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EDITORIAL
por: Ivan Roberto Peroni
Quando o grito vem da periferia é sinal que
nada está caminhando bem para o político
As faixas colocadas em acessos a dois bairros da cidade não são fantasiosas; foram postas
por moradores colocando à prova, o tempo dado pelo Salvador para que fizessem o que
a comunidade necessita. A poucos meses das eleições, pode ser que nenhuma outra seja
colocada e que valeu o alerta da população. Mas, também pode ser que uma enxurrada de
faixas semelhantes enfeitem as vias públicas para cobrar o prometido e o não feito.
Uma faixa colocada aqui, outra
faixa colocada lá e vamos nós
remando por este oceano de
incertezas em busca de uma
resposta para perguntas que foram
feitas e esquecidas no tempo.
Estamos exatamente a sete meses
das eleições municipais e é para
elas que vai o clamor do eleitorado
pedindo para que a situação seja
outra a partir de 2021.
Uma primeira faixa estendida no
acesso ao Jardim Zavanella no
final de fevereiro acendia o pisca
de alerta para a classe política de
Araraquara, de forma generalizada.
Uns mais, outros menos entenderam
o recado dado pelos moradores.
Nem todos, pois ainda existe neste
meio alguém que se sobressai pelo
seu caráter, dignidade e respeito.
Mas quando o grito vem das
ruas, até mesmo os bons acabam
pagando pelos pecadores.
Imaginávamos que uma faixa com a
inscrição SEM MANUTENÇÃO, SEM
ASFALTO – SEM VOTO, seria o suficiente para indicar à classe política
que as coisas não estão indo bem nestes últimos anos das nossas
vidas. Contudo, de repente surge outra faixa, com os mesmos dizeres
praticamente, agora estendida na entrada da Chácara Flora.
Epa, pensa o político – mais diretamente o prefeito e o vereador:
“Onde foi que eu errei?”, colocação semelhante àquela de um
programa humorístico da Globo aos sábados à noite, onde o pai dá
de tudo para o filho e o filho faz tudo ao contrário do que o pai havia
lhe falado: “Onde foi que eu errei”, mistura de passado e presente
num tempo de reflexão, pois o pai deu isso e aquilo mas não deu
carinho. Soluções tão próximas, sem que ao menos sejam vistas, pois
a ganância e a sede pelo poder não deixam.
Passados três anos – com as faixas estendidas em vias públicas -
prefeito e vereador agora se perguntam: onde foi que erramos?
Podem perguntar a si próprios e quem sabe cada um no seu interior
sabe onde pecou, mesmo porque quem imaginava que o tempo não
fosse passar, agora olhando pelo retrovisor, deve estar convicto que
deixou para trás não as coisas que deveriam ser feitas, mas sim as
coisas que jamais deveriam ter sido feitas, saídas de um balcão de
negócios.
Talvez até as coisas não mudem em 2021, porém se isso ocorrer,
é importante que a próxima geração de políticos entenda que está
na obrigação ou na lista de deveres de cada um, a recolocação do
povo como meta prioritária pra ninguém se questionar um dia – epa,
onde foi que eu errei. O que errou sabe que é tarde demais para
recomeçar.
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