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O engenheiro e professor da USP, Coca Ferraz, durante entrevista à RCIA
deixar claro, no entanto, que esses
números referem-se a 2017 (último
dado disponível) e a Educação é de
responsabilidade compartilhada entre
os governos Municipal e Estadual.
RCIA: Com relação à Segurança,
qual a análise que você faz?
Considerando o Índice de Exposição
a Crimes Violentos do Instituto
Sou da Paz, calculado com base em
dados da Polícia Militar, o valor médio
em Araraquara em 2015-2016
foi de 16,9; em 2017-2018, de 18,3
(crescimento de 17,98%). Entre esses
mesmos períodos, em Rio Claro
houve uma redução de 18,25% e, em
São Carlos, de 21,26%. No ano de
2018, São Calos está classificada na
20ª posição no ranking das cidades
paulistas menos violentas, enquanto
Araraquara está em 89ª – a probabilidade
de uma pessoa sofrer um ato
de violência aqui é 1,58 maior que
em São Carlos.
RCIA: E quanto ao tema Meio
Ambiente?
Coca: No ranking do Programa
Município Verde Azul do Governo do
Estado de São Paulo, Araraquara estava
na posição 51º em 2016 e caiu
para a posição 126º em 2019, atrás
de praticamente todas as cidades
maiores da nossa região (São Carlos:
121º, Ribeirão Preto: 20º, Bauru:
43º).
RCIA: No que se relaciona à Mobilidade
Urbana?
Coca: Neste caso vamos comparar
com a vizinha São Carlos, utilizando
três indicadores. Valor da tarifa do
transporte coletivo em 2019: 3,90
em São Carlos e 4,10 em Araraquara.
Mortalidade no trânsito em 2019:
Araraquara em 25% (penúltimo lugar)
e São Carlos em 4º; no período 2017-
2020 (4 anos), a previsão é que Araraquara
terá 40 mortos e 900 feridos
no trânsito a mais que em São Carlos.
Previsão de recape de vias no período
2017-2020: 8 vezes maior em São
Carlos em relação a Araraquara.
RCIA: Na questão econômica, há
números a respeito?
Coca: Vou citar alguns números
para mostrar a situação aflitiva de
Araraquara. O PIB per capita entre
2016 e 2017 (último ano em que o
dado está disponível) apresentou
a seguinte variação: Araraquara:
– 0,95%, Rio Claro: + 4,81%, Bauru:
+ 3,15%, Rio Preto = + 4,65%, São
Carlos = +3,85%, Ribeirão Preto = +
16,22%. Em termos de salário médio,
Araraquara está classificada em 19º
lugar (situação classificada como
“Ruim”, quase “Péssima”) entre os
25 maiores municípios de São Paulo
no estudo USP/UFSCAR/FATEC; para
exemplificar, o salário médio em São
Carlos é 19% maior que em Araraquara,
em São José dos Campos, 37%
maior. De 2016 para 2018, a frota
média de veículos cresceu 33% a
mais em São Carlos que em Araraquara
(4.290 veículos a mais), trazendo
um grande impulso para os setores
de venda de veículos, de peças, combustível,
de pneus, etc.
RCIA: A que você atribui essa “decadência”
de Araraquara?
Há uma série de fatos que levaram
a isso. Certamente, o mais relevante
é o péssimo desempenho do governo
municipal atual. Erros graves vêm
sendo cometidos na condução do
governo, envolvendo práticas administrativas
inadequadas, estratégias
de desenvolvimento equivocadas e
isolamento político. Araraquara, para
sair desse processo de “decadência”
e garantir um futuro promissor para a
sua população, precisa de um “choque
político” envolvendo mudanças
radicais na forma de administrar e
nas estratégias de desenvolvimento
e, o que é vital, bom relacionamento
político com os governos Estadual e
Federal (o que envolve, inclusive, a
eleição de deputados alinhados com
os governos Estadual e Federal). É
preciso buscar a todo custo, com o
apoio dos governos Federal e Estadual,
emprego e renda para a nossa
população. Como disse Voltaire (famoso
filósofo francês): “O trabalho
afasta dos seres humanos três grandes
males: a pobreza, o ócio e o vício”
– três pilares da infelicidade humana.
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