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João Comitto com Cairo, o primeiro
padreador do Brasil
A raça Dobermann tem origem
na Alemanha, foram para guerra na
era nazista e quase foram dizimados.
Americanos levaram a raça e desenvolveram,
deixando-os mais refinados
e elegantes, e, também, moldaram o
temperamento. Para Aldo, o cão é o
espelho do dono e de como é criado.
Aldo ressalta que para se comprar
um cão de raça, é necessário procurar
um criador sério e competente,
que tenha canil registrado, que você
possa ir até o local e ver o pai, a mãe,
e como são tratados. Para ele também
não se pode comprar de canis
que colocam as matrizes para dar
uma cria atrás de outra, ou que não
sejam bem tratados e alimentados.
“Infelizmente dentro do nosso meio,
até mesmo frequentando exposições
da Confederação Brasileira de Cinofilia
(CBKC), já teve gente com má
conduta, chegando a ser expulsa do
rol de criadores, por fazer uso desta
prática tão danosa para com os cães.
Tem gente ruim em qualquer segmento,
estes não podem ser considerados
criadores, e sim comerciantes criminosos”
– afirma Aldo
Ressalta ainda que ele e o irmão
só participam de boas exposições
com um bom clube. “Esses campeonatos
são sérios, temos uma criação
artesanal, desde os meus 10 anos já
estava na cinofilia e nestes anos só
tivemos uma única ninhada. Nossos
cães têm que ter espaço, um bom
trato, proximidade com a família e
como todo cachorro, nós visamos o
aprimoramento da raça, então para
criadores sérios, o cruzamento deve
ser feito dentro de normas”, diz Aldo.
O dobermann Rhallex The Black
Cairo, o número um da raça como padreador
é filho de cão argentino, que
foi importado para o Brasil, e uma fêmea
de um criador brasileiro. E tanto
João como Aldo, sabiam do potencial
do cachorro que fez apresentações,
foi mostrado limitadamente, por ser
muito amoroso e caseiro. “Quando colocamos
um cão para exposição, temos
que abrir mão do contato diário,
é como um filho que vai estudar fora,
ele fica com o Handler para ser treinado,
e Cairo é bem caseiro. Depois de
um tempo chegou a fêmea Dobs Legend
Spirit of The Braves Ariana para
fazer companhia a ele, mas percebemos
o potencial dos dois, então resolvemos
cruzar, já que o fenótipo e o
genótipo de ambos se completavam e
era acima da média, então nasceram
cinco filhotes, registramos e abrimos
nosso canil de nome Darewind. Desta
primeira ninhada nasceu Darewind
Amazing Beauty que desde pequena
já mostrava uma precocidade”.
Beauty foi para um amigo, João e
Aldo incentivaram que ele a levasse
Aldo apresenta os troféus de Beauty
para uma exposição. Logo na primeira
com 6 meses de idade, ela ganhou
o Best in Show, isto é, foi a melhor
da exposição para sua idade. E assim
sucessivamente em todas as exposições
que participava, virou um
fenômeno. Mas devido a problemas,
seu tutor não pode dar continuidade
com as apresentações, e quem deu
todo o suporte necessário para isso
foi Ana Maria Donna Dalle Rose, uma
criadora experiente na raça que se
encantou com a cachorra. Ela começou
a levar a Beauty para as exposições.
Resumindo, a cachorra nascida
no Canil Darewind de Araraquara, tem
42 Best in Shows (melhor da exposição)
no ano de 2019 e mais outras 44
colocações em finais de exposição,
isso sem dúvida fez com que ela apesar
de tão jovem, já entrasse para a
história da raça Dobermann no país.
Essas exposições ou shows, como
chamamos, algumas costumam ter
a participação de até 500 cães das
mais variadas raças em pista. A
Beauty fechou o ano como melhor
dobermann, melhor do seu grupo e
a segunda melhor colocada entre
os cães de todas as raças. Foi, também,
vencedora do Top 20 2019 e
pré-nacional, eventos importantes do
cenário da raça no país.
“Ela virou um fenômeno, quando
chegava em pista todos paravam para
vê-la” – diz Aldo orgulhoso da cadela
que nasceu em suas mãos. Beauty
tem fã clube e recebe mensagens do
mundo inteiro, para os criadores é
como um campeonato de futebol, “é
como ganhar o campeonato brasileiro,
sem contar que ela também já foi
campeã na Argentina e Uruguai, tem
criadores que chegam a levar um time
de cães para competir e o nosso canil
tem só nossa cadela”.
Aldo ressalta também que para
participar de exposições, os cães
precisam ser bem tratados, amados,
pois eles não podem demonstrar nem
agressividade, nem medo, “ele tem
que estar impecável e feliz, tem que
deixar ser tocado, interagir com seu
Handler, que é quem o conduz”.
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