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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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rejeição a sua aparência física e depois se convencia de que a mulher em questão

não tinha gostado dele. Como é de se imaginar, a vida amorosa do cara era um

marasmo.

O que esse sujeito não percebia era que ele tinha escolhido o valor que o

prejudicava: a altura. Na cabeça dele, ser alto era imprescindível para

impressionar as mulheres. Não tinha jeito: ele estava ferrado.

O valor que ele escolheu lhe tirava o poder e o colocava numa situação

péssima: não ser alto o suficiente num mundo feito (na visão dele) para pessoas

altas. Ele poderia ter adotado valores muito melhores para guiar sua vida

amorosa. “Só vou sair com mulheres que gostem de mim como eu sou” seria um

bom ponto de partida, pois se baseia em valores como honestidade e aceitação.

Mas ele preferiu outro caminho. Provavelmente nem percebia que estava

escolhendo um valor (não sabia sequer que podia escolher). Mesmo sem

perceber, ele era responsável pelos próprios problemas.

Mesmo assim, continuava a reclamar: “Mas eu não tenho escolha”, dizia ao

barman. “Não tem nada que eu possa fazer! As mulheres são superficiais, nunca

vão gostar de mim!” Sim, se um cara de pensamento limitado, mergulhado na

autopiedade e que age de acordo com valores de merda sofre rejeição, é culpa de

todas as mulheres. Óbvio.

Muita gente hesita em assumir a responsabilidade por seus problemas porque

acredita que ser responsável por eles é ser também culpado.

Em nossa cultura, responsabilidade e culpa costumam caminhar juntas,

embora não sejam sinônimos. Se eu bato no seu carro, não só tenho culpa como

sou legalmente responsável por compensá-lo de alguma forma. Não importa se

foi um acidente; continuo sendo responsável pelas consequências. É assim que a

culpa funciona hoje em dia: fez merda, então conserta. E é assim que deve ser.

Ao mesmo tempo, existem problemas que são de nossa responsabilidade

mesmo que a culpa não seja nossa.

Por exemplo: um dia você acorda e encontra um bebê recém-nascido na sua

porta. Não é culpa sua que ele tenha sido colocado ali, mas o bebê passa a ser de

sua responsabilidade. Você precisa escolher o que fazer, e qualquer escolha que

fizer (adotar o bebê, se livrar dele, ignorá-lo, mandá-lo pegar um táxi para casa)

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