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isso. Até a Oprah diz isso (então deve ser verdade). Cada um de nós pode ser
extraordinário. Todos merecemos a grandeza.
O paradoxo dessa ideia — afinal de contas, se todo mundo fosse
extraordinário, então, por definição, ninguém seria — não é percebido pela
maioria das pessoas. Em vez de questionar o que realmente merecemos ou não,
engolimos a mensagem e pedimos mais.
Ser “comum” se tornou o novo padrão de fracasso. O pior lugar em que se
pode estar é no meio do bando, no topo da curva de Gauss. Quando o padrão de
sucesso de uma cultura é “ser extraordinário”, acaba sendo melhor estar no pior
extremo da curva de Gauss do que no meio, porque pelo menos ali você é
especial e merece atenção. Muita gente escolhe essa estratégia: prova para todos
que é o mais infeliz, o mais oprimido, o mais sofrido.
Muitos têm medo de aceitar a mediocridade porque acreditam que, se o
fizerem, nunca conseguirão nada, nunca vão se desenvolver e terão uma vida
insignificante.
É uma ideia perigosa. Uma vez que você aceita a premissa de que a vida só
vale a pena se for notável e grandiosa, também aceita o fato de que a maior parte
da humanidade (incluindo você) é inútil e sem valor. E essa mentalidade pode se
tornar danosa bem rápido, tanto para você mesmo quanto para os outros.
As poucas pessoas que se tornam verdadeiramente excepcionais em algo não
alcançaram isso porque se consideram excepcionais. Pelo contrário: elas são
incríveis porque são obcecadas por se aperfeiçoar. Essa fixação é derivada de uma
crença imperturbável de que, na verdade, não são lá grande coisa. É o inverso da
arrogância. Quem se torna excelente em alguma coisa consegue isso por
entender que não nasceu excelente — é medíocre, comum —, mas que pode se
tornar muito melhor.
Essa ladainha de que “todo mundo pode ser extraordinário e alcançar a
grandeza” é só uma punhetagem do ego. Uma mensagem gostosa de engolir, mas
que na verdade não passa de calorias vazias que deixam você emocionalmente
gordo e inchado, como um Big Mac para o coração e o cérebro.
O caminho para a saúde emocional, como para a física, é legumes e verduras
— ou seja, aceitar as verdades sem graça e banais. Como “Suas ações em geral