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uma cadeira, notamos que é cinza. Nosso cérebro estabelece uma associação
entre a cor (cinza) e o objeto (cadeira) e elabora um significado: “A cadeira é
cinza.”
Nossa mente está sempre em atividade, gerando mais e mais associações para
nos ajudar a entender e controlar o ambiente que nos cerca. Tudo que vivemos,
seja interna ou externamente, gera novas associações e conexões mentais. Tudo:
desde as palavras nesta página, passando pelos conceitos gramaticais que você
usa para entender as frases, até as divagações em que sua mente se perde quando
meu texto fica chato ou repetitivo — cada um desses pensamentos, impulsos e
percepções é composto de milhares de conexões neurológicas que, disparadas ao
mesmo tempo, iluminam sua mente com um clarão de conhecimento e
compreensão.
Só tem dois problemas. Primeiro, o cérebro é imperfeito. Confundimos o que
vemos e ouvimos, esquecemos fatos e fazemos interpretações incorretas.
Segundo, o cérebro tende a se apegar aos significados que criamos. Somos
tendenciosos em relação ao que assimilamos e relutamos em nos desapegar do
que nossa mente criou. Mesmo quando temos evidências que contradizem o
significado estabelecido, preferimos ignorá-las e manter nossa crença.
Como disse o comediante Emo Philips certa vez: “Eu achava que o cérebro era
o órgão mais maravilhoso do meu corpo. Depois, percebi quem estava me
dizendo isso.” A triste verdade é que a maior parte do que “sabemos” e
acreditamos é produto das inexatidões e tendências inatas desse órgão. Muitos
dos nossos valores, a maioria deles, são produto de eventos que não representam
o mundo como um todo ou de um passado totalmente deturpado pela memória.
O resultado? Grande parte das nossas crenças é incorreta. Ou, para ser mais
exato, todas são — algumas apenas são menos que outras. A mente humana é um
amontoado de inexatidões. E, apesar de isso ser um conceito desconfortável,
aceitá-lo é muito importante, como veremos.
Cuidado com suas crenças
Em 1988, durante uma sessão de terapia, a jornalista e escritora Meredith Maran