05.03.2020 Views

RCIA MARÇO ED 176 2020

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EDITORIAL

por: Ivan Roberto Peroni

Quando o grito vem da periferia é sinal que

nada está caminhando bem para o político

As faixas colocadas em acessos a dois bairros da cidade não são fantasiosas; foram postas

por moradores colocando à prova, o tempo dado pelo Salvador para que fizessem o que

a comunidade necessita. A poucos meses das eleições, pode ser que nenhuma outra seja

colocada e que valeu o alerta da população. Mas, também pode ser que uma enxurrada de

faixas semelhantes enfeitem as vias públicas para cobrar o prometido e o não feito.

Uma faixa colocada aqui, outra

faixa colocada lá e vamos nós

remando por este oceano de

incertezas em busca de uma

resposta para perguntas que foram

feitas e esquecidas no tempo.

Estamos exatamente a sete meses

das eleições municipais e é para

elas que vai o clamor do eleitorado

pedindo para que a situação seja

outra a partir de 2021.

Uma primeira faixa estendida no

acesso ao Jardim Zavanella no

final de fevereiro acendia o pisca

de alerta para a classe política de

Araraquara, de forma generalizada.

Uns mais, outros menos entenderam

o recado dado pelos moradores.

Nem todos, pois ainda existe neste

meio alguém que se sobressai pelo

seu caráter, dignidade e respeito.

Mas quando o grito vem das

ruas, até mesmo os bons acabam

pagando pelos pecadores.

Imaginávamos que uma faixa com a

inscrição SEM MANUTENÇÃO, SEM

ASFALTO – SEM VOTO, seria o suficiente para indicar à classe política

que as coisas não estão indo bem nestes últimos anos das nossas

vidas. Contudo, de repente surge outra faixa, com os mesmos dizeres

praticamente, agora estendida na entrada da Chácara Flora.

Epa, pensa o político – mais diretamente o prefeito e o vereador:

“Onde foi que eu errei?”, colocação semelhante àquela de um

programa humorístico da Globo aos sábados à noite, onde o pai dá

de tudo para o filho e o filho faz tudo ao contrário do que o pai havia

lhe falado: “Onde foi que eu errei”, mistura de passado e presente

num tempo de reflexão, pois o pai deu isso e aquilo mas não deu

carinho. Soluções tão próximas, sem que ao menos sejam vistas, pois

a ganância e a sede pelo poder não deixam.

Passados três anos – com as faixas estendidas em vias públicas -

prefeito e vereador agora se perguntam: onde foi que erramos?

Podem perguntar a si próprios e quem sabe cada um no seu interior

sabe onde pecou, mesmo porque quem imaginava que o tempo não

fosse passar, agora olhando pelo retrovisor, deve estar convicto que

deixou para trás não as coisas que deveriam ser feitas, mas sim as

coisas que jamais deveriam ter sido feitas, saídas de um balcão de

negócios.

Talvez até as coisas não mudem em 2021, porém se isso ocorrer,

é importante que a próxima geração de políticos entenda que está

na obrigação ou na lista de deveres de cada um, a recolocação do

povo como meta prioritária pra ninguém se questionar um dia – epa,

onde foi que eu errei. O que errou sabe que é tarde demais para

recomeçar.

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