cary 60 UV-Vis<br />
da Agilent Technologies (EUA). Para a análise<br />
foi usada uma cubeta de quartzo com 1,00 cm<br />
de caminho ótico.<br />
Devido à instabilidade da solução, foi feito<br />
um estudo cinético, para se determinar o tempo<br />
de reação e o comprimento de onda ótimo.<br />
Para tal foi utilizado o padrão de metanol 0,2%<br />
v/v para fazer a obtenção do espectro na faixa<br />
de 320 - 800 nm. Após a escolha do comprimento<br />
de onda e do tempo de reação, foi feita<br />
a análise dos padrões e amostras. A curva analítica<br />
consistiu na relação entre absorvância e<br />
concentração da amostra fortificada.<br />
3.2.1.4.Análise por imagem digital<br />
As amostras usadas no método de referência<br />
foram as mesmas utilizadas para<br />
análise de imagem digital. Após o tempo<br />
de reação (35 minutos), a solução padrão<br />
foi colocada na placa de toque e em seguida<br />
introduzida na caixa preta de madeira.<br />
Com a finalidade de diminuir a intensidade<br />
da luz de LED, foi colocado um potenciômetro<br />
5K, para evitar a reflexão da luz na imagem<br />
capturada. Para o controle do potenciômetro,<br />
foi acoplado ao sistema elétrico da<br />
caixa um voltímetro digital indicando 7,5<br />
volt, para a tensão regulada no ambiente<br />
interno da caixa, conforme a Figura 2.<br />
Figura 2 - Sistema elétrico da caixa preta<br />
Figura 2 - Sistema elétrico da caixa preta<br />
Fonte: O autor.<br />
Fonte: O autor.<br />
Para aquisição da imagem, foi usado um “smartphone” de marca Samsung, modelo Galax<br />
SM-J320M, com câmera de 8MP, conforme mencionado anteriormente.<br />
As imagens adquiridas foram submetidas a um tratamento no programa “Paint” que consist<br />
seleção da região de interesse (1078 x 1438) “pixels” e recortadas no tamanho 30 x 30 “pi<br />
conforme mostra a figura 3.
Para aquisição da imagem, foi usado um separados. De acordo com o apêndice II legenda: a), b) c) e d) Curva analítica do<br />
“smartphone” de marca Samsung, modelo mostra as linhas de comandos usados para canal RGB juntos, Canal vermelho, verde e<br />
Fonte: Galaxy J3 O SM-J320M, autor. com câmera de 8MP,<br />
conforme mencionado anteriormente.<br />
a predição das amostras.<br />
azul respetivamente.<br />
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Baseando-se na curva analítica de cada<br />
Para aquisição da imagem, foi usado um “smartphone” de marca Samsung, modelo Galaxy J3<br />
As imagens adquiridas foram submetidas 4.1.Determinação Com base nas intensidades de dos Ferro “pixels” em o pacote água EBImage canal faz a foi decomposição feita a predição da imagem da digital concentração<br />
SM-J320M, a um tratamento com no câmera programa de “Paint” 8MP, que conforme potável<br />
em mencionado sistema de cores RGB anteriormente.<br />
(yyyy) assim, tendo os valores<br />
das<br />
de<br />
amostras<br />
bbbb iiii , bbbb 0 e yyyy que<br />
(x).<br />
é<br />
O<br />
obtido<br />
método<br />
através<br />
mostrou<br />
do<br />
a falta<br />
que de sensibilidade consistiu na para quantificar o fer-<br />
processamento de imagem digital da amostra fortificada, é estimado o valor de xxxx que é a<br />
As consistiu imagens na seleção adquiridas da região foram de interesse submetidas 4.1.1.Por a um tratamento imagem no programa “Paint”<br />
concentração do analito. Desta forma foi feita a predição das amostras para os canais RGB juntos<br />
seleção<br />
(1078 x 1438)<br />
da região<br />
“pixels”<br />
de<br />
e<br />
interesse<br />
recortadas<br />
(1078<br />
no tamanho<br />
30 x 30 “pixels” conforme mostra a da a das curva amostras. analítica para os canais RGB jun-<br />
concentração abaixo de 2 µg. mL -1 . Assim,<br />
x 1438)<br />
A partir<br />
“pixels”<br />
das soluções<br />
e recortadas<br />
padrão foi<br />
no<br />
construí-<br />
tamanho<br />
ro<br />
30<br />
total<br />
x 30<br />
em<br />
“pixels”<br />
amostra de água potável com<br />
e separados. De acordo com o apêndice II mostra as linhas de comandos usados para a predição<br />
conforme mostra a figura 3.<br />
figura 3.<br />
tos e separados (Vermelho, Verde e Azul), para quantificação do ferro total, foram adicionados<br />
Figura 3 - Recorte da imagem para o tratamento<br />
4.RESULTADOS<br />
obtendo assim no pacote<br />
E DISCUSSÃO<br />
quatro modelos EBImage de regressão<br />
13 µL da solução padrão de ferro<br />
Figura 3 - Recorte da imagem para o tratamento no pacote<br />
4.1.Determinação de Ferro em água potável<br />
Com base nas intensidades dos “pixels” o pacote EBImage<br />
linear, fim de avaliar qual dos canais<br />
EBImage<br />
4.1.1.Por faz a imagem decomposição digital da imagem digital<br />
de 1000 µg. mL -1 na solução colorimétrica,<br />
Com base nas intensidades dos “pixels” o pacote EBImage faz a decomposição da imagem digital<br />
em sistema de cores RGB (yyyy) assim, tendo os forneceria valores em A partir sistema de bbbb iiii o , das bbbbde melhor 0 soluções e cores yyyy que RGB resultado é padrão obtido (yyyy) assim, foi através de construída tendo do predição os valores a curva de bbbbque analítica iiii , 0 corresponde e yyyy que para é os obtido canais a através uma RGB do fortificação juntos e com 5<br />
processamento de imagem digital da amostra<br />
da<br />
fortificada,<br />
concentração<br />
processamento separados é estimado (Vermelho, de<br />
da<br />
imagem o<br />
amostra<br />
valor Verde digital de e Azul), xxxx<br />
(x).<br />
da que amostra obtendo Conforme<br />
é a fortificada, assim quatro µg.<br />
é estimado modelos mL -1 de<br />
o de valor<br />
ferro. regressão de xxxx<br />
Os<br />
que linear, resultados<br />
é a a fim de obtidos são<br />
concentração do analito. Desta forma foi feita a predição concentração avaliar das qual amostras dos analito. canais para os Desta forneceria canais forma RGB o foi melhor juntos feita a resultado predição das de amostras predição para da concentração os canais RGB da juntos amostra (xxxx).<br />
mostra a figura 4.<br />
mostrados na Tabela 1.<br />
e separados. De acordo com o apêndice II mostra as e<br />
Conforme linhas separados. de comandos De acordo<br />
mostra a figura usados com o<br />
4. para apêndice a predição II mostra as linhas de comandos usados para a predição<br />
das amostras.<br />
Figura<br />
das<br />
Figura 4 -<br />
amostras.<br />
Curva 4 - analítica Curva analítica dos padrões dos para padrões o canal para verde o canal verde<br />
Tabela 1.<br />
Curva Analítica do Curva canal Analítica RGB do cana Tabela 1. Determinação de Curva ferro Analítica total por do análise cana de<br />
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Tabela<br />
a)<br />
imagem 1. Determinação digital de ferro total por análise de imagem digital<br />
4.1.Determinação de Ferro em água potável<br />
Com 4.1.Determinação base nas intensidades de Ferro dos “pixels” em água o pacote potável EBImage faz a decomposição da imagem digital<br />
Amostras Canais Juntos Canais Separados (µg. mL -1 )<br />
4.1.1.Por imagem digital<br />
4.1.1.Por imagem digital<br />
Fortificadas<br />
em sistema de cores RGB (yyyy) assim, tendo os valores de bbbb iiii , bbbb 0 e yyyy que é obtido através do<br />
* (µg. mL -1 )<br />
A partir das soluções padrão foi construída a curva analítica para os canais RGB juntos e<br />
A partir das soluções padrão foi construída a curva analítica<br />
y<br />
para<br />
= -8.0402x<br />
os<br />
+326.1919<br />
canais RGB juntos e<br />
y = 2,4439x + 181,6223<br />
processamento de imagem digital da amostra fortificada, é estimado o valor de xxxx que é a<br />
separados (Vermelho, Verde e Azul), obtendo assim quatro modelos de regressão linear, a fim de<br />
R 2 0.9816<br />
concentração separados (Vermelho, do analito. Desta Verde forma e Azul), foi feita obtendo a predição assim quatro das amostras modelos para de os regressão canais RGB linear, juntos a fim de<br />
R 2 0,8874<br />
avaliar qual dos canais forneceria o melhor resultado de predição da concentração da amostra (xxxx).<br />
e separados. avaliar qual De dos acordo canais com forneceria o apêndice o melhor II mostra resultado as linhas de predição de comandos<br />
2 da concentração usados<br />
4<br />
para<br />
6 da a predição amostra 8 (xxxx). 10<br />
2 4 6 8 10<br />
Conforme mostra a figura 4.<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
das Conforme amostras. mostra a figura 4.<br />
Concentração<br />
Figura 4 - Curva analítica dos padrões para o canal verde<br />
Figura 4 - Curva analítica dos padrões para o canal verde a) Curva Analítica do cana b)<br />
Curva Analítica do cana<br />
Curva Analítica do canal Vermelho<br />
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO Curva Analítica do cana<br />
Curva Analítica do cana<br />
Fonte: O autor.<br />
b)<br />
4.1.Determinação de Ferro em água potável<br />
Curva Analítica do cana<br />
Curva Analítica do cana<br />
4.1.1.Por imagem digital<br />
Intensidade RGB<br />
250 270 290 310<br />
Intensidade RGB<br />
Intensidade RGB<br />
B8 7,08 8,77 7,04 7,30<br />
Fonte:O autor.<br />
y = -8.0402x +326.1919<br />
y = 2,4439x + 181,6223<br />
As imagens A partir recortadas soluções foram padrão tratadas foi construída no a curva analítica para os canais RGB juntos e<br />
B10 7,60 6,29 7,07 7,21<br />
y = -8.0402x +326.1919<br />
R<br />
software R, com interface gráfica RStudio,<br />
2 0.9816<br />
y = 2,4439x + 181,6223<br />
R<br />
*As amostras designadas 2 0,8874<br />
separados (Vermelho, Verde e Azul), obtendo assim quatro modelos de regressão linear, a fim de<br />
pela letra A correspondem<br />
R 2 0.9816<br />
poço.<br />
2 4 6 R 2 0,8874 8 10<br />
2 4 6 8 10<br />
avaliar qual dos canais forneceria o melhor resultado de predição da concentração da amostra (xxxx).<br />
y = - 7,0221x + 189,6679<br />
Fonte: amostras O autor de água y = - 13,3117x da torneira + 204,8321 e B água do poço.<br />
As usando imagens o pacote 2<br />
recortadas EBImage. 4<br />
foram Este 6<br />
tratadas pacote<br />
8 10<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
no software 2 R, 4 com 6interface 8 gráfica 10 RStudio, usando<br />
Concentração<br />
Conforme mostra a figura 4.<br />
o<br />
R<br />
pacote<br />
fornece as<br />
EBImage.<br />
intensidade<br />
Este<br />
dos<br />
pacote<br />
pixels<br />
fornece a<br />
2 R 2 0,9977<br />
Fonte: O autor.<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
0,9906 Concentração<br />
Figura 4 - Curva analítica dos padrões para o canal verde a) b)<br />
as intensidade dos pixels para a estimativa do 2modelo 4 de 6 8 10<br />
a) Curva Analítica do cana b)<br />
2 4 Curva Analítica 6 do cana 8 10<br />
estimativa do modelo de regressão linear,<br />
Curva Analítica do canal Verde<br />
agua potável.<br />
Concentração<br />
Curva Concentração Analítica (µg. do cana mL^-1)<br />
Curva Analítica do cana<br />
regressão linear, a partir das soluções padrão previamente preparada.<br />
a partir das soluções padrão previamente<br />
De acordo com a tabela 4, os resultados<br />
Curva Analítica do cana c) Curva Analítica do cana c) d)<br />
mL<br />
preparada.<br />
-1 ) são satisfatórios porque em todas amostras<br />
legenda:<br />
y = -8.0402x +326.1919<br />
y = 2,4439x + 181,6223<br />
a), b) c) e d) Curva analítica do canal RGB juntos, Canal se vermelho, obteve verde e azul respetivamente<br />
y = - 7,0221x + 189,6679<br />
y = - 13,3117x concentração + 204,8321 do ferro total superior<br />
espectrofotometria à 5 µg. mL no -1 UV , isto –Visível prova a existência de<br />
R 2 0.9816<br />
R 2 0,8874<br />
Fonte: O autor, 2018<br />
Com base nas 2 intensidades 4 6 dos 8 “pixels” 10<br />
R 2 R 2 0,9977<br />
2 4 0,9906<br />
y = - 7,0221x + 189,6679<br />
y = - 13,3117x 6 + 204,8321 8 10<br />
4.1.2.Por<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
2 4 6 8 10<br />
o pacote EBImage faz a decomposição da<br />
2<br />
R 2 R4 2 Concentração<br />
0,9977 6 8 10<br />
0,9906<br />
ferro em amostras Concentração de agua potável.<br />
a) b)<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
2 4 6 8 10<br />
imagem digital em 2 sistema 4 de 6cores RGB 8 10<br />
c) Concentração d)<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
(ŷ) assim, tendo os valores de bi, bo e ŷ<br />
Curva Analítica do canal Azul<br />
Curva Analítica do cana legenda:<br />
Curva Analítica do cana<br />
c) d)<br />
O canal verde teve melhor predição comparativamente<br />
aos outros canais, isto por-<br />
que é obtido através do processamento de a), b) c) e d) Curva analítica do canal RGB juntos, Canal d) vermelho, verde e azul respetivamente<br />
legenda:<br />
Fonte: O autor, 2018<br />
imagem digital<br />
a), b) c)<br />
da<br />
e d)<br />
amostra<br />
Curva analítica<br />
fortificada,<br />
do canal RGB<br />
é<br />
juntos, Canal vermelho, verde e azul respetivamente<br />
estimado o Fonte: valor O de y autor, = - x 7,0221x que 2018 + 189,6679<br />
y = - 13,3117x + 204,8321<br />
é a concentração<br />
que os valores preditos da concentração das<br />
do analito. Desta forma<br />
R<br />
foi feita a predição<br />
2 R 2 0,9977<br />
0,9906<br />
amostras neste canal estão mais próximos<br />
2 4 6 8 10<br />
2 4 6 8 10<br />
das amostras para os canais RGB juntos e<br />
do valor esperados (5 µg. mL -1 )<br />
Intensidade RGB<br />
Intensidade 250 270 da cor 290 310<br />
120 140 160<br />
Intensidade da cor<br />
120 140 160<br />
Intensidade da Cor<br />
Intensidade da cor<br />
Intensidade da Cor<br />
Intensidade da Cor<br />
250 270 290 310<br />
Intensidade Intensidade Intensidade cor<br />
cor RGB<br />
250 270 290 310<br />
120 140 160 185 195 205<br />
Concentração<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
Fonte: O autor.<br />
c) d)<br />
legenda:<br />
a), b) c) e d) Curva analítica do canal RGB juntos, Canal vermelho, verde e azul respetivamente<br />
185 Intensidade 195 da cor 205<br />
Intensidade da cor<br />
120 Intensidade 140 160 da cor<br />
80 120 160<br />
80 120 160<br />
Intensidade da cor<br />
Baseando-se na curva analítica de cada canal foi feita a predição da concentração das amostras<br />
(xxxx). O método mostrou a falta de sensibilidade para quantificar o ferro total em amostra de água<br />
