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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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não é tão importante quanto a forma como você vê a situação, como escolhe

medi-la e valorizá-la. Os problemas podem ser inevitáveis, mas o que cada

problema vai significar não é. Controlamos o que nossos problemas significam

ao escolhermos como os vemos e o padrão que usamos para medi-los.

Problemas de rockstar

Em 1983, um jovem e talentoso guitarrista foi expulso de sua banda da pior

forma possível. A banda acabara de assinar um contrato e estava prestes a gravar

o primeiro disco, mas deu um pé na bunda do guitarrista apenas dias antes de

começarem a gravação. Sem preparação, sem discussão, sem drama: um dia

acordaram o cara e lhe entregaram uma passagem de ônibus para casa.

No ônibus, voltando de Nova York para Los Angeles, o guitarrista não parava

de se perguntar: Como isso aconteceu? O que eu fiz de errado? O que vou fazer

agora? Contratos de gravação não caem do céu, ainda mais para bandas de metal

barulhentas em início de carreira. Será que ele tinha perdido sua única chance?

Quando chegou a Los Angeles, o guitarrista já tinha superado a autopiedade e

decidido formar uma nova banda. Essa nova banda seria tão bem-sucedida que a

antiga se arrependeria para sempre da decisão de tê-lo expulsado. Ele ficaria tão

famoso que os ex-colegas seriam forçados a passar décadas vendo-o na TV,

ouvindo-o no rádio, vendo-o em cartazes nas ruas e em fotos de revistas. Eles

estariam fritando hambúrgueres em alguma lanchonete ou carregando os

equipamentos nas costas depois de mais um show de merda num pé-sujo

qualquer, todos gordos e bêbados e morando em chiqueiros, enquanto ele estaria

tocando para estádios lotados com transmissão ao vivo pela televisão. Ele se

banharia nas lágrimas dos traidores e secaria cada uma delas com uma nota de

cem dólares novinha em folha.

O guitarrista passou a trabalhar como se possuído por um demônio musical.

Passou meses recrutando os melhores instrumentistas que encontrava — todos

muito melhores que seus ex-colegas de banda. Escreveu dezenas de músicas e

ensaiou religiosamente. A raiva alimentou sua ambição; a vingança se tornou sua

musa inspiradora. Em poucos anos, a nova banda também tinha assinado um

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