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inglês.
Josef Popper (1838-1921) era engenheiro de profissão mas bem conhecido na Áustria por
seus escritos (sob o pseudônimo de ‘Lynkeus’), principalmente sobre assuntos filosóficos e
sociológicos. Um relato de seus planos de reforma social será encontrado em um livro da autoria
de Fritz Wittels, publicado em inglês sob o título de An End to Poverty (Londres, 1925). O livro
também contém uma curta biografia do próprio Popper da autoria dos tradutores, Eden e Cedar
Paul. O volume de breves esboços imaginativos, Phantasien eines Realisten, que é o assunto das
observações de Freud, foi consideravelmente popular e teve muitas edições, tendo a vigésima
primeira aparecido em 1921. O artigo de Freud sem dúvida foi escrito por ocasião da morte de seu
autor, para publicação em um periódico que, como o título demonstra, invocava a provisão
universal da subsistência e devia sua inspiração a Popper. Freud escreveu outro trabalho cerca de
10 anos mais tarde (1932c)
JOSEF POPPER-LYNKEUS E A TEORIA DOS SONHOS
Muita coisa interessante existe para ser dita sobre o assunto da originalidade cientifica
aparente. Quando alguma idéia nova ocorre na ciência, saudada a princípio como uma descoberta
e, via de regra, também discutida como tal, a pesquisa objetiva logo após revela que, afinal de
contas, a idéia de fato não era novidade. Geralmente a descoberta já fora efetuada repetidas vezes
e posteriormente esquecida, muitas vezes por intervalos de tempos muito longos. Ou ao menos
tivera precursores, fora obscuramente conjecturada ou incompletamente enunciada. Tudo isso é
demais conhecido para que se exija maior discussão.
O lado subjetivo da originalidade, contudo, também merece consideração. Um cientista
pode às vezes perguntar-se qual foi a fonte das idéias, a ele peculiares, que aplicou a seu material.
A respeito de algumas delas descobrirá sem muita reflexão as sugestões das quais derivaram, as
afirmativas feitas por outras pessoas, que ele recolheu e modificou, e cujas implicações elaborou.
Em relação a outras de suas idéias, porém, não pode fazer tais admissões; somente supor que
esses pensamentos e linhas de abordagem foram gerados - não pode dizer como - em sua própria
atividade mental, sendo neles que fundamenta sua reivindicação à originalidade.
Uma cuidadosa investigação psicológica, contudo, diminui ainda mais essa reivindicação.
Ela revela fontes ocultas e há muito esquecidas, que forneceram o estímulo para as idéias
aparentemente originais, e substitui a nova criação ostensiva por uma revivescência de algo
esquecido aplicado a material novo. Nada há por que lamentar nisso; não tínhamos direito de
esperar que aquilo que era ‘original’ não pudesse ser rastreado e determinado.
Em meu caso, também, a originalidade de muitas entre as novas idéias que utilizei na
interpretação de sonhos e na psicanálise, evaporou-se dessa maneira. Ignoro a fonte de somente
uma dessas idéias. Tratava-se de nada menos que a chave para minha opinião sobre os sonhos e