potável com concentração abaixo de 2 µg. mL -1 . Assim, para quantificação do ferro total, foram<br />
adicionados 13 µL da solução padrão de ferro de 1000 µg. mL -1 na solução colorimétrica, que<br />
corresponde a uma fortificação com 5 µg. mL -1 de ferro. Os resultados obtidos são mostrados na<br />
185 195 205<br />
Intensidade da cor<br />
Intensidade da cor<br />
80 120 160<br />
185 195 205<br />
Vermelho Verde Azul<br />
A2 6,40 9,09 6,15 7,00<br />
A3 7,27 8,53 7,00 7,53<br />
A4 6,41 9,64 6,30 7,09<br />
A5 6,85 9,01 6,99 7,09<br />
A6 7,82 7,30 7,40 7,65<br />
A8 6,96 9,39 6,76 7,52<br />
A9 7,54 9,01 7,18 8,01<br />
A10 7,28 8,70 7,04 7,58<br />
A11 7,09 7,92 6,77 7,21<br />
B2 7,29 7,57 7,27 7,05<br />
Intensidade da cor<br />
80 120 160<br />
*As amostras designadas pela letra A correspondem amostras de água da torneira e B água do<br />
De acordo com a tabela 4, os resultados são satisfatórios porque em todas amostras se obteve<br />
concentração do ferro total superior à 5 µg. mL -1 , isto prova a existência de ferro em amostras de<br />
O canal verde teve melhor predição comparativamente aos outros canais, isto porque os valores<br />
preditos da concentração das amostras neste canal estão mais próximos do valor esperados (5 µg.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
21
Artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autor:<br />
Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />
Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />
Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
4.1.2. Por espectrofotometria no<br />
UV – Visível<br />
Para se fazer análise por espectrofotometria<br />
no UV-visível, primeiro foi feita a determinação<br />
do comprimento de onda, que consistiu<br />
em fazer uma varredura com a solução padrão<br />
de 2 µg. mL -1 no comprimento de onda<br />
na faixa de 400 a 600 nm. Obteve-se o sinal<br />
máximo de absorvância em 512 nm. Conforme<br />
ilustra a figura 5, que mostra a o espectro<br />
de absorção no visível do complexo ferro-1,-<br />
10-fenantrolina.<br />
A curva analítica das soluções padrão apresentou uma regressão altamente significativa com o<br />
Para se fazer análise por espectrofotometria no UV-visível, primeiro foi feita coeficiente<br />
Tabela<br />
a determinação<br />
2. Determinação<br />
do R 2 = 0,9954. Com base na curva analítica foi feita a predição da<br />
do ferro total por espectrofotometria<br />
no UV-Vis<br />
conforme a ilustra a Tabela 2, que apresenta os resultados de<br />
concentração das amostras,<br />
comprimento de onda, que consistiu em fazer uma varredura com a solução padrão de 2 µg. mL<br />
concentração de ferro antes e depois da fortificação com 5 µg. mL -1 .<br />
1 no comprimento de onda na faixa de 400 a 600 nm. Obteve-se o sinal máximo Tabela de 2. Determinação absorvância do ferro total por espectrofotometria no UV-Vis<br />
em 512 nm. Conforme ilustra a figura 5, que mostra a o espectro de absorção Amostra no visível Concentração do em µg. Amostra Fortificadas Concentração em µg.<br />
mL -1 mL -1<br />
complexo ferro-1,10-fenantrolina.<br />
Figura 5 - Determinação do comprimento de onda.<br />
A2 0,14 A2 4,54<br />
Figura 5 - Determinação do comprimento de onda.<br />
A3 0,14 A3 5,02<br />
A4 0,15 A4 4,59<br />
A5 0,11 A5 4,96<br />
A=0.426,=512<br />
A6 0,24 A6 5,22<br />
A8 0,10 A8 5,05<br />
A9 0,19 A9 4,88<br />
A10 0,09 A10 4,95<br />
A11 0,15 A11 4,85<br />
B2 0,59 B2 5,70<br />
B8 0,08 B8 5,22<br />
B10 0,12 B10 5,22<br />
400 450 500 550 600 *As amostras designadas pela letra A correspondem amostras de água da torneira e B água do poço.<br />
Absorvância<br />
Absorvância Absorvância<br />
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4<br />
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4<br />
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0<br />
R 2 0,9954<br />
por Peng et al., (2017), onde utilizaram o<br />
0 2 4 6 8 10<br />
400 450 500 Concentração 550 (µg. 600mL^-1)<br />
Fonte: O autor.<br />
Comprimento de onda (nm)<br />
Fonte: O autor<br />
para determinação do ferro em água potável<br />
No comprimento de onda previamente escolhido, foram feitas medidas da absorvância dos<br />
padrões com concentração que variam de 2,0 -10,0 µg. mL -1 de acordo com a figura 6.<br />
e em alimentos com soluções padrão na faixa<br />
A faixa de concentração do padrões do presente trabalho difere do trabalho realizado por Peng et<br />
al., de (2017), 0,047 onde – utilizaram 1,0 µg. o método mL -1 da O-fenantrolina como reação colorimétrica, um<br />
“scanner” e o software ImageJ para determinação do ferro em água potável e em alimentos com<br />
soluções<br />
Figura<br />
padrão<br />
6 - Curva<br />
na faixa<br />
analítica<br />
de 0,047 –<br />
dos<br />
1,0 µg.<br />
padrões<br />
mL -1<br />
no UV-Visível.<br />
Figura 6 - Curva analítica dos padrões no UV-Visível.<br />
Fonte: O autor.<br />
Fonte: O autor.<br />
*As amostras designadas pela letra A correspondem<br />
amostras de água da torneira e B água do poço.<br />
Fonte: O autor.<br />
Comprimento de onda (nm)<br />
De acordo com a tabela 5, as amostras apresentaram concentração de ferro na faixa de 0,08 – 0,59<br />
Fonte: O autor<br />
Fonte: O autor. µg. mL -1 . A menor concentração da solução padrão foi de 2 µg. mL -1 , o método proposto (análise<br />
No comprimento de onda previamente escolhido, foram feitas medidas por da imagem absorvância digital) não dos teve sensibilidade suficiente para quantificar o ferro em água potável<br />
padrões concentração que variam de 2,0 -10,0 µg. mL -1 com concentração abaixo de 2 µg. mL<br />
de acordo com a figura 6.<br />
No comprimento de onda previamente escolhido,<br />
foram feitas medidas da absorvância De RSD acordo na faixa de 2,89% com - 6,51%. a No tabela presente trabalho, 5, as foi feita amostras<br />
a fortificação e a<br />
-1 . Como alternativa foi feita a fortificação das amostras<br />
com 5 µg. mL -1 , onde se obteve a concentração na faixa de 4,54 – 5,70 µg. mL -1 .<br />
A faixa de concentração do padrões do presente trabalho difere do trabalho realizado Conforme Peng por et Peng al., (2017), et utilizaram adição de padrão em que a concentração foi expressa<br />
al., (2017), onde utilizaram o método da O-fenantrolina como reação como colorimétrica, um<br />
recuperação do analito foi 135% ± 20%. De acordo com a legislação brasileira, a concentração<br />
“scanner” e o software ImageJ para determinação do ferro em água potável e em alimentos com<br />
Para se fazer análise por espectrofotometria no UV-visível, primeiro foi feita a determinação máxima tolerável do para o ferro em amostras de água potável é 0,3 µg. mL<br />
soluções<br />
comprimento dos padrões padrão<br />
de onda,<br />
na faixa com que consistiu<br />
de concentração 0,047<br />
em<br />
– 1,0<br />
fazer<br />
µg.<br />
uma<br />
mL<br />
varredura que variam -1<br />
com a solução de<br />
-1 . Conforme a tabela<br />
apresentaram concentração de ferro na faixa<br />
padrão 5, de todas 2 µg. amostras mL - apresentaram concentração de ferro abaixo do limite máximo tolerável para o<br />
Figura 1 no comprimento 6 - Curva de analítica onda na dos faixa padrões de 400 no a 600 UV-Visível. nm. Obteve-se o sinal máximo de absorvância<br />
em 2,0512 -10,0 nm. Conforme µg. mL -1 ferro na água potável, exceto a amostra B2, que apresentou o dobro da concentração recomendada<br />
ilustra de a figura acordo 5, que com mostra a o figura espectro de 6. de pela legislação 0,08 brasileira. – 0,59 A amostra µg. em referência mL -1 é proveniente . A menor de um poço artesanal. concentração<br />
absorção no visível do<br />
Os resultados obtidos no método de referência foram diferentes com os resultados do método<br />
complexo ferro-1,10-fenantrolina.<br />
proposto, pois<br />
da<br />
a intensidade<br />
solução<br />
da fita de LED<br />
padrão<br />
pode ter interferidos<br />
foi de<br />
na predição<br />
2 µg.<br />
da concentração<br />
mL -1 das<br />
,<br />
Figura 5 - Determinação do comprimento de onda.<br />
amostras causando um desvio positivo nas determinações.<br />
A faixa de concentração do padrões A=0.426,=512 do pre-<br />
y = 0,239476x - 0,006229<br />
sente trabalho difere do trabalho realizado<br />
método da O-fenantrolina como reação colorimétrica,<br />
um “scanner” e o software ImageJ<br />
Absorvância<br />
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0<br />
Fonte: O autor.<br />
y = 0,239476x - 0,006229<br />
R 2 0,9954<br />
0 2 4 6 8 10<br />
Concentração (µg. mL^-1)<br />
A curva analítica das soluções padrão apresentou<br />
uma regressão altamente significativa<br />
com o coeficiente de determinação R 2 =<br />
0,9954. Com base na curva analítica foi feita<br />
a predição da concentração das amostras,<br />
conforme a ilustra a Tabela 2, que apresenta<br />
os resultados de concentração de ferro antes<br />
e depois da fortificação com 5 µg. mL -1.<br />
o método proposto (análise por imagem<br />
digital) não teve sensibilidade suficiente<br />
para quantificar o ferro em água potável com<br />
concentração abaixo de 2 µg. mL -1 . Como alternativa<br />
foi feita a fortificação das amostras<br />
com 5 µg. mL -1 , onde se obteve a concentração<br />
na faixa de 4,54 – 5,70 µg. mL-1.<br />
Conforme Peng et al., (2017), utilizaram<br />
adição de padrão em que a concentração<br />
foi expressa como RSD na faixa de 2,89%<br />
- 6,51%. No presente trabalho, foi feita a<br />
fortificação e a recuperação do analito foi<br />
135% ± 20%. De acordo com a legislação<br />
brasileira, a concentração máxima tolerável<br />
para o ferro em amostras de água potável é<br />
de 0,3 µg. mL -1 . Conforme a tabela 5, todas<br />
amostras apresentaram concentração de ferro<br />
abaixo do limite máximo tolerável para o<br />
ferro na água potável, exceto a amostra B 2<br />
,<br />
que apresentou o dobro da concentração<br />
recomendada pela legislação brasileira. A<br />
amostra em referência é proveniente de um<br />
poço artesanal.<br />
Os resultados obtidos no método de referência<br />
foram diferentes com os resultados<br />
do método proposto, pois a intensidade da<br />
fita de LED pode ter interferidos na predição<br />
da concentração das amostras causando um<br />
desvio positivo nas determinações.<br />
4.1.3.Comparação entre as metodologias<br />
O teste F foi aplicado, para um nível de confiança<br />
de 95%, aos modelos de regressão para<br />
a verificação da significância dos modelos,<br />
assim, todos os canais apresentaram modelos<br />
significativos de acordo com a tabela 3.<br />
4.1.3.Comparação entre as metodologias<br />
O Tabela teste F foi 3. aplicado, Teste para F para um nível a determinação confiança 95%, do aos ferro modelos em de regressão água para a<br />
verificação da significância dos modelos, assim, todos os canais apresentaram modelos<br />
significativos<br />
potável.<br />
de acordo com a tabela 3.<br />
Tabela 3. Teste F para a determinação do ferro em água potável.<br />
DETERMINAÇÃO DO FERRO<br />
Teste F UV-Visível Canal RGB Canal R Canal G Canal B<br />
F(calculado) 3496 159,9 23,63 315,5 1283<br />
Fonte: O autor.<br />
Para o método de referência, o valor crítico de F(0,05;1;16) = 4,49, enquanto Fonte: que O para autor. o método<br />
proposto o valor é igual F(0,05;1;3) = 10,13. Estes valores críticos foram comparados com aqueles<br />
obtidos com os dados experimentais. Conforme ilustra a Tabela 6, todos os valores de F<br />
calculados são maiores que os valores críticos de F, isso demonstra que todos os modelos são<br />
significativos.<br />
Para o<br />
Os<br />
método<br />
valores calculados<br />
de<br />
e críticos<br />
referência,<br />
de F para o nível<br />
o<br />
de<br />
valor<br />
significância<br />
crítico<br />
escolhido e o<br />
número de graus de liberdade. O canal verde foi escolhido como melhor canal por apresentar<br />
resultados de F(0,05;1;16) próximos do valor = de 4,49, referência enquanto (5 µg. mL -1 ). que para o método<br />
proposto o valor é igual F(0,05;1;3) = 10,13.<br />
O teste t-pareado foi aplicado aos conjuntos de dados para um nível de confiança de 95%, para<br />
verificar a diferença entre as medias aritméticas do método proposto e do método de referência.<br />
Conforme mostra a tabela 4.<br />
Tabela 4. Teste t pareado para a determinação do ferro em água potável.<br />
Estes valores críticos foram comparados com<br />
DETERMINAÇÃO DO FERRO<br />
aqueles obtidos com os dados experimentais.<br />
Teste t-pareado UV-Visível Vs RGB UV-Visível Vs R UV-Visível Vs G UV-Visível Vs B<br />
t(crítico) 9,98 9,92 28,8 18,9<br />
Conforme DDDD 1,98 ilustra a Tabela 3,42 6, todos 1,89 os valores 2,33<br />
Fonte: O autor<br />
De acordo com a tabela 7, todos os modelos apresentaram diferença significativa entre as médias<br />
de F calculados são maiores que os valores<br />
aritméticas, visto que (tcrítico > t(0,05;9) =2,26). O canal verde apresentou menor diferença entre as<br />
medias aritméticas do método proposto e do método de referência (DDDD = 1,89), isso mostra que<br />
críticos de F, isso demonstra que todos os mo-<br />
existe uma tendência na metodologia proposta em apresentar uma concentração superior de ferro<br />
total em água em relação ao método de referência por espectrofotometria de absorção.<br />
delos são significativos. Os valores calculados<br />
4.2.Determinação de metanol em cachaça<br />
4.2.1.Por espectrofotometria no UV –Visível<br />
4.2.1.1.Estudo cinético para determinação do tempo de reação
e críticos de F para o nível de significância escolhido<br />
e o número de graus de liberdade. O<br />
canal verde foi escolhido como melhor canal<br />
por apresentar resultados próximos do valor<br />
de referência (5 µg. mL -1 ).<br />
O teste t-pareado foi aplicado aos conjuntos<br />
4.1.3.Comparação de dados entre as metodologias para um nível de confiança<br />
O teste F foi aplicado, para um nível de confiança de 95%, aos modelos de regressão para a<br />
verificação da significância dos modelos, assim, todos os canais apresentaram modelos<br />
de<br />
significativos<br />
95%,<br />
de acordo<br />
para<br />
com a<br />
verificar<br />
tabela 3.<br />
a diferença entre as<br />
