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RCIA - ED. 175 - FEVEREIRO 2020pdf

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EDITORIAL

por: Ivan Roberto Peroni

Os políticos perderam a credibilidade e o eleitor

entendeu que a propaganda eleitoral é na rede social

Eleitos em 2016, os nossos vereadores tiveram três anos para dar satisfação ao seu eleitor

que estava sempre conectado e disposto a cobrar cada passo do seu parlamentar. Neste

período, poderiam ter aprendido que as redes sociais estavam mudando completamente a

relação do vereador com o seu eleitor. Também não entenderam que antes, os políticos só

olhavam para o eleitor de quatro em quatro anos. E que agora, é por minuto.

A Câmara Municipal de Araraquara

voltou do recesso tradicional no dia

14 de janeiro com características bem

diferenciadas das costumeiras, pois os

políticos a partir de agora, se preparam

para o cumprimento do último ano de

mandato e tentam cuidar da esperança

de reeleição em pleito a ser realizado

no dia 4 de outubro.

Este quadro formado para o Legislativo,

eleito em 2016 e empossado em janeiro

de 2017, foi de fato o mais polêmico

dos últimos tempos. Com altos e baixos,

mais baixos que altos, deixou a desejar.

Não foi a Câmara Municipal que o

eleitorado esperava.

Como agora começa a caça aos votos,

o período de recesso talvez tenha

servido também para um tempo de

reflexão, onde cada vereador pôde

raciocinar consigo mesmo – onde errei

e onde acertei.

Independente de siglas partidárias,

é verdade que não houve oposição

neste mandato, ficando no campo das

discussões apenas o PSDB e uma parte

do MDB, cujas bancadas foram as

que mais insistiram nos debates entre

Legislativo e Executivo. É verdade que,

quando não há debates, perde-se o

bonde da história; o Executivo manda, a maioria do Legislativo formada pela

situação aprova e logo cumpre-se o que governo determina. Ponto final.

Falta ao parlamentar além de bom senso, a habilidade política, pois é comum

o apadrinhamento de interesses individuais, sem que o vereador leve à risca

o comprometimento que ele teve com o eleitor que nele confiou ao lhe dar o

voto. Seria um relacionamento de mão única, contudo, o político faz sempre

a opção de duas mãos - ida e volta: vou com o prefeito agora e volto a você

depois.

Não podemos atribuir responsabilidade a um chefe de Executivo em casos

assim. O vereador torna-se submisso ao Executivo até por naturalidade ou

necessidade, porque quer. Ninguém vai lhe obrigar a fazer o que não deseja.

Se isso ocorre vamos ter uma inversão de valores: o voto dado pelo eleitor

ao vereador logo passa do vereador aos interesses do prefeito que nunca são

também os interesses da população. Só existe a ida; a volta jamais.

A questão política podemos comparar à roda que gira; durante três anos essa

roda foi virando e nela foram subindo os favores prestados a cada um; uns

mais outros menos, sem logicamente se ter a totalidade lincada aos gostares

do Executivo.

Daqui alguns meses a roda vai parar e dela descerão os que vão correr atrás

do voto e bem contrário de antigamente, deverão ouvir – não voto mais em

você, apontando-lhe os deslizes. Esta geração de vereadores pela primeira

vez terá como ‘desfavor’ as redes sociais que permanentemente mostrarão

o que cada um fez de certo ou errado. Assim, ninguém poderá dizer que – o

povo não tem memória. As redes sociais deverão lembrar e mostrar...

Feliz daquele candidato que em busca da reeleição, tenha um saldo positivo a

exibir ao seu eleitor, embora nem de todos os agrados feitos por ele sejam na

sua totalidade da apreciação coletiva. Que se preparem os candidatos pois

não haverá ser humano capaz de segurar a língua e os clics do povo.

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