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EMPREENDA REVISTA - Ed. 33 - RICA MELLO - Fev/2020

Revista de Negócios focada no público empreendedor

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24<br />

GROWTH HACKING<br />

GROWTH<br />

HACKING<br />

“E CONCEITOS DE DATA DRIVEN<br />

MOBILIZARAM TODAS AS<br />

MUDANÇAS QUE DECIDI FAZER”<br />

Maycon Tuneli<br />

20 meses após o desligamento<br />

de suas atividades e operações<br />

na INSANE, Maycon<br />

Tuneli explica o que motivou a<br />

sua decisão de deixar a posição<br />

de CEO e vender suas participações<br />

em uma das maiores<br />

agências do ABC.<br />

Agora, à frente de um novo<br />

negócio, ele lidera o desafio<br />

de inserir uma “filosofia”<br />

recém-chegada no Brasil que,<br />

segundo ele, deve ganhar protagonismo<br />

não apenas em<br />

marketing e vendas, mas em<br />

vários outros departamentos: Growth Hacking.<br />

Mencionado por Sean Ellis (criador do termo) pela primeira<br />

vez em meados de 2010, o curioso nome Growth<br />

Hacking começou a ganhar maior atenção após o lançamento<br />

do livro Hacking Growth, escrito pelo mesmo.<br />

Embora estejamos ouvindo esse nome com mais frequência<br />

nos últimos meses, as técnicas desse conceito<br />

é premissa em startups digitais, empresas SaaS, negócios<br />

de assinatura ou marketplaces - que já nascem<br />

com a projeção de crescimento em escala. Mas, com a<br />

sua popularidade aumentando globalmente, o assunto<br />

começou a gerar interesse de vários outros mercados,<br />

especialmente após o Fórum Econômico Mundial <strong>2020</strong><br />

apontar a posição de Growth Hacker como uma grande<br />

tendência dos próximos anos. Em entrevista, Maycon<br />

explicou porque decidiu abrir mão de uma empresa<br />

consolidada para focar suas energias em um negócio<br />

de Growth Hacking. Ele também nos ajudou a entender<br />

um pouco mais sobre os conceitos básicos por trás do<br />

Growth, deixando claro que sua aplicação é mais simples<br />

e óbvia do que se imagina.<br />

“A informação começa a ficar distorcida quando as pessoas<br />

leem até a página um e já começam a se apropriar<br />

dos termos. No Brasil, os especialistas nascem do dia<br />

pra noite e isso é um perigo. A superficialidade banaliza<br />

o entendimento, a importância e o real significado das<br />

coisas. Romantizar o tema, vai contra a natureza do<br />

Growth, porque boa parte do que fazemos e extremamente<br />

simples e óbvio - que é analisar dados, testar novas<br />

hipóteses e identificar as válvulas de crescimento.<br />

O problema é que a cultura da maioria das empresas é<br />

baseada em “achismos” ou vaidades. E nesse ambiente,<br />

o Growth não consegue gerar frutos”.<br />

Maycon trouxe uma analogia para explicar a forma com<br />

que as empresas “tradicionais” constroem suas ações e<br />

destinam seus investimentos. ”No inicio de um negócio<br />

é razoável usar o feeling para tomar as primeiras decisões.<br />

Embora seja recomendável fazer benchmarking,<br />

usar referências, modelos, indicadores ou trabalhar<br />

com pesquisas estruturadas, seria improvável acreditar<br />

que o mercado aceitaria pagar uma assinatura mensal<br />

para assistir filmes ou séries todos os dias, por exemplo.<br />

Mas não é inteligente virar as costas para os dados e<br />

as informações que são geradas diariamente em nossos<br />

negócios.<br />

O Netflix pode até ter surgido acreditando que era possível<br />

mudar o nosso comportamento de consumo de vídeo.<br />

Mas ele validou essa ideia rápidamente com os dados<br />

obtidos nos primeiros MVPs. Essa habilidade, sem<br />

dúvida, é o que torna o Netflix tão poderoso e tão sexy<br />

para o consumidor. “Nós dificultamos as coisas quando<br />

deixamos de olhar a fotografia do negócio (em números),<br />

os inputs normalmente estão dentro de casa, mas<br />

a maioria das empresas preferem usar o “We Wanna”<br />

(queremos) no lugar do “We Must” (deveríamos)”.<br />

O exemplo trazido pelo Maycon mostra uma empresa<br />

que nasceu com um produto desenhado para atender<br />

mulheres, jovens, solteiras, mas que os dados mostram<br />

maior afinidade e o triplo de conversão com mães, adultas,<br />

casadas. “Nesse caso temos dois caminhos latentes<br />

prováveis: ou revermos o ICP e ajustamos a comunicação<br />

para esse público que converte mais pelo mesmo<br />

esforço, ou corrigimos e ressignificamos o produto para<br />

o público desejável. Aqui, a decisão baseada nos dados<br />

e que geraria um crescimento mais acelerado seria a<br />

primeira, a decisão baseada na teimosia, que geraria<br />

mais atrativo e letargia nos resultados, seria a segunda”.<br />

P: Você teve uma saída discreta da INSANE, houve algum<br />

motivo especial?<br />

R: É verdade. Ainda é comum receber telefonemas ou perguntas<br />

sobre como a INSANE está (risos). Não houve nenhum<br />

motivo especial. A minha saída da INSANE foi muito

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