Tabela 3. Teste F para a determinação do ferro em água potável.<br />
medias aritméticas DETERMINAÇÃO DO FERRO do método proposto e<br />
Teste F UV-Visível Canal RGB Canal R Canal G Canal B<br />
F(calculado) 3496 159,9 23,63 315,5 1283<br />
do<br />
Fonte:<br />
método<br />
O autor.<br />
de referência. Conforme mostra<br />
Para o método de referência, o valor crítico de F(0,05;1;16) = 4,49, enquanto que para o método<br />
a tabela<br />
proposto o valor<br />
4.<br />
é igual F(0,05;1;3) = 10,13. Estes valores críticos foram comparados com aqueles<br />
obtidos com os dados experimentais. Conforme ilustra a Tabela 6, todos os valores de F<br />
calculados são maiores que os valores críticos de F, isso demonstra que todos os modelos são<br />
significativos. Os valores calculados e críticos de F para o nível de significância escolhido e o<br />
número de graus de liberdade. O canal verde foi escolhido como melhor canal por apresentar<br />
Tabela resultados 4. próximos Teste do t valor pareado de referência para (5 µg. mLa determinação do ferro<br />
-1 ).<br />
O teste t-pareado foi aplicado aos conjuntos de dados para um nível de confiança de 95%, para<br />
em água potável.<br />
verificar a diferença entre as medias aritméticas do método proposto e do método de referência.<br />
Conforme mostra a tabela 4.<br />
Tabela 4. Teste t pareado para a determinação do ferro em água potável.<br />
DETERMINAÇÃO DO FERRO<br />
Teste t-pareado UV-Visível Vs RGB UV-Visível Vs R UV-Visível Vs G UV-Visível Vs B<br />
t(crítico) 9,98 9,92 28,8 18,9<br />
1,98 3,42 1,89 2,33<br />
DDDD<br />
Fonte: O autor<br />
De acordo com a tabela 7, todos os modelos apresentaram diferença significativa entre as médias<br />
aritméticas, visto que (tcrítico > t(0,05;9) =2,26). O canal verde apresentou menor diferença entre as<br />
medias aritméticas do método proposto e do método de referência (DDDD = 1,89), isso mostra que<br />
existe uma tendência na metodologia proposta em apresentar uma concentração superior de ferro<br />
total em água em relação ao método de referência por espectrofotometria de absorção.<br />
Fonte: O autor.<br />
De acordo com a tabela 7, todos os modelos<br />
4.2.Determinação de metanol em cachaça<br />
4.2.1.Por espectrofotometria no UV –Visível<br />
apresentaram 4.2.1.1.Estudo cinético para diferença determinação do tempo significativa de reação entre as<br />
médias aritméticas, visto que (tcrítico > t(0,05;9)<br />
=2,26). O canal verde apresentou menor diferença<br />
entre as medias aritméticas do método<br />
proposto e do método de referência (D=<br />
1,89), isso mostra que existe uma tendência<br />
na metodologia proposta em apresentar<br />
uma concentração superior de ferro total em<br />
água em relação ao método de referência por<br />
espectrofotometria de absorção.<br />
4.2. Determinação de metanol em<br />
cachaça<br />
4.2.1. Por espectrofotometria no<br />
UV –Visível<br />
4.2.1.1. Estudo cinético para<br />
determinação do tempo de reação<br />
Devido à instabilidade do reagente de Schiff,<br />
foi usado o padrão de metanol 0,2% v/v para<br />
o estudo cinético. Este estudo consistiu na<br />
obtenção do espectro de absorção na faixa de<br />
320 nm à 800 nm, com intervalos de 5 minutos,<br />
durante 60 minutos (Figura 7).<br />
Devido à instabilidade do reagente de Schiff, foi usado o padrão de metanol 0,2% v/v para o<br />
estudo cinético. Este estudo consistiu na obtenção do espectro de absorção na faixa de 320 nm à<br />
800 Figura nm, com 7 intervalos - Espectros de 5 minutos, do durante estudo 60 minutos cinético (Figura 7).<br />
Figura 7 - Espectros do estudo cinético<br />
Devido à instabilidade do reagente de Schiff, foi usado o padrão de metanol 0,2% v/v para o<br />
estudo cinético. Este estudo consistiu na obtenção do espectro de absorção na faixa de 320 nm à<br />
800 nm, com intervalos de 5 minutos, durante 60 minutos (Figura 7).<br />
Figura 7 - Espectros do estudo cinético<br />
4.2.1.2.Obtenção da curva analítica e predição das amostras.<br />
Devido quantificação.<br />
à baixa concentração de metanol nas amostras de cachaça como alternativa foi feita adição<br />
Fonte: O autor, 2018<br />
Fonte: O autor, 2018<br />
de padrão de metanol em cachaça na faixa de 0,1% - 0,3% v/v, e a predição da concentração das<br />
amostras foi por extrapolação onde cada amostra apresentava a sua curva analítica. A<br />
O maior sinal de absorvância foi obtido no comprimento de onda de 590 nm, assim foi construído concentração obtida de metanol em cachaça foi na faixa de 0,005 % – 0,047 % v/v, conforme<br />
o gráfico de absorvância em função do tempo, conforme ilustra a figura 8.<br />
O maior sinal de absorvância foi obtido no<br />
Figura 8 - Estudo cinético da reação<br />
ilustra a tabela 5.<br />
Tabela O LD e LQ 5. foram Predição determinados das a partir amostras do desvio padrão no de vinte UV-Visível medidas do<br />
das amostras apresentaram concentração de metanol acima do limite de quantificação.<br />
branco, onde 80%<br />
comprimento de onda de 590 nm, assim foi<br />
Tabela 5. Predição das amostras no UV-Visível<br />
Amostra Equação R 2 (% v/v)<br />
CH3OH LD (% LQ (%<br />
v/v) v/v)<br />
construído o gráfico de absorvância em função<br />
Amostra I y=1,3268x + 0,0063 0,9925 0,005 0,002 0,006<br />
Amostra II y=0,8128x + 0,0171 0,9989 0,021 0,003 0,010<br />
Fonte: O autor, 2018<br />
do tempo, conforme ilustra a figura 8.<br />
Amostra III y= 0,4141x + 0,0175 0,9707 0,042 0,006 0,019<br />
Amostra IV y= 0,5188x + 0,0132 0,9867 0,025 0,005 0,016<br />
Amostra V y= 0,2432x + 0,0114 0,9933 0,047 0,011 0,034<br />
O maior sinal de absorvância foi obtido no comprimento de onda de 590 nm, assim foi construído<br />
Amostra VI y= 0,5895x + 0,0122 0,9964 0,020 0,005 0,014<br />
o gráfico de absorvância 0 10em função 20do tempo, 30conforme 40ilustra a figura 50 8. 60<br />
Amostra VII y= 0,5419x + 0,0178 0,9965 0,033 0,005 0,015<br />
Figura 8 - Estudo cinético da Tempo reação (Minutos)<br />
Amostra VIII y= 0,4942x + 0,0063 0,9737 0,013 0,005 0,017<br />
Figura 8 - Estudo cinético da reação<br />
Amostra IX y= 0,2892x + 0,0132 0,9865 0,045 0,009 0,028<br />
Fonte: O autor.<br />
Amostra X y= 0,5385x + 0,0076 0,9956 0,014 0,005 0,015<br />
Fonte: O autor.<br />
De acordo com a figura 20, no intervalo entre 30 minutos a 45 minutos, não ocorre variação<br />
Fonte: O autor<br />
significativa do sinal, ou seja, a reação com o reagente de Schiff se estabiliza. Portanto, foi De acordo com a tabela 6, todas amostras apresentaram melhor ajuste com um coeficiente de<br />
escolhido o tempo de 35 minutos para se fazer análise das amostras.<br />
determinação altamente significativo. A concentração obtida foi expressa em percentagem<br />
volume por volume, que significa percentagem do metanol em 100 mL de cachaça.<br />
Conforme o INMETRO, o limite máximo tolerável para o metanol na cachaça é de 20 mg em 100<br />
De acordo com a tabela 6, todas amostras<br />
mL de álcool anidro. A concentração do metanol em miligramas por 100 mL de álcool anidro foi<br />
calculada com base na equação.<br />
mmmm<br />
0 10 20 30 40 50 60<br />
apresentaram = MMMM.ρρρρ.<br />
0,40 melhor ajuste com um coeficiente<br />
xxxx1000<br />
= é a massa específica de do determinação metanol 25 ºC (0,791 g/mL); altamente signi-<br />
xxxx1000<br />
Onde:<br />
Tempo (Minutos)<br />
ρρρρ<br />
Fonte: O autor.<br />
Fonte: O autor mmmm = é a massa (mg) do metanol em 100 mL de álcool anidro;<br />
MMMM = concentração do metanol encontrada pela curva analítica (% v/v);<br />
De acordo com a figura 20, no intervalo entre 30 minutos a 45 minutos, não ocorre variação ficativo. A concentração obtida foi expressa<br />
significativa do sinal, ou seja, a reação com o reagente de Schiff se estabiliza. Portanto, foi<br />
escolhido o tempo de 35 minutos para se fazer análise das amostras.<br />
Absorvância<br />
Absorvância<br />
0.05 0.15 0.25<br />
0.05 0.15 0.25<br />
De acordo com a figura 20, no intervalo<br />
entre 30 minutos a 45 minutos, não ocorre<br />
variação significativa do sinal, ou seja, a reação<br />
com o reagente de Schiff se estabiliza.<br />
Portanto, foi escolhido o tempo de 35 minutos<br />
para se fazer análise das amostras.<br />
4.2.1.2. Obtenção da curva analítica<br />
e predição das amostras.<br />
Devido à baixa concentração de metanol<br />
nas amostras de cachaça como alternativa<br />
foi feita adição de padrão de metanol em<br />
cachaça na faixa de 0,1% - 0,3% v/v, e a<br />
predição da concentração das amostras foi<br />
4.2.1.2.Obtenção da curva analíti<br />
Devido à baixa concentração de me<br />
de padrão de metanol em cachaça n<br />
amostras foi por extrapolação o<br />
concentração obtida de metanol em<br />
por extrapolação onde cada amostra apresentava<br />
a sua a curva tabela analítica. 5. A concentra-<br />
ilustra<br />
ção obtida de metanol em cachaça foi O LD e LQ foram determinados a<br />
faixa de 0,005 % – 0,047 % v/v, conforme<br />
das ilustra a amostras tabela 5. apresentaram concent<br />
Tabela 5. Predição das amostras no<br />
O LD e LQ foram determinados a partir do<br />
desvio padrão de vinte medidas do branco,<br />
onde 80% das amostras apresentaram concentração<br />
de metanol acima do limite de<br />
Amostra Equação<br />
Amostra I y=1,3268x + 0,0<br />
Amostra II y=0,8128x + 0,0<br />
Amostra III y= 0,4141x + 0,<br />
Amostra IV y= 0,5188x + 0,<br />
Amostra V y= 0,2432x + 0,<br />
Amostra VI y= 0,5895x + 0,<br />
Amostra VII y= 0,5419x + 0,<br />
Amostra VIII y= 0,4942x + 0,<br />
Amostra IX y= 0,2892x + 0,<br />
Amostra X y= 0,5385x + 0,<br />
em percentagem volume por volume, que<br />
Fonte: O autor.<br />
significa percentagem do metanol em 100<br />
mL de cachaça.<br />
De acordo com a tabela 6, todas a<br />
Conforme o INMETRO, o limite máximo<br />
determinação altamente significat<br />
tolerável para o metanol na cachaça é de 20<br />
volume mg em 100 mL por de álcool volume, anidro. A concentração<br />
do metanol o em INMETRO, miligramas por 100 o limite m<br />
que significa p<br />
Conforme<br />
mL de álcool anidro foi calculada com base<br />
mL de álcool anidro. A concentraç<br />
na equação.<br />
calculada com base na equação.<br />
mmmm = MMMM.ρρρρ.<br />
0,40 xxxx1000<br />
Onde:<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
23
Artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autor:<br />
Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />
Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />
Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Onde:<br />
ρ = é a massa específica do metanol 25 ºC<br />
(0,791 g/mL);<br />
m = é a massa (mg) do metanol em 100<br />
mL de álcool anidro;<br />
M = concentração do metanol encontrada<br />
pela curva analítica (% v/v);<br />
0,40 é o fator que corresponde ao teor de<br />
etanol na cachaça;<br />
Assim, a tabela 6 abaixo ilustra a concentração<br />
do metanol em miligramas por 100<br />
mL de álcool anidro.<br />
0,40 é o fator que corresponde ao teor de etanol na cachaça;<br />
Assim, a tabela 6 abaixo ilustra a concentração do metanol em miligramas por 100 mL de álcool<br />
anidro.<br />
Tabela 6. Concentração do metanol em amostras<br />
de cachaça<br />
Tabela 6. Concentração do metanol em amostras de cachaça<br />
Teor do metanol em cachaça Teor do metanol em álcool<br />
Amostras (% v/v)<br />
anidro (% m/v)<br />
Amostra I 0,005 9,9<br />
Amostra II 0,021 41,5<br />
Amostra III 0,042 83,1<br />
Amostra IV 0,025 49,4<br />
Tabela 7 .Determinação do metanol na cachaça<br />
Amostra V 0,047 92,9<br />
por análise de imagem digital.<br />
Amostra VI 0,020 39,6<br />
Amostra VII 0,033 65,3<br />
Tabela 7 .Determinação do metanol na cachaça por análise de imagem digital.<br />
Amostra VIII 0,013 25,7<br />
Canais Juntos Vermelho Verde Azul<br />
Amostra IX 0,045 89,0<br />
CH3OH CH3OH CH3OH CH3OH<br />
Amostra X 0,014 27,7<br />
R 2 (% v/v) R 2 (% v/v) R 2 (% v/v) R 2 (% v/v)<br />
Fonte: O autor.<br />
Fonte: O autor Amostra I<br />
Amostra II<br />
0,996<br />
0,909<br />
0,018<br />
0,035<br />
0,996<br />
0,894<br />
0,026<br />
0,038<br />
0,997<br />
0,900<br />
0,008<br />
0,030<br />
0,992<br />
0,996<br />
0,012<br />
0,045<br />
Amostra III 0,996<br />
Conforme ilustra a tabela 7, todas as amostras tiveram concentração do metanol superior a 20 mg<br />
Amostra IV 0,984<br />
/ 100 mL Conforme de álcool anidro, exceto ilustra a amostra a I que tabela está em conformidade 7, todas com a legislação as<br />
Amostra V 0,978<br />
0,039<br />
0,042<br />
0,038<br />
0,999<br />
0,986<br />
0,903<br />
0,046<br />
0,032<br />
0,024<br />
0,971<br />
0,983<br />
0,993<br />
0,017<br />
0,054<br />
0,005<br />
0,963<br />
0,970<br />
0,950<br />
0,076<br />
0,069<br />
0,150<br />
brasileira. Os teores obtidos de metanol variam de 9,9 a 92,9 (miligramas / 100 de álcool anidro)<br />
Amostra VI 0,997 0,014 0,999 0,009 0,993 0,008 0,992 0,054<br />
são superiores amostras aos resultados tiveram obtidos por concentração Franco, et al. (2017). Naquele do metanol<br />
estudo, os autores Amostra<br />
0,997 0,034 0,984 0,026 0,999 0,028 0,984 0,110<br />
utilizaram o ácido cromatrópico para reação colorimétrica e o software ImageJ para a VII<br />
quantificação do metanol em cachaça. Os teores de metanol oscilaram na faixa (11,12 - 23,50) Amostra<br />
superior a 20 mg / 100 mL de álcool anidro,<br />
0,998 0,013 0,990 0,017 0,999 0,001 0,998 0,028<br />
miligramas em 100 mL álcool anidro. Este fato corrobora a necessidade de um controle mais VIII<br />
Amostra IX 0,997 0,020 0,999 0,007 0,990 0,020 0,950 0,090<br />
rigoroso na produção da cachaça no Brasil.Com base nesses resultados, o método desenvolvido<br />
exceto a amostra I que está em conformi-<br />
Amostra X 0,967 0,016 0,942 0,020 0,981 0,010 0,989 0,019<br />
no presente trabalho mostrou uma certa eficácia, visto que o metanol é indesejado no processo de<br />
Fonte: O autor.<br />
produção da cachaça, assim a concentração do metanol deve ser a menor possível.<br />
dade com a legislação brasileira. Os teores<br />
De acordo com a tabela 7, quase todos modelos de regressão apresentaram melhor ajuste com<br />
4.2.1.3.Por imagem digital<br />
