29HORAS - Fevereiro 2020
64 ESPECIAL Educação & Carreira FOTO GETTY IMAGES Meu colega robô Especialistas das áreas da robótica e da educação executiva revelam as mudanças que acontecerão nos próximos anos e mostram como devemos nos preparar POR JOÃO BENZ OS DESAFIOS QUE AGUARDAM os profissionais de hoje são muito maiores do que antigamente. A tecnologia avança a passos largos, transformando, criando e destruindo empregos. Se por um lado as empresas pareciam estar plenamente adequadas à integração digital que as redes sociais e celulares promoveram, em contrapartida a sofisticação das máquinas e dos algoritmos promete abalar ainda mais profundamente – e com maior velocidade – o mercado de trabalho nos próximos anos. Inteligência artificial, big data, internet das coisas, avanços na robótica e nas biociências, essas e outras inovações serão diretamente responsáveis por substituir profissionais de diferentes áreas e níveis de qualificação. O estudo “The Future of Employment: How Susceptible Are Jobs to Computerization?”, escrito pelos doutores de Oxford Carl Frey e Michael Osborne, prevê que até 2033 cerca de 47% das profissões na economia norte-americana estarão em risco de extinção devido aos avanços da automação. A robotização é uma realidade próxima “No passado, se falava que a automação eliminava vários empregos de baixa qualificação e baixa remuneração e criava poucos empregos de alta capacitação e remuneração. Essa era a realidade da terceira revolução industrial. Agora nós estamos começando a viver a quarta, onde os empregos de média e/ou de quase alta capacitação e remuneração também começam a ser afetados com o processo da inteligência artificial tomando decisões”, explica Sergio Luiz Pereira, professor doutor da Poli-USP com tese de livre-docência na área de engenharia de automação alinhada ao desenvolvimento sustentável. A quarta revolução industrial Esse termo foi cunhado pelo Fórum Econômico Mundial em 2015 e, no ano seguinte, foi tema do encontro anual em Davos, na Suíça. Pereira defende que essas grandes revoluções só acontecem quando
65 FOTOS WIKIPEDIA E GETTY IMAGES À esquerda, motor a vapor de James Watt feito na primeira revolução industrial. ; acima, o daguerreótipo, o primeiro processo fotográfico comercializado para o grande público. Abaixo, sistema de linha de montagem criada por Henry Ford na segunda revolução industrial; em seguida, a biotecnologia e a automação, grandes destaques na terceira revolução industrial há uma inovação tecnológica associada a transformações políticas e sociais. A primeira revolução industrial aconteceu no Reino Unido, em 1776, com o surgimento da máquina a vapor e a consolidação da teoria do liberalismo. Seguindo para os EUA na década de 1910, o engenheiro mecânico Henry Ford inaugurou a era da produção em massa ao implementar a primeira linha de montagem seriada. No pós-Segunda Guerra, a robótica e a automação começaram a emergir, enquanto o Plano Marshall reconstruía a economia do Japão e da Alemanha. Desse período até a atualidade, diz-se que estamos vivendo a terceira revolução, que também inclui, na década de 1990, a globalização dos modos de produção e o surgimento da internet, entre outros avanços. Nos próximos anos, viveremos mudanças ainda mais drásticas. Estamos vivendo na “era do mundo exponencial”, pois as inovações científicas acontecem com extrema rapidez. “Na quarta revolução, as fronteiras entre o mundo físico/ real e o mundo virtual tornam-se cada vez mais difusas. Os sistemas de inteligência artificial, por exemplo, podem tomar decisões com relação a vendas, a transporte e a custos, com o objetivo de otimizar a produção e maximizar os lucros”, descreve o engenheiro. Ele considera que a inteligência artificial e os demais avanços tecnológicos da revolução 4.0 criarão possibilidades incríveis de produção com menos impacto ambiental e gastos. Porém, ele ressalta que a automação trará uma série de desafios políticos, jurídicos e administrativos. Como manter a população do planeta ocupada e motivada é a principal questão. “A humanidade pode caminhar para uma quase utopia, livrando o ser humano dos trabalhos enfadonhos, chatos e que possam gerar doenças. Assim, as pessoas podem direcionar
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À esquerda, motor a vapor de James Watt feito<br />
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Henry Ford na segunda revolução industrial; em<br />
seguida, a biotecnologia e a automação, grandes<br />
destaques na terceira revolução industrial<br />
há uma inovação tecnológica associada a transformações<br />
políticas e sociais. A primeira revolução industrial aconteceu<br />
no Reino Unido, em 1776, com o surgimento da máquina a<br />
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Seguindo para os EUA na década de 1910, o engenheiro<br />
mecânico Henry Ford inaugurou a era da produção em massa<br />
ao implementar a primeira linha de montagem seriada. No<br />
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Japão e da Alemanha. Desse período até a atualidade, diz-se<br />
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na década de 1990, a globalização dos modos de produção e o<br />
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Estamos vivendo na “era do mundo exponencial”, pois<br />
as inovações científicas acontecem com extrema rapidez.<br />
“Na quarta revolução, as fronteiras entre o mundo físico/<br />
real e o mundo virtual tornam-se cada vez mais difusas. Os<br />
sistemas de inteligência artificial, por exemplo, podem tomar<br />
decisões com relação a vendas, a transporte e a custos, com<br />
o objetivo de otimizar a produção e maximizar os lucros”,<br />
descreve o engenheiro.<br />
Ele considera que a inteligência artificial e os demais<br />
avanços tecnológicos da revolução 4.0 criarão possibilidades<br />
incríveis de produção com menos impacto ambiental e<br />
gastos. Porém, ele ressalta que a automação trará uma série<br />
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manter a população do planeta ocupada e motivada é a<br />
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“A humanidade pode caminhar para uma quase utopia,<br />
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possam gerar doenças. Assim, as pessoas podem direcionar