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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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uma cadeira, notamos que é cinza. Nosso cérebro estabelece uma associação

entre a cor (cinza) e o objeto (cadeira) e elabora um significado: “A cadeira é

cinza.”

Nossa mente está sempre em atividade, gerando mais e mais associações para

nos ajudar a entender e controlar o ambiente que nos cerca. Tudo que vivemos,

seja interna ou externamente, gera novas associações e conexões mentais. Tudo:

desde as palavras nesta página, passando pelos conceitos gramaticais que você

usa para entender as frases, até as divagações em que sua mente se perde quando

meu texto fica chato ou repetitivo — cada um desses pensamentos, impulsos e

percepções é composto de milhares de conexões neurológicas que, disparadas ao

mesmo tempo, iluminam sua mente com um clarão de conhecimento e

compreensão.

Só tem dois problemas. Primeiro, o cérebro é imperfeito. Confundimos o que

vemos e ouvimos, esquecemos fatos e fazemos interpretações incorretas.

Segundo, o cérebro tende a se apegar aos significados que criamos. Somos

tendenciosos em relação ao que assimilamos e relutamos em nos desapegar do

que nossa mente criou. Mesmo quando temos evidências que contradizem o

significado estabelecido, preferimos ignorá-las e manter nossa crença.

Como disse o comediante Emo Philips certa vez: “Eu achava que o cérebro era

o órgão mais maravilhoso do meu corpo. Depois, percebi quem estava me

dizendo isso.” A triste verdade é que a maior parte do que “sabemos” e

acreditamos é produto das inexatidões e tendências inatas desse órgão. Muitos

dos nossos valores, a maioria deles, são produto de eventos que não representam

o mundo como um todo ou de um passado totalmente deturpado pela memória.

O resultado? Grande parte das nossas crenças é incorreta. Ou, para ser mais

exato, todas são — algumas apenas são menos que outras. A mente humana é um

amontoado de inexatidões. E, apesar de isso ser um conceito desconfortável,

aceitá-lo é muito importante, como veremos.

Cuidado com suas crenças

Em 1988, durante uma sessão de terapia, a jornalista e escritora Meredith Maran

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