coeficiente de determinação altamente significativo. O canal RGB juntos teve melhor predição da<br />
A predição obtidos da concentração de das metanol amostras de cachaça variam por análise de imagem 9,9 digital a 92,9 foi feita para concentração das amostras com 80% dos dados correlacionados com o método de referência<br />
os canais RGB junto e separados (Canal vermelho, verde e azul). A tabela 10 mostra os resultados (espectrofotometria no UV-visível). Os resultados obtidos pelo canal RGB junto varia de 0,013<br />
para os (miligramas quatro canais. Os mesmos / 100 resultados de estão álcool tabelados anidro) no apêndice III são onde su-<br />
constam os % v/v à 0,042 % v/v de metanol em cachaça.<br />
De acordo com a tabela 7, quase todos<br />
valores do teste estatístico F, o p-valor, o desvio padrão relativo e os graus de liberdade. Oficialmente a concentração do metanol na cachaça é expressa em miligramas por 100 mL de<br />
álcool anidro, assim foi feita a conversão de acordo com a equação 25, onde obteve resultados<br />
de<br />
modelos<br />
acordo com a tabela<br />
de<br />
8, que<br />
regressão<br />
ilustra a concentração<br />
apresentaram<br />
do metanol em miligramas<br />
melhor<br />
por 100 mL de<br />
álcool anidro.<br />
periores aos resultados obtidos por Franco,<br />
et al. (2017). Naquele estudo, os autores<br />
utilizaram o ácido cromatrópico para reação<br />
colorimétrica e o software ImageJ para<br />
a quantificação do metanol em cachaça. Os<br />
teores de metanol oscilaram na faixa (11,12<br />
- 23,50) miligramas em 100 mL álcool anidro.<br />
Este fato corrobora a necessidade de<br />
um controle mais rigoroso na produção da<br />
cachaça no Brasil.Com base nesses resultados,<br />
o método desenvolvido no presente<br />
trabalho mostrou uma certa eficácia, visto<br />
que o metanol é indesejado no processo de<br />
produção da cachaça, assim a concentração<br />
do metanol deve ser a menor possível.<br />
4.2.1.3.Por imagem digital<br />
A predição da concentração das amostras<br />
de cachaça por análise de imagem digital foi<br />
feita para os canais RGB junto e separados<br />
(Canal vermelho, verde e azul). A tabela 10<br />
mostra os resultados para os quatro canais.<br />
Os mesmos resultados estão tabelados no<br />
apêndice III onde constam os valores do<br />
teste estatístico F, o p-valor, o desvio padrão<br />
relativo e os graus de liberdade.<br />
Fonte: O autor<br />
ajuste com coeficiente de determinação<br />
altamente significativo. O canal RGB juntos<br />
teve melhor predição da concentração das<br />
amostras com 80% dos dados correlacionados<br />
com o método de referência (espectrofotometria<br />
no UV-visível). Os resultados obtidos<br />
pelo canal RGB junto varia de 0,013 %<br />
v/v à 0,042 % v/v de metanol em cachaça.<br />
Oficialmente a concentração do metanol<br />
na cachaça é expressa em miligramas por<br />
100 mL de álcool anidro, assim foi feita a<br />
conversão de acordo com a equação 25,<br />
onde se obteve resultados de acordo com a<br />
tabela 8, que ilustra a concentração do metanol<br />
em miligramas por 100 mL de álcool<br />
anidro.<br />
Tabela 8. Concentração do metanol por análise<br />
de imagem digital.<br />
Tabela 8. Concentração do metanol por análise de imagem digital.<br />
Canais Juntos<br />
Vermelho Verde Azul<br />
CH3OH CH3OH (% CH3OH (% CH3OH<br />
(% m/v) m/v)<br />
m/v)<br />
(% m/v)<br />
Amostra I 35,6 51,4 15,8 23,7<br />
Amostra II 69,2 75,1 59,3 89,0<br />
Amostra III 77,1 91,0 33,6 150,3<br />
Amostra IV 83,1 63,3 106,8 136,4<br />
Amostra V 75,1 47,5 9,9 296,6<br />
Amostra VI 27,7 17,8 15,8 106,8<br />
Amostra VII 67,2 51,4 55,4 217,5<br />
Amostra VIII 25,7 33,6 2,0 55,4<br />
Amostra IX 39,6 13,8 39,6 178,0<br />
Amostra X 31,6 39,6 19,8 37,6<br />
Fonte: O autor.<br />
Fonte: O autor<br />
A Tabela 11 apresenta os resultados obtidos para a concentração do metanol no álcool anidro em<br />
função dos canais RGB juntos ou separados. Em virtude deste fato, será necessária uma discussão<br />
para comparar as diferentes metodologias.<br />
A Tabela 11 apresenta os resultados obti-<br />
4.2.1.4.Comparação das metodologias.<br />
Comparando-se as concentrações obtidas pelo método de referência (espectrofotometria de<br />
absorção no Vis) com os métodos desenvolvidos pela análise de imagem digital usando os canais<br />
dos para a concentração do metanol no álcool<br />
confiança anidro de 95%. em função dos canais RGB juntos<br />
RGB juntos ou ainda os canais Vermelho (Red) ou Verde (Green), através do teste t pareado cujo<br />
valor crítico é t(0,05;9) =2,26, verifica-se que não existem diferenças significativas com um nível de<br />
No entanto, quando utiliza a análise imagem digital usando o canal Azul (Blue), observa-se<br />
ou uma diferença separados. significativa entre Em os resultados virtude desta metodologia deste com fato, aquela será do método de<br />
referência. Dentre os três propostos, recomenda-se empregar a análise de imagem digital usandose<br />
os canais RGB juntos<br />
necessária uma<br />
(DDDD = 0,78),<br />
discussão<br />
devido ao fato<br />
para<br />
este apresentar<br />
comparar<br />
a menor diferença<br />
as<br />
entre o<br />
método proposto e o de referência conforme ilustra a tabela 9.<br />
diferentes metodologias.<br />
4.2.1.4. Comparação das metodologias.<br />
Comparando-se as concentrações obtidas<br />
pelo método de referência (espectrofotometria<br />
de absorção no Vis) com<br />
os métodos desenvolvidos pela análise<br />
de imagem digital usando os canais RGB<br />
juntos ou ainda os canais Vermelho (Red)<br />
ou Verde (Green), através do teste t pareado<br />
cujo valor crítico é t(0,05;9) =2,26,<br />
verifica-se que não existem diferenças<br />
significativas com um nível de confiança<br />
de 95%.
No entanto, quando se utiliza a análise de<br />
imagem digital usando o canal Azul (Blue),<br />
observa-se uma diferença significativa entre<br />
os resultados desta metodologia com aquela<br />
do método de referência. Dentre os três propostos,<br />
recomenda-se empregar a análise<br />
de imagem digital usando-se os canais RGB<br />
juntos (D= 0,78), devido ao fato este apresentar<br />
a menor diferença entre o método<br />
proposto e o de referência conforme ilustra<br />
a tabela 9.<br />
Tabela 9. Teste t pareado para a determinação do<br />
metanol em cachaça<br />
Tabela 9. Teste t pareado para a determinação do metanol em cachaça<br />
DETERMINAÇÃO DO METANOL NA CACHAÇA<br />
Teste t-pareado UV-Visível Vs RGB UV-Visível Vs R UV-Visível Vs G UV-Visível Vs B<br />
t(calculado) 0,09 0,37 1,33 3,96<br />
0,78 4,35 16,61 76,81<br />
DDDD<br />
Fonte: O autor.<br />
Avaliando-se a tabela 9, a concentração do metanol variou de 25,7 a 83,1 mg / 100 mL álcool<br />
anidro usando os RGB juntos, àquele de melhor performance. Estes resultados são superiores a<br />
20 mg / 100 mL que é o limite máximo tolerável para o metanol na cachaça de acordo com a<br />
legislação brasileira. O presente trabalho é pioneiro na utilização de análise de imagem digital<br />
para determinação do metanol em cachaça usando o pacote EBImage.<br />
Avaliando-se a tabela 9, a concentração do<br />
metanol variou de 25,7 a 83,1 mg / 100 mL<br />
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Existem vários softwares que fazem análise de imagem digital e diferentes dispositivos usados<br />
álcool anidro usando os RGB juntos, àquele de<br />
para a aquisição da imagem digital, mas a utilização do smartphone mostrou ser uma alternativa<br />
viável para a determinação do ferro em amostras de água potável e metanol na cachaça.<br />
A análise de imagem digital depende da intensidade luminosa, pois é fundamental criar condições<br />
melhor performance. Estes resultados são superiores<br />
Na determinação a do 20 ferro mg total amostra / 100 de água potável, mL o método que proposto é o não limite teve sensibilidade má-<br />
para não ter interferência da luz externa no processo de aquisição da imagem digital. Neste<br />
sentido, foi construída a caixa preta para como meio ou ambiente para a captura da imagem digital.<br />
para quantificar o ferro com concentração < 2,0 µg. mL -1 . Consequentemente, foi feita a<br />
fortificação da amostra com 5 µg. mL -1 . O método proposto apresentou uma diferença<br />
ximo significativa tolerável na média aritmética para quando comparado o metanol com o método de na referência. cachaça Pode-se atribuir de<br />
este fato, a intensidade das fitas de LED, pois durante o processo da captura de imagem digital<br />
era notório que as fitas de LED eram refletidas na placa de toque.<br />
acordo com a legislação brasileira. O presente<br />
A determinação do metanol na cachaça por imagem digital foi peculiar devido à instabilidade do<br />
reagente do Schiff, porque com o passar do tempo este reagente perde o sulfito em forma de gás,<br />
alterando assim a acidez do meio, diminuindo a sua eficácia na identificação dos aldeídos.<br />
trabalho é pioneiro na utilização de análise de<br />
Foi necessário fazer um estudo cinético para se determinar o tempo da reação, sendo este<br />
estabelecido como 35 minutos a determinação simultânea no método proposto e no método<br />
imagem de referência. digital para determinação do metanol<br />
voltímetro em digital. cachaça usando o pacote<br />
Para a determinação do metanol na cachaça, a caixa preta sofreu pequenas modificações na parte<br />
elétrica. Foi colocado um potenciômetro 5 K, para regular a intensidade da luz acoplado um com<br />
EBImage.<br />
5. Considerações Finais<br />
Existem vários softwares que fazem análise<br />
de imagem digital e diferentes dispositivos<br />
usados para a aquisição da imagem digital,<br />
mas a utilização do smartphone mostrou ser<br />
uma alternativa viável para a determinação<br />
do ferro em amostras de água potável e do<br />
metanol na cachaça.<br />
A análise de imagem digital depende da<br />
intensidade luminosa, pois é fundamental<br />
criar condições para não ter interferência<br />
da luz externa no processo de aquisição da<br />
imagem digital. Neste sentido, foi construída<br />
a caixa preta para como meio ou ambiente<br />
para a captura da imagem digital.<br />
Na determinação do ferro total amostra de<br />
água potável, o método proposto não teve<br />
sensibilidade para quantificar o ferro com<br />
concentração < 2,0 µg. mL -1 . Consequentemente,<br />
foi feita a fortificação da amostra<br />
com 5 µg. mL -1 . O método proposto apresentou<br />
uma diferença significativa na média<br />
aritmética quando comparado com o método<br />
de referência. Pode-se atribuir este fato, a<br />
intensidade das fitas de LED, pois durante o<br />
processo da captura de imagem digital era<br />
notório que as fitas de LED eram refletidas<br />
na placa de toque.<br />
A determinação do metanol na cachaça<br />
por imagem digital foi peculiar devido à<br />
instabilidade do reagente do Schiff, porque<br />
com o passar do tempo este reagente<br />
perde o sulfito em forma de gás, alterando<br />
assim a acidez do meio, diminuindo a<br />
sua eficácia na identificação dos aldeídos.<br />
Foi necessário fazer um estudo cinético<br />
para se determinar o tempo da reação, sendo<br />
este estabelecido como 35 minutos para<br />
a determinação simultânea no método proposto<br />
e no método de referência.<br />
Para a determinação do metanol na cachaça,<br />
a caixa preta sofreu pequenas modificações na<br />
parte elétrica. Foi colocado um potenciômetro<br />
5 K, para regular a intensidade da luz acoplado<br />
um com voltímetro digital.<br />
A captura de imagem digital foi feita no<br />
ambiente com potencial de 7,5 volt. Esta<br />
otimização foi determinante para a quantificação<br />
do metanol com êxito, visto que o<br />
método proposto não apresentou diferença<br />
entre a média aritmética dos dois conjuntos.<br />
Assim, o uso do “smartphone” para a determinação<br />
do ferro em amostras de água potável<br />
e metanol em cachaça, por análise de<br />
imagem digital pode ser uma boa alternativa,<br />
mas com uma margem de erro similar ao<br />
do método espectroscópico.<br />
A metodologia proposta mostrou-se eficiente<br />
frente as amostras de cachaça e água<br />
potável, pois oferece muitas vantagens,<br />
visto que ela é rápida, e pode se transportar<br />
os equipamentos para qualquer lugar, é<br />
de fácil manuseio e não envolve elevados<br />
custos financeiros.<br />
Recomenda-se para as futuras pesquisas:<br />
• A determinação de outros analitos por<br />
meio de reações colorimétricas;<br />
• Na caixa preta, para além de usar uma<br />
fonte de 12 volt, pode se usar uma bateria ou<br />
ainda um sistema acoplado a um painel solar;<br />
• Para as escolas que não tem laboratório<br />
ou apresentam deficiência em termo de<br />
equipamentos laboratoriais este trabalho<br />
pode ser uma melhor alternativa para fins<br />
didáticos ou aulas práticas nestes locais.<br />
Perspectiva<br />
Utilizar a metodologia para determinação<br />
de ferro total em amostras de água potável,<br />
metanol em cachaça (em campo) e determinar<br />
ferro na farinha de milho e de trigo.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
25
Artigo 2<br />
Imagem Ilustrativa<br />
Autor:<br />
Dário Mário Napoleão Armando dos Santos*<br />
Universidade Púnguè, Bairro Heróis Moçambicanos, CP 323,<br />
Chimoio-Moçambique, tel.: 251 24700, Fax: 251 24758<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
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SWINEHART, D. The beer-lambert law. J. Chem. <strong>Ed</strong>uc, v. 39, n. 7, p.<br />
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FEDERAL DE CAMPINAS, ESTATCAMP (Consultoria Estatística e<br />
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58-teste-t-pareado >.Acesso em 29 Dec. 2017 • VENKATARAMAN,<br />
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0323145701. • VILELA, F. J. et al. Determinação das composições<br />
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Ciências e Agrotecnologia, v. 31, n. 4, p. 1089-1094, 2007. •<br />
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and seawater. <strong>Analytica</strong>l Chemistry, v. 64, n. 22, p. 2826-2830,<br />
