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RCIA MARÇO ED 176 2020

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REPORTAGEM DE CAPA

Coca Ferraz:

“Só um choque

político pode mudar

os rumos da cidade”

Apresentando números durante entrevista à RCIA, o

engenheiro Coca Ferraz mostra que a qualidade de vida

piorou em Araraquara no atual governo e que se torna

imprescindível mudanças para a cidade voltar a crescer nos

campos econômico e social, incluindo-se para isso alianças

com os governos Federal e Estadual.

Por mais de duas horas, no final

de fevereiro, o engenheiro Coca Ferraz,

vice-prefeito no governo Barbieri,

coordenador de Trânsito na cidade e

ex-presidente da Companhia Troleibus

Araraquara, concedeu entrevista

à Revista Comércio, Indústria e

Agronegócio. O nosso objetivo era ter

uma análise técnica e política sobre

o atual cenário de desenvolvimento

do município. Também professor da

USP (Universidade de São Paulo),

Coca Ferraz, aceitou o desafio.

RCIA: Você tem afirmado que a

qualidade de vida caiu muito nos últimos

anos em Araraquara; é possível

mostrar isso de forma objetiva?

Coca: Sim, isso pode ser constatado

em nível macro no estudo realizado

por um grupo de professores

da USP, UFSCAR e FATEC, que foi disponibilizado

na Internet no ano passado.

Nesse estudo, Araraquara aparece

em 13º lugar, com um nível de

desenvolvimento classificado como

“Regular” entre os 25 maiores municípios

paulistas (com mais de 200

mil habitantes), não considerando os

municípios da região metropolitana

de São Paulo.

O ruim e triste para nós araraquarenses,

é que até há alguns anos

Araraquara estava entre as cidades

classificadas como “Ótima” no tocante

à qualidade de vida.

RCIA: Você disse em recente entrevista

que tem números da situação

difícil de Araraquara. Por exemplo, na

área da Saúde como está a situação?

Coca: Vamos ver alguns dados.

Em 2016, o índice de mortalidade

infantil era de 8,0 mortes por mil habitantes,

em 2018 foi de 12,5 (aumento

de 56,25%). Em Rio Claro, por

exemplo, este indicador caiu de 12,0

em 2016 para 5,7 em 2018 (queda

de 52,50%). Isso significa que morreram

em 2018 cerca de 40 crianças

nascidas vivas em Araraquara. Se

aqui o índice fosse igual ao de Rio

Claro (2,19 vezes menor), teriam morrido

apenas 18 crianças (22 mortes a

menos). Em quatro anos de governo

seriam cerca de 90 mortes a menos.

Outro ponto extremamente negativo

na Saúde em Araraquara foi o surto

de dengue no ano passado. Foram

quase 25 mil pessoas infectadas, um

índice da ordem de 100 casos por mil

habitantes – muito acima do observado

em outros municípios da região:

6 em Rio Claro, 7 em São Carlos, 12

em Jaú e 20 em Ribeirão Preto. Não

sei a dimensão, mas o fato é que isso

provocou muitas mortes e muito sofrimento

em nossa população.

Araraquara precisa de um

“choque político” envolvendo

mudanças radicais na

forma de administrar

e nas estratégias de

desenvolvimento e, o que é

vital, bom relacionamento

político com os governos

Estadual e Federal.

Coca Ferraz

RCIA: E na área de Educação,

você tem números?

Coca: Um bom número para se

avaliar o desempenho da área da

Educação é o IDEB. Considerando

a nota média das provas aplicadas

no 5º e 9º anos, Araraquara está em

15º lugar entre os 25 maiores municípios

no estudo USP/UFSCAR/FATEC.

É a pior entre as classificadas com

“Regular”, quase indo para o grupo

das classificadas como “Ruim”. Cabe

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