EMPREENDA REVISTA - ED. 32 - RICARDO ELOI - JAN/2020
Revista de negócios focada no público empreendedor
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INVESTIMENTO ANJO<br />
para qualquer tipo de startup – ou tentavam investimento<br />
com Venture Capital. E isso significava muito tempo<br />
investido, pouco conhecimento de como funcionavam<br />
estes fundos. Um processo muito frustrante para quem<br />
precisa usar seu tempo de forma eficiente.<br />
O investimento anjo quando iniciei a fazer era uma<br />
questão de sorte. Sorte de conhecer alguém da área,<br />
que se interessasse pela startup, que tivesse capital<br />
para investir, topasse o risco do investimento e tivesse<br />
disponibilidade e possibilidade para ajudar. Era preciso<br />
muita sorte!<br />
Quando passei a mentorar startups individualmente ou<br />
em programas de aceleração, eu conhecia muita gente<br />
interessante, com negócios ou ideias incríveis e que<br />
precisavam de ajuda. Percebi que poderia ajudar mais e<br />
gostaria de me comprometer mais com a empresa.<br />
Meus investimentos já eram bem diversificados, com<br />
uma parcela da minha carteira alocada em ativos de alto<br />
risco. Então essa questão de mindset para o risco não<br />
era um problema.<br />
Mas existiam muitas perguntas: como identificar uma<br />
startup na qual acredite e que possa se beneficiar da<br />
minha experiência, networking e investimento?<br />
Como avaliar?<br />
Quanto investir?<br />
Quais os instrumentos contratuais para investimento<br />
anjo?<br />
Como acompanhar depois?<br />
Após muitas conversas identifiquei as possibilidades<br />
para investir como anjo:<br />
INDIVIDUALMENTE EM UMA OPORTUNIDADE:<br />
um (ex-) empreendedor ou (ex-) executivo conhece uma<br />
startup que precisa de investimento. Eles conversam,<br />
chegam num acordo e celebram o investimento. Nesse<br />
caso, desde a decisão de investir até a contrato de investimento<br />
e depois, o acompanhamento da startup e<br />
avaliação sobre a performance do negócio, tudo é feito<br />
pelo investidor anjo, sozinho.<br />
COLETIVAMENTE EM UMA OPORTUNIDADE:<br />
um grupo de investidores anjo avalia coletivamente algumas<br />
startups e os que se interessarem por uma específica<br />
formam um grupo, que negocia com a startup,<br />
divide o investimento entre os membros.<br />
O grupo então se ajuda na avaliação e negociação do<br />
deal e depois se organiza para apoiar a startup. Aqui o<br />
risco é diluido com outros anjos, mas apenas naquela<br />
oportunidade. Se o anjo quiser diversificar seus investimentos,<br />
pode compor um grupo com outros três para<br />
investir em uma startup e com outros oito para investir<br />
em outra.<br />
Mas terá que gerir essas interações.<br />
COLETIVAMENTE EM PORTFOLIO:<br />
um grupo de investidores decide somar suas potencialidades<br />
de capital e investir em um portfolio de startups.<br />
Avaliam e decidem sobre os investimento em conjunto.<br />
Cada startup aprovada é investida pela sociedade e não<br />
por cada anjo. Todas as etapas, desde o screening de<br />
startups até os contratos de investimento, e depois o<br />
acompanhamento das startups, e negociação de follow-<br />
-ons e exits são feitos pelo grupo.<br />
Hoje invisto coletivamente em portfolios. Além da diluição<br />
de risco há um outro fator muito importante. Somos<br />
uma comunidade: trocamos, aprendemos, ensinamos,<br />
compartilhamos informações, fazemos eventos de encontro<br />
presencial para falar de negócios mas também<br />
da vida. Empreendedores que querem dinheiro de qualidade<br />
para financiar suas startups.<br />
Anjos que querem ter retorno financeiro contribuindo<br />
para o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação<br />
com seu capital intelectual, social e profissional e aprendendo<br />
com os progagonistas, os empreendedores.<br />
CENÁRIO DE STARTUPS E INVESTIMENTO NO BRASIL<br />
Quando falo de investimento em Startups é importante<br />
entender como estamos no Brasil em termos de quantidade<br />
qualidade e oportunidades em se tratando de<br />
startups.<br />
Conforme as figuras abaixo, podemos perceber um bom<br />
volume de startups e compreender sua distribuição ao<br />
longo do Brasil.<br />
É na próxima figura, porém que temos os dados mais<br />
interessantes.