1992. ISSN 0003-2700.
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Espectrometria de Massa<br />
A cromatografia a gás acoplada à<br />
espectrometria de massas - GC/MS<br />
Por Oscar Vega Bustillos*<br />
A técnica da Cromatografia a gás acoplada a<br />
previamente estabelecidos e conhecidos. Por<br />
de temperatura no sistema de injeção favorece a<br />
Espectrometria de massas abre novos caminhos<br />
outro lado o MS discrimina os analitos por meio<br />
vaporização da amostra, para amostras líquidas<br />
para elucidar a estrutura da matéria. Esta técnica<br />
de sua razão massa/carga (m/z), mas tem a<br />
ou sólidas, sendo introdução direta para amos-<br />
é denominada técnica hibrida já que cada uma<br />
contribuição no seu espectro de fracionamentos<br />
tras gasosas. Os analítos no estado gasoso são<br />
das suas partes realiza um determinado proces-<br />
moleculares além das contribuições isotópicas,<br />
carregados pelo gás de arrastre para a coluna. A<br />
so analítico, a cromatografia a gás em inglês GC<br />
facilitando a identificação do analito por meio<br />
coluna capilar é constituída por sílica fundida de<br />
“Gas Chromatography”, realiza a separação dos<br />
do espectro de massas (Figura 2).<br />
diâmetro interno de 0,1 mm com fase estacioná-<br />
componentes de uma mistura gasosa a ser anali-<br />
ria interna, polar ou apolar, de acordo afinidade<br />
sada e a espectrometria de massas, em inglês MS<br />
A cromatografia a gás é definida como um<br />
dos analistos. A coluna fica condicionada num<br />
“Mass Spectrometry”, realiza a identificação dos<br />
método físico-químico de separação dos com-<br />
forno resistivo programável. A programação da<br />
componentes químicos gasosos separados pelo<br />
ponentes de uma mistura, que são distribuídas<br />
temperatura na coluna contribui para separação<br />
GC. Desta forma o analisador GC/MS (Figura 1)<br />
em duas fases intimamente ligadas: fase es-<br />
dos analitos devido as suas características, tais<br />
funciona no modo Tandem, onde os compostos<br />
tacionária contida na coluna cromatográfica e<br />
como, volatilidade, ponto de ebulição, peso<br />
químicos precursores de uma mistura gasosa são<br />
fase móvel, denominado gás de arraste que a<br />
molecular e estabilidade térmica. Cada espécie<br />
separados pelo GC e logo detectados e quantifica-<br />
percorre, contendo os analitos a serem separa-<br />
separada apresentará diferente tempo de reten-<br />
dos em seus produtos, pelo MS. Quem trabalha<br />
dos. Durante a passagem da fase móvel sobre<br />
ção (RT), que ao chegar ao fim da coluna, segue<br />
com cromatografia denomina o MS como detec-<br />
a estacionária, os componentes do analito são<br />
para o detector.<br />
tor num sistema GC/MS, mas quem trabalha com<br />
distribuídos e retidos na fase estacionária con-<br />
MS denomina o GC como sistema de introdução<br />
forme a sua afinidade físico-química, sendo logo<br />
O detector dos analítos é o Espectrômetro de<br />
de amostra, cabe ao leitor decidir a preferencia.<br />
eluídos seletivamente em direção ao analisador,<br />
massas. O MS esta constituído de fonte de íons,<br />
resultando em migrações diferenciais para cada<br />
analisador e detector (Figura 1). Quando uma das<br />
O GC/MS aumentou o poder analítico enor-<br />
analito, cuja unidade é o Tempo de Retenção –<br />
substâncias emerge da coluna e ingressa no Espec-<br />
memente na química. O GC acoplado com outro<br />
TR, medida em minutos.<br />
trômetro de massas, através da linha de transfe-<br />
detector, não sendo o MS, tal como o da Ioniza-<br />
rência, a mesma interage com elétrons acelerados<br />
ção de Chama (Flame Ionization Detector – FID)<br />
As principais partes de um cromatógrafo são<br />
emanados por um filamento, gerando íons do<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
e conhecido como GC/FID, realiza análises de<br />
compostos químicos somente quando o analisador<br />
é calibrado anteriormente com padrões<br />
(Figura 1): o injetor, coluna e detector, neste caso<br />
o MS. A amostra líquida, gasosa ou sólida, contendo<br />
os analítos é introduzida no injetor. O uso<br />
analíto na fonte de íons. Nesse local os analitos na<br />
forma de íons são fragmentados de acordo a suas<br />
ligações químicas (Figura 2) seguindo um padrão
Espectrometria de Massa<br />
de fragmentação constante e único para uma dada<br />
cada segundo, com uma vantagem, podendo ser<br />
instrumento que funciona a pressões positivas e<br />
energia de ionização que geralmente é de 70 eV, tal<br />
comparados com o banco de dados da NIST para<br />
outra negativa? Como coletar tantos dados em<br />
como uma impressão digital para cada molécula do<br />
uma possível detecção do analito desejado. Todo<br />
cada análise realizada? Sendo que a eluição dos<br />
analíto em estudo, facilitando a construção de um<br />
espectro de massas (Figura 2b) apresenta a in-<br />
analítos gerando um cromatograma, demora<br />
banco padrão de espectros de massas de interesse,<br />
tensidade relativa dos íons fragmentos e do íon<br />
em torno de 30 a 60 minutos, armazenando um<br />
entre estes os padrões da “National Institute of Stan-<br />
molécula de cada analito (eixo y) em função da<br />
espectro de massas por segundo isto significa<br />
dards and Technology – NIST”.<br />
razão m/z (eixo x) de cada fragmento detectado.<br />
1800 a 3600 espectros de massas por análise,<br />
acarretando a necessidade de Megabytes (MB)<br />
Os íons gerados na fonte de íons são acelera-<br />
A união do GC/MS demorou a ser descoberta<br />
de memória no computador.<br />
dos e introduzidos no analisador de quadrupolo,<br />
devido as suas peculiaridades intrínsecas, o GC<br />
constituído de quatro barras cilíndricas ligadas<br />
trabalha a pressões positivas, isto é, pressões<br />
Para resolver o problema da incompatibilidade<br />
eletricamente em DC e RF em pares, mas com<br />
maiores à atmosférica e o MS a pressões ne-<br />
de pressões, foi desenvolvida uma bomba de<br />
fases opostas eletronicamente. Dentro deste<br />
gativas, isto é, vácuo. Como compatibilizar um<br />
vácuo mais potente, para poder drenar rapida-<br />
campo eletromagnético, os íons do analíto sofrem<br />
o efeito eletromagnético e são filtrados<br />
pelas barras cilíndricas de acordo com sua razão<br />
massa/carga (m/z). Somente uma espécie de<br />
íons com uma determinada m/z passará através<br />
dos quadrupolos sem colidir com as barras. Finalmente,<br />
estes íons são detectados e contados<br />
pelo multiplicador de elétrons, denominado detector.<br />
Desta forma discretizando massas de 1<br />
a 1090 m/z, em intervalos de tempo de micro<br />
segundos é construído um espectro de massas<br />
em menos que um segundo. O número de íons<br />
de cada espectro de massas gerado é utilizado<br />
para construir o cromatograma por meio de<br />
um “software”. Assim, todo GC/MS gera duas<br />
informações para o analista químico, um cromatograma<br />
e milhares de espectros de massas. O<br />
cromatograma (Figura 2a) apresenta a intensidade<br />
total dos íons detectados “Total Ion Current<br />
- TIC” (eixo y) em função do Tempo de Retenção<br />
em minutos da eluição de cada analito (eixo x).<br />
Os espectros de massas apresentam as análises<br />
dos compostos químicos presentes na eluição a<br />
Fonte: Redígolo, 2020<br />
Figura 1: Analisador GC/MS. Constituído de dois compartimentos separados: um contém o GC e outro o MS. O<br />
GC está composto por: injetor da amostra, coluna cromatográfica e forno resistivo programável. O MS está formado<br />
por: da fonte de íons, analisador de massas quadrupolar e detector de íons. O MS funciona sob alto vácuo<br />
obtida por meio de bomba turbomolecular e bomba mecânica de pré-vácuo.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
29
Espectrometria de Massa<br />
mente o MS. Assim surgiu a bomba de vácuo<br />
Turbo-molecular (Figura 1). Além disso, teve<br />
que se diminuir o fluxo da fase móvel da coluna<br />
cromatográfica atingindo-se até 1 mL/min.<br />
Para resolver o problema da coleta de amostras<br />
do GC/MS, computadores com maior capacidade<br />
de memória são utilizados. O Prof. Peter<br />
Atkins no seu livro “What is chemistry?” diz: “O<br />
instrumento que transformou a química, assim<br />
como transformou a vida nesta última década<br />
é o computador. Graças ao computador pode<br />
se simular e modelar as novas moléculas sintetizadas,<br />
sendo esta nova ciência denominada<br />
química computacional”. A mesma é aplicada<br />
no analisador GC/MS.<br />
Vários modos de análise no GC/MS são possíveis<br />
de serem utilizados. Entre estes: modo “scan<br />
mass - SCAN” ou varredura de massas, onde são<br />
analisadas todas as massas dos analitos num determinado<br />
intervalo de massas. Este modo é utilizado<br />
para análise de uma amostra desconhecida.<br />
Modo “Selected Ion Monitoring - SIM” onde apenas<br />
os íons desejados são monitorados, analisando<br />
só uma ou várias espécies iônicas específicas.<br />
Este modo é utilizado na análise quantitativa de<br />
um ou vários analítos (Figura 2a).<br />
Superados os problemas da gênesis do GC/MS,<br />
hoje em dia é um analisador versátil para a análise<br />
de compostos químicos especialmente a nível<br />
traços. Seus usuários cada dia exploram mais<br />
o analisador tornando um instrumento de rotina<br />
no laboratório de análises química sendo até<br />
utilizados nas explorações extraterrestres pela<br />
NASA. Diminuiu seu tamanho, tornando-se um<br />
analisador de bancada, comercialmente vendido<br />
como “Bench-Top”. Além disso, o seu custo, ficou<br />
cada vez mais accessível para os mais humildes<br />
laboratórios.<br />
O GC/MS é um método rápido que fornece informações<br />
valiosas sobre a análise de produtos<br />
naturais usado para analisar misturas orgânicas<br />
e bioquímicas complexas, pesticidas e compostos<br />
orgânicos voláteis e semivoláteis no meio<br />
ambiente. A principal desvantagem do uso do<br />
GC/MS é de ser incapaz de analisar compostos<br />
não voláteis, polares ou termicamente lábeis,<br />
sendo necessária a derivatização para aumentar<br />
a volatilidade e a estabilidade térmica desses<br />
compostos.<br />
(A)<br />
(B)<br />
Fonte: Sassine, 2002<br />
Figura 2: Análise do Piretróide Cipermetrina na matriz leite.<br />
(a) Cromatograma da molécula Cipermetrina em modo<br />
SIM, monitorando os íons m/z 127, 163 e 181. Assinala-se<br />
a presença de quatro diasterónimos cis-1, cis-2, trans-1 e<br />
trans-2; A, B, C, D, respectivamente. (b) Espectro de massas<br />
da Cipermetrina apresentando o íon molécula m/z 415,<br />
altamente fragmentado e seus principais fragmentos m/z<br />
77, 91, 127, 163, 181 com suas respectivas representações<br />
iônicas químicas.<br />
Referências bibliográficas<br />
1) Sassine, A.; Moura, S.; Léo, V. and Bustillos, O. “Cypermethrin<br />
residues determination in the milk of a lactating dairy<br />
cow by gas chromatography – Ion Trap mass spectrometry”.<br />
J. of <strong>Analytica</strong>l Toxicology. V.28, 2004.<br />
2) Redígolo, M.M.; Costa, I.; Vega, O. “Cadernos de ciência<br />
da conservação Volume 1. Tintas brasileiras”. <strong>Ed</strong>. Scortecci.<br />
1ª <strong>Ed</strong>. 2020.<br />
3) Atkins, P. “What is chemistry”. Oxford University Press. 2013.<br />
30<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
*Oscar Vega Bustillos<br />
Pesquisador do Centro de Química e Meio Ambiente CQMA do Instituto de Pesquisas<br />
Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP<br />
Tel.: 55 11 3133-9343 E-mail: ovega@ipen.br - Site: www.vegascience.blogspot.com.br
Metrologia<br />
32<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
A Metrologia: Histórico<br />
O homem e a metrologia caminham juntos desde os primórdios da<br />
civilização. Vestígios da utilização de técnicas de medição remontam desde as<br />
Metrologia: Um primeiras agregações instrumento<br />
humanas rudimentares. A medida que os grupos sociais<br />
de Soberania e Cidadania<br />
A Metrologia: Histórico<br />
O homem e a metrologia caminham juntos<br />
desde os primórdios da civilização. Vestígios<br />
da utilização de técnicas de medição<br />
remontam desde as primeiras agregações<br />
humanas rudimentares. A medida que os<br />
grupos sociais aumentavam, as técnicas de<br />
medir também evoluíam. É difícil imaginar<br />
que egípcios, maias ou astecas construíram<br />
os históricos monumentos que sobrevivem<br />
até hoje sem técnicas de medição apuradas<br />
e padrões de medição previamente estabelecidos.<br />
[SOUZA 2010].<br />
O desmembramento de grupos humanos<br />
primários provocou o surgimento de diferentes<br />
padrões de medição. Ao longo do tempo, tal<br />
conjuntura dificultava o comércio entre eles, o<br />
que gerou preocupação entre os governantes,<br />
que passaram a promover a uniformização das<br />
unidades de medida de modo que pudessem<br />
ser de utilização geral. Assim, surgiram as primeiras<br />
referências ao corpo humano, usadas<br />
como padrões de medidas tais como: pés, braças,<br />
polegadas, palmo, cúbito etc.....<br />
Metrologia: Um instrumento de Soberania e Cidadania<br />
Daroda, R.J.; Souza, T.L.; Barros, A.O.; Rodrigues, J.M.; Cunha, V.S.<br />
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro,<br />
Av. N.S das Graças, 50, Xerém – Duque de Caxias, RJ<br />
aumentavam, as técnicas de medir também evoluíam. É difícil imaginar que<br />
egípcios, maias ou astecas construíram os históricos monumentos que<br />
sobrevivem até hoje sem técnicas de medição apuradas e padrões de medição<br />
previamente estabelecidos. [SOUZA 2010].<br />
O desmembramento de grupos humanos primários provocou o surgimento de<br />
diferentes padrões de medição. Ao longo do tempo, tal conjuntura dificultava o<br />
comércio entre eles, o que gerou preocupação entre os governantes, que<br />
passaram a promover a uniformização das unidades de medida de modo que<br />
pudessem ser de utilização geral. Assim, surgiram as primeiras referências ao<br />
corpo humano, usadas como padrões de medidas tais como: pés, braças,<br />
polegadas, palmo, cúbito etc.....<br />
Padrões baseados nos membros do corpo humano [WORDPRESS 2016]<br />
Estas referências por si só não resolveram<br />
o problema uma vez que cada cidadão tinha<br />
referências diferentes, resultando em medições<br />
sem correspondência entre si. Assim,<br />
cada povo definiu que tais referências fossem<br />
obtidas tendo como padrão o rei, imperador,<br />
chefe, etc. Um exemplo característico<br />
é encontrado na civilização egípcia, há 5000<br />
anos, onde a unidade de comprimento era<br />
o cúbito do Faraó, padrão materializado na<br />
forma de uma barra de granito [WORDPRESS<br />
2016] O padrão de trabalho era uma barra<br />
de madeira que deveria ser periodicamente<br />
comparada com aquele baseado no Faraó.<br />
Estabeleceu-se assim a rastreabilidade da<br />
de uma barra de granito [WORDPRESS 2016] O padrão de trabalho era uma<br />
barra unidade de madeira metrológica.<br />
que deveria ser periodicamente comparada com aquele<br />
baseado no Faraó. Estabeleceu-se assim a rastreabilidade da unidade<br />
metrológica.<br />
O cúbito do Faraó [WORDPRESS 2016]<br />
O cúbito do Faraó [WORDPRESS 2016]<br />
Ainda hoje, é possível observar nas fortificações, castelos ou até igrejas<br />
