29HORAS - Fevereiro 2020
28 COLUNA adonis@blogdoadonis.com.br Marketing e marcas POR Adonis Alonso FOTO DIVULGAÇÃO O avanço da onda vegana Propaganda mira os “flexitarianos”, consumidores que se abstêm de carne animal um ou dois dias por semana Carré de quinoa ou de shimeji, hambúrguer de grão de bico, espeto de soja e salsicha de alho já estão na mesa de alguns brasileiros desde dezembro de 2016. Há três anos, foi inaugurado em São Paulo o “No Bones”, The Vegan Butcher Shop, açougue vegano hoje também com endereços em Curitiba, Niterói e Itajubá. Ingredientes como soja e beterraba, com ajuda da tecnologia, levaram startups e empresas a apostarem corrida por esse “novo alimento”. A meta não é só atender o mercado vegetariano, mas diversificar o consumo de “carne” no país. Estima-se que no Brasil 14% da população seja formada por vegetarianos e veganos, o que representa mais de 30 milhões de pessoas. Mas é preciso somar ainda os flexitarianos, pessoas que têm o hábito de ficar um ou dois dias por semana sem consumir carne de proteína animal. Desde 2012, a procura pelo termo “vegano” no Google aumentou 14 vezes. O crescimento do mercado nacional acompanha a tendência mundial, puxada pelo Reino Unido e Estados Unidos. No último mês de janeiro, durante o International Consumer Electronics Show, em Las Vegas, a Impossible Foods, empresa da Califórnia que desenvolve produtos à base de plantas para substituir a proteína animal, apresentou filés de porco e salsicha vegetal. Outra concorrente lançou quitutes com gosto e textura de lagosta e camarão. São cada vez mais itens à disposição, tanto em casas especializadas quanto em supermercados, que oferecem versões veganas de produtos como nuggets, presuntos, quibes, coxinhas, salsichas e linguiças. A grande estrela desse segmento é o hambúrguer 100% feito de ingredientes vegetais. A ponto de merecer campanha publicitária criada no Brasil e já exportada para vários países. Na “pegadinha” do Burger King, clientes são surpreendidos ao degustar um Rebel Whopper sem perceber que não é de carne. A gigante Seara investe na novidade para atender toda a família. Sua linha “Incrível” promete uma revolução alimentar com produtos fabricados a partir da Biomolécula i, que garante a mesma textura e sabor de carne. Além do hambúrguer, já oferece empanados, quibes e comida oriental. Segundo pesquisas da empresa, dois terços dos brasileiros demonstram curiosidade em experimentar esses produtos, o que a levou a firmar parceria com redes e restaurantes como Habibs, Churrascaria Rodeio e Subway. O Rebel Whopper chegou ao Brasil em setembro do ano passado, cinco meses depois de lançado no mercado norte-americano. O sanduíche é produzido exclusivamente de plantas, mas consegue manter sabor e textura semelhantes ao do hambúrguer de carne bovina. Maior prova de que o produto realmente engana foi a exportação da campanha “Teste Cego” para a Espanha, especificamente para a região de Ávila, conhecida como a Terra do Chuletón. Até os espanhóis se surpreenderam! ADONIS ALONSO é jornalista, colunista e coordenador de Conteúdo do Fórum de Marketing Empresarial do LIDE.
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28 COLUNA<br />
adonis@blogdoadonis.com.br<br />
Marketing e marcas<br />
POR<br />
Adonis<br />
Alonso<br />
FOTO DIVULGAÇÃO<br />
O avanço da<br />
onda vegana<br />
Propaganda mira os “flexitarianos”,<br />
consumidores que se abstêm de carne animal<br />
um ou dois dias por semana<br />
Carré de quinoa ou de shimeji, hambúrguer de grão de bico,<br />
espeto de soja e salsicha de alho já estão na mesa de alguns<br />
brasileiros desde dezembro de 2016. Há três anos, foi inaugurado<br />
em São Paulo o “No Bones”, The Vegan Butcher Shop,<br />
açougue vegano hoje também com endereços em Curitiba,<br />
Niterói e Itajubá.<br />
Ingredientes como soja e beterraba, com ajuda da tecnologia,<br />
levaram startups e empresas a apostarem corrida por esse<br />
“novo alimento”. A meta não é só atender o mercado vegetariano,<br />
mas diversificar o consumo de “carne” no país.<br />
Estima-se que no Brasil 14% da população seja formada<br />
por vegetarianos e veganos, o que representa mais de 30<br />
milhões de pessoas. Mas é preciso somar ainda os flexitarianos,<br />
pessoas que têm o hábito de ficar um ou dois dias por<br />
semana sem consumir carne de proteína animal.<br />
Desde 2012, a procura pelo termo “vegano” no Google<br />
aumentou 14 vezes. O crescimento do mercado nacional<br />
acompanha a tendência mundial, puxada pelo Reino Unido e<br />
Estados Unidos.<br />
No último mês de janeiro, durante o International<br />
Consumer Electronics Show, em Las Vegas, a Impossible<br />
Foods, empresa da Califórnia que desenvolve produtos à base<br />
de plantas para substituir a proteína animal, apresentou filés<br />
de porco e salsicha vegetal. Outra concorrente lançou quitutes<br />
com gosto e textura de lagosta e camarão.<br />
São cada vez mais itens à disposição, tanto em casas<br />
especializadas quanto em supermercados, que oferecem<br />
versões veganas de produtos como nuggets, presuntos,<br />
quibes, coxinhas, salsichas e linguiças.<br />
A grande estrela desse segmento é o hambúrguer 100%<br />
feito de ingredientes vegetais. A ponto de merecer campanha<br />
publicitária criada no Brasil e já exportada para vários países.<br />
Na “pegadinha” do Burger King, clientes são surpreendidos<br />
ao degustar um Rebel Whopper sem perceber que não é<br />
de carne.<br />
A gigante Seara investe na novidade para atender toda a<br />
família. Sua linha “Incrível” promete uma revolução<br />
alimentar com produtos fabricados a partir da Biomolécula i,<br />
que garante a mesma textura e sabor de carne. Além do<br />
hambúrguer, já oferece empanados, quibes e comida oriental.<br />
Segundo pesquisas da empresa, dois terços dos brasileiros<br />
demonstram curiosidade em experimentar esses produtos, o<br />
que a levou a firmar parceria com redes e restaurantes como<br />
Habibs, Churrascaria Rodeio e Subway.<br />
O Rebel Whopper chegou ao Brasil em setembro do ano<br />
passado, cinco meses depois de lançado no mercado<br />
norte-americano. O sanduíche é produzido exclusivamente de<br />
plantas, mas consegue manter sabor e textura semelhantes ao<br />
do hambúrguer de carne bovina.<br />
Maior prova de que o produto realmente engana foi a<br />
exportação da campanha “Teste Cego” para a Espanha,<br />
especificamente para a região de Ávila, conhecida como a<br />
Terra do Chuletón.<br />
Até os espanhóis se surpreenderam!<br />
ADONIS ALONSO é jornalista, colunista e coordenador de Conteúdo do Fórum de Marketing Empresarial do LIDE.