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RCIA - ED. 175 - FEVEREIRO 2020pdf

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COMEMORAÇÃO

100

ANOS DEPOIS

Orlando Pires, último pracinha de

Araraquara completou 100 anos de vida;

é um dos dez soldados da nossa terra que

integraram a Força Expedicionária do Brasil

(FEB) na Segunda Guerra Mundial.

O aniversário de Orlando Pires

No dia 29 de dezembro de 2019,

Orlando Pires completou 100 anos de

vida. Ele é o último ‘pracinha’ ainda

vivo entre os dez araraquarenses que

integraram a Força Expedicionária

Brasileira (FEB) na Segunda Guerra

Mundial, que aconteceu entre o dia

1º de setembro de 1939 e 8 de maio

de 1945.

A reportagem da Revista Comércio,

Indústria e Agronegócio conversou

com o ‘pracinha’ - termo que

surgiu da expressão “sentar praça”,

que significa se alistar nas Forças

Armadas -, Orlando Pires que falou

um pouco sobre o tempo na caserna.

Com a voz mansa e memória boa, o

ex-militar contou que entrou para o

Exército Brasileiro depois de passar

por um sorteio. “Eu fui sorteado para

cumprir o serviço militar em 1942 e,

depois de passar por uma avaliação,

fui encaminhado para o quartel de

Pindamonhangaba. Lá eu passei por

treinamento, mas quando

começaram a chamar os

soldados para irem para

a guerra, escolheram primeiro

os maus elementos

para comporem o primeiro

pelotão, e eu acabei não

sendo convocado. Depois

fui enviado para o Quartel

de São Sebastião que era

encarregado de proteger a

Orlando

comemorou o

aniversário de

100 anos ao lado

de sua neta,

a agrônoma

Isabela Pires

costa brasileira. Lá eu fiquei por dois

anos e quando começaram a montar

o segundo pelotão que seria enviado

para o combate, em 1945, logo a

guerra acabou e nós acabamos não

indo. Para mim, foi uma pena, pois tinha

vontade de ir para a Europa combater

os alemães”, contou o pracinha.

MERECIMENTO

Orlando relatou à reportagem que

ganhou a patente de tenente do Exército

por merecimento. Ele disse que

depois do final da guerra, em maio de

1945, foi dispensado do serviço militar

junto com os demais pracinhas.

Porém, conta que antes de deixar o

quartel em São Sebastião, foi desafiado

por um comandante a disputar

uma corrida com ele e ganhou. “O

comandante chegou e perguntou se

alguém queria disputar uma corrida

com ele. Se ele perdesse, o soldado

ganharia oito dias de licença paga. Já

se ele ganhasse, ficaria oito dias na

cadeia do quartel. Eu aceitei o desafio,

e ele falou: ‘esse nanico acha que

consegue ganhar de mim. Vamos ver’.

Nós então nos alinhamos na pista de

atletismo do quartel e quando o juiz

deu o sinal da largada, eu deixei ele

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