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REPORTAGEM DE CAPA
Coca Ferraz:
“Só um choque
político pode mudar
os rumos da cidade”
Apresentando números durante entrevista à RCIA, o
engenheiro Coca Ferraz mostra que a qualidade de vida
piorou em Araraquara no atual governo e que se torna
imprescindível mudanças para a cidade voltar a crescer nos
campos econômico e social, incluindo-se para isso alianças
com os governos Federal e Estadual.
Por mais de duas horas, no final
de fevereiro, o engenheiro Coca Ferraz,
vice-prefeito no governo Barbieri,
coordenador de Trânsito na cidade e
ex-presidente da Companhia Troleibus
Araraquara, concedeu entrevista
à Revista Comércio, Indústria e
Agronegócio. O nosso objetivo era ter
uma análise técnica e política sobre
o atual cenário de desenvolvimento
do município. Também professor da
USP (Universidade de São Paulo),
Coca Ferraz, aceitou o desafio.
RCIA: Você tem afirmado que a
qualidade de vida caiu muito nos últimos
anos em Araraquara; é possível
mostrar isso de forma objetiva?
Coca: Sim, isso pode ser constatado
em nível macro no estudo realizado
por um grupo de professores
da USP, UFSCAR e FATEC, que foi disponibilizado
na Internet no ano passado.
Nesse estudo, Araraquara aparece
em 13º lugar, com um nível de
desenvolvimento classificado como
“Regular” entre os 25 maiores municípios
paulistas (com mais de 200
mil habitantes), não considerando os
municípios da região metropolitana
de São Paulo.
O ruim e triste para nós araraquarenses,
é que até há alguns anos
Araraquara estava entre as cidades
classificadas como “Ótima” no tocante
à qualidade de vida.
RCIA: Você disse em recente entrevista
que tem números da situação
difícil de Araraquara. Por exemplo, na
área da Saúde como está a situação?
Coca: Vamos ver alguns dados.
Em 2016, o índice de mortalidade
infantil era de 8,0 mortes por mil habitantes,
em 2018 foi de 12,5 (aumento
de 56,25%). Em Rio Claro, por
exemplo, este indicador caiu de 12,0
em 2016 para 5,7 em 2018 (queda
de 52,50%). Isso significa que morreram
em 2018 cerca de 40 crianças
nascidas vivas em Araraquara. Se
aqui o índice fosse igual ao de Rio
Claro (2,19 vezes menor), teriam morrido
apenas 18 crianças (22 mortes a
menos). Em quatro anos de governo
seriam cerca de 90 mortes a menos.
Outro ponto extremamente negativo
na Saúde em Araraquara foi o surto
de dengue no ano passado. Foram
quase 25 mil pessoas infectadas, um
índice da ordem de 100 casos por mil
habitantes – muito acima do observado
em outros municípios da região:
6 em Rio Claro, 7 em São Carlos, 12
em Jaú e 20 em Ribeirão Preto. Não
sei a dimensão, mas o fato é que isso
provocou muitas mortes e muito sofrimento
em nossa população.
Araraquara precisa de um
“choque político” envolvendo
mudanças radicais na
forma de administrar
e nas estratégias de
desenvolvimento e, o que é
vital, bom relacionamento
político com os governos
Estadual e Federal.
Coca Ferraz
RCIA: E na área de Educação,
você tem números?
Coca: Um bom número para se
avaliar o desempenho da área da
Educação é o IDEB. Considerando
a nota média das provas aplicadas
no 5º e 9º anos, Araraquara está em
15º lugar entre os 25 maiores municípios
no estudo USP/UFSCAR/FATEC.
É a pior entre as classificadas com
“Regular”, quase indo para o grupo
das classificadas como “Ruim”. Cabe
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