marcas gravadas na pedra, que serviam de padrão para os negócios da<br />
cidade.<br />
de uma barra de granito [WORDPRESS 2016] O padrão de trabalho era uma<br />
barra de madeira que deveria ser periodicamente comparada com aquele<br />
baseado no Faraó. Estabeleceu-se assim a rastreabilidade da unidade<br />
metrológica.<br />
Ainda hoje, é possível observar nas fortificações,<br />
castelos ou até igrejas marcas gravadas<br />
na pedra, que serviam de padrão para os<br />
negócios da cidade.<br />
O cúbito do Faraó [WORDPRESS 2016]<br />
Ainda hoje, é possível observar nas fortificações, castelos ou até igrejas<br />
marcas gravadas na pedra, que serviam de padrão para os negócios da<br />
cidade.<br />
Estas referências por si só não resolveram o problema uma vez que<br />
cada Padrões cidadão baseados tinha referências nos membros diferentes, do resultando corpo humano em medições sem<br />
correspondência entre si. Assim, cada povo definiu que tais referências fossem<br />
obtidas [WORDPRESS tendo como 2016] padrão o rei, imperador, chefe, etc. Um exemplo<br />
característico é encontrado na civilização egípcia, há 5000 anos, onde a<br />
unidade de comprimento era o cúbito do Faraó, padrão materializado na forma<br />
Padrão do Côvado da Igreja da Misericórdia do Sabugal. Séc. XIV (Museu do IPQ) (SOUSA 2010)<br />
Na medida em que as civilizações foram evoluindo, o comércio entre<br />
elas Padrão crescia, do ocasionando Côvado da Igreja sérios da problemas Misericórdia em do função Sabugal. dos Séc. padrões adotados<br />
em cada região, país ou comunidade. A necessidade de uma padronização<br />
XIV (Museu do IPQ) (SOUSA 2010)<br />
mundial das unidades de medida ficava cada vez mais premente. O comércio<br />
interno beneficiando e protegendo a sociedade e o comércio internacional<br />
promovendo o desenvolvimento econômico seriam definitivamente<br />
consolidados.<br />
Na medida em que as civilizações foram<br />
evoluindo, o comércio entre elas crescia, ocasionando<br />
sérios problemas em função dos<br />
padrões adotados em cada região, país ou<br />
comunidade. A necessidade de uma padronização<br />
mundial das unidades de medida ficava<br />
cada vez mais premente. O comércio interno<br />
beneficiando e protegendo a sociedade e o<br />
comércio internacional promovendo o desenvolvimento<br />
econômico seriam definitivamente<br />
consolidados.<br />
O grande passo na direção da uniformização dos padrões de medição<br />
se deu no século XVIII, com a Revolução Francesa quando a França introduziu<br />
o sistema métrico decimal. Em 20 de maio de 1875, um tratado internacional foi<br />
assinado por 17 países (o Brasil entre eles) conhecido como a “Convenção do<br />
O grande passo na direção da uniformização<br />
dos padrões de medição se deu no século<br />
XVIII, com a Revolução Francesa quando a<br />
França introduziu o sistema métrico decimal.<br />
Em 20 de maio de 1875, um tratado internacional<br />
foi assinado por 17 países (o Brasil<br />
Padrão do Côvado da Igreja da Misericórdia do Sabugal. Séc. XIV (Museu do IPQ) (SOUSA 2010)<br />
Na medida em que as civilizações foram evoluindo, o comércio entre<br />
elas crescia, ocasionando sérios problemas em função dos padrões adotados
Metrologia<br />
entre eles) conhecido como a “Convenção do<br />
À medida que o comercio entre os países<br />
“.... la sovranitá metrológica assurgeva a<br />
Metro”. A partir de então, foram instituídas<br />
europeus e entre as colônias e os países eu-<br />
símbolo del diritto di sovranitá nel próprio<br />
três instâncias para conduzir a uniformização<br />
ropeus aumentava, intensificado com a vin-<br />
âmbito e de libertá ed autonomia da altri<br />
internacional das medições: CGPM, CIPM e<br />
da para o Brasil da família real em 1808, a<br />
sovrani.” (NOBILI 1997)<br />
BIPM. [DIAS 1998]<br />
uniformização dos padrões se tornava cada<br />
(“... a soberania metrológica surgia como<br />
vez mais necessária.<br />
símbolo do direito de soberania em sua<br />
Ano após ano, cresce a adesão de países à<br />
própria esfera e de liberdade e autonomia<br />
Convenção do Metro. Não participar é quase<br />
Em 1795, durante a Revolução Francesa, a<br />
de outros soberanos.”).<br />
que uma exclusão do comércio internacional,<br />
Convenção da Revolução sancionou a lei que<br />
o que significa enfrentar sérios problemas<br />
criou o Sistema Métrico Decimal estabelecen-<br />
Já em Portugal, D. João VI incentiva a<br />
econômicos internos e privar a sociedade do<br />
do o metro, quilograma e litro como as pri-<br />
adoção no Brasil do sistema decimal de<br />
desenvolvimento econômico e social e seu<br />
meiras unidades de medida. Iniciava-se lenta-<br />
pesos e medidas. No entanto, seu retorno<br />
bem estar.<br />
mente a uniformização metrológica na França.<br />
a Portugal provocou instabilidade no Brasil<br />
e forçou D. Pedro a proclamar a indepen-<br />
Metrologia: a História no Brasil<br />
D. João VI volta a Portugal em 1821 e dei-<br />
dência em 1822, iniciando o período do<br />
O descobrimento do Brasil pela coroa portu-<br />
xa na colônia seu filho, o Príncipe D. Pedro.<br />
Brasil Império. Neste período, de 1822 a<br />
guesa e a instauração de um governo provisó-<br />
O sistema decimal se consolidava na França<br />
1889, que corresponde ao primeiro e se-<br />
rio na nova colônia trouxe junto as legislações<br />
e provocava adesões em outros países euro-<br />
gundo reinados, embora várias tentativas<br />
em vigor em Portugal. Entre elas as regras e os<br />
peus para facilitar o comércio. No período de<br />
com projetos de lei legislativos tivessem<br />
controles relacionados ao sistema de medição.<br />
permanência de D. João VI no Brasil, houve<br />
sido apresentadas para implantação do sis-<br />
Em Portugal, na época do descobrimento do<br />
ganhos importantes como a abertura dos<br />
tema métrico decimal nunca tiveram efeito<br />
Brasil, havia uma grande diversidade de me-<br />
portos para nações amigas, infraestrutura<br />
prático. Em 1862, D. Pedro II, através da Lei<br />
didas nas diferentes regiões a despeito das<br />
de transporte e instalação de indústrias,<br />
Imperial 1.157, oficialmente implantou<br />
determinações dos Reis para que houvesse<br />
especialmente a siderurgia. Isto provocou<br />
o sistema decimal no Brasil. Também não<br />
uniformização de padrões no País. Esta diver-<br />
aumento do comércio internacional, antes<br />
houve resultado prático. O Brasil continuava<br />
sidade de medidas veio com os portugueses<br />
exclusivo com Portugal, pressionando a uni-<br />
uma “babel de medidas”. D. Pedro II, defen-<br />
para a colônia que passou a ter em cada região<br />
formização do sistema de pesos e medidas<br />
sor do Sistema Métrico Decimal, tornou o<br />
padrões metrológicos diferentes. A expansão e<br />
para o sistema decimal já em implantação<br />
Brasil em 1875, um dos 17 países signatá-<br />
a dispersão geográfica, a diversidade política e<br />
em Portugal.<br />
rios da Convenção do Metro que criou uma<br />
econômica das regiões, a corrupção dos fun-<br />
organização internacional para difundir<br />
cionários, almotacés ou empregados da coroa<br />
Cabe destacar que, se olharmos desde a anti-<br />
e implantar o sistema métrico decimal<br />
responsáveis pela aferição dos pesos e medi-<br />
guidade os aspectos metrológicos, pesos e me-<br />
uniformizando as medidas e facilitando o<br />
das, intensificaram as diferenças que chegou a<br />
ser chamada de “babel das medidas”.<br />
didas sempre foram instrumentos de afirmação e<br />
exercício de poder (KULA 1999). Nobili escreveu:<br />
comércio internacional. [DIAS 1998] [ZUIN<br />
2016]<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
33
Metrologia<br />
Embora signatário, o Brasil não havia ratifica-<br />
“O Presidente da República:<br />
Internacional do Metro (de 20 de maio de<br />
do a Convenção. A assinatura “ad referendum”<br />
pelo representante do Brasil foi erroneamente<br />
interpretada pela convenção como já estando<br />
aprovada pelo Congresso. O engano não foi<br />
corrigido e, com o pagamento das anuidades<br />
e participação na reunião da Convenção do<br />
Metro em 1921 (que modificou a aquela de<br />
1875), ficou como membro até 1932, quando<br />
saiu definitivamente por falta de recursos. A<br />
Considerando a importância e a necessidade<br />
urgente da fixação das unidades de medidas e<br />
respectivos padrões que as indústrias, em sua<br />
incessante evolução, têm sido levadas a criar e<br />
cujo interesse só é comparável ao da fixação da<br />
moeda nacional;<br />
Considerando que a legislação vigente sobre pesos<br />
e medidas já se tornou, além de antiquada, técnica<br />
e juridicamente inaplicável, fato que tolhe, até certo<br />
ponto, a ação dos poderes públicos, além de criar<br />
1875). Os nomes, as definições, as representações<br />
e os símbolos destas unidades<br />
deverão constar do quadro que o Governo<br />
organizará e expedirá com o regulamento a<br />
ser baixado para execução deste decreto-lei.”<br />
O Art. 2º proíbe em qualquer transação o<br />
uso de outra medida diferente da estabelecida<br />
no Art. 1º.<br />
instabilidade política com o início do Estado<br />
sérios embaraços e prejuízos ao comércio, à indús-<br />
O Brasil, tanto em 1875 como em 1921,<br />
Novo em 1930, através do governo provisório<br />
de Getúlio Vargas e a Revolução Constitucionalista<br />
em 1932 deixou a metrologia em segundo<br />
plano. [PROJETO Congresso 1952]<br />
tria, à técnica e ao público em geral;<br />
E usando da faculdade que lhe confere o artigo<br />
180 da Constituição<br />
DECRETA:” (....)<br />
assinou a Convenção do Metro, porem, o Congresso<br />
Brasileiro em nenhuma das assinaturas<br />
havia ratificado. Isto colocava o Brasil, embora<br />
usando o sistema métrico decimal, a margem<br />
da Convenção do Metro e das decisões do<br />
Com a reestabilização do governo o tema<br />
metrologia volta ao cenário e o Sistema Métrico<br />
Decimal implantado pela Convenção do<br />
Mostra de forma clara e inequívoca a necessidade<br />
urgente de harmonização do sistema<br />
de medidas no País, em sintonia com o sistema<br />
já adotado internacionalmente sob pena<br />
CIPM e BIPM. Em 1952 através do Projeto de<br />
Lei nº 2580 o Congresso ratifica Convenção<br />
Internacional do Metro, pressionado pela sociedade<br />
e pelos setores produtivos. O Brasil, a<br />
Metro ganha força legal.<br />
de criar sérios prejuízos ao comércio com con-<br />
partir de 1952, passa a aderir plenamente a<br />
sequente paralisação do desenvolvimento in-<br />
Convenção e a receber oficialmente todas as<br />
Embora o sistema decimal de medidas já<br />
houvesse sido implantado em 1862 com a Lei<br />
Imperial 1.157, promulgada por D. Pedro II,<br />
[LEI IMPERIAL 1862] o sistema legal de medidas<br />
e instrumentos de medir foi novamente<br />
regulamentado pelo Decreto-Lei nº 592 de<br />
1938 e nos decretos nº 886 de novembro de<br />
1938 e nº 4.257 de junho de 1939. O Decre-<br />
dustrial e uma afronta à cidadania do povo na<br />
medida em que a ausência de uma legislação<br />
com regras claras e harmonização em relação<br />
ao sistema de medidas deixa a sociedade<br />
vulnerável e desprotegida nas relações comerciais.<br />
No Art. 1º do decreto fica estabelecido:<br />
“Art. 1º As unidades componentes do sistema<br />
de medidas legal no Brasil são as ado-<br />
decisões e padrões do BIPM, participando de<br />
suas reuniões como membro efetivo. [ALMEI-<br />
DA 2002] [MOREIRA].<br />
Considerações<br />
Se analisarmos a evolução histórica da metrologia<br />
apresentada acima podemos estabelecer<br />
as seguintes conclusões:<br />
34<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
to-Lei nº 592 em seu Preâmbulo apresenta a<br />
importância fundamental do Decreto-Lei:<br />
tadas nas Conferências Gerais de Pesos e<br />
Medidas, reunidas por força da Convenção<br />
1) Desde a antiguidade a definição de<br />
pesos e medidas tem sido competência
Metrologia<br />
exclusiva dos governantes, fossem eles<br />
fiscalizar o sistema de pesos e medidas no<br />
1967 – Constituição da República Federativa do<br />
reis, imperadores, chefes, etc. o que evi-<br />
Brasil estão expressas nas diversas Constitui-<br />
Brasil (e Emenda Constitucional Nº1 de 1969):<br />
dencia a importância da metrologia como<br />
ções Federais de 1824 a 1988, conforme apre-<br />
Art.8º - Compete a União: XVII – legislar sobre:<br />
agente de proteção para trocas comerciais<br />
sentado a seguir:<br />
i) sistema monetário e de medidas; título e ga-<br />
justas na sociedade e garantia de uma<br />
1824 – Constituição Política do Império do<br />
rantia dos metais; [CONST 1967]<br />
correta arrecadação de impostos/taxas;<br />
Brasil, outorgada pelo Imperador D. Pedro I:<br />
Art. 15. É da atribuição da Assembleia Geral:<br />
1988 - Constituição da República Federativa<br />
2) A manutenção do poder sobre sistemas<br />
XVI. Determinar o peso, valor, inscripção, typo,<br />
do Brasil: Art.22. Compete privativamente<br />
de pesos e medidas foi, desde a antiguidade,<br />
e denominação das moedas, assim como o<br />
à União legislar sobre: (EC nº 19/98 e EC<br />
instrumentos de poder e afirmação de sobera-<br />
padrão de pesos e medidas; [CONST 1824]<br />
nº 69/2012): VI – sistema monetário e<br />
nia de um povo. A Soberania e a Cidadania são<br />
de medidas, títulos e garantias dos metais;<br />
os dois primeiros fundamentos estabelecidos<br />
1891 – Constituição da República dos Estados<br />
[CONST 1988]<br />
na Constituição de 1988, no Art. 1º:<br />
Unidos do Brasil: Das atribuições do Congres-<br />
5) Desde 1875, com a Convenção do Metro,<br />
“A República Federativa do Brasil, formada<br />
so: Art.34 - Compete privativamente ao Con-<br />
o mundo todo busca harmonizar o sistema<br />
pela união indissolúvel dos Estados e Mu-<br />
gresso Nacional (Redação dada pela Emenda<br />
de medidas adotando o sistema métrico de-<br />
nicípios e do Distrito Federal, constitui-se em<br />
Constitucional de 03/09/1926). § 9º - Fixar<br />
cimal para que haja um comércio justo tanto<br />
Estado Democrático de Direito e tem como<br />
o padrão de pesos e medidas. [CONST 1891]<br />
nacional como internacional. Países que até<br />
fundamentos: Inciso I: a soberania; Inciso II:<br />
há poucos anos não haviam implantado um<br />
a cidadania”;<br />
1934 – Constituição da República dos Esta-<br />
sistema metrológico aderente ao BIPM estão<br />
dos Unidos do Brasil: Art.5º - Compete pri-<br />
acelerando a implantação para competir no<br />
3) A história da metrologia no Brasil mostra<br />
vativamente à União: XIX – legislar sobre: h)<br />
mercado internacional e garantir proteção ao<br />
que o longo período de indefinições foi utili-<br />
sistema de medidas; [CONST 1934]<br />
consumidor nacional. Em todos eles o Estado<br />
zada uma grande diversidade de medidas nas<br />
é o responsável por legislar.<br />
diferentes regiões a despeito das determina-<br />
1937 – Constituição dos Estados Unidos do<br />
ções dos Reis para que houvesse uniformiza-<br />
Brasil: Art.16º - Compete privativamente à<br />
6) Retirar a competência privativa do poder<br />
ção de padrões no País. Esta diversidade de<br />
União o poder de legislar sobre as seguintes<br />
central de um país é regredir ao período an-<br />
medidas iniciou com a vinda dos portugueses<br />
matérias: IX – os pesos e medidas, os mode-<br />
