You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
isso se dá através da possibilidade de não precisar esconder seu distúrbio dos
amigos e familiares o tempo todo, da perspectiva de ter uma vida social normal e
funcional. Para Imogen, é a ideia de assumir o controle de seus pensamentos e
sentimentos e voltar a ser feliz. E, para Jack, é a capacidade de ficar longe de casa
por longos períodos sem sofrer episódios traumáticos.
Com esses novos valores em mente, os adolescentes começam exercícios
intensivos de dessensibilização que os obrigam a colocá-los em prática.
Acontecem ataques de pânico; lágrimas rolam; Jack soca vários objetos e
imediatamente em seguida lava as mãos. Mas, no final do documentário, grandes
progressos ficam claros. Imogen não precisa mais tocar todas as superfícies que
vê. Ela diz: “Ainda há monstros no fundo da minha mente, e provavelmente eles
sempre estarão lá, só que agora estão se acalmando.” Josh consegue passar
períodos de vinte e cinco a trinta minutos sem “igualar” os movimentos dos dois
lados do corpo. E Jack, que talvez tenha tido a melhora mais visível, consegue ir a
restaurantes e beber de garrafas e copos sem lavá-los. Jack resume bem o que
aprendeu: “Eu não escolhi esta vida; não escolhi esta doença péssima, esta coisa
horrível. Mas posso escolher como conviver com ela; eu preciso escolher como
conviver com ela.”
Muitas das pessoas que nascem com um problema específico, seja TOC, baixa
estatura ou outra coisa completamente diferente, acham que estão perdendo algo
muito valioso. Sentem que não há nada que possam fazer, então evitam a
responsabilidade pela situação. Elas concluem: “Eu não escolhi essa genética
horrível, então não é minha culpa as coisas darem errado.”
E é verdade: a culpa não é delas.
Mas a responsabilidade, sim.
Na época da faculdade, eu tinha uma fantasia meio delirante de me tornar
jogador profissional de pôquer. Ganhei dinheiro e tudo o mais, e foi divertido,
mas depois de quase um ano jogando a sério, desisti. Passar a noite inteira
acordado olhando para uma tela de computador, ganhando milhares de dólares
em um dia e perdendo a maior parte no dia seguinte não era estilo de vida para
mim. Além disso, não era o meio mais saudável ou emocionalmente estável de
ganhar a vida.