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GENTE DA NOSSA TERRA
Tiago Andrade: das Oficinas Culturais
de Araraquara para o cinema francês
Araraquarense frequentou
projetos culturais na cidade
entre 2001-2004 e seguiu
carreira nas artes até chegar
à França, onde trabalha há
15 anos.
Araraquarense Tiago Andrade (à esquerda) durante filmagem de documentário na
Tanzânia
Um araraquarense criado no São
Geraldo e no Jardim Universal conquistou
espaço profissional no cinema
francês, um dos mais tradicionais
do mundo. Aluno das Oficinas Culturais
no primeiro mandato do prefeito
Edinho, entre 2001 e 2004, Tiago Andrade,
de 39 anos, seguiu sua paixão
pelo cinema e chegou até a Europa.
Mas essa história começa em
1980, quando Tiago nasceu. Filho
de Mauro (vindo da região do Sul do
Brasil) e de Heloísa (do Norte), o araraquarense
teve desde cedo, dentro
de casa, a “possibilidade de olhar
para as diferentes identidades culturais
que se desenham em um mesmo
país de maneiras tão diferentes”.
A paixão pelas câmeras veio desde
a infância. Enquanto cursava o
ensino fundamental e o ensino médio
(entre outras escolas, foi aluno
do EEBA), Tiago começou a trabalhar
na empresa do pai com fotografias e
filmagens de formaturas, casamentos
e eventos.
“Eu trabalhava como cameraman
(operador de câmera) e no laboratório.
Na escola, não fui um gênio, mas
gostava de literatura, filosofia, música,
artes plásticas. No trabalho, eu
me dava bem com a câmera, mesmo
se minha mãe pensasse outra coisa.
Ela vivia dizendo que eu deveria olhar
minhas imagens para fazer melhor da
próxima vez”, revela.
E foi por meio dos pais que as Oficinas
Culturais chegaram até aquele
menino. “Meus pais me falaram da
Casa da Cultura, da Biblioteca Municipal.
Para eles, a educação era
muito importante. Comecei, pouco a
pouco, a me interessar pelos eventos
da Casa da Cultura. E um dia eles me
falaram das Oficinas de Teatro Lélia
Abramo. Sempre me apoiando, nós
fomos ver como eu poderia participar.”
Tiago frequentou a primeira Oficina
de Teatro Lélia Abramo. “Lembro-
-me de cada criação teatral, cada
bairro que visitamos, pois o objetivo
final era levar cultura para todos. A
ideia das oficinas Lélia Abramo foi
gigantesca”, afirma.
“Para mim, a Casa da Cultura foi
o coração cultural de Araraquara.
Graças às oficinas Lélia Abramo, conheci
outras maneiras de pensar e
viver. Passávamos a maior parte do
tempo estudando e produzindo peças
teatrais. Quando estávamos prontos,
saíamos para todo canto da cidade.
Araraquara respirava cultura”, lembra.
Depois de concluir as Oficinas e
obter o DRT (registro para trabalhar
na área), Tiago participou de um grupo
teatral que levou um projeto para
Paraty/RJ, sob acompanhamento de
Lauro Monteiro (artista plástico, produtor
cultural e secretário municipal
de Cultura naquela época). Foi ali que
a França cruzou seu caminho.
“Conheci muitas pessoas de horizontes
diferentes, mas com as mesmas
práticas, seja de teatro, seja
de cinema. Guardei contatos com
pessoas do Nordeste do Brasil, São
Paulo, Minas Gerais. Conheci uma
francesa que trabalhava para um canal
de televisão na França. Um novo
mundo que começava”, conta.
Depois de mais um período de
estudos, incluindo a língua francesa,
Tiago embarcou para a França. “O
cinema começou a tomar o lugar do
teatro e a França, o do Brasil. Pouco
a pouco, eu me encorajava a aprender
o francês e um dia trabalhar com
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