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experiência, vou reduzindo meus erros e ficando cada vez menos errado todos os
dias.
Tanta gente fica obcecada por estar “certa” a respeito da vida que acaba não
vivendo.
Uma mulher é solteira e se sente só. Quer um parceiro, mas nunca sai de casa
nem faz nada para mudar esse quadro. Um homem trabalha como louco e acha
que merece uma promoção, mas nunca diz isso explicitamente ao chefe.
Os outros dizem que ambos temem o fracasso, a rejeição, ouvir um não.
Não é essa a questão. A rejeição dói, ok. Fracassar é uma merda. Mas nos
apegamos com mais força a algumas certezas — certezas que temos medo de
questionar ou abandonar, valores que deram significado a nossa vida ao longo
dos anos. A mulher não sai para conhecer parceiros em potencial porque seria
obrigada a confrontar as crenças que nutre sobre a própria capacidade de
atração. O homem não pede uma promoção porque teria que confrontar as
crenças que nutre sobre as próprias habilidades.
É mais fácil perpetuar a certeza dolorosa de que ninguém acha você atraente
ou de que ninguém reconhece seus talentos do que pôr isso à prova e descobrir se
condiz com a realidade.
Crenças desse tipo — “Não sou bonita, então por que me dar ao trabalho?” ou
“Meu chefe é um babaca, então por que me dar ao trabalho?” — são feitas para
nos proporcionar conforto imediato, hipotecando uma felicidade e um sucesso
maiores para o futuro. São péssimas estratégias a longo prazo, mas mesmo assim
nos apegamos a elas por presumirmos que sejam corretas, por presumirmos já
saber o que virá. Em outras palavras, presumimos saber o fim da história.
A certeza é a inimiga do crescimento. Nada é certo até acontecer — e mesmo
assim não deixa de ser questionável. Daí a necessidade de aceitar as imperfeições
inevitáveis dos nossos valores, pois sem isso não conseguimos crescimento
algum.
Em vez de lutar por uma vida cheia de certezas, devemos sempre buscar a
dúvida, seja em relação a nossas crenças, a nossos sentimentos ou em relação ao
que o futuro nos reserva se não metermos a cara e fizermos acontecer. Em vez de
tentarmos estar certos o tempo todo, que tal enxergar o oposto? Que tal aceitar