terior à Convenção do Metro onde cada país<br />
para a colônia implantando em cada região<br />
los, o título e a garantia dos metais preciosos;<br />
tinha suas unidades e dentro de cada um<br />
padrões metrológicos diferentes. A dispersão<br />
[CONST 1937]<br />
deles havia diversidade de padrões em dife-<br />
geográfica, a diversidade política e econômica<br />
rentes regiões. No Brasil não foi diferente, pois<br />
das regiões, com certeza, foi um fator determi-<br />
1946 – Constituição dos Estados Unidos do<br />
do período colonial até o período republicano<br />
nante pela diversidade metrológica;<br />
Brasil: Art.5º - Compete à União: XV – legislar<br />
com o Estado Novo o Brasil experimentou,<br />
4) As competências de implantar, legislar,<br />
sobre: m) sistema monetário e de medidas;<br />
título e garantia dos metais; [CONST 1946]<br />
inicialmente nas províncias e posteriormente<br />
nos estados e municípios, um sistema de uni-<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
35
Metrologia<br />
dades diversificadas que geravam problemas<br />
comerciais e econômicos como mostra a história<br />
apresentada acima. Voltar aos modelos<br />
antigos é se expor ao risco de retornar ao caos<br />
metrológico, isolamento no mercado internacional<br />
e confusão, inclusive de taxas de serviço<br />
entre estados.<br />
7) Passar para a gestão privada, alternativa<br />
várias vezes trazida a tona, também não é o<br />
caminho favorável. Há exemplos de países<br />
que tentaram e que logo depois retomaram o<br />
controle metrológico por se mostrar inviável<br />
e de alto risco.<br />
8) Ter um instituto nacional de metrologia<br />
forte e coeso é fundamental, pois o contrário<br />
pode produzir consequências desastrosas para<br />
o País tais como: perda da referência metrológica<br />
nacional, perda da Soberania ao ter que<br />
buscar referência em outros países para dar<br />
rastreabilidade aos laboratórios nacionais,<br />
risco de regionalizar a regulamentação metrológica<br />
prejudicando o comércio e prejuízos<br />
ao setor produtivo principalmente quanto a<br />
qualidade e produtividade.<br />
9) Distanciamento do restante do mundo na<br />
sua corrida tecnológica, no aperfeiçoamento,<br />
na exatidão e, principalmente, no atendimento<br />
às exigências do consumidor quanto a Qualidade<br />
de produtos e serviços.<br />
Portanto, um Instituto Nacional de Metrologia<br />
robusto, aliado às principais práticas internacionais,<br />
responsável pelo sistema de medição<br />
e padronização nacional, não só fortalece<br />
o país no mercado globalizado, mas também<br />
garante as justas relações de troca nacional e<br />
internacionalmente, contribuindo para a qualidade<br />
dos produtos e serviços e promovendo<br />
uma melhor qualidade de vida para o cidadão.<br />
Referências Bibliográficas<br />
[ALMEIDA] – Almeida, L.A.; 2002; Metrologia: instrumento de cidadania;<br />
Dissertação de Mestrado; Pontifícia Universidade Católica<br />
do Rio de Janeiro; PUC-Rio - Certificação Digital Nº0025011/CC.<br />
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=4004@1<br />
[CONST1824] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm<br />
[CONST1891] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm<br />
[CONST1934] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm<br />
[CONST1937] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm<br />
[CONST1946] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao46.htm<br />
[CONST1967] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm<br />
[CONST1988] - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm<br />
[DIAS] – Mattos Dias, J. L.; 1998; Medida, Normalização e Qualidade<br />
– Aspectos da história da Metrologia no Brasil; Rio de Janeiro,<br />
Fundação Getúlio Vargas <strong>Ed</strong>itora.<br />
[KULA] – Kula W. Las Medidas Y los Hombres; 1999; 3ª edicion;<br />
sigloventiuno editores; Chapter 4th: Las Medidas como Atributo<br />
del Poder. . https://books.google.com.br/books/about/Las_medidas_y_los_hombres.html?id=T8AQ4C8SvxsC&redir_esc=y<br />
[LEI IMPERIAL] – Lei Imperial Nº 1157 de 1862 que: Substituiu em<br />
todo o Império o sistema de Pesos e Medidas em vigor no Império<br />
pelo Sistema Métrico Frances. http://repositorios.inmetro.gov.br/<br />
bitstream/10926/343/1/1862_leidometro.pdf<br />
[MOREIRA] – Moreira, I. C. - A Implantação Do Sistema Métrico<br />
Decimal No Brasil. Instituto de Física – UFRJ e HCTE. http://www.<br />
hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh5/trabalhos%20orais%20completos/trabalho_012.pdf<br />
[NOBILI] - NOBILI, Gloria. (1997). “Delle misure d’ogni genere antiche<br />
e moderne: un inventario dele unità di misure premetriche.”<br />
http://www.brera.unimi.it/SISFA/atti/1997/Nobili.pdf<br />
[PROJETO Congresso) – Projeto do Congresso Brasileiro Nº2580 –<br />
1952, Exposição de Motivos; Ratificação da Convenção do Metro;<br />
Decreto Legislativo Nº57,1953. http://imagem.camara.gov.br/<br />
Imagem/d/pdf/DCD25OUT1952.pdf#page=35<br />
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=1747761A61064128B4DFFBD9933F4419.<br />
proposicoesWebExterno1?codteor=1219987&filename=Dossie+-PL+2580/1952+CESPCRE<br />
SOUSA – Carlos Sousa, 2010; Cadernos Técnicos Carlos Sousa; Metrologia<br />
Notas Históricas; Centro de Apoio Tecnológico à Indústria<br />
Metalomecânica, 2010. http://www.catim.pt/Catim/PDFS/metrologia-introducao.pdf<br />
[WordPress] – 2016; Contexto Histórico da Metrologia – Metrologia<br />
e Medições;<br />
https://metrologiaemedicoes.wordpress.com/2016/08/08/contexto-historico-da-metrologia-mundial/<br />
.[ZUIN] – Zuin, E.S.L.; 2016; Euclides Roxo – Pelos Caminhos da<br />
Metrologia; Caminhos da <strong>Ed</strong>ucação Matemática em <strong>Revista</strong>/On<br />
line - v. 5, n. 1, 2016 - ISSN 2358-4750. https://aplicacoes.ifs.edu.<br />
br/periodicos/index.php/caminhos_da_educacao_matematica/<br />
issue/view/15<br />
36<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Autores: Adauto de Oliveira Barros Neto, Janaína Marques Rodrigues Caixeiro,<br />
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Como sabemos a qualidade microbiológica<br />
dos produtos farmacêuticos é de extrema<br />
importância para que se possa assegurar a sua<br />
segurança, eficácia e potência para os pacientes<br />
que necessitam fazer uso dos produtos.<br />
A garantia da qualidade e o controle de<br />
fabricação previstos nas boas práticas devem<br />
garantir que o produto cumpra as especificações<br />
determinadas, isto é, que atendam além de<br />
outros parâmetros, aos limites aceitáveis para<br />
micro-organismos.<br />
A seleção dos fornecedores e a adoção das Boas<br />
Práticas de Fabricação e Controle garantem a<br />
qualidade dos produtos farmacêuticos através<br />
do controle de qualidade microbiológico e o o<br />
monitoramento ambiental microbiológico. No<br />
entretanto, a realização dos testes microbiológicos<br />
não apresenta a garantia absoluta da ausência<br />
dos microrganismos indesejáveis tais como as<br />
bactérias, vírus, fungos etc.<br />
A confiabilidade dos métodos microbiológicos<br />
deve ser demonstrada através dos controles<br />
realizados em cada etapa de produção e a<br />
amostragem adequada. Todos sabemos porém,<br />
que estes métodos tem baixa precisão e grande<br />
variabilidade quando comparado a outros<br />
métodos métodos analíticos, justamente por se<br />
tratar de métodos biológicos.<br />
A seleção e planejamento do método<br />
microbiológico com níveis de precisão e exatidão<br />
aceitáveis devem ser fazer parte da estratégia<br />
de validação pela equipe de qualidade.<br />
Os métodos microbiológicos são descritos nos<br />
compêndios, tais como a Farmacopéia Brasileira<br />
e outras farmacopeias e não necessitam ser<br />
validados. Porém, as empresas farmacêuticas<br />
devem demonstrar através de um protocolo e<br />
documentação que o laboratório de controle<br />
microbiológico tem um sistema de qualidade<br />
adequado e que o método é confiável<br />
apresentando dados de precisão e exatidão,<br />
como descritos na farmacopeia.<br />
A empresa deve apresentar a “Adequabilidade<br />
do método”, através da qualificação do produto<br />
farmacêutico sendo submetido ao desafio com<br />
a adição dos contaminantes bacterianos citados<br />
nas farmacopeias e os microrganismos isolados<br />
do ambiente utilizados como controles positivos<br />
para demonstrar que a matriz do produto não<br />
interfere na detecção dos mesmos e afeta o<br />
resultado da análise.<br />
Exemplos de adequabilidade dos métodos;<br />
teste de bacteriostase e fungistase para os testes<br />
de esterilidade, e determinação da contagem<br />
microbiana de produtos e biocarga.<br />
Resultados de contagem microbiana com<br />
variação de 50 a 200% são aceitáveis na<br />
determinação das Unidades Formadoras<br />
de Colônias nos métodos de contagem<br />
microbiana devido a variabilidade inerente ao<br />
método.<br />
Na realização dos testes de adequabilidade<br />
de contagem microbiana e pesquisa de<br />
microrganismos indesejáveis devemos<br />
utilizar que as cepas de controles positivos<br />
apresentem contagem inferior a 100 Unidades<br />
Formadoras de Colônias. Para adequação dos<br />
métodos farmacopeicos aos produtos não<br />
estéreis deve ser demonstrada a eliminação<br />
de qualquer propriedade antimicrobiana antes<br />
da verificação da existência de contaminação<br />
microbiana nos produtos.<br />
O protocolo do teste de adequação deve<br />
mimetizar o teste de limite microbiano o<br />
preparo da amostra, tipo de meio de cultura<br />
e soluções tampão, número e tipo da solução<br />
de lavagens das membranas bem como as<br />
condições de incubação. Esse protocolo requer<br />
o uso de micro-organismos para o teste de<br />
recuperação microbiana.<br />
Durante a adequação, demonstrar que a<br />
escolha do método para estimativa qualitativa<br />
e/ou quantitativa dos micro-organismos<br />
viáveis é sensível, exato e confiável e que<br />
é capaz eliminar qualquer interferência ou<br />
inibição durante a recuperação dos microorganismos<br />
viáveis.<br />
Revalidar o método de adequação se forem<br />
modificadas as condições de ensaio e/ou<br />
ocorrerem alterações no produto que possam<br />
afetá-lo.<br />
Referencias bibliográficas<br />
• Farmacopéia Brasileira 6º edição capítulo 5.5.3<br />
• Farmacopéia dos Estados Unidos da América<br />
USP 43 , cap. “Validation of Microbial<br />
Recovery from Pharmacopeial Articles”.<br />
38<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Claudio Kiyoshi Hirai<br />
Farmacêutico bioquímico, diretor científico da BCQ consultoria e qualidade, membro da American<br />
Society of Microbiology e membro do CTT de microbiologia da Farmacopeia Brasileira.<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
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Projeto bem definido com expansão<br />
fungicidas e herbicidas);<br />
• Aditivos químicos e bioquímicos;<br />
• Sais para Hemodiálises, corantes,<br />
indicadores biológicos, entre outros;<br />
• Nutracêuticos (ingredientes e<br />
vitamínicos, carotenoides e misturas).<br />
a comunidade científica mundial<br />
e com uma planta química que<br />
possui flexibilidade para atuar em<br />
diversos negócios e em customizações<br />
específicas e criteriosas.<br />
até 2025, já conta com uma ambiciosa<br />
estrutura de 12.000,00 m² de<br />
área total e 10.000 m² construídos,<br />
trazendo desenvolvimento para<br />
região e maior agilidade no<br />
A Bio Scie Indústria está estrategicamente<br />
localizada no centro do país,<br />
o que contribui para a distribuição<br />
dos produtos em todo o Brasil.<br />
Estrutura que cria, executa e<br />
processo de entrega dos produtos<br />
estabelece relação clara e coerente<br />
para seus clientes. Inicialmente<br />
da ciência utilizada para melhorar o<br />
contemplará as divisões descritas<br />
mundo.<br />
abaixo:<br />
Apresentamos ao mercado a<br />
• Soluções industriais (dispersores,<br />
00<br />
nossa divisão de Life Science<br />
contemplando os consumíveis de<br />
laboratório utilizados em controle<br />
pigmentos e químicos de performance);<br />
•Soluções agrícolas (fertilizantes,<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
41
Em Foco<br />
PURELAB® CHORUS UMA ABORDAGEM DIFERENTE PARA A DESINFECÇÃO<br />
A IMPORTÂNCIA DA SANITIZAÇÃO REGULAR<br />
42<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Depois que as impurezas químicas orgânicas<br />
e inorgânicas são removidas, o crescimento<br />
bacteriano ainda pode ocorrer, apesar do fato<br />
da água muito pura proporcionar um ambiente<br />
extremamente rigoroso, com o mínimo de<br />
nutrientes. As impurezas restantes, os materiais<br />
de construção em contato com a água pura<br />
e os restos de bactérias mortas podem atuar<br />
como fontes de alimento. Se esse crescimento<br />
bacteriano não for minimizado, poderá causar<br />
problemas na pureza da água necessária, o que<br />
pode afetar os resultados das análises.<br />
As próprias bactérias não são o único problema.<br />
Elas também produzem endotoxinas<br />
e nucleases. Endotoxinas são fragmentos da<br />
membrana celular que são liberados durante o<br />
metabolismo das células bacterianas e quando<br />
essas células morrem. Elas podem causar séria<br />
interferência em muitas técnicas de laboratório<br />
nas quais a água, e os reagentes preparados,<br />
entrarão em contato com DNA ou RNA e podem<br />
ser afetados por nucleases na água.<br />
O interior da maioria dos sistemas de purificação<br />
de água consiste em longos trechos de tubos,<br />
conectores, reservatórios e filtros que possuem<br />
uma grande área de superfície para o crescimento<br />
de bactérias. Por isso, um regime de desinfecção<br />
é recomendado como parte do programa de<br />
manutenção. Isso é essencial para a maioria dos<br />
sistemas de purificação de água, para minimizar<br />
o acúmulo de partículas, biofilmes, microorganismos<br />
e subprodutos bacterianos.<br />
Nossos produtos são projetados para garantir<br />
que todas as partes úmidas sejam desinfetadas<br />
o mais facilmente possível. Muitos<br />
dos sistemas do mercado utilizam como única<br />
opção, tabletes de cloro de dissolução rápida e<br />
um procedimento de desinfecção previamente<br />
programado. No entanto, reconhecemos a<br />
inconveniência e limitações envolvidas neste<br />
procedimento crucial de manutenção.<br />
Por que podemos sanitizar o PURELAB<br />
Chorus com menos frequência?<br />
O PURELAB Chorus é um sistema de baixo<br />
volume. Foi projetado com um mínimo de<br />
tubos internos, componentes e um sistema<br />
UV de alta eficiência e, como tal, a área para a<br />
acumulação de biofilme é reduzida. Os filtros<br />
disponíveis no ponto de uso demonstraram<br />
sua capacidade de fornecer o controle bacteriano<br />
e de endotoxina necessário, quando<br />
usados adequadamente.<br />
As bactérias continuarão a crescer dentro de<br />
qualquer sistema de purificação de água; portanto,<br />
principalmente nas aplicações nas quais<br />
os microrganismos preocupam, é importante<br />
monitorar e desinfetar a unidade para impedir<br />
que a concentração de bactérias atinjam níveis<br />
que afetem a eficiência do filtro do ponto de uso.<br />
O PURELAB Chorus utiliza um procedimento<br />
de saneamento exclusivo e fácil de usar, que<br />
é solicitado com menos frequência (uma vez<br />
