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sofrimento. Culpa e negação dão barato. São uma fuga temporária dos
problemas, o que proporciona uma sensação passageira de melhora.
Há diversas formas de obter euforia. Seja pela ingestão de substâncias como o
álcool, seja pela sensação de altivez moral ao culpar os outros ou pela emoção de
uma aventura arriscada, basear a vida em picos de euforia é superficial e
improdutivo. Grande parte do mercado da autoajuda se sustenta em vender
euforia em vez de ensinar as pessoas a resolver problemas legítimos. Muitos
gurus ensinam novas formas de negação e enchem o público de exercícios que
causam bem-estar a curto prazo, mas que ignoram a raiz do problema. Lembrese:
nenhuma pessoa feliz de verdade tem necessidade de ficar diante de um
espelho repetindo para si mesma que é feliz.
Outro problema da euforia é que ela vicia. Quanto mais dependemos dela
para sentirmos uma melhora em nossos problemas ocultos, mais recorremos a
tal recurso. Assim, quase tudo pode se tornar um vício, dependendo do motivo
pelo qual é usado. Todos temos nossos métodos preferidos para entorpecer a dor
causada pelos problemas, e não há nada de errado nisso, desde que sejam usados
em doses moderadas. Quanto mais evitamos e mais nos entorpecemos, mais
doloroso será quando finalmente confrontarmos nossos problemas.
Sentimentos não são tudo isso que você pensa
Os sentimentos foram desenvolvidos em nosso organismo com um propósito
específico: nos ajudar a viver e a nos reproduzir melhor. Só isso. São um
mecanismo de resposta cuja função é nos alertar de que algo é provavelmente
bom ou provavelmente prejudicial. Nada mais, nada menos.
Assim como a dor da queimadura ensina a não tocar o fogão aceso de novo, a
tristeza de estar sozinho ensina a não repetir os comportamentos que causaram a
solidão. Sentimentos são apenas sinais biológicos criados para empurrar as
pessoas na direção de mudanças positivas.
Olha, não estou tentando menosprezar sua crise de meia-idade ou o ainda não
superado trauma de quando seu pai alcoólatra roubou sua bicicleta quando você
tinha oito anos, mas, no final das contas, se você se sente mal, é porque seu