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22 HORA H<br />
DETOX<br />
Vale<br />
sagrado<br />
Uma estada no Matutu, em Minas Gerais,<br />
permite imersão profunda na natureza e<br />
nas coisas que realmente importam<br />
POR SERGIO LUIZ PEREIRA<br />
FOTOS MARTA ALVIM<br />
PARA QUEM ANDA CANSADO da muvuca<br />
das praias lotadas de todos os Carnavais e<br />
deseja escapar dos intermináveis sons dos<br />
bloquinhos, felizmente ainda existem alguns<br />
paraísos intocados entre as montanhas<br />
de Minas Gerais. Neles, os maestros<br />
que comandam as trilhas sonoras são os<br />
pássaros das matas e o fluxo das cachoeiras.<br />
São ambientes propícios para o relaxamento<br />
profundo, a desintoxicação física e mental<br />
e até mesmo para que o viajante faça<br />
um ajuste fino da sintonia com a própria<br />
espiritualidade.<br />
Um desses recantos perdidos e ainda não<br />
corrompidos pelo turismo predatório – que<br />
procura pasteurizar tudo e todos em um monocromático<br />
padrão – é o abençoado Vale do<br />
Matutu (na língua indígena dos ancestrais,<br />
Matutu significa Cabeceira Sagrada).<br />
O vale fica a 18 quilômetros de estrada de<br />
terra da charmosa cidadezinha Aiuruoca –<br />
“Casa do Papagaio” na língua tupi –, que, por<br />
sua vez, dista apenas 46 km de Caxambu. O<br />
Matutu fica encravado e protegido no fundo<br />
do vale que forma uma grande ferradura<br />
entre os contrafortes do Pico do Papagaio<br />
e o Morro Cabeça de Leão. Toda essa<br />
exuberante natureza que contém diversos<br />
biomas da mata atlântica fica às margens do<br />
parque Estadual Serra do Papagaio, que faz<br />
parte de uma franja da Serra da Mantiqueira.