por ano).<br />
A desinfecção é fácil e rápida no PURELAB<br />
Chorus. É um procedimento simples que limpa<br />
todas as partes úmidas da unidade, incluindo o<br />
reservatório e o ponto de distribuição. O agente<br />
desinfetante é fornecido em um cartucho exclusivo<br />
e seguro, o que significa que não é necessário<br />
solicitar, manusear ou misturar produtos<br />
químicos agressivos. O cartucho de higienização<br />
é colocado no lugar do cartucho de purificação.<br />
O procedimento de desinfecção pode ser simplesmente<br />
selecionado no display e não gera<br />
nenhum resíduo químico perigoso, uma vez que<br />
o desinfetante é absorvido e neutralizado dentro<br />
do próprio cartucho de desinfecção.<br />
Sobre a Veolia<br />
O grupo Veolia é a referência mundial em<br />
gestão otimizada dos recursos. Presente nos<br />
cinco continentes com mais de 171000 colaboradores,<br />
o Grupo concebe e implementa<br />
soluções para a gestão da água, dos resíduos e<br />
da energia, que fomentam o desenvolvimento<br />
sustentável das cidades e das indústrias. Com<br />
suas três atividades complementares, Veolia<br />
contribui ao desenvolvimento do acesso aos<br />
recursos, à preservação e renovação dos recursos<br />
disponíveis.<br />
Em 2018, o grupo Veolia trouxe água potável<br />
para 95 milhões de habitantes e saneamento<br />
para 63 milhões, produziu cerca de 56 milhões<br />
de megawatt/hora e valorizou 49 milhões de<br />
toneladas de resíduos. Veolia Environnement<br />
(Paris Euronext : VIE) realizou em 2018 um<br />
faturamento consolidado de 25,91 bilhões de<br />
euros. www.veolia.com<br />
Veolia Water Technologies Brasil<br />
Media Relations<br />
Rafaela Rodrigues<br />
Tel. +55 11 3888-8782<br />
rafaela.rodrigues@veolia.com
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de conhecimento e geração de negócios nos setores<br />
farmacêutico e cosmético, que possuem potencial<br />
para atuar em um mercado promissor de produtos<br />
e serviços a base da cannabis medicinal,<br />
no Brasil e na América Latina.<br />
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Em Foco<br />
Em Foco<br />
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ASSÉPTICA EM AMBIENTES CONTROLADOS!<br />
44<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
00<br />
As salas limpas fornecem um ambiente<br />
controlado, livre de contaminações<br />
para testes e fabricação de produtos<br />
estéreis. O ambiente físico dessas<br />
salas, como piso, paredes e tetos são<br />
minimamente projetados, conforme as<br />
normas técnicas da ABNT, INMETRO<br />
assim como as resoluções da ANVISA e<br />
FDA, para que o procedimento de<br />
limpeza e manutenção da área seja<br />
conduzido de maneira prática e eficaz.<br />
Estas áreas são classificadas através<br />
das normas ISO, sendo a ISO 14644 a<br />
mais utilizada, considerando a<br />
concentração de partículas por unidade<br />
de volume de ar e em função da pureza<br />
de seu ar interior. Nesta norma, as<br />
salas limpas são categorizadas em 9<br />
classes. As classes 1 a 5 funcionam<br />
sob regime de fluxo laminar<br />
unidirecional, já as classes de 6 a 9<br />
funcionam sob regime de ar turbulento.<br />
P arâmetros como: partículas em<br />
suspensão, níveis de temperatura,<br />
umidade, pressão e iluminação são<br />
controlados, monitorados e registrados<br />
de forma minuciosa para garantir que<br />
estejam em níveis aceitáveis e não<br />
interfiram no processo. Caso estes<br />
parâmetros não sejam controlados da<br />
maneira adequada, tornam-se fontes<br />
de contaminação, podendo acarretar<br />
prejuízos financeiros com a perda do<br />
processo e colocando vidas em jogo.<br />
Existem outras fontes passíveis de<br />
contaminação em salas limpas, como<br />
pessoas, equipamentos, peças,<br />
matérias-primas, embalagens, entre<br />
outros. Faz-se necessário realizar uma<br />
avaliação de risco de cada uma dessas<br />
variáveis para identificar possíveis<br />
fontes de contaminação.<br />
Manter um ambiente controlado é um<br />
desafio para as indústrias. A<br />
transferência de materiais para uma<br />
sala limpa, é hoje, uma das principais<br />
fontes de contaminação. Nem tudo o<br />
que entra na sala limpa é estéril e<br />
mesmo os materiais esterilizados<br />
necessitam de uma limpeza prévia em<br />
suas embalagens para reduzir o risco<br />
de contaminação. Determinar um<br />
procedimento operacional de<br />
transferência de materiais é<br />
fundamental. A definição de um<br />
protocolo de limpeza para superfícies,<br />
embalagens, produtos e carrinhos<br />
durante a transferência ajuda a<br />
controlar a contaminação da sala limpa.<br />
Tão importante quanto os<br />
procedimentos de limpeza e<br />
manutenção dessas áreas é utilizar<br />
soluções corretas para salas limpas. A<br />
Steris possui um amplo portfólio de<br />
sanitizantes estéreis, exclusivos para<br />
estas aplicações. Nossos produtos<br />
possuem toda documentação<br />
necessária para os procedimentos de<br />
validação de limpeza, como testes de<br />
eficácia, compatibilidade de substratos,<br />
estabilidade do produto após aberto.<br />
Garantindo a eficácia do seu processo<br />
de limpeza. Consulte nossos<br />
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limpeza pesada ou sensível e<br />
demais aplicações em laboratórios<br />
analíticos e industriais.<br />
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limpeza universal e tarefas típicas<br />
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Multifrequência de 37/80kHz, para limpezas<br />
difíceis de capilares, peças delicadas e<br />
tarefas típicas.<br />
* Função Sweep para ótima distribuição do<br />
som e eficiência de limpeza em todo o banho<br />
do som e eficiência de limpeza em todo o<br />
banho<br />
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som e eficiência de limpeza em todo o banho.<br />
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ultrassônico a fim de remover os contaminantes<br />
mais difíceis<br />
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de líquidos e solventes para HPLC<br />
Acessórios<br />
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de líquidos e solventes para HPLC<br />
* unção Autostart, programação que permite<br />
que a função ultrassônica regular inicie<br />
automaticamente assim que a temperatura<br />
predefinida é atingida<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
45
Em Foco<br />
LUVAS PARA SALAS LIMPAS: POR QUE O COMPRIMENTO IMPORTA<br />
A popularidade de luvas para sala limpa de<br />
comprimento mais longo é o resultado de<br />
uma maior conscientização e da necessidade<br />
de mais proteção pessoal ou do produto, juntamente<br />
com uma motivação para cortar custos<br />
e reduzir o impacto ambiental. O comprimento<br />
tradicional de uma luva usada em uma<br />
sala limpa é de 300 mm/12 polegadas (12”).<br />
No entanto, ao manusear produtos químicos<br />
perigosos, tais como medicamentos quimioterápicos,<br />
o usuário deve ter maior proteção<br />
e tranquilidade de uma luva que tenha<br />
400mm/16” de comprimento, garantindo que<br />
o antebraço inteiro, até o cotovelo, seja coberto<br />
e protegido contra o risco de exposição a produtos<br />
químicos perigosos.<br />
A proteção do produto também é de extrema<br />
importância; a cobertura até o cotovelo<br />
com punho com rebordo para um ajuste mais<br />
seguro no braço possibilita que as luvas de 400<br />
mm/ 16” eliminem o risco de contaminação<br />
da pele exposta entre as luvas e o vestuário<br />
das salas limpas. Usar as luvas para salas lim-<br />
pas que são 33% mais longas do que o padrão<br />
do setor, elimina a necessidade de artigos<br />
protetores adicionais tais como capas para<br />
manga ou o uso da fita de punho e, dessa forma,<br />
permite economias em custos e redução<br />
de desperdício, o que resulta em um impacto<br />
positivo no ambiente.<br />
Saiba mais sobre as luvas BioClean em<br />
https://www.ansell.com/br/pt/life-sciences<br />
LAB DE A A Z: ESPECTROFOTÔMETROS KASVI E DISPENSADOR DE<br />
VOLUME MANUAL OLEN<br />
Os Dispensadores de Volume Manual<br />
Olen tornam a dispensação de líquidos mais<br />
segura e fácil. Produzidos em material de alta<br />
qualidade e com um design funcional, opera<br />
de forma suave, exigindo um esforço mínimo<br />
no enchimento e na dispensação de reagentes.<br />
Ajuste fácil de volume sem perda de reagentes,<br />
acompanha 05 adaptadores rosqueáveis que<br />
se encaixam em diferentes tipos de garrafas e<br />
frascos, O4 modelos que abrange volumes de<br />
5ml até 50mL e totalmente autoclavável.<br />
46<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
Com o propósito de deixar seu laboratório<br />
cada vez mais produtivo e com rotinas mais<br />
práticas, a Kasvi amplia seu portfólio com mais<br />
dois lançamentos na linha de equipamentos,<br />
com os Espectrofotômetros Kasvi e o Dispensador<br />
de Volume Manual Olen.<br />
Com os Espectrofotômetros Kasvi suas<br />
análises ficarão mais rápidas e os resultados<br />
mais confiáveis. São dois modelos: com<br />
comprimento de luz visível (320~1100nm),<br />
largura da banda espectral de 4 nm, configuração<br />
do comprimento de onda manual,<br />
variedade de métodos de leitura: absorbância,<br />
transmitância, concentração e fator e display<br />
LCD. E com comprimento de luz UV e luz visível<br />
(190~1100nm), largura da banda espectral<br />
de 2nm, configuração do comprimento<br />
de onda automático. Acompanha software de<br />
varredura.<br />
Conte sempre com nosso Suporte ao Cliente<br />
para esclarecimentos e auxílio na busca da<br />
melhor solução para o seu laboratório.<br />
Saiba mais sobre nossos lançamentos,<br />
acesse: www.kasvi.com.br<br />
Kasvi - 0800 726 0508 - kasvi@kasvi.com.br
Em Foco<br />
DISPENSMAN - DISTRIBUIÇÃO PRECISA E SEGURA DE MUITOS<br />
LÍQUIDOS NO LABORATÓRIO<br />
e fácil, apenas pressionando para destravar<br />
dade. Desde 1957, desenvolvemos produtos<br />
e deslizando o indicador de volume para<br />
inovadores, como as pipetas PIPETMAN®. Em<br />
o volume de dispensação desejado, sem a<br />
parceria com a comunidade científica, avan-<br />
necessidade de abrir garrafas, diminuindo<br />
çamos continuamente nossas ofertas de pro-<br />
as chances de contaminação.<br />
dutos e adicionamos sistemas e software de<br />
pipetagem automatizados ao nosso portfólio.<br />
O DISPENSMAN é facilmente calibrado<br />
Apoiada em P&D, serviço e suporte em todo o<br />
pelo usuário para utilização com líquidos<br />
mundo, a Gilson se esforça para possibilitar ci-<br />
de diversas densidades, e pode ser usado<br />
ência verificável e facilitar a vida do laboratório<br />
com a maioria dos líquidos, incluindo mui-<br />
para nossos clientes<br />
tos ácidos, bases e solventes. O sistema é<br />
.<br />
A Gilson, líder da indústria em sistemas<br />
autoclavável e não requer consumíveis,<br />
Os produtos Gilson podem ser adquiridos<br />
de manipulação, purificação e extração de<br />
como ponteiras.<br />
nos distribuidores oficiais:<br />
líquidos, apresenta o DISPENSMAN, um<br />
dispensador de garrafas para dispensação<br />
Com cinco modelos, o DISPENSMAN co-<br />
Bioresearch<br />
conveniente, segura e precisa de soluções e<br />
bre várias faixas de volume desde 0,25 ml a<br />
www.bioresearch.com.br<br />
solventes comuns de laboratório. O DISPENS-<br />
50 ml. Também estão disponíveis adaptado-<br />
Tel.: (11)3872-6669<br />
MAN dá sequência à ampliação da linha de<br />
res de vários diâmetros que permitem que o<br />
manipulação de líquidos, que também inclui<br />
DISPENSMAN seja usado com os tipos mais<br />
Sinapse Biotecnologia<br />
as pipetas PIPETMAN®, a primeira pipeta de<br />
comuns de garrafas. O DISPENSMAN atende<br />
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volume continuamente ajustável.<br />
às especificações ISO 8655.<br />
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O DISPENSMAN possui um bico ino-<br />
Sobre Gilson<br />
Pensabio<br />
vador de três posições que controla a dis-<br />
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tribuição de líquidos, a remoção de ar do<br />
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de líquidos. Ajudamos os pesquisadores a<br />
inclui um recurso de segurança anti-gotejamento<br />
que devolve o líquido à garrafa.<br />
Faz ajustes de volume de maneira rápida<br />
avançar no ritmo da descoberta, criando instrumentos<br />
de laboratório fáceis de usar que<br />
melhoram a reprodutibilidade e a rastreabili-<br />
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dispensador de garrafas DISPENSMAN, visite:<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
47
Em Foco<br />
O GRUPO PRIME CARGO SEMPRE ATENTO E ACREDITANDO NO<br />
MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL REALIZA FREQUENTEMENTE<br />
MASSIVOS INVESTIMENTOS EM SUAS INSTALAÇÕES E FILIAIS.<br />
Contando com estrutura de 7000mts² em<br />
Barueri - SP, e filiais em pontos estratégicos<br />
por todo território nacional, sendo eles totalmente<br />
adequados ao segmento médico-laboratório-hospitalar,<br />
o Grupo Prime Cargo disponibiliza<br />
aos seus clientes um novo conceito<br />
em transporte e armazenagem, que segue em<br />
conformidade com as boas práticas exigidas<br />
pelas diretrizes.<br />
Dispondo de áreas técnicas, laboratórios<br />
para manutenção de equipamentos e espaço<br />
para treinamento de equipes, a PRIME inova<br />
mais uma vez no atendimento e velocidade<br />
nos processos.<br />
O investimento em pessoal é constante com<br />
treinamentos, atualizações de equipamentos e<br />
materiais, isso faz com que além de atender os<br />
prazos, seja feito com qualidade e segurança,<br />
contando com todas as certificações e adequações<br />
necessárias como a ISO9001 (Matriz)<br />
e ANVISA.<br />
O que é a CP 343/2017?<br />
As alterações e novidades abordadas nessa<br />
Consulta Pública vieram para harmonizar<br />
os requerimentos sanitários da Anvisa com<br />
aqueles definidos nas diversas diretrizes internacionais.<br />
Portanto, agora mais do que nunca, os gestores<br />
das empresas embarcadoras, precisam<br />
realizar processo de Qualificação de Fornecedores<br />
de forma a garantir a integridade do<br />
produto farmacêutico de ponta a ponta.<br />
Em fevereiro de 2019, a Agência Nacional<br />
de Vigilância Sanitária, inclusive, promoveu o<br />
Diálogo Setorial, justamente para apresentar<br />
as alterações na CP 343/2017, além de ouvir<br />
as considerações e preocupações dos empresários,<br />
especialistas e técnicos do setor.<br />
Foram enviadas 445 contribuições pelos<br />
participantes, que receberam a versão prévia<br />
da publicação, bem como as alterações do<br />
texto inicial com todas as sugestões e comentários<br />
recebidos.<br />
Com o texto consolidado, a norma reduziu a<br />
quantidade de artigos de 127 para 90.<br />
48<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Fev/Mar 2020<br />
A CP 343/2017 da Agência Nacional de Vigilância<br />
Sanitária se refere às boas práticas de<br />
armazenagem e transporte e tem o intuito de<br />
promover maior controle da cadeia produtiva,<br />
garantindo a qualidade dos medicamentos<br />
em todas as etapas de transporte, distribuição<br />
e armazenamento.<br />
Avenida Piraíba, 296 parte A / Centro<br />
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