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sair na frente e antes do final da pista
consegui ultrapassá-lo e ganhei a corrida.
Ao final ele disse que eu corria
demais”, lembra o ex-militar.
HOMENAGEM
No dia 11 de maio de 2018, o Tiro
de Guerra 02-002 de Araraquara,
comemorou o Dia da Vitória com um
evento que contou com o encontro
dos pracinhas araraquarenses José
Marino, este já falecido e Orlando Pires.
O evento marcou a comemoração
do Dia da Vitória das forças aliadas
sobre os países do Eixo (Alemanha,
Japão e Itália).
Entre os 25 mil militares brasileiros
que combateram na Segunda
Guerra Mundial, Araraquara teve dez
integrantes na Força Expedicionária
Brasileira, com destaques para Antônio
da Motta, José Marino, Argenton
e Orlando Pires.
CENTENÁRIO
O também corretor de imóveis
aposentado, Orlando Pires, comemorou
seu centenário ao lado de sua família.
A neta dele, a agrônoma Isabela
Pires, contou para a reportagem que
o avô nasceu no dia 25 de dezembro
de 1919, mas só foi registrado no dia
29, por isso, o aniversário dele é comemorado
nas duas datas. Orlando,
que é viúvo de Lídia Delfino Pires, falecida
há 28 anos, é o patriarca de
uma família composta por três filhos,
seis netos e nove bisnetos.
O Brasil declarou guerra aos países
do Eixo (Alemanha, Japão e Itália)
O pracinha centenário durante entrevista à RCIA (Foto: José Augusto Chrispim)
em 1942, depois que vários navios
da Armada foram atacados. Somente
naquele ano, 19 embarcações foram
alvejadas pelos submarinos alemães.
Na época, o país possuía poucos
oficiais da ativa para integrarem a
missão. Sendo assim, foi preciso
convocar reservistas para lutar. Muitos
deles eram profissionais liberais,
como advogados e médicos.
A fim de estar preparado para a
entrada no conflito, o Brasil recebeu
ajuda dos Estados Unidos e enviou
alguns membros da tropa para fazer
treinamento em território americano.
No dia 29 de junho de 1944, um
trem trazendo os homens da FEB chegou
à Vila Militar no Rio de Janeiro.
A Força estava dividida em três regimentos
de Infantaria – o 1º do Rio de
Janeiro; o 6º de Caçapava, São Paulo;
e o 11º de São João del-Rei, Minas Gerais.
Apenas o 6º, de Caçapava, atravessaria
a cidade do Rio, enquanto
os demais seriam enviados a outros
lugares. Era uma forma de manter em
sigilo o embarque.
A operação foi feita à noite, em
etapas, durante um dos blecautes
realizados no Rio. Esses blecautes
eram feitos com o objetivo de proteger
a população de um improvável ataque
aéreo alemão. Muitos pracinhas
sequer tiveram tempo de se despedir
de seus familiares e amigos e não sabiam
para qual nação iriam.
O desembarque aconteceu em 16
de julho de 1944, na Itália. Os combatentes
só entenderam que estavam
no país europeu quando avistaram o
Monte Vesúvio.
CURIOSIDADES
- Na época, muitos críticos duvidaram
da capacidade brasileira em
enviar homens para o fronte da batalha.
Por conta disso, alguns diziam
que era mais fácil uma cobra fumar
do que isso acontecer. Até hoje o símbolo
da Força Expedicionária é uma
cobra fumando cachimbo.
- Os restos mortais dos brasileiros
foram inicialmente enterrados na
cidade italiana de Pistoia. Somente
em 1960 é que foram transladados
ao Brasil, onde permanecem no Monumento
Nacional dos Pracinhas, no
Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
- A FEB foi a única tropa a pisar na
Europa com militares de todas as raças:
negros, índios, pardos e brancos.
- A Força Aérea Brasileira (FAB)
esteve presente na II Guerra Mundial
pelo 1º Grupo de Aviação de Caça comandado
pelo tenente-coronel aviador
Nero Moura. O grupo foi criado em
1943 e organizado e preparado nas
bases americanas, no Canal do Panamá
e nos Estados Unidos. Desembarcou
em Nápoles no dia 6 de outubro
de 1944. Na Itália, incorporou-se
ao 350º Grupo de Caça americano
pertencente a 62ª Brigada de Caça
do XXII Comando Aerotático da Força
Aérea do Mediterrâneo.
Orlando Pires indo às
compras na quintanda
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