03.02.2020 Views

A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

alguma atividade, é preciso investir nela uma quantidade absurda de tempo e

energia. E, como esses recursos são limitados, já é raro se tornar excepcional em

uma coisa, que dirá em mais que isso.

Assim, podemos dizer que é estatisticamente improvável que uma mesma

pessoa seja extraordinária em todas as áreas da vida, ou mesmo em várias.

Empresários brilhantes geralmente têm a vida pessoal toda ferrada. Atletas

extraordinários costumam ser superficiais e burros como uma pedra

lobotomizada. Muitas celebridades têm uma noção da vida tão limitada quanto

seus fãs e seguidores mais implacáveis.

Todos somos, basicamente, bem comuns. Mas são os extremos que atraem os

holofotes. Já meio que sabemos disso, mas raramente pensamos e/ou tocamos no

assunto, e menos ainda levantamos a questão de que isso pode ser um problema.

Ter acesso à internet, ao Google, Facebook, YouTube e a centenas de canais

de televisão é incrível. Só que nossa atenção é limitada. Não existe a menor

chance de processarmos a tsunami de informações que nos atinge o tempo todo.

Assim, só o que chama a atenção são as realmente excepcionais — aquele

0,000001%.

Todos os dias, todas as horas, somos inundados com o que é realmente

extraordinário. O melhor do melhor. O pior do pior. As maiores façanhas físicas.

As piadas mais engraçadas. As notícias mais perturbadoras. As ameaças mais

assustadoras. Sem parar.

Nossa vida é repleta de informações sobre os extremos da experiência

humana, porque no ramo da mídia é isso que chama atenção, e atenção gera

lucro. É o mais importante. A maior parte da vida, no entanto, se dá na

monótona média. A grande maioria da vida não é extraordinária, e sim bastante

medíocre.

Essa inundação de extremos noticiados nos condicionou a acreditar que,

agora, ser excepcional é a norma. E, como somos todos bastante comuns na

maior parte do tempo, o dilúvio de informações sobre o excepcional nos deixa

inseguros e desesperados, porque, obviamente, não somos bons o bastante.

Assim, sentimos a necessidade cada vez maior de compensar isso com arrogância

e vício. Lidamos com isso da única forma que sabemos: enaltecendo a nós

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!