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RCIA MARÇO ED 176 2020

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GENTE DA NOSSA TERRA

Tiago Andrade: das Oficinas Culturais

de Araraquara para o cinema francês

Araraquarense frequentou

projetos culturais na cidade

entre 2001-2004 e seguiu

carreira nas artes até chegar

à França, onde trabalha há

15 anos.

Araraquarense Tiago Andrade (à esquerda) durante filmagem de documentário na

Tanzânia

Um araraquarense criado no São

Geraldo e no Jardim Universal conquistou

espaço profissional no cinema

francês, um dos mais tradicionais

do mundo. Aluno das Oficinas Culturais

no primeiro mandato do prefeito

Edinho, entre 2001 e 2004, Tiago Andrade,

de 39 anos, seguiu sua paixão

pelo cinema e chegou até a Europa.

Mas essa história começa em

1980, quando Tiago nasceu. Filho

de Mauro (vindo da região do Sul do

Brasil) e de Heloísa (do Norte), o araraquarense

teve desde cedo, dentro

de casa, a “possibilidade de olhar

para as diferentes identidades culturais

que se desenham em um mesmo

país de maneiras tão diferentes”.

A paixão pelas câmeras veio desde

a infância. Enquanto cursava o

ensino fundamental e o ensino médio

(entre outras escolas, foi aluno

do EEBA), Tiago começou a trabalhar

na empresa do pai com fotografias e

filmagens de formaturas, casamentos

e eventos.

“Eu trabalhava como cameraman

(operador de câmera) e no laboratório.

Na escola, não fui um gênio, mas

gostava de literatura, filosofia, música,

artes plásticas. No trabalho, eu

me dava bem com a câmera, mesmo

se minha mãe pensasse outra coisa.

Ela vivia dizendo que eu deveria olhar

minhas imagens para fazer melhor da

próxima vez”, revela.

E foi por meio dos pais que as Oficinas

Culturais chegaram até aquele

menino. “Meus pais me falaram da

Casa da Cultura, da Biblioteca Municipal.

Para eles, a educação era

muito importante. Comecei, pouco a

pouco, a me interessar pelos eventos

da Casa da Cultura. E um dia eles me

falaram das Oficinas de Teatro Lélia

Abramo. Sempre me apoiando, nós

fomos ver como eu poderia participar.”

Tiago frequentou a primeira Oficina

de Teatro Lélia Abramo. “Lembro-

-me de cada criação teatral, cada

bairro que visitamos, pois o objetivo

final era levar cultura para todos. A

ideia das oficinas Lélia Abramo foi

gigantesca”, afirma.

“Para mim, a Casa da Cultura foi

o coração cultural de Araraquara.

Graças às oficinas Lélia Abramo, conheci

outras maneiras de pensar e

viver. Passávamos a maior parte do

tempo estudando e produzindo peças

teatrais. Quando estávamos prontos,

saíamos para todo canto da cidade.

Araraquara respirava cultura”, lembra.

Depois de concluir as Oficinas e

obter o DRT (registro para trabalhar

na área), Tiago participou de um grupo

teatral que levou um projeto para

Paraty/RJ, sob acompanhamento de

Lauro Monteiro (artista plástico, produtor

cultural e secretário municipal

de Cultura naquela época). Foi ali que

a França cruzou seu caminho.

“Conheci muitas pessoas de horizontes

diferentes, mas com as mesmas

práticas, seja de teatro, seja

de cinema. Guardei contatos com

pessoas do Nordeste do Brasil, São

Paulo, Minas Gerais. Conheci uma

francesa que trabalhava para um canal

de televisão na França. Um novo

mundo que começava”, conta.

Depois de mais um período de

estudos, incluindo a língua francesa,

Tiago embarcou para a França. “O

cinema começou a tomar o lugar do

teatro e a França, o do Brasil. Pouco

a pouco, eu me encorajava a aprender

o francês e um dia trabalhar com

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