A Sutil Arte de Ligar o F_da-se - Mark Manson

03.02.2020 Views

cada um de nós pode ser excepcional e extremamente bem-sucedido.Hoje, uma geração depois, temos os resultados para avaliar: não somos todosexcepcionais. No fim das contas, se sentir bem consigo mesmo não significanada, a não ser que você tenha um bom motivo para isso. Hoje, sabemos queadversidade e fracasso são muito úteis e até mesmo necessários para odesenvolvimento de adultos determinados e bem-sucedidos. Hoje, sabemos quefazer as pessoas acreditarem que são excepcionais e se sentirem bem consigomesmas sem fundamento não cria uma população de Bill Gates e Martin LutherKings. Cria uma população de Jimmys.Jimmy, o delirante das startups. Jimmy, que fumava maconha todo dia e nãoera bom em nada exceto em se gabar e acreditar nas próprias mentiras. Jimmy, otipo de cara que gritava com os sócios por serem “imaturos” e depois estourava ocartão de crédito da empresa no Le Bernardin para impressionar modelos russas.Jimmy, que já estava ficando sem estoque de tias e tios a quem recorrer parapedir empréstimos.Sim, esse Jimmy confiante e cheio de autoestima. O Jimmy que passava tantotempo exibindo competência que esquecia de, bem, realmente fazer algumacoisa.O problema com o movimento pró-autoestima é a crença de que podemosmedir a autoestima pelos sentimentos positivos das pessoas em relação a simesmas. No entanto, para se ter uma noção verdadeira e precisa do valor de umindivíduo é preciso avaliar como ele se sente em relação a seus aspectos negativos.Se uma pessoa como Jimmy se sente o fodão 99,9% do tempo, mesmo que suavida esteja chafurdando na mais absoluta merda, como isso pode ser um métodode aferição válido para decretar que sua vida é bem-sucedida e feliz?Jimmy é arrogante. Ou seja, ele julga merecer todas as mil maravilhas de mãobeijada. Acredita que merece ser rico sem trabalhar. Ser querido e ter boasrelações sem ajudar ninguém. Ter um estilo de vida incrível sem sacrificar nada.Gente como Jimmy é tão obcecada em se sentir bem consigo mesma queconsegue se iludir e acreditar que está realizando feitos notáveis mesmo semmover um dedo. Esse tipo de gente vê a si mesmo arrasando no palco quando naverdade está fazendo papel de bobo. Essas pessoas acreditam ser bem-sucedidas

fundadoras de startups quando, na verdade, nunca tiveram sucesso em nenhumempreendimento. Elas se autointitulam life coaches e cobram para ajudar osoutros do alto de seus vinte e cinco anos preenchidos por zero conquistassignificativas.Gente arrogante exala autoconfiança em níveis irreais. Isso pode ser atraentepara os outros, pelo menos por um tempo. Em alguns casos, a autoconfiançainfundada é contagiante e ajuda as pessoas a sua volta a se sentirem maisconfiantes também. Devo admitir que, apesar de todas as trapalhadas, Jimmy erauma boa companhia para sair. Você se sentia indestrutível perto dele.O problema da arrogância é que pessoas assim precisam se sentir bem consigomesmas o tempo todo, mesmo que à custa dos outros. E como é uma necessidadeconstante, as pessoas arrogantes acabam gastando a maior parte do tempopensando no próprio umbigo. Afinal de contas, não é simples se convencer deque seu peido não fede, ainda mais se você é um grande bosta.Depois que a pessoa começa a achar que tudo que acontece na vida dela lheconfere ainda mais importância, é extremamente difícil livrá-la desse padrão depensamento. Qualquer tentativa de ser razoável é vista como mais uma “ameaça”a sua superioridade, por parte de alguém que “não consegue aceitar” tamanhotalento/inteligência/beleza/sucesso.O arrogante forma uma bolha narcisista ao redor de si mesmo, distorcendotodo e qualquer evento para manter a retroalimentação. Pessoas arrogantes têmapenas duas formas de ver os acontecimentos da vida, ambas relacionadas a suagrandeza: reafirmação ou ameaça. Se algo de bom acontece a elas, é fruto de algoincrível que fizeram. Se algo de ruim acontece, é porque alguém está com inveja,tentando derrubá-las. A arrogância é impenetrável. Pessoas desse tipo seconvencem de qualquer coisa para alimentar sua sensação de superioridade.Precisam manter a fachada mental de pé a qualquer custo, mesmo que às vezesisso as obrigue a ser física ou emocionalmente violentas.Mas a arrogância é uma estratégia falha. É apenas mais uma forma de euforia.Não é felicidade.Para medir o verdadeiro valor de uma pessoa, o importante não é avaliarcomo ela vê as experiências positivas, e sim as negativas. Uma pessoa como

cada um de nós pode ser excepcional e extremamente bem-sucedido.

Hoje, uma geração depois, temos os resultados para avaliar: não somos todos

excepcionais. No fim das contas, se sentir bem consigo mesmo não significa

nada, a não ser que você tenha um bom motivo para isso. Hoje, sabemos que

adversidade e fracasso são muito úteis e até mesmo necessários para o

desenvolvimento de adultos determinados e bem-sucedidos. Hoje, sabemos que

fazer as pessoas acreditarem que são excepcionais e se sentirem bem consigo

mesmas sem fundamento não cria uma população de Bill Gates e Martin Luther

Kings. Cria uma população de Jimmys.

Jimmy, o delirante das startups. Jimmy, que fumava maconha todo dia e não

era bom em nada exceto em se gabar e acreditar nas próprias mentiras. Jimmy, o

tipo de cara que gritava com os sócios por serem “imaturos” e depois estourava o

cartão de crédito da empresa no Le Bernardin para impressionar modelos russas.

Jimmy, que já estava ficando sem estoque de tias e tios a quem recorrer para

pedir empréstimos.

Sim, esse Jimmy confiante e cheio de autoestima. O Jimmy que passava tanto

tempo exibindo competência que esquecia de, bem, realmente fazer alguma

coisa.

O problema com o movimento pró-autoestima é a crença de que podemos

medir a autoestima pelos sentimentos positivos das pessoas em relação a si

mesmas. No entanto, para se ter uma noção verdadeira e precisa do valor de um

indivíduo é preciso avaliar como ele se sente em relação a seus aspectos negativos.

Se uma pessoa como Jimmy se sente o fodão 99,9% do tempo, mesmo que sua

vida esteja chafurdando na mais absoluta merda, como isso pode ser um método

de aferição válido para decretar que sua vida é bem-sucedida e feliz?

Jimmy é arrogante. Ou seja, ele julga merecer todas as mil maravilhas de mão

beijada. Acredita que merece ser rico sem trabalhar. Ser querido e ter boas

relações sem ajudar ninguém. Ter um estilo de vida incrível sem sacrificar nada.

Gente como Jimmy é tão obcecada em se sentir bem consigo mesma que

consegue se iludir e acreditar que está realizando feitos notáveis mesmo sem

mover um dedo. Esse tipo de gente vê a si mesmo arrasando no palco quando na

verdade está fazendo papel de bobo. Essas pessoas acreditam ser bem-sucedidas

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