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A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

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Essa camada de questionamento nos ajuda a entender a raiz das emoções que

nos dominam. Quando entendemos essa origem, temos a chance de tomar

alguma atitude para mudar.

Mas existe um terceiro nível, ainda mais profundo, da cebola da

autoconsciência, e esse é cheio de lágrimas. Ele é formado pelos nossos valores

pessoais: por que considero isso um sucesso/fracasso? Como escolho me avaliar?

Qual é o padrão que uso como referência para julgar a mim mesmo e aos que me

cercam?

Esse nível, que requer constante questionamento e esforço, é muito difícil de

alcançar, mas é justamente o mais importante, porque nossos valores

determinam a natureza dos nossos problemas, e a natureza dos nossos

problemas, por sua vez, determina a qualidade da nossa vida.

Os valores são a base de tudo que somos e fazemos. Se o que valorizamos é

inútil, se o que escolhemos considerar sucesso ou fracasso é equivocado,

qualquer coisa baseada nesses valores — pensamentos, emoções, sentimentos

cotidianos — será equivocada também. No final das contas, tudo que pensamos e

sentimos sobre uma situação se resume ao valor que damos a ela.

Muitas pessoas não sabem expor esses porquês de forma exata, e isso as

impede de obter um conhecimento mais profundo de seus valores. Elas podem, é

claro, dizer que valorizam a honestidade e os amigos verdadeiros, mas aí falam

mal de você pelas suas costas para se sentirem melhores. As pessoas podem

perceber que se sentem solitárias, mas quando se perguntam por que se sentem

assim, encontram um jeito de culpar os outros — todo mundo é péssimo, ou

ninguém é descolado ou inteligente o suficiente para compreendê-las — e

continuam evitando o problema em vez de tentar resolvê-lo.

Muita gente chama isso de autoconsciência, mas se essas pessoas

conseguissem se aprofundar e observar seus valores-base, perceberiam que só

estavam evitando a responsabilidade pelos próprios problemas em vez de

identificá-los. Perceberiam que as próprias decisões são baseadas na busca pela

euforia, e não por uma felicidade verdadeira.

A maioria dos gurus da autoajuda também ignora esse nível mais profundo de

autoconsciência. Às pessoas que estão infelizes porque querem ser ricas, eles dão

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